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2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Alexandre Schweitzer
Prof. Wanderlei Machado dos Santos
910.02
S413g Schweitzer, Alexandre
Geografia física / Alexandre Schweitzer; Wanderlei
Machado dos Santos. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
227 p. : il.
ISBN 978-85-515-0135-1
1.Geografia.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Apresentação
O livro didático de Geografia Física do curso de licenciatura em
Geografia da UNIASSELVI apresenta o resultado de uma intensa pesquisa
bibliográfica, que pretende apresentar de forma clara e objetiva os principais
tópicos de geologia que o professor de Geografia abordará em sua vivência
profissional. Buscamos com este livro reunir o conhecimento replicando
em uma linguagem direta e objetiva, buscando facilitar o contato do nosso
acadêmico com os temas da disciplina de maneira que facilite o aprendizado,
ao mesmo tempo que permita ao futuro professor, a partir do conhecimento
adquirido com nosso material didático, elaborar atividades práticas e
também permitir o início de estudos mais aprofundados nos tópicos de
maior interesse do acadêmico.
III
que, principalmente, possa inspirá-lo a seguir seus estudos. Esse material não
se trata da apresentação do conhecimento absoluto, mas de uma coletânea de
conhecimentos já consolidados em geologia. Com isso, lembre-se sempre de
que a verdade jamais será única, consulte vários autores, instigue reflexões,
busque argumentos que fundamentem suas ideias, mas principalmente,
esteja sempre pronto para mudar o rumo do seu pensamento quando se
deparar com evidências que demonstrem alguma interpretação equivocada
de sua parte. Confronte ideias, reflita, discuta, concorde e discorde, não fique
apenas com sua opinião, tenha posicionamento.
Bons estudos!
Atenciosamente,
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO............................................. 1
VII
5.4 O MANTO TERRESTRE......................................................................................................... 63
5.5 LITOSFERA................................................................................................................................. 64
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 65
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 70
VIII
UNIDADE 3 – FENÔMENOS GEOLÓGICOS................................................................................ 153
IX
X
UNIDADE 1
ASTRONOMIA: A JANELA
PARA O UNIVERSO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos de conteúdos. No decorrer da
unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1 acumularemos conhecimentos para compreender a visão
científica sobre a origem do universo e do planeta Terra. Partimos agora para uma
leitura que ajudará a entender como se deu o desenvolvimento dos conhecimentos
em astronomia até chegar na compreensão atual sobre a origem e formação do
universo, do sistema solar e do planeta Terra.
Em ambos os casos, na maior parte das vezes, são relatos que chegam até
nós através de histórias, como a sonda que pousou em Marte ou o profeta que
conversou com Deus. Os acontecimentos nos são relatados, aceitar como verdade
ou não cabe a cada um decidir. Sobre ciência e religião, segue o trecho de um
escrito feito por dois grandes físicos, Stephen Hawking e Leonard Mlodinow, no
livro “Uma nova história do tempo”:
3
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
Também cerca de 700 a.C. é a idade em que foram datadas duas tábuas
de argila cozida encontradas no Iraque com escritos babilônicos. Esses escritos
resumem o movimento de planetas e constelações como a de Leão e a de Escorpião,
de maneira tão detalhada que as descrevem praticamente como conhecemos hoje.
Os babilônios também foram responsáveis por introduzir o conceito do dia com
24 horas e da hora com 60 minutos (RIDPATH, 2008).
Na Grécia Antiga, o período entre 600 a.C. e 400 a.C. foi de grande
desenvolvimento da astronomia, contando com as contribuições de Tales de Mileto
(624-546 a.C.), que era matemático, astrônomo e levou muitos conhecimentos
babilônicos do Egito para a Grécia. Em um tempo em que ainda se pensava que
a Terra era um disco cercado por água, Tales de Mileto apresentou aos gregos
conhecimentos fundamentais de geometria, explicou que a Lua é iluminada pelo
Sol e também previu um eclipse.
Pitágoras (572-497 a.C.), apesar das polêmicas atuais que debatem sobre
ele ser uma pessoa ou um grupo de estudos daquela época, o que todos concordam
é sobre o fato de que ele (ou eles) já acreditava na esfericidade da Terra. Tempos
depois, mas com base nas ideias pitagóricas, surge o pensamento de Aristóteles
(384-322 a.C.), que explicou as fases da Lua, os eclipses e, com base no conceito de
Terra esférica, afirmava que o universo é esférico e finito.
Mais tarde, Aristarco (310-230 a.C.) propôs pela primeira vez que a Terra
se move em torno do Sol. Isso foi quase há 2000 anos antes de Copérnico propor
o geocentrismo. Aristarco também desenvolveu um método para calcular a
distância e o tamanho relativo do Sol, da Lua e da Terra.
5
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Alguns anos depois, Ptolomeu (85 d.C. – 165 d.C.), o último nome
importante da astronomia na Grécia Antiga, fez uma excelente representação
geométrica do sistema solar. O modelo geocêntrico de Ptolomeu apresentou um
complexo movimento dos planetas. Nesse modelo a Terra era colocada em um
sistema geocêntrico (geo= Terra + cêntrico= no centro), explicando o complexo
movimento dos planetas (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2004).
O modelo geocêntrico descreve tão bem o que é visto no céu que foi
utilizado até o século XVI (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2004). Além do modelo
geocêntrico, Ptolomeu deixou outra grande contribuição, ao compilar todo o
conhecimento em astronomia da época em uma coleção que ficou conhecida
como Almagesto (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2004). Logo depois dessa época,
com a civilização grega indo às ruínas, a astronomia adormeceu.
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
ATENCAO
7
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Entre os séculos XII e XVI a astronomia na Europa passou por uma grande
perseguição devido à intolerância religiosa. Mesmo assim, Copérnico (1473-
1543), de forma anônima por medo da intolerância religiosa, lançou escritos que
resgatavam a teoria heliocêntrica (Sol no centro) de Aristarco, estimulando novas
investigações (RIDPATH, 2008). Com a circulação dos escritos de Copérnico, a
astronomia passou por um despertar, e apesar de ainda perseguida no século
XVI, buscou os saberes resgatados na obra de Ptolomeu.
NOTA
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
DICAS
Para conhecer mais sobre a obra e a vida de Galileu, a dica é que existem alguns
filmes disponíveis gratuitamente na internet, procure por Galileu Galilei no seu buscador
preferido, encontre um dos filmes disponíveis e aproveite para adquirir mais conhecimento.
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
ATENCAO
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
UNI
Ainda no século XIX surge a fotografia, e logo que inventada já foi utilizada
para registrar o céu noturno; ainda em 1838, Friedrich Bessel fez uma mensuração
inédita, até então ele mediu a distância da Terra até uma estrela aplicando o
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
DICAS
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
UNI
Um fato inusitado é que a teoria do Big Bang foi batizada por um de seus
maiores opositores, que ao rejeitar a ideia, proferiu algumas palavras contrariando a teoria e
exclamando ao fim que o início do tempo não poderia ser apenas uma grande explosão, e
assim o termo big bang (grande explosão) passou a ser utilizado, quase como um apelido
de escola, para nominar e referenciar a teoria que atualmente é a mais aceita sobre a origem
do tempo e do espaço.
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
UNI
Para pensar: se uma estrela estiver a uma distância maior do que 20 bilhões de
anos-luz da Terra, ainda não poderemos enxergar essa estrela, uma vez que sua luz ainda
não chegou por aqui, ao mesmo tempo que a luz de uma estrela que está sendo vista da
Terra hoje foi emitida há tempos atrás e pode ser que a luz que enxergamos hoje seja na
verdade de uma estrela que já não brilha mais.
3.1 AS GALÁXIAS
No século XVIII os astrônomos já haviam percebido que havia algo entre
as estrelas. Parecia um objeto muito grande, porém não é muito nítido. Então
a desconhecida, difusa e extensa massa foi chamada de nebulosa (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2014).
Mais tarde descobriu-se que essa nebulosa é formada por diversos objetos
diferentes, a maior que vemos faz parte da nossa galáxia, são nuvens de gás
iluminadas por uma estrela em seu interior, gases de alguma estrela que chegou
ao fim da sua evolução ou mesmo um aglomerado de estrelas, mas algumas
daquelas nebulosas são outras galáxias, que estão muito distantes (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2014).
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
DICAS
Experimente dedicar algum tempo para observar o céu noturno, uma noite
sem nuvens, com a Lua na fase nova, em um local afastado da luminosidade dos centros
urbanos. Olhe para o céu, busque as estrelas que você conhece, pesquise antes, se for o
caso. Você perceberá uma grande região do céu com aspecto nebuloso, é a nossa galáxia,
a Via Láctea. Ao Sul da linha do Equador é possível observar o Cruzeiro do Sul, é uma
constelação importante para a navegação astronômica, pois indica a direção do Sul. Um
outro grupo de estrelas conhecido são as Três Marias, que formam o cinturão da constelação
de Orion. Permita-se olhar para o céu à noite.
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Foi Isaac Newton, o famoso físico e autor das três leis de Newton, o primeiro
estudioso que se interessou seriamente em estudar a força da gravidade. Após
muito estudo, reflexões e experimentos, ele conseguiu chegar a conclusões que o
levaram a formular a Lei da Gravitação Universal, explicando que a “gravidade é
uma força de atração entre corpos”.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
3.4 AS ESTRELAS
Em uma descrição primitiva, as estrelas são pontinhos brilhantes que
surgem no céu ao anoitecer. Alguns desses pontinhos luminosos que vemos no
céu estão tão distantes da Terra que a estrela que emitiu a luz pode até já não
existir mais. Isso se dá pois algumas dessas estrelas estão muito distantes, e assim
o que vemos hoje é apenas a luz emitida antes do fim da estrela.
A análise da luz emitida por uma estrela pode responder aos astrônomos
algumas questões, como a temperatura da superfície da estrela, quantidade de
energia irradiada, composição química. Com as respostas dessas questões, os
astrônomos utilizam o diagrama de Hertzsprung-Russell (POMEROL et al., 2013).
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
ATENCAO
20
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
De certa maneira, toda estrela surge como uma protoestrela que agrega
matéria, podendo se contrair em uma anã marrom ou seguir o ciclo de vida
estrelar e evoluir para uma estrela adolescente. Quando passa a ser uma estrela
adolescente ainda existe uma espiral de gás e poeira em seu entorno, parte dos
constituintes dessa espiral são incorporados pela própria estrela adolescente
e parte é lançado ao espaço. Várias dessas jovens estrelas possuem um campo
magnético que atrai mais material cósmico incorporando uma parte e lançando o
restante para longe com fortes ventos estrelares que ejetam o material através dos
polos para o espaço sideral (RIDPATH, 2008).
3.5 OS PLANETAS
Os avanços do conhecimento levaram os astrônomos da União Astronômica
Internacional (IAU) a criar uma nova definição, assim, os planetas e outros corpos,
exceto os satélites do nosso sistema solar, foram divididos em três categorias:
planetas, planetas-anões e pequenos corpos do sistema solar. Conforme a nova
definição da International Astronomical Union (IAU), os planetas são corpos
celestiais que devem:
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
UNI
3.6 OS PLANETAS-ANÕES
Planeta-anão é definido pela International Astronomical Union (IAU)
como um corpo celeste que está na órbita do Sol, atingiu equilíbrio hidrostático,
não é satélite de nenhum outro planeta e ainda não foi capaz de eliminar (agregar
ou lançar) seus vizinhos de órbita deixando-a limpa (INTERNATIONAL
ASTRONOMICAL UNION, 2006a, tradução nossa).
3.7 OS COMETAS
Os cometas sempre despertaram medo e curiosidade na humanidade, e o
primeiro registro da aparição de um cometa foi feito pelos chineses em 2317 a.C.;
os astrônomos se intrigavam com o movimento dos cometas, pois podem surgir
de diferentes lados, e por muito tempo quase nada se sabia sobre esses corpos
celestes (TRAVNIK, 1985).
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
DICAS
Para saber mais sobre meteoritos e afins, acesse o site Meteoritos Brasil
<http://meteoritosbrasil.weebly.com/> e na seção de vídeos assista ao vídeo Introdução
aos meteoritos <https://www.youtube.com/watch?v=4UoGgf5rjeI>, procure também pela
coleção nacional na seção meteoritos brasileiros: <http://meteoritosbrasil.weebly.com/
meteoritos-brasileiros.html>.
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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
DICAS
DICAS
25
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os buracos negros possuem uma gravidade muito intensa, nem mesmo a luz
consegue escapar.
26
AUTOATIVIDADE
5 Plutão deixou de ser planeta em 2006 devido a uma nova definição para
planeta, que em 2008 surgiu com a definição de planeta-anão. Assim,
atualmente existem candidatos a se tornarem planetas e também candidatos
a se tornarem planetas-anão. Com base no texto de estudos do livro, organize
uma breve dissertação esclarecendo os motivos pelo qual Plutão deixou de
ser planeta, e por que foi necessário criar a classificação de planeta-anão.
27
a) ( ) Big Bang.
b) ( ) Bang Bang.
c) ( ) Big Band.
d) ( ) Pluralidade.
e) ( ) Uniformidade.
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
O SISTEMA SOLAR
1 INTRODUÇÃO
O sistema solar é formado por planetas, planetas-anões, luas e cometas
que orbitam a mesma estrela, muitos definem o Sol a nossa estrela como o Astro
Rei. Devemos ter em mente que o nosso Sol é apenas mais uma estrela, e nem de
longe está entre as maiores. O planeta Terra apresenta condições para sustentar a
vida devido a uma imensa combinação de fatores, que ainda não foi encontrada
em nenhum outro planeta conhecido. Os planetas que conhecemos apresentam
características próprias, e no século XX muitos avanços permitiram ampliarmos
o entendimento sobre o universo.
O “sistema solar tem cerca de 4,6 bilhões de anos” (RIDPATH, 2008, p. 81).
O Sol e os planetas do sistema solar nasceram praticamente ao mesmo tempo e
de uma mesma nuvem interestelar, a nebulosa. A teoria da nebulosa foi proposta
primeiramente por Kant em 1755 e mais tarde por Laplace em 1796 (POMEROL
et al., 2013).
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TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
2.1 O SOL
Simplificando a descrição, o Sol é uma imensa bola de gás incandescente
com um núcleo que gera energia a partir de reações termonucleares (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2014).
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
32
TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
E
IMPORTANT
Olhar diretamente para o Sol pode provocar sérios danos à sua visão. Para
observar o Sol é necessário o uso de lentes específicas.
33
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Nosso Sol tem 4,6 bilhões de anos, estimativas sugerem que o Sol continuará
existindo na mesma forma por mais 5 bilhões de anos (POMEROL et al., 2013;
PRESS, 2006; RIDPATH, 2008). Podemos considerar que o Sol está na metade de
sua vida útil de estrela, em 5 bilhões de anos o estoque de hidrogênio vai terminar
de ser consumido, restando apenas hélio, que se concentrará em um núcleo menor
(POMEROL et al., 2013). Uma vez que a massa será diminuída, a força da gravidade
também perderá intensidade e assim a periferia do Sol vai expandir muito.
34
TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
NOTA
35
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
3.1 MERCÚRIO
O planeta Mercúrio foi observado pela primeira vez em 1609 por Thomas
Harriott e Galileu Galilei, utilizando o então recém-inventado telescópio.
É o planeta mais próximo do Sol, “com apenas 58 milhões de quilômetros de
distância, as temperaturas podem variar de -180 ºC à noite até +450 ºC durante o
dia” (POMEROL et al., 2013 p. 51).
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TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
3.2 VÊNUS
Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol, está distante cerca de
107,9 milhões de quilômetros. A atmosfera tem 80 km de espessura, onde se
formam densas nuvens de ácido sulfúrico, o que gera um efeito estufa e eleva as
temperaturas da superfície para algo em torno de 464 ºC (RIDPATH, 2008).
37
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
3.3 TERRA
A Terra é o único planeta onde se tem certeza da existência de água em
estado líquido e condições de suportar a vida. Trata-se da nossa casa e por isso
vamos dedicar todo o Tópico 3 para estudar o planeta Terra, assim as informações
a seguir sobre a Terra servem para comparação com os demais planetas.
38
TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
O planeta Terra pode ser descrito como um sólido, englobado por uma
camada líquida e descontínua, recoberto com uma camada gasosa (POMEROL
et al., 2013).
ATENCAO
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Dessa maneira a atividade pode se estender para os demais planetas, luas e estrelas com
valores conhecidos.
3.4 MARTE
O planeta vermelho, na verdade, é o planeta enferrujado, a sua cor
avermelhada é devido à presença de óxido de ferro em sua superfície. Com o
diâmetro de 6.792 km, é menor que a Terra e está mais distante do Sol, a cerca
de 227,9 milhões de quilômetros. Existem registros geológicos que evidenciam
a presença de água na superfície marciana em algum momento do passado
(RIDPATH, 2008).
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TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
DICAS
Ficou curioso sobre Marte? Já existe banco de dados com imagens de Marte.
O programa de computador Google Earth oferece a opção de explorar a superfície de Marte
através de várias imagens. Faça uma viagem interplanetária até esse planeta.
3.5 JÚPITER
Júpiter é um gigante gasoso, o maior de todos, tem massa igual a 2,5 vezes
a soma da massa de todos os outros planetas do sistema solar. O núcleo sólido
possui dez vezes a massa da Terra, o diâmetro do planeta é de 142.984 km, a
distância entre Júpiter e o Sol é algo em torno de 778,4 milhões de quilômetros
(RIDPATH, 2008).
41
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
DICAS
3.6 SATURNO
Saturno é o segundo maior planeta, seu volume é cerca de 764 vezes maior
que o volume da Terra, pode ser visto a olho nu. Está visível em dez meses do ano
e com um telescópio pequeno já é possível observar seus anéis (RIDPATH, 2008).
42
TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
Saturno tem 53 luas mais nove luas provisórias. Para conhecer mais sobre
Saturno e suas luas, foi lançada ao espaço em 1997 a Missão Cassini. Depois de
oito anos de viagem pelo sistema solar, começamos a receber mais informações
desse distante vizinho.
Enquanto esse livro está sendo escrito, a Missão Cassini está iniciando o
seu grand finale, o último ato, uma série de mergulhos entre Saturno e seus anéis
que terminará com um mergulho na atmosfera de Saturno (NASA, 2017f). Assim
os cientistas esperam obter novos conhecimentos sobre Saturno e seus anéis.
3.7 URANO
Descoberto em 1781, pouco se conhece sobre a composição interna de
Urano. Parece ser formado de um núcleo sólido de silicato e ferro com diâmetro
de 7.500 km, coberto por um manto congelado de água, hélio, metano, amoníaco
e sobreposto por uma camada líquida de hidrogênio e hélio (POMEROL et al.,
2013).
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UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Urano é muito pouco visível a olho nu, mas com um binóculo potente
é possível observar um disco ao seu redor. Com uma observação mais precisa
encontram-se anéis separados por lacunas na órbita de Urano (RIDPATH, 2008).
3.8 NETUNO
No ano de 2011 o planeta Netuno completou a primeira órbita desde que
foi descoberto em 1846 (NASA, 2017h). É o menor e mais distante dos gigantes
gasosos. Ainda assim é quatro vezes maior do que a Terra. Netuno encontra-se
cerca de 4,5 bilhões de quilômetros do Sol. Devido à grande distância que nos
separa de Netuno, torna-se muito difícil observar esse planeta (RIDPATH, 2008).
Netuno está muito distante da Terra para ser visto a olho nu, somente
com um telescópio mais potente é que se torna possível observar esse planeta
(RIDPATH, 2008). É um gigante gelado, escuro, que é varrido por ventos
supersônicos, é um planeta gigante gasoso formado predominantemente por
hidrogênio e hélio (NASA, 2017h). Os fortes ventos gerados pela rápida rotação
atribuem uma temperatura uniforme ao planeta cerca de -213 ºC (POMEROL et
al., 2013).
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TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
Até pouco tempo atrás eram conhecidos quatro anéis de Netuno, mas as
observações da missão espacial Voyager nos revelou que existem seis anéis em
volta de Netuno, alguns são descontínuos e formam arcos mais densos no anel,
esses anéis são relativamente jovens (NASA, 2017h). E das 13 luas conhecidas
hoje (RIDPATH, 2008), seis foram descobertas pela missão espacial Voyager 2
(NASA, 2017h).
Netuno foi o último planeta a ser visitado pela missão espacial Voyager,
que foi lançada em 1977 e enviou imagens de Netuno e de sua maior lua, Tritão,
em 1989, antes de sair do sistema solar e seguir seu caminho interestelar (NASA,
2017h).
DICAS
Leia mais sobre essa discussão astronômica. A revista América Science publicou
uma interessante matéria sobre essa discussão, está disponível no link <http://www2.uol.
com.br/sciam/noticias/cientistas_defendem_que_plutao_volte_a_ter_status_de_pl aneta.
html>.
Observar Plutão é uma tarefa difícil, a distância entre o Sol e Plutão é algo
em torno de 5,9 bilhões de quilômetros (RIDPATH, 2008). O grande afastamento
de Plutão, da Terra e do Sol, dificulta bastante a sua exploração. A primeira sonda
espacial enviada para estudar Plutão, a New Horizons da NASA, começou a
enviar imagens de Plutão para a Terra somente em 2015 (NASA, 2017d).
45
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Makemake leva 310 anos terrestres para completar uma translação, foi
avistado pela primeira vez em 2005 e tem grande importância, uma vez que junto
de Éris, que tem uma órbita de 557 anos terrestres, foram objetos que depois de
descobertos levaram à criação da definição para o termo planeta-anão.
NOTA
46
TÓPICO 2 | O SISTEMA SOLAR
DICAS
47
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• No centro do sistema solar está nosso astro-rei, nossa estrela, o Sol, que está
em fusão nuclear de hidrogênio e nos abastece com radiação (luz e calor). No
futuro muito distante, evoluirá para uma estrela gigante vermelha.
48
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Oxigênio e nitrogênio.
b) ( ) Oxigênio e hidrogênio.
c) ( ) Oxigênio e metano.
d) ( ) Nitrogênio e metano.
e) ( ) Dióxido de carbono e metano.
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
PLANETA TERRA
1 INTRODUÇÃO
Considerando o conteúdo dos Tópicos 1 e 2, já conseguimos formar uma
concepção do pensamento sobre o processo de formação do universo, do sistema
solar e dos planetas.
51
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
DICAS
Assim, o primitivo planeta Terra ganhou massa, mas ainda era uma
grande bola de rocha fluida e quente. Então, como é que o planeta evoluiu até se
transformar na Terra como a conhecemos? Na hipótese da acreção homogênea
com os impactos, a temperatura subiu fundindo os materiais, o que ocasionou em
seguida a diferenciação (POMEROL et al., 2013).
52
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
O manto que envolve o núcleo é fluido, menos denso, é uma rocha ígnea
rica em ferro e magnésio, ainda quente e fluida. O manto pode ser dividido em
três zonas, o manto interior compõe a zona mais próxima do núcleo e é a de
maior volume, logo acima forma-se a astenosfera, que apesar de ter a mesma
composição do manto, flui lentamente e entra em fusão parcial na astenosfera e
gera o magma (WICANDER; MONROE, 2011).
53
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
NOTA
O anortosito é uma rocha plutônica de coloração clara, bastante leve, pois tem
baixa densidade. A presença do anortosito na superfície lunar indica a diferenciação entre
os minerais leves que foram para a superfície e os minerais mais densos que afundaram,
semelhante à diferenciação que ocorreu na Terra. Rocha plutônica, ou rocha ígnea intrusiva,
é um tipo de rocha que resfria lentamente no interior da crosta e forma cristais. Estudaremos
os diferentes tipos de rocha na Unidade 2.
Com um corpo quase esférico, a Lua está amarrada pela força da gravidade
na órbita da Terra a uma distância de 384.400 km (trezentos e oitenta e quatro mil
e quatrocentos quilômetros) do nosso planeta (RIDPATH, 2008).
Algumas das crateras lunares são gigantescas, as maiores com quase 200
km de diâmetro. Em uma fase posterior, entre 3,8 e 3 bilhões de anos, a Lua passou
por um período de erupções e derrames de basalto (RIDPATH, 2008; POMEROL
et al., 2013).
Nos últimos 3 bilhões de anos a Lua tem permanecido inerte, talvez pelo
resfriamento que engrossou a litosfera lunar, encerrando a atividade tectônica
e afastando da superfície os movimentos convectivos do manto. Apenas alguns
poucos terremotos ainda abalam a superfície lunar (POMEROL et al., 2013).
55
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Sabemos que o Sol é muitas vezes maior que a Lua, mas ambos apresentam
o mesmo diâmetro aparente. A Lua é o corpo celeste mais próximo da Terra e com
isso é o objeto que percebemos com mais detalhes em seu movimento (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2014).
Experimente iluminar uma esfera qualquer, pode ser uma bola de futebol,
por exemplo, com uma lanterna. Você perceberá que com apenas uma fonte de luz
será impossível iluminar toda a superfície da bola, sempre haverá uma metade
iluminada e outra metade sem receber luz. Com os planetas e as luas o princípio
é o mesmo.
56
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
Considerando que o Sol é nossa única fonte de luz, fica fácil formar a
concepção de que esses corpos estarão metade iluminados e metade sem receber
luz. Com isso em mente e considerando a órbita da Terra ao redor do Sol, vamos
refletir sobre a órbita da Lua ao redor da Terra, uma volta da Lua pode ser dividida
em quatro quartos ou fases (cheia, minguante, nova, crescente).
A Lua nova é quando não vemos a Lua. Com a face escura voltada para a
Terra, o brilho da Lua desaparece do céu, mas a força da gravidade se faz sentir;
com o alinhamento Sol, Lua, Terra as gravidades aumentam a força da atração
gravitacional, e assim como na Lua cheia, provoca grande amplitude na maré,
esse fenômeno é conhecido como a maré de sizígia (CHRISTOPHERSON, 2012).
No auge da fase nova, o nascente e o poente do Sol e da Lua são praticamente
coincidentes, assim a Lua estará no céu diurno, passando a ficar visível conforme
segue a órbita até atingir o quarto crescente (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2014).
57
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
A cada dia que passa a Lua se põe cerca de 50 minutos mais tarde do
que no dia anterior, portanto o dia lunar tem aproximadamente 24 horas e 50
minutos. Isso ocorre pois o Sol em relação à Terra se move 1° por dia para o leste
devido à translação da Terra, e assim a Lua se move aproximadamente 12° por
dia também para leste, atrasando a Lua cerca de 50 minutos por dia (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2014).
58
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
59
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
UNI
POLÊMICA
Pense: qual é a importância de haver dias e noites? Imagine o planeta Terra sem rotação,
estático, metade exposto continuamente ao Sol, outra parte constantemente sem receber a
luz do Sol. Especulando sobre as condições em um cenário hipotético desse, o lado voltado
para o Sol seria extremamente quente e claro, no lado oposto seria o inverso, frio e escuro,
haveria então um dia eterno e uma noite eterna, mas também existira um amanhecer e um
anoitecer constantes. Será que existiria a contagem das horas?
60
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
ATENCAO
A astenosfera, por sua vez, interage com a litosfera, também através dos
movimentos convectivos. A litosfera forma a crosta terrestre e oceânica (SIAL e
SIMA), as placas tectônicas e compreende ainda uma porção com aproximadamente
100 quilômetros de espessura do manto superior (CHRISTOPHERSON, 2012).
62
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
63
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
TURO S
ESTUDOS FU
5.5 LITOSFERA
Formando a litosfera, o manto superior e a crosta apresentam em comum
a maior concentração da família dos elementos litófilos. Encontrados nas rochas,
são constituintes do arcabouço dos silicatos (silício, alumínio, cálcio, potássio,
sódio e magnésio), além de elementos menores que têm propriedades similares
(rubídio, césio, estrôncio, bário, germano, gálio etc.), produtos do urânio e tório
também estão associados a essa família (POMEROL et al., 2013).
64
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
LEITURA COMPLEMENTAR
VELHA OU NOVA?
Sofia Moutinho
Datação de rochas lunares sugere que o nosso satélite natural pode ter se formado
bem depois que o estimado. Outra hipótese é de que as teorias mais aceitas sobre a sua
formação estejam erradas.
São várias as teorias para a origem da Lua. Algumas afirmam que ela teria
se formado a partir de um pedaço da Terra ejetado para o espaço durante uma
colisão com outro astro. Outras supõem que esse impacto teria originado duas
luas, que mais tarde se fundiram em uma só.
Apesar das diferenças, a maioria das teorias defende que essa massa
inicial seria coberta por um oceano de magma, que teria se resfriado e formado a
crosta lunar há 4.527 milhões de anos.
65
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
Outras hipóteses
ATIVIDADE PRÁTICA
66
TÓPICO 3 | PLANETA TERRA
67
UNIDADE 1 | ASTRONOMIA: A JANELA PARA O UNIVERSO
FONTE: O autor
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O planeta Terra é único, nele existe um equilíbrio natural muito frágil que
permite a existência de água em estado líquido, além de uma mistura ideal de
gases que garante o suporte à vida e ainda cria o efeito estufa que nos aquece.
• O núcleo da Terra tem duas regiões: o núcleo interno e o núcleo externo. Existe
ainda uma zona de transição entre o núcleo externo e o manto.
69
AUTOATIVIDADE
70
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V, F, V, F, V.
b) ( ) V, V, V, F, F.
c) ( ) V, F, V, F, F.
d) ( ) V, V, F, V, V.
e) ( ) F, F, F, V, V.
71
72
UNIDADE 2
TEMPO GEOLÓGICO: DA
FORMAÇÃO DAS ROCHAS À
EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos está dividida em quatro tópicos de conteúdos. No
decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de refor-
çar o conteúdo apresentado.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Como já estudamos na Unidade 1, o planeta Terra, no início de sua
formação, tinha uma superfície em fusão, e ao começar a se resfriar solidificou
uma fina crosta, foi quando um grande asteroide se chocou contra a Terra, o que
lançou fragmentos para o espaço, formando a Lua. O impacto também liberou
muita energia na forma de calor, elevando a temperatura do planeta novamente
até o ponto de fusão dos materiais. O asteroide foi agregado ao planeta Terra pelo
impacto e as massas em fusão, devido às altas temperaturas, e atraídas pela força
da gravidade, reconstruíram o planeta deformado pelo choque.
75
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
DICAS
76
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
77
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
78
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
E
IMPORTANT
No Brasil, os fósseis são protegidos por diversas leis e são tratados como
patrimônio da União, assim a extração e o comércio dependem de autorizações
específicas concedidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM). Diversas localidades possuem registros fossilíferos no Brasil e o DNPM
vem mapeando essas localidades, como apresentado no mapa da região Sudeste:
79
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
80
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
DICAS
81
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
DICAS
A escala do tempo geológico pode ser subdividida com muito mais detalhes do
que o quadro anteriormente apresentado. A Comissão Internacional de Estratigrafia (http://
www.stratigraphy.org/) organizou e disponibiliza a Tabela Cronoestratigráfica Internacional,
que apresenta, entre outras informações, as subdivisões do tempo geológico de forma
bastante detalhada. O material pode ser acessado através do link <http://www.stratigraphy.
org/ICSchart/ChronostratChart2013-01Portuguese_PT.jpg>.
82
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
O Arqueano Superior possui registros de rochas com idades entre 3,6 e 2,5
bilhões de anos atrás. Foi nesse período que a vida como matéria orgânica teve
início em nosso planeta, com o surgimento das algas verde-azuis (estromatólitos).
No Brasil, existem registros de rochas dessa época, como as do Grupo Rio das
Velhas, que compreendem cinturões de xistos verdes e rochas do ciclo Jequié,
com idades de 3,4 bilhões de anos, que podem ser encontradas no quadrilátero
ferrífero do Estado de Minas Gerais. Na Austrália e no Canadá existem envoltórios
calcários e grafíticos desse período (POPP, 2010).
DICAS
83
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
84
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
85
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
86
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
87
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
O clima ainda suave fica um pouco mais frio no Cretáceo. Nesse período,
as angiospermas, que são vegetais com flores e frutos, se desenvolveram
e proliferaram rapidamente pelo planeta, enquanto os répteis gigantes se
extinguiam com os cefalópodes ammonites (POPP, 2010). Ainda no período
Cretáceo, alguns mamíferos passaram a desenvolver a placenta, evoluindo a
gestação (POPP, 2010). O fim do Cretáceo também marca o fim da Era Mesozoica
e o início da Era atual.
88
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA
89
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
E
IMPORTANT
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A forma do planeta é mantida pela força da gravidade que atrai toda a massa
para um ponto central, incluindo os gases da atmosfera.
• A crosta rochosa do planeta tem sulcos preenchidos por água (rios, lagos,
lagunas, mares, oceanos) e os picos mais elevados também cobertos por água,
mas no estado sólido (gelo, neve), é a hidrosfera.
• A escala de tempo geológico foi construída com base nos registros geológicos
encontrados, a linha do tempo é subdividida em Éons, que são três: Arqueano,
Arqueozoico, Proterozoico.
91
• No período Permiano, entre 299 e 251 milhões de anos, os répteis se
diversificaram e as coníferas abundavam na Terra.
92
AUTOATIVIDADE
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2
OS MINERAIS E AS ROCHAS
1 INTRODUÇÃO
A crosta do planeta Terra é formada por diferentes tipos de rochas, que
apresentam características resultantes dos processos de ocorreram durante a
formação de cada uma delas. Assim é possível classificá-las conforme os processos
que ocorreram na origem da rocha, mas muitos aspectos são resultantes da
presença de determinado mineral em sua composição.
2 OS MINERAIS
Os minerais são elementos ou compostos químicos encontrados
naturalmente na composição da crosta terrestre (POPP, 2010). Um mineral é um
sólido natural, homogêneo, de composição química definida e com superfícies
quase sempre planas e muito bem limitadas em ângulos que dão forma ao cristal,
o que demonstra uma estrutura atômica ordenada e periódica (POMEROL et al.,
2013). Alguns cristais possuem elevado valor econômico, quanto mais simétrica
e rara a geometria de um cristal, maior poderá ser o valor econômico. É rara a
formação de um cristal perfeito, em geral, somente algumas faces se desenvolvem
(POPP, 2010).
95
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
96
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
Minerais podem ter a dureza verificada com riscos. A unha riscará minerais
com dureza até 2,5, o vidro risca minerais com dureza até 5,5 e um canivete de
metal risca minerais com dureza de 6 a 6,5 (POPP, 2010).
1- Talco
2- Gesso
3- Calcite
4- Fluorite
5- Apatite
6- Ortóclase
7- Quartzo
8- Topázio
9- Corindo
10- Diamante
97
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
98
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
é observado com a água. Por exemplo, quando a temperatura passa a ser maior
do que zero, que é o ponto de fusão da água, o gelo passa do estado sólido para
líquido (PRESS et al., 2006).
3 AS ROCHAS
“Uma rocha é um agregado natural de um ou mais minerais” (WICANDER;
MONROE, 2009, p. 17). “Uma rocha é um agregado sólido de minerais que ocorre
naturalmente” (PRESS et al., 2006, p. 103).
A areia, apesar de formada por minerais, não é uma rocha, pois o material
é inconsolidado, ou seja, não é sólido, assim como a lava, que também não é
rocha, pois é fluida e só se tornará uma rocha depois que resfriar e solidificar
(WICANDER; MONROE, 2009).
99
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
100
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
DICAS
101
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
102
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
180° 150° 120° 90° 60° 30° 0° 30° 60° 90° 120° 150° 180°
90°
Escudo
Escudo de Angara
Escudo
60° Canadense Fino-Escandinavo
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30°
FIGURA 28 – MAPA DA ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA
Sul
Fs. Kerm
60° Do r o-
sal Índic
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
ESCALA
750 0 1 500 km
Cobertura sedimentar
Quaternário Dobramentos jovens (alpinos) Dobramentos antigos (caledonianos e hercinianos)
105
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
106
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
NOTA
107
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
108
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
109
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
Para que uma rocha passe a ficar instável, é necessário que ocorram
pressões superiores a 3 km de profundidade em temperaturas elevadas entre
100 e 600 °C, assim os fluidos ativos ficam instáveis e os minerais originais da
rocha passam por recristalização, alterando a composição mineralógica e assim
compondo uma nova forma, tanto textural quanto estrutural. Essas alterações
morfológicas na mineralogia da rocha é que originam as rochas metamórficas
(POPP, 2010).
Apresentamos nas imagens a seguir, uma rocha que faz parte do grupo
Itajaí, formação Gaspar, Conglomerado Baú:
110
TÓPICO 2 | OS MINERAIS E AS ROCHAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
111
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
112
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A clivagem faz referência aos planos internos da estrutura molecular, pois nem
todos os minerais formam o plano de clivagem, mas quando existe a tendência
do mineral, é de se fraturar apresentando partes lisas. Quando a clivagem é
perfeita, o fraturamento ocorre em forma de folhas.
113
• As rochas metamórficas são rochas que sofreram modificações em sua estrutura
física, sem, contudo, sofrer alterações em sua composição. Essa mudança
ocorre quando a rocha original é submetida a elevada temperatura, como
ocorre quando a rocha entra em contato com o calor do magma do interior da
Terra, que é o metamorfismo de contato, ou quando o acúmulo de camadas
nas bacias sedimentares eleva a pressão sobre a rocha ou no encontro de placas
tectônicas que gera grandes tensões.
114
AUTOATIVIDADE
3 A areia é um material sedimentar que, apesar de ter sua origem nas rochas e
também após passar por determinados processos, formará uma nova rocha,
não pode ser propriamente considerada uma rocha. Explique essa afirmação.
115
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3
CICLO GEOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
O planeta Terra apresenta em sua dinâmica natural diversos ciclos que
renovam os elementos bióticos e abióticos do planeta, conforme são empregados
nos processos e reações naturais e levam à reciclagem dos elementos químicos.
Estes ciclos que são fundamentais para a manutenção da vida em nosso planeta são
os chamados ciclos biogeoquímicos, que influenciam principalmente a biosfera.
A biosfera, assim como a atmosfera, litosfera e hidrosfera, são geossistemas que
interagem na manutenção do sistema terrestre (CHRISTOPHERSON, 2012).
FIGURA 32 – GEOSSISTEMAS
117
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
2 CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, possui um papel muito importante
nos processos do ciclo geológico, uma vez que é o grande sistema que faz a água
circular no planeta, mudando de forma, podendo passar de água líquida e fluida
para gelo rígido ou flocos de neve cristalizados, ou pode ocorrer suspenso no ar na
forma gasosa em vapor de água. A grande variedade de características únicas da
água que desagrega, hidrata, hidrolisa, seleciona, transporta, entre outras tantas
funções, justifica a importância do ciclo hidrológico na evolução da paisagem da
superfície do planeta (CHRISTOPHERSON, 2012).
118
TÓPICO 3 | CICLO GEOLÓGICO
119
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
NOTA
O conhecimento popular tem seu valor, então lembre-se do ditado que diz:
“água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, que apresenta a versão popular do
conhecimento científico sobre o papel da água no ciclo das rochas.
3 CICLO TECTÔNICO
O ciclo tectônico é impulsionado pelas forças internas da Terra, a energia
térmica do manto faz o material em fusão, do interior do planeta, circular
lentamente por convecção, empurrando as placas tectônicas em um movimento
lento e contínuo que recicla os materiais antigos nas profundezas do manto,
criando novos terrenos, movimentando e deformando a superfície do planeta
(CHRISTOPHERSON, 2012). O ciclo tectônico é bastante lento, mas ocorrem
eventos bruscos que por vezes levam a catástrofes humanas.
TURO S
ESTUDOS FU
120
TÓPICO 3 | CICLO GEOLÓGICO
121
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
DICAS
Para ampliar o seu entendimento sobre o ciclo das rochas, assista ao vídeo
disponível no link <https://www.youtube.com/watch?v=wLIzDKr7zj0>.
122
TÓPICO 3 | CICLO GEOLÓGICO
123
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
et al., 2013). Ocorre, por exemplo, quando o feldspato (K, Al, Si, O), presente
no granito, entra em contato com a água (H2O) levemente acidificada (Co2) e
passa pela hidrólise, formando argilas residuais, minerais dissolvidos e sílica, e
à medida que as argilas se formam, o quartzo mais pesado é deixado para trás
e formará as areias (CHRISTOPHERSON, 2012). Os subprodutos da hidrólise,
como o sódio (Na), o cálcio (Ca) e o magnésio (Mg), são levados pela água até
o mar, onde podem precipitar e formar as rochas calcárias e as dolomitas, ou
simplesmente deixar a água salgada, como no caso do sódio (POMEROL et al.,
2013).
124
TÓPICO 3 | CICLO GEOLÓGICO
125
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
de
autoativida
PRÁTICA ACADÊMICA
Materiais:
Uma bacia (ou pote) com água, colher, amostras de argila, areia, brita.
A quantidade das amostras depende do tamanho da bacia, mas cerca de 250 ml (um copo)
são o suficiente.
Prepare a bacia com água, em seguida coloque a amostra de brita na bacia e observe o
comportamento dos grãos ao cair na água. Anote os resultados observados (resultados
esperados: a brita afundou rapidamente). Em seguida, com a colher, realize movimentos
circulares acompanhando a borda da bacia criando uma correnteza que movimente os
grãos de brita. Quando os grãos começarem a ser transportados pelo fluxo de água, pare
de mexer, retirando imediatamente a colher, e observe o comportamento dos grãos. Faça
anotações de suas observações (observações esperadas: com velocidade intensa, os grãos
mais grossos são transportados e logo são depositados).
Após retirar a areia da bacia, reponha a água e realize novamente o experimento utilizando a
amostra de argila. Perceba que a argila vai se dissolvendo na água conforme o fluxo é criado.
Tente dissolver o máximo possível, observe e realize anotações sobre o comportamento
do sedimento, compare com os anteriores. Coloque a bacia com a amostra dissolvida em
um local que fique imóvel, sem interferências. Anote a hora, siga monitorando ao longo do
tempo e anotando suas observações sem esquecer de registrar a hora da observação. Siga
observando a amostra e vá acompanhando e registrando as modificações até o sedimento
formar um pequeno “depósito sedimentar” no fundo da bacia.
126
TÓPICO 3 | CICLO GEOLÓGICO
127
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
129
AUTOATIVIDADE
130
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Devemos entender como recurso natural tudo aquilo que direta ou
indiretamente é obtido a partir de elementos da natureza, e torna-se necessário
o entendimento sobre a origem das coisas que utilizamos em nosso dia a dia.
Os objetos utilizados no espaço geográfico são produtos resultantes da dinâmica
do planeta Terra, que após a extração e modificação, são moldados conforme o
desejo humano.
Olhe a seu redor: tentar encontrar um objeto que não tenha origem direta
ou indireta, em um recurso natural, é uma tarefa impossível. Dessa maneira, o
termo recurso natural refere-se a todo e qualquer alimento, material de construção,
roupas, calçados, minerais, metais, água e até mesmo a energia, seja ela solar,
geotérmica, hidroelétrica ou combustível (SKINNER, 1970). Assim, a partir do
entendimento de que os produtos que nos rodeiam têm como origem algum
recurso natural, é possível ampliar a percepção sobre a demanda que geramos
pelos recursos naturais do planeta Terra. Devemos perceber a importância de
utilizar de forma equilibrada esses recursos, devemos dar muita importância
aos princípios do desenvolvimento sustentável que visa ao uso equilibrado dos
recursos naturais.
131
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
2 ROCHAS CARBONOSAS
Dentre os recursos naturais não renováveis podemos destacar o grupo de
rochas sedimentares, classificadas como rochas carbonáticas, formadas a partir
de processos muito específicos, com acúmulo, soterramento e decomposição de
matéria orgânica, que originam os diferentes tipos de carvão.
2.1 CARVÃO
O carvão mineral é uma rocha sedimentar orgânica, composta
predominantemente por carbono, que tem origem em processos bioquímicos
ocorridos na decomposição de vegetais que foram soterrados no processo
sedimentar que forma o carvão (PRESS et al., 2006). A decomposição da matéria
orgânica é realizada através dos processos bioquímicos que são as reações
químicas que ocorrem no metabolismo dos organismos decompositores.
NOTA
Poros são os espaços que ocorrem entre os grãos de sedimentos que formam
as rochas sedimentares. Podemos fazer uma comparação com um saco cheio de bolas,
considerando as bolas como grãos de sedimento e os espaços entre as bolas seriam os
poros.
133
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
de
autoativida
Material:
Copo de vidro, areia e água.
Obs.: A areia deve estar seca.
Método:
Coloque a areia no copo de vidro, enchendo-o bem. Pressione a areia para que o copo fique
com a maior quantidade possível de areia. Quando o copo estiver bem cheio de areia e não
houver espaço para colocar mais, o copo estará cheio, correto? Então, com o copo cheio
de areia, vá adicionando lentamente a água.
Resultado esperado:
Ao adicionar a água lentamente, você passará a visualizar a água penetrando nos espaços
vazios entre os grãos e preenchendo os espaços que antes continham ar.
Concluindo:
Os minúsculos espaços vazios existentes entre os grãos permitem o armazenamento
de material fluido. Nas rochas sedimentares, que são formadas por grãos, esses espaços
vazios podem ser preenchidos por ar, água ou ainda por petróleo ou gás. Por isso as rochas
sedimentares são bastante importantes. No Brasil, existe um arenito que se estende até o
Paraguai e a Argentina, que é uma rocha sedimentar batizada de arenito Botucatu. Nos
poros do arenito Botucatu estão armazenados milhões de litros de água, formando um dos
maiores reservatórios de água doce do mundo. Nos reservatórios de petróleo, o fluido será
o óleo e o gás.
134
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
135
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
DICAS
E
IMPORTANT
136
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
137
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
138
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
139
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
140
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
DICAS
141
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
FIGURA 39 – MAPA DAS ÁREAS COM POTENCIAL EXISTÊNCIA DE RECURSOS NÃO CONVEN-
CIONAIS DE ÓLEO E GÁS
Gás
Petróleo
Petróleo e Gás
Bacia Sedimentar
Embasamento
142
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
NOTA
Temas relacionados com recursos naturais são presença constante nas escolas.
A interdisciplinaridade deve ser estimulada, planejada e executada pelos professores, pois as
possibilidades de interação entre as disciplinas são muitas. A disciplina de Geografia pode
assumir um papel central na interdisciplinaridade, mediando conteúdos, lógico que isso
dependerá não só de um, mas do grupo de professores que atuam na mesma escola.
Muitas pessoas esquecem que a relação que temos com o planeta Terra
é de dependência, devemos ter em mente que a cada segundo a humanidade
consome uma parcela do planeta, precisamos lembrar disso antes de optarmos
por comprar algo descartável. É fundamental ter em mente o fato de que “quase
tudo que usamos vem da Terra – os metais, a pedra e o cimento para construção
civil, a areia com que fabricamos vidros e transistores” (PRESS et al., 2006).
Assim, o acesso a esses recursos minerais que estão presentes em nosso dia a dia
depende da atuação dos geólogos na exploração das jazidas.
TURO S
ESTUDOS FU
143
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
Os recursos naturais não renováveis são aqueles que, uma vez consumidos,
não voltam a ser repostos pela natureza, pelo menos não na escala de existência
da humanidade. As jazidas de ferro e cobre, por exemplo, podem ser classificadas
como recursos naturais não renováveis, assim como o petróleo e o carvão mineral.
ATENCAO
Quantos recursos naturais você está utilizando neste momento? Tente perceber
em você mesmo esses recursos naturais que está utilizando e que foram extraídos do subsolo
do planeta Terra. Considere nesse momento todos os produtos e subprodutos, como tintas,
lubrificantes, combustíveis, plásticos, tecidos sintéticos, canetas, computadores, rádios,
telefones, óculos, bicicletas, enfim, qualquer que seja o produto que você esteja utilizando,
nesse produto haverá, muito provavelmente, pelo menos um derivado de petróleo.
144
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
DICAS
Para saber mais sobre a tragédia de Mariana-MG, uma busca simples na internet
levará você ao encontro de imagens que poderiam ter sido evitadas. A Rádio Câmara
produziu um programa especial com dez blocos sobre o tema. Os áudios estão disponíveis
na página da rádio. Você pode acessar o programa através do link <http://www2.camara.
leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-ESPECIAL/520601-TRAGEDIA-EM-
MARIANA-(MG)-COMO-TUDO-ACONTECEU-BLOCO-1.html>.
Não se trata de uma reflexão a ser feita apenas entre professores e alunos
dentro da sala de aula, é uma discussão que precisa, mais do que nunca, ganhar
as ruas, as esquinas, fazer parte dos assuntos cotidianos das famílias. Assim a
escola, em especial, na aula de Geografia, também deve tratar desse tema. É uma
questão muito maior, pois aborda o futuro do planeta, logo, trata do nosso futuro.
145
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
cada cidadão é responsável pelo resíduo que produz, traz a reflexão de que é
necessário diminuir e tratar adequadamente os resíduos gerados, entre tantos
outros pensamentos que passam cada vez mais a despertar nas pessoas uma
responsabilidade individual.
146
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
PRÉ-SAL
Importantes conquistas
Temos perfurado poços no pré-sal em tempo cada vez menor, sem abrir
mão das melhores práticas mundiais de segurança operacional. O tempo médio
para construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos era, até 2010,
de aproximadamente 310 dias. Com o avanço no conhecimento da geologia, a
147
UNIDADE 2 | TEMPO GEOLÓGICO: DA FORMAÇÃO DAS ROCHAS À EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
148
TÓPICO 4 | RECURSOS ENERGÉTICOS NATURAIS
149
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• As rochas carbonosas, que são um tipo de rocha sedimentar com elevado teor
de matéria orgânica, proveniente do soterramento de antigas florestas, dão
origem aos diferentes tipos de carvão mineral. A turfa é o estágio inicial da
formação do carvão; linhito, hulha e antracito são formas mais maduras do
carvão mineral.
• O Brasil aparece com a 14° maior reserva de petróleo do mundo, o que nos
coloca em destaque mundial devido a esse grande volume de nossas reservas.
Nos planos do governo brasileiro, publicados em 2015, a pretensão é de que
até 2024 a produção do nosso petróleo bruto tenha dobrado.
150
Esse método ainda é bastante contestado por ambientalistas, devido aos riscos
para o meio ambiente, principalmente o risco de contaminação dos aquíferos,
o que fez agricultores e ambientalistas se unirem na causa em comum.
151
AUTOATIVIDADE
152
UNIDADE 3
FENÔMENOS GEOLÓGICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos de conteúdos. No decorrer da
unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conte-
údo apresentado.
TÓPICO 1 – TECTONISMO
TÓPICO 2 – VULCANISMO
153
154
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TECTONISMO
1 INTRODUÇÃO
Desde sua origem há 4,56 bilhões de anos, a Terra passou por inúmeras
mudanças, transformações em suas feições e aspectos geológicos. Mesmo
com aparente estabilidade, os continentes realizam movimentos constantes,
movimentos que podem levá-los a uma separação, permitindo que cordilheiras
apareçam e outras sejam extintas.
Estes fenômenos, por mais impactantes que sejam, fazem parte do ciclo
geológico natural. São processos lentos, imperceptíveis, muitas vezes. Já outros
são de grandes magnitudes, abruptos, rápidos e devastadores. Alguns desastres,
como tsunamis, erupções vulcânicas, terremotos, são exemplos claros da dinâmica
interna da Terra presente nos processos de transformações da superfície de nosso
planeta.
155
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
156
TÓPICO 1 | TECTONISMO
157
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
DICAS
158
TÓPICO 1 | TECTONISMO
159
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
160
TÓPICO 1 | TECTONISMO
161
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
162
TÓPICO 1 | TECTONISMO
163
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
DICAS
Indicamos um site com importantes recursos teóricos que podem ampliar seus
estudos.
Disponível em: <http://sigep.cprm.gov.br/glossario/verbete/placa_tectonica.htm>.
165
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
• Placa de Nazca;
• Placa de Cocos;
• Placa das Filipinas;
• Placa de Juan de Fuga;
• Placa do Caribe;
• Placa da Escócia;
• Placa Indiana;
• Placa Arábica;
• Placa de Anatólia.
166
TÓPICO 1 | TECTONISMO
NOTA
167
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
168
TÓPICO 1 | TECTONISMO
169
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
DICAS
170
TÓPICO 1 | TECTONISMO
171
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
172
TÓPICO 1 | TECTONISMO
173
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
174
RESUMO DO TÓPICO 1
• As estruturas geológicas estudadas nos permitem ter uma visão global dos
aspectos físicos do movimento dos continentes e podem inferir análise dos
fenômenos geológicos relacionados ou não entre si.
175
AUTOATIVIDADE
176
( ) No início, a superfície era uma grande massa incandescente em completo
estado de ebulição, a densidade e volume eram semelhantes, as rochas não
se consolidavam em função das altas temperaturas, o que não permitia a
formação da crosta.
177
178
UNIDADE 3
TÓPICO 2
VULCANISMO
1 INTRODUÇÃO
2 AS FEIÇÕES VULCÂNICAS
O vulcanismo é a ação dos vulcões que sofrem pressão do interior da
Terra, permitindo que a lava (material magmático) seja liberada para a superfície
através de aberturas na crosta terrestre. As lavas oriundas das erupções vulcânicas
são depositadas sobre a superfície, ao se resfriarem alteram o formato do relevo.
Os vulcões nos modelos tradicionais são divididos em quatro partes: câmara
magmática (9), chaminé (8), cone vulcânico (6) e cratera (3). Veja:
179
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Legenda:
1. Cinzas menos densas compostas por fragmentos de rochas e detritos menores suspensos em
altitudes mais elevadas, semelhante à escória de fundição.
2. Fragmentos de rochas granuladas mais densas em estado de repouso sobre a superfície.
3. Cratera por onde passa o material magmático expelido pelo cone (chaminé) principal do
vulcão.
4. Rochas (bombas) mais densas arremessadas a grandes distâncias da erupção.
5. Detritos de rochas resfriados imediatamente após a erupção, escorrendo pela superfície do
entorno do vulcão (espuma densa), é chamada de púmice ou pedra-pomes, material rico em
minerais e gases benéficos ao meio ambiente.
6. Cone vulcânico composto de rochas já resfriadas anteriormente.
7. Camada de rochas leves sobrepostas ao manto superior.
8. Chaminé (cone) de acesso do material magmático para a superfície.
9. Câmara magmática, reservatório da lava líquida no interior da Terra.
10. Chaminé secundária do vulcão.
180
TÓPICO 2 | VULCANISMO
• vulcão interplaca/interplaca;
• vulcão fissural/central.
181
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
182
TÓPICO 2 | VULCANISMO
DICAS
183
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Fumarolas são gases que são expelidos pelas fendas ou fissuras. São
classificadas conforme o tipo de gases exalados e a temperatura (POPP, 1983).
A temperatura das fumarolas supera os 500 ºC. Sua constituição é gasosa muito
semelhante à dos gases expelidos pelos vulcões.
184
TÓPICO 2 | VULCANISMO
185
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Vesúvio – Itália (79 d.C.): uma das mais violentas erupções já registradas.
O Vesúvio foi considerado estável e até mesmo extinto. Suas atividades iniciaram
no ano 63 d.C. com inúmeros tremores, até que no dia 24 de agosto de 79 mudou
a configuração geográfica na região de Napoli, onde localizavam-se as cidades
de Pompeia, Herculano e Stabiae, cidade próxima a Herculano. Na manhã deste
fatídico dia ocorre uma gigantesca explosão, em seguida uma coluna de fumaça
gigantesca se eleva em forma de cogumelo negro acima do Vesúvio (LEINZ;
AMARAL, 1974).
186
TÓPICO 2 | VULCANISMO
A cidade vizinha, Herculano, foi atingida por um rio de lama com espessura
de 15 metros, já a pequena cidade (povoado) de Stabiae foi atingida por uma
camada de cinzas de 3 m de espessura. Essas cidades foram esquecidas por quase
dois milênios. Apenas na metade do século XVIII foram descobertas, revelando
importantes aspectos da vida romana da época (LEINZ; AMARAL, 1974).
DICAS
DICAS
187
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
DICAS
Se desejar aprofundar mais sobre esta temática, você pode acessar o link:
<http://www.dsr.inpe.br/vcsr/files/3-Satelites_e_Sensores.pdf>. Esse material produzido
pelo INPE mostra todas as tecnologias ao redor do planeta onde milhares de sensores e
satélites fazem todo o tipo de monitoramento das mais variadas atividades com relação a
fenômenos naturais impactantes no planeta. Vale a pena conferir!
188
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os movimentos, mesmo sendo frequentes, não são sempre sentidos por todos, são
mais comuns e visíveis para aquelas pessoas que residem próximo de uma cratera
ou nas proximidades do encontro entre placas. A localização geográfica dos vulcões
normalmente é muito próxima às bordas das placas tectônicas. No conhecido círculo
de fogo do Pacífico localiza-se boa parte dos vulcões ativos do planeta.
a) Erupções explosivas:
b) Erupções efusivas:
c) Erupções mistas:
191
192
UNIDADE 3
TÓPICO 3
SISMOS E TSUNAMIS
1 INTRODUÇÃO
A superfície da Terra está em constante transformação, isso ocorre em
função de vários fatores. Esses fatores são chamados de movimentos, que podem
ser externos ou internos. Como já estudamos anteriormente, a dinâmica da Terra
em todas as suas faces provoca essas transformações. O tectonismo é o principal
agente de transformação, as placas se movimentam constantemente em várias
direções. Essas placas litosféricas movimentam-se em média de 2 a 7 cm por ano.
Essa movimentação deve-se à pressão exercida pelos agentes do interior da Terra.
193
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Modelo Tipo de
Teto e muro Rejeito Ângulo de mergulho de falha
de falha deformação
Falha de rejeito de
DIVERGENTE
O teto desce em
mergulho
em relação ao
direcional
Os blocos se TRASCORRENTE
Falha de rejeito
movimentam
paralelamente Deslizamento
oblíquo
DICAS
194
TÓPICO 3 | SISMOS E TSUNAMIS
2.1 SISMOS
Os tremores que ocasionalmente sacodem na superfície da Terra,
chamados de abalos sísmicos, podem ocorrer de duas formas: maremotos (no mar)
ou terremotos no continente. Os terremotos podem ser causados por atividade
vulcânica, por movimento de placas, deslizamento de terras, desabamentos,
enfim, por vários tipos de movimentações e acomodações no interior da crosta.
195
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Magnitude e energia é =
log E = 11,8 + 1,5M
Em que:
E= energia liberada em erg;
M=magnitude do terremoto.
196
TÓPICO 3 | SISMOS E TSUNAMIS
197
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
ESCALA RICHTER
198
TÓPICO 3 | SISMOS E TSUNAMIS
ESCALA DE MERCALLI
Destruição total – ondas vistas na superfície do solo; alterações em cursos
XII
de rios; objetos atirados para todos os lados.
Rochas são deslocadas, fendas em rodovias, ferrovias destruídas, poucas
XI
estruturas resistem em pé.
Solo rachado, estruturas de madeira e alvenaria são destruídas,
X deslizamento de terras em encostas, soterramento de áreas mais
baixas.
Danos em estruturas, edifícios deslocados de suas fundações,
IX
canos quebrados, solo danificado.
Danos leves em estruturas mais resistentes, consideráveis
VIII em edifícios e construções normais, quedas de monumentos,
movimentação de areia e lama.
Danos mínimos em projetos bem estruturados,
VII danos leves em estruturas normais e areias de menor
instabilidade.
Susto, tremor sentido por todos, paredes
VI de gesso e estruturas com rachaduras.
Danos leves.
Janelas quebradas, sentido por muitos,
V
inclinação de árvores e postes.
Sensação de estrondo, sentido
IV por várias pessoas, danos
mínimos.
Perceptível dentro de casa em
III andares mais elevados, carros
podem se mover.
Sentido por poucas pessoas em
II
estado de repouso.
Não sentido, sensação mínima
I
de um pequeno estrondo.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
FONTE: Disponível em: <http://geotopicos.blogspot.com.br/2011/04/terremotos-e-as-es-
calas-para-compreende.html>. Acesso em: 26 jun. 2017.
199
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
2.4 TSUNAMIS
Os tsunamis originam-se nos oceanos, geralmente ocorrem pela
movimentação de placas no assoalho oceânico. O movimento das placas pode
ser em qualquer direção, porém o efeito é o mesmo: quando uma placa se
sobrepõe sobre a outra, acaba expandindo o espaço no fundo oceânico, seja por
afundamento de placa ou por sobreposição.
3
2
5
Legenda:
1- Pico da onda.
2- Placa deslizando horizontalmente em direção à placa costeira.
3- Placa costeira pressionada se deslocando em direção à superfície oceânica.
4- Material pastoso (manto superior), base das placas litosféricas.
5- Zona de impacto (foco) de liberação de energia.
6- Área do continente atingida pelas ondas.
FONTE: O autor
200
TÓPICO 3 | SISMOS E TSUNAMIS
tudo o que tem pela frente. Quando a onda atinge locais habitados causa muitos
estragos. A força da onda pode avançar por muitos quilômetros além da costa, até
perder força (WICANDER; MONROE, 2016).
DICAS
201
RESUMO DO TÓPICO 3
202
AUTOATIVIDADE
203
4 As atividades realizadas no interior da Terra causam pânico e até medo. O
temor se justifica, afinal são eventos grandiosos que modificam o interior
da Terra, alterando significativamente as estruturas geológicas através de
suas dinâmicas. Muitos dos movimentos realizados no interior da Terra são
imensuráveis, e para poder ter noção dos impactos causados por diferentes
sismos sobre a Terra, foram criadas escalas. Duas são bem conhecidas,
a escala Richter e a de Mercalli. Disserte sobre a importância das escalas
para o controle de impactos e como funcionam essas escalas. Lembre-se de
mensurar a diferença entre intensidade e magnitude.
204
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Os diferentes solos fazem parte do desenvolvimento de diferentes
sociedades em toda a Terra. As pessoas que vivem do esforço e do cultivo da terra
no campo dependem da fertilidade dos solos para sua sobrevivência. Os solos
representam fonte de vida (BOLIGIAN; BOLIGIAN, 2010), tanto para quem vive e
depende da agricultura, quanto para quem vive nas cidades e usufrui de produtos
agrícolas para sua sobrevivência. Como já apresentamos nos tópicos anteriores, a
Terra tem uma dinâmica interacional entre todos os seus elementos. Estudamos
até aqui sobre os movimentos internos da Terra. Convidamos você a refletir sobre
a formação dos diferentes solos, pois é o assunto que veremos neste último tópico:
como os solos se formam.
2 OROGÊNESE E EPIROGÊNESE
A orogênese em seu processo inicial consiste em entender as diversas
formações de aglomerados sedimentares no processo inicial da formação das
montanhas. A deformação ocorre pela ação do metamorfismo. As ocorrências são
em função dos movimentos tectônicos realizados pelas rochas dispostas no interior
da Terra. A epirogênese é um tipo de diastrofismo, que são tipos de movimentos
tectônicos que se diferenciam pela direção em que eles ocorrem. Através desse
processo grandes áreas são desconfiguradas, dando origem a novas formações de
relevo. Neste caso, deformação se dá pelo movimento vertical dos blocos rochosos
(placas tectônicas). Vamos entender alguns passos desse processo.
2.1 OROGÊNESE
A orogenia é conceitualmente definida pelos geólogos como o processo
de formação das montanhas, onde ocorre deformação e metamorfismo com
o reposicionamento de plútons (rocha ígnea intrusiva) e os batólitos (rochas
profundas) (WICANDER; MONROE, 2016).
205
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
2.2 EPIROGÊNESE
Epirogênese é o termo designado do grego (epeiros = continente) e foi
introduzido por S. K. Gilbert, em 1890. Este é conhecido por tratar-se de uma
segunda categoria de diastrofismo (movimento da crosta terrestre causado por
tectonismo) que ocorre na crosta terrestre (LEINZ; AMARAL, 1974).
206
TÓPICO 4 | CROSTA TERRESTRE E AS INTERAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO SOLO
Observe o esquema:
3 MOVIMENTOS DE MASSAS
O movimento gravitacional de massa é um dos mais importantes agentes
de transformação, tanto do ponto de vista das paisagens, quanto de formação
e deformação do relevo. Nesta seção propomos a reflexão de algumas teorias
207
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
208
TÓPICO 4 | CROSTA TERRESTRE E AS INTERAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO SOLO
ATENCAO
DICAS
As áreas onde ocorre rastejo normalmente são áreas incomuns, entre elas
podemos colocar em destaque algumas:
209
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
210
TÓPICO 4 | CROSTA TERRESTRE E AS INTERAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO SOLO
4 SOLOS E DESERTIFICAÇÃO
Vimos nos tópicos anteriores sobre os vários fenômenos geológicos
internos e externos que envolvem o planeta Terra. Na parte final deste tópico
apresentaremos a temática sobre solo e desertificação, inicialmente sobre a
origem, formação e importância dos diferentes tipos de solos para o planeta e
para a sobrevivência humana. Em seguida, refletiremos sobre o fenômeno da
desertificação, causas e consequências futuras sobre este importante fenômeno
que interfere na condição climática e no comportamento de diversas espécies
vegetais e animais.
4.1 SOLOS
A origem do solo é o resultado do intemperismo das rochas. As condições
físicas, químicas e biológicas permitem o desenvolvimento da vida vegetal
em conjunto com os diversos organismos e microrganismos associados a esse
processo de decomposição e fragmentação das rochas (LEINZ; AMARAL, 1974).
211
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
Legenda:
O – Horizonte composto por matéria orgânica em decomposição (húmus), parte superficial.
A – Solo arável, comporta as raízes superficiais, possuindo grande quantidade de matéria orgâni-
ca e minerais.
B – Subsolo, possui menos matéria orgânica e mais minerais.
C – Material parental alterado parcialmente, composto basicamente por fragmentos de rochas,
especialmente rigolito.
R – Rocha matriz inalterada.
4.2 DESERTIFICAÇÃO
Durante as últimas décadas os desertos vêm aumentando ao redor
do mundo de forma significativa. Esse fenômeno acaba influenciando sobre
áreas aráveis e terras para a criação de gado. Segundo estimativas, os desertos
têm aumentado cerca de 70.000 km² por ano. Esse crescimento é chamado de
desertificação. A desertificação provoca grandes alterações na geografia humana,
principalmente pessoas são deslocadas de terras produtivas que perdem esse
poder, migrando para outras regiões onde, muitas vezes, sofrem com adaptações.
As que mais sofrem com as desertificações são as áreas de transição muito
próximas dos grandes desertos (WICANDER; MONROE, 2016). A desertificação
é um processo que envolve fenômenos naturais, ocorrências ambientais e a
ocupação descontrolada do ser humano. Algumas áreas são alteradas por perda
da produtividade, empobrecimento do solo, supressão de florestas, diminuição
dos recursos hídricos. Vamos, nesta seção, refletir sobre um conjunto de elementos
e fatores que nos permitam entender um pouco mais sobre a desertificação,
origem, causas e consequências.
214
TÓPICO 4 | CROSTA TERRESTRE E AS INTERAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO SOLO
A seguir estão alguns materiais que podem ser de seu interesse para
aprofundar um pouco mais sua leitura.
E
IMPORTANT
ATENCAO
Obs.: Algumas palavras como “factos” soam com certa estranheza, mantivemos
a tradução original do texto em respeito ao direito autoral e da edição da revista.
215
UNIDADE 3 | FENÔMENOS GEOLÓGICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Feliz anda o relativismo nas suas sete quintas! Tudo vale e tem o mesmo
valor. Melhor dizendo, vale menos o que provém do mérito comprovado e do
trabalho sério e abnegado, suado e esforçado e vale muito mais o prêmio dado
pela esperteza e safadeza, pelo oportunismo e arranjismo, pela indecência e falta
216
TÓPICO 4 | CROSTA TERRESTRE E AS INTERAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO SOLO
217
RESUMO DO TÓPICO 4
• Os crátons, parte estável dos escudos, sofrem pouca ação do intemperismo por
estarem protegidos pela sedimentação e por serem a parte central do escudo.
Pertencem ao período mais recente.
218
• Os elementos que compõem as estruturas geológicas contribuem para o
formato do relevo superficial da Terra. São os elementos físicos (relevo, rochas,
escudos) que sofrem ação erosiva permanente, alterando consideravelmente
suas estruturas ao longo dos períodos geológicos.
219
AUTOATIVIDADE
1 O solo pode ser compreendido como um local qualquer que abriga o homem.
Uma porção do espaço terrestre pode ser considerada um local, um corpo
natural onde vivem muitas espécies de vida e dele retiram seus sustentos,
um solo fértil e produtivo é uma importante fonte de riquezas, os seres vivos
se mantêm na luta pela sobrevivência. Sobre a formação do solo, analise as
sentenças a seguir:
220
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V– F – V.
b) ( ) F – V– V – V.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) V – F – V – V.
221
222
REFERÊNCIAS
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Brasil. In: MATSUURA, Oscar T. (org.). História da Astronomia no Brasil
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227