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190 CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório

adjacentes, alcançando o sistema cardio-


vascular, e é distribuído para os tecidos,
enquanto o dióxido de carbono difunde-se
do sangue para os alvéolos e, destes, para os
brônquios, traqueia e meio externo.
Na expiração, a parede torácica e os
pulmões retraem-se, e o diafragma relaxa
e eleva-se, passivamente. Enquanto o ar
flui para fora do corpo, o tórax e o abdome
retornam às suas posições de repouso.
Qualquer disfunção na oxigenação dos
tecidos ou na eliminação do dióxido de
carbono (CO2) pode ter sua origem na falha
do sistema respiratório e merece uma inves-
tigação clínica acurada.
A doença pulmonar é, frequentemente,
identificada pela presença de tosse, dis-
pneia, produção de escarro, dor torácica,
FIGURA 9-1 Tórax em tonel. Obser ve o chiado, roncos, estridores e cianose, e a
aumento do diâmetro anteroposterior do tórax caracterização minuciosa desses sinais e sin-
e tiragem intercostal no terço inferior do tórax.
tomas principais e aqueles que os acompa-
Foto: arquivo dos autores.
nham, descrevendo as condições e o tempo
de início, periodicidade de ocorrência,
O tórax forma a caixa óssea, ou caixa exposições ocupacionais e ambientais, here-
torácica, e acomoda e protege diferentes ditariedade etc., é importante para orientar
estruturas: o coração, os pulmões e espaços o raciocínio inicial do diagnóstico sindrô-
pleurais, o mediastino e parte do esôfago. mico e possibilitar um exame físico focado,
A respiração é basicamente um ato utilizando os métodos propedêuticos ade-
automático, controlado por centros res- quados e orientando a solicitação apenas
piratórios localizados no tronco encefálico dos exames complementares necessários,
que produzem o impulso neuronal para uma vez que, comprovadamente, exames
a ação dos músculos respiratórios. A ins- laboratoriais e de imagem contribuem em
piração constitui-se em um processo ativo menos de 30% para o diagnóstico.
e a expiração, passivo. Entre as causas de maior morbimorta-
Durante a inspiração, o músculo diafrag- lidade no adulto, as doenças respiratórias
ma se contrai, desce e expande a cavidade destacam-se pelo aumento em sua incidên-
torácica, comprimindo o conteúdo abdo- cia, especialmente no sexo feminino, uma
minal; além dele, outros músculos da caixa vez que o hábito de fumar intensificou-se,
torácica, como os escalenos e os intercostais sobremaneira, nas últimas décadas, e suas
paraesternais, também expandem o tórax. perversas consequências têm se mostrado
À medida que o tórax se expande, a pres- no aumento das taxas de câncer de pulmão
são intratorácica diminui, o que facilita a e, especialmente, da doença pulmonar obs-
entrada do ar da árvore traqueobrônquica trutiva crônica (DPOC), ao longo dos anos.
para os sacos aéreos distais. O oxigênio A semiologia do exame físico dos pulmões
difunde-se para os capilares pulmonares compreende as inspeções estática e dinâmica,

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CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório 191

seguidas pela palpação, percussão e ausculta, • A tosse é diurna ou noturna? Melhora


sendo a palpação e a percussão reservadas sozinha?
para casos específicos, como dor muscular e • Essa tosse aparece após um engasgo ou o
suspeita de derrame pleural, respectivamente. tempo todo?
• O senhor teve febre? A febre foi medida?
DICA • A tosse vem acompanhada por chiado ou
falta de ar?
Confirme se o paciente está disponível, antes de
Para caracterizar a dispneia, utilize
iniciar o exame. Posicione-o de maneira confortá-
a escala mMRC — Modified Medical
vel, preferencialmente sentado, e explique cada
Research Counsil modificada (Tabela 9-1),
passo do exame, solicitando sua colaboração.
classificando o grau da falta de ar nas ativi-
dades cotidianas.
1 DADOS SUBJETIVOS Dessa maneira, a análise dos sintomas
será ampliada e fornecerá, juntamente
A revisão dos sintomas frequentemente
com o exame físico, indícios importantes
relacionados ao sistema respiratório é rea-
para as hipóteses diagnósticas. Continue a
lizada por meio do interrogatório dirigido
anamnese.
e, em seguida, pela avaliação dos sinais espe-
• Investigue a presença de dor torácica,
cíficos, quando necessário.
caracterizando sua localização, duração,
intensidade (ver Cap. 5: “Propedêutica da
ALERTA!
Tosse crônica é aquela que persiste por mais
de 8 semanas e pode indicar tuberculose, TABELA 9-1 Escala para
doença do refluxo gastroesofágico, sinusite dispneia — mMRC (Modifield
crônica, e DPOC. Medical Research Counsil)
mMRC Tenho falta de ar ao realizar
Descreva os sintomas principais e os que Grau 0 exercício intenso
os acompanham, caracterizando-os, objeti- mMRC Tenho falta de ar quando
vamente, de modo a obter dados suficientes Grau 1 apresso o meu passo ou subo
para o seu raciocínio clínico. Assim, se a escada ou ladeira
pessoa referir tosse, por exemplo, questio- mMRC Preciso parar algumas vezes
ne: “Como é essa tosse e desde quando ela Grau 2 quando ando no meu passo ou
apareceu?” Dependendo do que a pessoa ou ando mais devagar que outras
o acompanhante informar, aprofunde sua pessoas da minha idade
investigação, perguntando: mMRC Preciso parar muitas vezes devido
• Fuma ou fumou? Desde quando? Quan- Grau 3 à falta de ar quando ando
tos maços/dia? perto de 100 metros ou poucos
• A tosse é produtiva ou seca (não produ- minutos de caminhada no plano
tiva)? mMRC Sinto falta de ar e não saio de
• Se a tosse produz escarro, pergunte se é Grau 4 casa ou preciso de ajuda para
acompanhada por expectoração e, nes- me vestir ou tomar banho
se caso, quais as características quanto à
Adaptada de Fletcher CM. BMJ 1960. Global
cor, quantidade (em colheres, xícara de
Strategy for Diagnosis Management, and
café, por exemplo), odor, consistência e Prevention of Chronic Obstructive Pulmonary
presença de sangue; Disease. 2018 Report.

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Dor”), comparação entre os hemitórax, e descrevendo as regiões diametralmente


fatores de melhora ou piora etc.; opostas.
• Antecedentes de doenças respiratórias?
Qual o tratamento realizado? Compare DICA
com o quadro atual;
Teste os equipamentos, antes de iniciar o
• Imunização para os vírus influenza?
exame.
E para tuberculose (cicatriz em braço
direito);
• Exposições ambientais (fumo, poluição) 2.1 Divisão topográfica do tórax
e ocupacionais (venenos agrícolas, criação
Para orientar o exame, favorecer o exato
de aves, fumaça, pó) — descreva esses ris-
registro dos achados, especificando a região,
cos em relação à quantidade e ao tempo
e auxiliar em procedimentos de toracocen-
de exposição. Por exemplo: fumou dos
tese e cirurgias, o tórax pode ser dividido,
15 anos aos 58 anos, 20 cigarros por dia.
a partir de pontos anatômicos de refe-
Trabalhou com jateamento de areia, por 10
rência e linhas imaginárias. Esses marcos
anos, sendo 8 horas por dia, e não usava
anatômicos são: a incisura supraesternal; o
equipamento de proteção; residia em um
ângulo de Charpy; e o ângulo de Louis ou
sítio, onde criou galinhas, por 10 anos.
esternomanubrial, representado por uma
crista óssea horizontal, no mesmo nível do
APRENDA segundo arco costal, palpado ao se deslizar
O tecido pulmonar não possui fibras álgicas. os dedos indicador e médio, lateralmente
Assim, a dor de origem pulmonar advém da ao esterno, e, logo abaixo, o segundo espaço
inflamação da pleura visceral. intercostal. Dessa maneira, é possível iden-
tificar, facilmente, as demais costelas e seus
respectivos espaços.
A prática da empatia é fundamental
A linha traçada, verticalmente, no centro
para ganhar a confiança do paciente e,
do esterno é a linha medioesternal, e divide
consequentemente, obter uma anamnese
a região em hemitórax direito e esquerdo.
confiável. Isto é, a forma como nos compor-
Ao lado da borda de cada esterno temos a
tamos, em relação a nossa disponibilidade
linha paraesternal ou esternal, e através dos
em ouvir o paciente, mostrando interesse
pontos médios das clavículas e em paralelo
pelo que ele está nos contando e disposição
com a linha medioesternal, a linha hemi-
para ajudá-lo na resolução ou alívio de seus
clavicular (Fig. 9-2), de cada lado. Na face
sintomas e doença, é o que diferencia o bom
lateral do tórax, à direita e à esquerda, três
atendimento médico.
linhas traçadas verticalmente e paralelas à
linha medioesternal dividem a região em
2 DADOS OBJETIVOS
três porções: linha axilar anterior, que desce
O exame do tórax é realizado em ambiente ao nível da prega axilar anterior; linha axilar
iluminado, com o uso de um oxímetro de posterior, que desce ao nível da prega axi-
pulso e estetoscópio com campânula, de lar posterior; e linha hemiaxilar ou axilar
preferência. Posicione a pessoa primeira- média, a partir do vértice da axila (Fig. 9-3).
mente sentada, e após deitada, em supino, No tórax posterior, a linha medioes-
com a região do tórax a ser examinada pinal divide os hemitórax, passando sobre
desnuda, para facilitar a sua observação, os processos espinhosos das vértebras,
sempre comparando um lado com o outro e as linhas escapulares, que passam pelo

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FIGURA 9-2 Linhas anteriores do tórax. Foto: FIGURA 9-4 Linhas posteriores do tórax.
arquivo dos autores. Foto: arquivo dos autores.

As linhas medioesternal e vertebral são


precisas, e as demais, estimadas.
O tórax é examinado nas regiões ante-
rior, laterais e posterior, sendo as regiões
anterior e posterior divididas em superior,
média e inferior.

3 EXAME FÍSICO DO SISTEMA


RESPIRATÓRIO
3.1 Inspeção
A inspeção do sistema respiratório pode ser
estática ou dinâmica.
Inicie pela avaliação estática, observando
a expressão facial da pessoa, identificando
sinais de sofrimento e angústia; cianose
nasal; dilatação de aletas; retrações na região
furcular, e a postura adotada.
FIGURA 9-3 Linhas laterais do tórax. Foto: Observe a forma da caixa torácica, veri-
arquivo dos autores. ficando desvios em seu alinhamento e se os
diâmetros anteroposterior e laterolateral
ângulo inferior das escápulas e em paralelo são semelhantes. Esses sinais identificam
à linha medioespinal, sendo demarcadas possíveis anomalias — tórax em tonel (ver
com os membros superiores junto ao corpo Fig. 9-1) ou enfisematoso; cifótico; escava-
(Fig. 9-4). do; cariniforme (ver Cap. 10: “Exame Físico

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do Sistema Cardiovascular”) — e são carac- retração abdominal durante a inspiração


terísticos de algumas doenças. —sinal de Hoover, o que evidencia a fadiga
Verifique e descreva lesões de pele, circu- dos músculos acessórios da respiração e,
lação colateral ou edema, abaulamentos ou sobretudo, do diafragma, como ocorre na
retrações fixas, tumorações. insuficiência respiratória e na DPOC des-
Na inspeção dinâmica, uma série de compensada, muitas vezes associada à con-
informações é identificada: frequência res- tracão dos lábios (pursued lips).
piratória, sincronismo, alterações do ritmo, As alterações do ritmo respiratório
expansibilidade pulmonar, retrações ins- estão ligadas às doenças respiratórias e aos
piratórias e cornagem. desequilíbrios no sistema tampão, e podem
A frequência respiratória (FR) é obtida ser dos tipos:
contando-se os ciclos das incursões toráci- • Ritmo de Cantani: caracterizado por res-
cas, compostas pela inspiração e expiração piração rápida com aumento da frequên-
em 1 minuto. A partir dos 10 anos, a FR, em cia e amplitude. Esse ritmo é associado
repouso, varia entre 14 e 20 movimentos/ aos estados de acidose metabólica;
minuto, em média (ver Cap. 4: “Sinais Vitais • Ritmo de Kussmaul: aumento da ampli-
e Antropometria”). Em recém-nascidos e tude inspiratória com uma pausa da res-
em lactentes, em repouso, os valores variam piração após uma inspiração profunda
entre 25 e 45 mpm e vão diminuindo à e, sequencialmente, expiração; também
medida que a criança cresce. encontrado na acidose metabólica;
De acordo com o esforço para ventilar • Ritmo de Cheyne Stockes: alternância entre
os pulmões e a sua frequência, a respiração períodos de hiperventilação e hipoventila-
pode se apresentar como: ção, e apneia, repetindo essa sequência várias
• Eupneia: respiração sem esforço, com FR vezes. Sinal encontrado em pacientes com
dentro dos parâmetros normais para a insuficiência ventricular esquerda;
idade; • Ritmo de Biot ou atáxico: caracteriza-se
• Apneia: pausa respiratória com mais de pela total ausência de ritmo, alternando
10 segundos de duração, em média; amplitudes altas e baixas, com períodos
• Taquipneia: aumento da FR, que pode ser de apneia. Encontrado em lesões cere-
fisiológica, como no exercício físico, ou brais graves.
não; A expansibilidade pulmonar é ins-
• Bradipneia: diminuição da FR, que tam- pecionada no tórax (anterior e posterior)
bém pode ser fisiológica, como durante e no abdome, comparando-se a expansão
o sono; laterolateral e a expansão da região superior
• Ortopneia: dispneia de decúbito, que com a região inferior; utilize como base as
melhora na posição ortostática; linhas hemiclaviculares, axilares anterior,
• Tropopneia: dispneia relacionada com o média e posterior, e a linha paravertebral.
decúbito lateral; Observe se existe simetria ou não.
• Dispneia suspirosa: presença de suspiros O abaulamento expiratório entre o 9.o e
seguidos, entre respirações normais. Evi- 11.o espaços intercostais caracteriza o sinal
dencia estados de ansiedade. de Lemos Torres, e indica a presença de
O sincronismo pode ser observado derrame pleural de pequeno volume.
quando o tórax e o abdome se elevam, Inspecione o tórax em busca de retra-
na inspiração, e retraem-se, na expiração. ções inspiratórias e a utilização exagerada
No assincronismo respiratório, ocorre a dos músculos acessórios.

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Essas retrações podem se apresentar de se em ângulo reto, na vértebra cervical


dois modos principais: proeminente;
• Tiragem ou retração inspiratória: corres- • Solicite que o paciente respire profunda-
ponde a contração e retração musculares mente;
aumentadas, em decorrência da exces- • Observe a movimentação de suas mãos,
siva pressão negativa no interior da caixa comparando a simetria dos hemitórax;
torácica quando há um obstáculo na via registre se a expansão dos ápices é simé-
respiratória dificultando ou impedindo a trica ou assimétrica;
penetração do ar e a expansão pulmonar. • Permaneça atrás do paciente, em pé ou
As tiragens são visíveis nas fossas supracla- sentado, de preferência. Aproxime seus
viculares, na fúrcula esternal e nos terços polegares à altura das apófises espinho-
inferiores do tórax. As tiragens podem ser sas, paralelos à 9.a ou 10.a vértebra torá-
bilaterais, unilaterais ou localizadas; cica, envolvendo a base da caixa torácica
• Respiração paradoxal: depressão dos com as mãos;
flancos, durante a inspiração, secundária • Deslize os polegares um pouco para den-
à falência do diafragma, na insuficiência tro, formando uma prega cutânea frouxa
respiratória avançada. Ocorre, também, de cada lado, e peça para a pessoa inspirar;
no tórax instável, secundária a múltiplas • Observe se a movimentação das mãos
fraturas de costelas, por trauma. acompanha as incursões respiratórias,
A cornagem é um ruído respiratório com a mesma amplitude e nas duas dire-
intenso e contínuo, audível sem necessidade ções, e se os polegares se afastam, simetri-
do estetoscópio. É decorrente de obstrução camente, desfazendo as pregas cutâneas.
laríngea, por inflamações (laringite estri- Registre se a expansibilidade pulmonar é
dulosa, crupe, reação anafilática e edema normal (profunda) ou diminuída, e se é
de Rencke dos fumantes), ou presença de simétrica ou assimétrica.
corpo estranho na via aérea superior. A diminuição da expansibilidade pode
indicar pneumonia, pneumotórax ou der-
3.2 Palpação rame pleural.
Na palpação é possível investigar as estru- O frêmito toracovocal é percebido na
turas da parede torácica, expansibilidade parede torácica, pela mão do examinador,
e frêmito toracovocal (FTV) utilizando a como vibrações que se originam nas cor-
ponta dos dedos sobre a pele do tórax, para das vocais quando o paciente emite sons
avaliar as partes moles e o arcabouço ósseo, ou palavras com consoantes, e se dissemi-
a presença de enfisema subcutâneo, con- nam pela caixa óssea. Essas trepidações são
tratura ou atrofia muscular, e calo ósseo. amortecidas pela textura dos alvéolos.
Avalie, também, a sensibilidade tátil, tér- A intensidade do frêmito toracovocal pode
mica e dolorosa em cada hemitórax. sofrer variações fisiológicas, sendo menos
A palpação da expansibilidade toráci- intensa nas mulheres, devido ao timbre da
ca é realizada com manobras semiológicas voz, e nas pessoas com parede torácica espessa.
específicas para a região dos ápices e para Normalmente, é mais perceptível no ápi-
as bases pulmonares: ce direito e na região interescapulovertebral
• Posicione-se atrás do paciente, pousando direita, devido ao comprimento menor do
suas mãos sobre as regiões que corres- brônquio principal direito.
pondem aos ápices pulmonares, de tal Nos casos em que houver comprometi-
modo que os polegares se toquem, qua- mento dessas estruturas, por consolidações,

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196 CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório

por exemplo, a vibração é mais intensa e


pode ser notada, à palpação, como acontece
nas pneumonias e no infarto pulmonar.
A diminuição ou o seu desaparecimento
traduz alguma anormalidade que impe-
de, parcial ou totalmente, a transmissão
daquelas vibrações, como o que ocorre no
derrame pleural, no espessamento pleural,
na atelectasia por oclusão brônquica, no
pneumotórax e no enfisema pulmonar. A
seguir, a semiotécnica:
• Coloque o lado ulnar da mão direita,
ou os dedos, sobre uma região superior
do tórax anterior (Fig. 9-5), ao mesmo
tempo que o paciente pronuncia “33”,
“triimm”;
• Perceba a vibração e compare-a com a
região contralateral;
• Desloque a mão sobre as demais regiões FIGURA 9-6 Pontos para realização de palpa-
do tórax anterior, lateral (Fig. 9-6), e pos- ção, percussão e ausculta pulmonar. Região
lateral do tórax. Foto: arquivo dos autores.
terior (Fig. 9-7).

FIGURA 9-5 Linha oblíqua de Monaldi. Pontos FIGURA 9-7 Pontos para realização de palpa-
para palpação, percussão e ausculta pulmonar. ção, percussão e ausculta pulmonar. Região pos-
Região anterior do tórax. Foto: arquivo dos terior do tórax. Foto: arquivo dos autores.
autores.

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3.3 Percussão
A percussão é realizada com o paciente
sentado e deitado, sempre que possível, em
todas as regiões torácicas (ver as Figs. 9-5
a 9-7). Percurta a região anterior, seguindo
a linha hemiclavicular, de cima para baixo.
Para percutir as regiões laterais, solicite para
que o paciente coloque as mãos na cabeça,
e siga a linha axilar média. A percussão da
região posterior do tórax é realizada na linha
paravertebral. Compare cada região com a
diametralmente oposta, alternando a per-
cussão entre os lados esquerdo e direito. Exe-
cute a manobra em um ambiente silencioso.
Ao percutir o tórax, a parede torácica
e os tecidos subjacentes se movimentam,
produzindo sons audíveis, sem estetos-
cópio, e vibrações que podem ser palpadas,
dependendo da proporção ar-tecido. Dessa
forma, é possível determinar se os tecidos
subjacentes contêm ar, líquido ou sólidos FIGURA 9-8 Técnica da percussão do tórax.
localizados até 5 a 7 cm da superfície. Foto: arquivo dos autores.

DICA
(Fig. 9-8). Repita duas ou mais percussões
Treine a percussão em superfícies de dife- em cada segmento.
rentes texturas, até desenvolver habilidade A manobra produz cinco notas de per-
motora e conseguir diferenciar as modificações cussão, que são avaliadas quanto à intensi-
nas notas de percussão. dade, tom e duração. As características da
percussão pulmonar normal são: som claro
Utilize a percussão digitodigital, colo- atimpânico ou ressonância; intensidade
cando o dedo médio de sua mão esquerda alta; tom grave; longa duração.
—plexímetro — hiperestendido contra a As notas de percussão encontradas no
pele, e comprima a articulação interfalan- exame pulmonar são:
giana distal. Os outros quirodáctilos não • Macicez pétrea: intensidade suave; tom
entram em contato com o tórax. Com um agudo; curta duração. Exemplo: derrame
movimento rápido, impulsionado pelo pleural extenso;
punho, golpeie a falange da mão esquerda • Macicez e submacicez: intensidade
com a ponta do dedo médio da mão direita média; tom médio; média duração.
— plexor —, em um movimento rápido. Caracterizadas por um abafamento ou
Se você for canhoto ou ambidestro, inverta diminuição do som, indicam a inexis-
a posição das mãos. Aplique sempre a mes- tência ou a redução de ar nos alvéolos
ma força e a mesma pressão pleximétrica, pulmonares. Exemplos: hemotórax,
para evitar alterações na nota de percussão empiema, neoplasia, tuberculose;

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198 CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório

• Hipersonoridade ou hiper-ressonân- Mediada ou Tratado sobre o Diagnóstico


cia: indica aumento do ar nos alvéolos das Doenças dos Pulmões e do Coração),
pulmonares. Ao proceder a percussão descrevendo a primeira classificação dos
ouve-se uma nota de intensidade muito sons respiratórios, com base nos achados
alta; tom mais alto; longa duração. Exem- anatomopatológicos, em: ruídos respira-
plos: DPOC; asma; tórios do adulto sadio ou murmúrio, res-
• Timpanismo: intensidade alta; tom agu- piração pueril e respiração pueril do adulto;
do; longa duração. Indica aprisionamen- e ruídos respiratórios anormais, classifica-
to de ar no espaço pleural ou em uma dos em: estertor com muco ou gargolejo;
grande cavidade intrapulmonar. Exem- estertor úmido ou crepitação; estertor sibi-
plos: pneumotórax extenso e caverna lante seco ou assovio; estertor seco sonoro
tuberculosa, respectivamente. ou ronco; e estertor crepitante seco com
No 4.o espaço intercostal direito, na dire- grandes bolhas ou estalidos.
ção da linha hemiclavicular, nota-se modi- Desde então, inúmeras classificações
ficação do som, que passa a submaciço e, foram elaboradas e revisadas. Os sons pul-
logo abaixo, no 5.o ou 6.o espaço, maciço, monares são divididos em sons normais e
sobre o fígado. ruídos adventícios (RA).
No hemitórax esquerdo na região lateral, O estestocópio é um instrumento que
o som percutido é do tipo maciço na proje- representa o ato médico, portanto deve
ção da área cardíaca, mas este não é um bom ser usado de forma correta, para pos-
método de avaliação do volume cardíaco. sibilitar a melhor identificação dos sons
Ainda no hemitórax esquerdo observa-se pulmonares e cardiológicos. Para a aus-
som submaciço na área correspondente ao culta pulmonar:
baço (ver Cap. 11: “Exame Físico do Sistema • Posicione a pessoa em decúbito ele-
Digestório”). vado, ou sentado, em um ambiente
Na região posterior do tórax, a transição silencioso;
do som claro pulmonar para o som maciço • Aplique o estetoscópio sobre o tórax des-
ocorre à altura do 11.o espaço intercostal. pido (Fig. 9-9);
• Oriente o paciente a respirar pela boca,
3.4 Ausculta sempre na mesma intensidade e do mes-
Dentre todas as técnicas semiológicas des- mo modo, sem alterar a frequência ou
critas anteriormente, a ausculta pulmonar a profundidade ou fazer ruídos com a
se sobressai, dada a sua importância no garganta;
exame do sistema respiratório. • A ausculta deve ser comparativa nos dois
Esse método propedêutico é dos mais hemitórax, nas regiões anterior, posterior
antigos e remonta ao século XIX, quando o e laterais, assim como na palpação e na
médico francês René Théophile Hyacinthe percussão;
Laënnec (1781-1826) desenvolveu o estetos- • Inicie a ausculta de cima para baixo,
cópio, em 1816. seguindo as linhas hemiclaviculares
Laë nnec passou a investigar os sons anteriormente, linhas axilares na lateral
produzidos pelo coração e pelos pulmões, do tórax, e interescapulovertebral na face
relacionando-os com os achados de necrop- posterior.
sias. Em 1819, publica: “De l’Auscultation Evite erros: ausculte todos os campos
médiate ou Trailé du Diagnostic des Maladies pulmonares e não somente áreas convenien-
des Poumon et du Coeur” (Da Auscultação tes; diferencie sons produzidos por pelos

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CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório 199

FIGURA 9-9 Técnica da ausculta do tórax. Foto: arquivo dos autores.

ou tecidos de ruídos adventícios; peça a • Som respiratório normal ou som vesi-


colaboração do paciente. cular ou murmúrio vesicular: é o som
ouvido na periferia pulmonar durante a
3.4.1 Sons normais
respiração não forçada. Ao contrário dos
• Som traqueal: de caráter tubular, aus- anteriores, ele é ouvido apenas durante
cultado nas duas fases do ciclo respira- a inspiração e no início da expiração. O
tório, à altura da traqueia; mais intenso componente inspiratório provém dos sons
na expiração; gerados por um fluxo turbulento, dentro
• Respiração brônquica: variante do som dos brônquios lobares e segmentares,
traqueal, ouvido sobre as zonas de pro- enquanto o componente expiratório, mais
jeção dos brônquios maiores, nas duas fraco, provém de vias aéreas centrais maio-
fases do ciclo respiratório. Sons brôn- res. Já em brônquios menores, a velocidade
quicos são normalmente audíveis sobre do gás diminui e o fluxo torna-se laminar
a região interescapulovertebral direita, e silencioso, não havendo geração de som.
pois a traqueia é contígua ao brônquio A diminuição dos sons respiratórios
principal direito, e isso não ocorre nes- normais pode estar relacionada com o grau
ta região à esquerda. Sua detecção em de obstrução das vias aéreas, em pacientes
zonas pulmonares periféricas é anormal, com DPOC ou em estado de mal asmático.
sendo frequente em consolidações do Nos casos de derrames pleurais, devido à
parênquima pulmonar. Sons brônquicos barreira criada entre o pulmão e o tórax,
podem, também, ser causados por derra- também é possível identificar a diminuição
mes pleurais (por atelectasias do pulmão ou a abolição daqueles sons.
subjacente, o que altera suas propriedades
acústicas), ou quando lobos superiores 3.4.2 Sons adventícios
atelectasiados transmitem o som traqueal Os sons ou ruídos adventícios são altera-
diretamente para a parede torácica; ções da ausculta normal. Quando identi-

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200 CAPÍTULO 9 Exame Físico do Sistema Respiratório

ficados, devem ser descritos quanto a sua mais adequada a designação de estertores
localização, cronologia e intensidade. Desde finos e grossos.
as descrições de Laënnec para os sons res- Os estertores foram incialmente atri-
piratórios anormais, muitas modificações buídos por Laë nnec ao borbulhamento
e propostas de padronização das termino- de ar através das secreções das vias aéreas.
logias foram feitas, sendo que, em 1977 a Embora alguns estertores possam resultar
American Thoracic Society aceitou reco- de acúmulo de secreções, estes desapare-
mendações da Sociedade Internacional de cem rapidamente após a tosse, como os
Sons Pulmonares, que propôs os termos: estertores grossos. Todos os demais ester-
• Sons contínuos: de caráter musical, sobre- tores resultam da abertura das vias aéreas,
põem-se ao som vesicular, podendo ser fechadas na expiração precedente, como os
audíveis em qualquer fase da respiração. O estertores finos e estertores em velcro.
termo ronco é usado para denominar os Os estertores finos ocorrem no meio ou
sons graves, e sibilos para os sons agudos. final da inspiração, têm frequência alta, ou
Os roncos podem ser audíveis em indiví- seja, são agudos e de curta duração; não se
duos com excesso de secreções em vias aéreas modificam com a tosse e podem ser com-
e originam-se nas vibrações das paredes parados ao ruído produzido pelo atrito de
brônquicas e do conteúdo gasoso, quando há um punhado de cabelos junto ao ouvido, e
estreitamento desses ductos, seja por espasmo são predominantemente audíveis nas bases
ou edema da parede ou, principalmente, por pulmonares. Na pneumonia e no edema
secreções a ela aderidas. Ocorrem tanto na pulmonar decorrente da insuficiência ven-
inspiração quanto na expiração. São fugazes e tricular esquerda, os estertores são produ-
mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto zidos pela abertura sequencial de vias res-
período de tempo. piratórias anteriormente fechadas em razão
Já os sibilos originam-se de vibrações das da pressão exercida pela presença de líquido
paredes bronquiolares e de seu conteúdo ou exsudato no parênquima pulmonar.
gasoso, e ocorrem tanto na inspiração, quanto Estertores inspiratórios tardios de alta
na expiração. São múltiplos e disseminados, frequência e profusos “em velcro”, por
quando observados em doenças que acome- analogia do som produzido pelo velcro se
tem toda a árvore brônquica, como o que abrindo, são típicos das doenças intersticiais
acontece na asma, bronquite, neoplasias fibrosantes basais, como a fibrose pulmonar
endobrônquicas ou com corpo estranho nas idiopática e a asbestose. Ocorrem devido à
vias aéreas, ocluindo a luz do brônquio. abertura de vias aéreas anteriormente fecha-
O estridor é um som musical de alta fre- das por alteração dos tecidos de suporte das
quência, que pode ser observado em indiví- paredes brônquicas.
duos com edema de glote ou com laringite. Estertores grossos têm frequência menor
• Sons descontínuos: explosivos, intermi- e duração maior que os finos. Sofrem nítida
tentes e de curta duração (abaixo de 20 alteração com a tosse e podem ser ouvidos
ms). São representados pelas crepitações em todas as regiões do tórax. São audíveis no
ou estertores finos ou grossos. início da inspiração e em toda a expiração.
Estertores são sons anormais que podem Os estertores grossos parecem ter ori-
ser audíveis na inspiração e na expiração. A gem na abertura e fechamento de vias res-
designação de estertores crepitantes e sub- piratórias que contêm secreção viscosa e
crepitantes deve ser abandonada, pois ester- espessa, bem como pelo afrouxamento da
torar e crepitar são sinônimos, portanto é estrutura de suporte das paredes brônqui-

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cas. São comuns nas bronquiectasias e nas A observação clínica sistematizada propi-
bronquites. cia elementos e evidências para a realização
Outro som anormal é o atrito pleural, das hipóteses diagnósticas e, consequente-
e representa um som de duração maior e mente, norteia quais os exames necessários
frequência baixa, de tom grave, o que torna para a confirmação dessas hipóteses clínicas.
fácil, portanto, distingui-lo dos estertores. Os exames de imagem, como a radio-
Audível no final da inspiração e no início da grafia simples do tórax, as técnicas digitais
expiração, é comparado ao ranger de couro como a tomografia computadorizada e o
novo. É encontrado nos casos de pleurite ultrassom de tórax, são importantes para a
seca, devido ao espessamento dos folhetos confirmação de alguns diagnósticos.
pleurais inflamados deslizando na inspira- O ultrassom, por exemplo, tem se mos-
ção e expiração. trado útil em pacientes críticos admitidos
em unidades de emergência, para o auxílio
3.4.3. Ausculta da voz diagnóstico de pneumonias, edema pul-
Para completar o exame físico dos pulmões, monar, derrame pleural e pneumotórax,
ausculta-se a voz falada e a voz cochichada. e pode ser realizado à beira do leito, com-
Com o paciente sentado, coloca-se o plementando rapidamente o exame clínico.
estetoscópio nas linhas hemiclaviculares, Entretanto, o seu custo dificulta, atualmen-
axilares médias e regiões interescapulo- te, a aplicação de rotina, mas os benefícios
vertebrais e solicita-se que o paciente fale são comprovados em pacientes críticos,
“33”, e compara-se o som obtido nos dois agilizando as confirmações diagnósticas e
hemitórax. O som obtido denomina-se res- consequentemente, orientando os trata-
sonância vocal. mentos adequados.
A ressonância vocal é mais intensa no A tecnologia aumentou a precisão dos
ápice do pulmão direito, nas regiões interes- diagnósticos; porém, o papel humanístico
capulovertebrais e esternal superior, ou seja, do médico no atendimento, desenvolvendo
nas mesmas áreas em que se ausculta res- o raciocínio clínico, conduzindo o trata-
piração broncovesicular. mento e aliviando os sintomas, é insubs-
Aumento da ressonância vocal ou tituível na prática clínica. O médico, com
broncofonia ocorre condensação pulmo- seu conhecimento e habilidade, deve inte-
nar, na inflamação de origem infecciosa grar a interpretação dos resultados obtidos
(pneumonia), neoplásica ou em estruturas pelos exames com os sinais e sintomas iden-
pericavitárias. A diminuição da ressonância tificados na avaliação clínica.
vocal ocorre no espessamento pleural, no Revise os pontos abordados nesse capítu-
derrame pleural e na atelectasia. lo, sintetizados no quadro resumo.

RESUMO
Interrogatório dirigido • Hábitos de vida: fumo;
• Tosse, escarro, febre, chiado;
• Dispneia; escala mMRC;
• Imunização; exposições ambientais e ocupacionais.
Divisão topográfica • Ângulo de Louis;
do tórax • Linhas: medioesternal, paraesternal, hemiclavicular, axilares.

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Inspeção • Formato da caixa torácica;


• Abaulamentos, retrações;
• Frequência respiratória;
• Tipos de respiração;
• Sinal de Hoover;
• Alterações do ritmo: de Cantani, de Kussmaul, de Cheyne Stokes, de Biot;
• Sinal de Lemos Torres;
• Retrações respiratórias.
Palpação • Expansibilidade; simetria;
• Frêmito toracovocal;
• Sensibilidade.
Percussão • Digitodigital;
• Som claro pulmonar ou ressonância.
Ausculta • Preparo; posicionamento; ambiente silencioso;
• Sons normais: traqueal, respiração brônquica, vesicular;
• Ruídos adventícios: roncos, sibilos, crepitações, atrito pleural.

DISCUSSÃO DO CASO CLÍNICO


Agora que estudou o Exame Físico do Sistema Respiratório, retorne ao início do capítulo, releia os
estudos de caso e responda as questões norteadoras propostas. A discussão é apresentada, a seguir.
CASO CLÍNICO 1
Considerações sobre o caso clínico — agrupando sintomas e sinais e concluindo as hipóteses
diagnósticas.
1.Quais os sintomas e sinais clínicos que orientam as hipóteses diagnósticas?

2.Identifique, os indicadores que caracterizam gravidade, cronicidade, exposição ambiental, ocupa-


cional, e fatores de risco para doenças respiratórias.

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GLOSSÁRIO

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BIBLIOGRAFIA
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Rev Med (São Paulo). 2013; 92(4):236-41. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1679-
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modalidades ventilatórias. J Bras. Pneumol. São Paulo, 2013.
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Elsevier, 2015: 22-54.

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Manual de
EXAME
FÍSICO
FERNANDO VEIGA ANGÉLICO JÚNIOR
ASPÁSIA BASILE GESTEIRA SOUZA

Manual de Exame Físico tem por propósito ser uma ferramenta de consulta para o estudante
dos cursos de graduação em Medicina que adotam metodologias ativas de aprendizagem
desenvolvidas para estimular a autonomia intelectual do aluno e promover o uso de diver-
sas habilidades do pensamento, como interpretar, analisar, sintetizar, classificar, relacionar
e comparar.
Os capítulos deste manual foram estruturados a partir de uma formatação que favorece a
leitura e o raciocínio, com casos clínicos, perguntas norteadoras de estudo, fotos demons-
trativas, e espaços para o leitor elaborar um glossário conforme sua própria necessidade. Ao
longo dos textos, o leitor encontrará chamadas com dicas, alertas, fontes para a busca de
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físico dos diferentes sistemas, e propedêutica da dor, com informações para a prática
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Manual de Exame Físico conta com 2 editores, 26 colaboradores de renomadas institui-
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co-leitor estudantes de Medicina e está indicado para graduandos e equipe multiprofissional
da área da saúde.

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