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Julgamento de Satã;
Vinda de Satã para
Terra na figura do
Papa
Viagem do papa
Anticristo para
Jerusalém; perseguição
aos cristãos
Apocalipse faz os
mortos emergirem de
suas tumbas; Deus
expia o Anticristo e
salva os puros.
Pieter Bruegel, o velho - O Triunfo da Morte (c. 1562)
Detalhes de “O Triunfo da Morte”
Detalhes de “O Triunfo da Morte”
Detalhes de “O Triunfo da Morte”
Detalhes de “O Triunfo da Morte”
O Inferno - Mestre português desconhecido (c. 1510-1520)
A Descida de Cristo ao Inferno – Seguidor de Hieronymus Bosch (final do século XVI)
Cristo no Limbo– Seguidor de Hieronymus Bosch (c. 1575)
A tortura do Inferno – Jacob van Swanenburgh (c. 1586)
Bernt Notke - Danse Macabre (c. 1475-1499)
Guyot Marchant - La Danse Macabre, Cemitério dos
Inocentes, Paris, 1485
Matthäus Merian (1649)
Anônimo (França) - Ars Moriendi
Anônimo (Países Baixos) - Ars Master E. S. - Ars Moriendi (c. 1450)
(c. 1450)
Moriendi (c. 1460)
Tese sobre a Reforma
• Segundo Delumeau, compreender a Reforma passa por uma análise
profunda do contexto histórico não apenas quinhentista, mas também dos
processos desencadeados no seio da Igreja e sociedade europeia durante
os séculos anteriores.
• “A tese segundo a qual os Reformadores teriam deixado a Igreja romana
porque ela estava repleta de devassidões e impurezas é insulficiente”
(DELUMEAU, 1989, 59; grifo meu).
• O autor defende que em outros momentos a Igreja apresentou
características tão ou mais condenáveis que aquelas do século XVI. Por
exemplo, Gregório VII (c. 1020 - 1085) e Alexandre VI (1431-1503) [Rodrigo
Borgia] tiveram seus papados marcados por casos de corrupção, luxúria,
desvio moral e iniquidade; todavia, nenhum dos dois – ou mesmo outros
que povoam a história da Igreja – produziram qualquer ruptura institucional
minimamente próxima da verificada durante a Reforma.
Tese sobre a Reforma
• Assim, Delumeau rejeitou uma análise
personalista da Reforma, baseada
unicamente na trajetória e ações perpetradas
por Martin Lutero ou João Calvino.
• Antes, Delumeau defende que existiam, em um
processo de longa duração, elementos
culturais, econômicos e religiosos capazes de
sustentar a Reforma.
• O homem moderno experimentava a religião de
maneira diferente do homem medieval.
• Como pontuou Patrick Collinson, o próprio
Lutero esteve inserido dentro dessa mudança
Martin Lutero em 1529 por Lucas Cranach
comportamental frente a religião.
Ascensão do Individualismo
• Dentro das estruturas eclesiásticas emergiram figuras
que desafiaram a infalibilidade papal e propuseram
novas abordagens teológicas.
• William Occam [ou William de Ockahm] (1270-1347) foi
um dos exemplos elencados por Delumeau. Frade
franciscano inglês, defendeu ser - em oposição à
doutrina de São Tomás de Aquino - impossível
alcançar Deus pela razão, mas tão somente pela
revelação espiritual.
• “Existiam portanto dois domínios radicalmente separados:
o do divino, em que a razão não penetra, e o dos
fenômenos terrenos suscetíveis de ciência. O primeiro
não podia ser explorado senão pela teologia, mas o
Vitral da Igreja de Surrey segundo devia possuir sua autonomia e por conseguinte
(Inglaterra) com a imagem
de William Occam escapar da inquisição da Igreja.” (DELUMEAU, 1989, p.
68)
Ascensão do Individualismo
• A visão de um individualismo teológico
correspondia a uma nova concepção humana em
curso durante final da Idade Média e início do
século XVI: a emancipação humana da
coletivização medieval.
• Tal condição faz eco nos ideais da emergente
burguesia, que buscava cunhar sua identidade e
legitimar sua existência.
• Assim, o protestantismo possui uma relação íntima
com o avanço da mentalidade capitalista em curso
durante o período. Tal condição foi sublinhada por
Jakob Fugger e um de seus Max Weber em A Ética Protestante e o Espírito do
empregados vistoriando
seus investimentos (1517)
Capitalismo (1904-05)
Depreciação do Sacerdócio
• Delumeau afirma que a Reforma tem como contexto
histórico um longo período de desvio moral dos
membros do clero.
• “(…) Inocêncio VIII e Alexandre VI tinham filhos naturais; Júlio II
não se satisfazia com a guerra, conduzia-a em pessoa, revestido
de armadura e de capacete; (…) grande número de bispos viviam
em cortes e se dedicavam à caça; (…) os bispos de Strasburgo
haviam perdido o hábito de usar mitra e báculo. (…) No baixo
clero, numerosos padres viviam em concubinato e tinham filhos
bastardos.” (DELUMEAU, 1989, p.71)
• Assim, estava estabelecida no seio dos quadros
eclesiásticos uma confusão das hierarquias e valores.
• A Igreja reconhece tais desvios quando,
posteriormente, introduz mudanças significativas na
formação eclesiástica e a imposição de um código de
Piramide papistique (c.1599)
rigidez comportamental aos seus membros.
Os Leigos Socorrem a Igreja
• Dada a ingerência da Igreja nos assuntos religiosos, a
sociedade ocidental observa gradualmente os
monarcas ocuparem o espaço de líderes espirituais.
Henrique VIII, fundador da Igreja Anglicana, é o caso
mais singular.
• Também é disseminado o crescente papel das
confrarias e ordens laicas em esferas de atuação
anteriormente monopolizadas pela Igreja: hospícios,
hospitais e monastérios.
• “(…) os papas se comportavam como príncipes seculares e tinham
cada vez menos influência – espiritualmente falando – sobre os
Retrato de Henrique VIII - soberanos (…). Já se viam ‘leigos melhores que homens da Igreja’
fundador da Igreja – afirmava nos Estados Gerais de Tours de 1484 o porta voz do
Anglicana. - por Hans clero (…). (DELUMEAU, 1989, p.75)
Holbein the Younger (1497)
Papel da Imprensa
Johannes Gutenberg
(c.1400-1468)
Papel da Imprensa