Você está na página 1de 18

i

Jamal Abaina

Educação Para Igualdade de Género

Curso de licenciatura em Ensino Básico


(Ensino a distância)

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo delgado
2023
ii

Jamal Abaina

Educação Para Igualdade de Género

Curso de licenciatura em Ensino Básico


(Ensino a distância)

Trabalho individual de carácter avaliativo, apresentado no


Departamento de ciências de educação e psicologia; Curso de
licenciatura em ensino básico (ensino à distancia), recomendado
na cadeira de Temas Transversais sob orientação do docente:
Adriana Sualehe Essimela Correia

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo delgado
2023
iii

Índice
Introdução.....................................................................................................................................................4

Educação para igualdade de gênero.............................................................................................................5

Igualdade de genero e capacitação das mulheres.........................................................................................5

Protocolo da SADC sobre o Género e o Desenvolvimento.........................................................................6

Educação para a promoção de igualdade de gênero.....................................................................................6

Resistencia das mulheres às desigualdades..................................................................................................8

A educação como elemento de resistencia a igualdade de gênero...............................................................9

Fatores tradicionalmente preservados e aceitos pela sociedade no brasil....................................................9

O contexto favorável às mudanças...............................................................................................................9

Resistencia das mulheres às desigualdades................................................................................................10

A educação como elemento de resistencia a igualdade de gênero.............................................................10

Trabalho, uma questão de extremo desrespeito.........................................................................................11

O feminismo em busca da igualdade e alguns aspectos da legislação.......................................................12

Acções que promovem a igualdade de gênero...........................................................................................13

Promoção da igualdade e equidade de género...........................................................................................14

Boas práticas de Igualdade de Género.......................................................................................................14

Igualdade de gênero...................................................................................................................................14

Factos da desigualdade...............................................................................................................................14

Promover a igualdade de género................................................................................................................15

Gênero, feminismo e sexualidade..............................................................................................................15

Relações de Gênero e a postura do docente na vivência escolar...............................................................16

Sexualidades...............................................................................................................................................16

Sexo e Gênero............................................................................................................................................17

Conclusão...................................................................................................................................................18

Bibliografia.................................................................................................................................................19
4

Introdução
O presente trabalho é da cadeira de Temas Transversais intitulado por Educapação para
igualdade de Genero.
O mesmo, feito a partir de consultas bibliograficas obtidas na biblioteca virtual e estrao citadas
ao logo do trabalho.

O trabalho apresenta a seguinte ordem: capa, índice, introdução, desenvolvimento (resumo),


conclusão e referências bibliográficas.
5

Educação para igualdade de gênero


Como meio privilegiado de socialização, a escola tem como missão promover a igualdade de
oportunidades e educar para os valores do pluralismo e da igualdade entre homens e mulheres.
Urge, desenvolver um esforço para a eliminação da discriminação em função do género e,
consequentemente, de relações de intimidade marcadas pela desigualdade e pela violência,
constituindo-se parte essencial da educação para os direitos humanos, para o respeito pelos
direitos e pelas liberdades individuais na perspetiva da construção de uma cidadania para todos.
De entre os diversos documentos internacionais ratificados por Portugal destaca-se a CEDAW -
Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres -
documento adotado em 1979 pela Assembleia Geral da ONU, no qual foi definido o que
constitui discriminação contra as mulheres e foi apresentada uma agenda de atividades nacionais
visando acabar com essa discriminação.
A igualdade de género é um direito humano. As mulheres têm o direito de viver com dignidade e
com a liberdade das carências e do medo. A igualdade de género é também uma condição prévia
para o avanço do desenvolvimento e redução da pobreza: mulheres poderosas contribuem para a
saúde e produtividade das famílias e comunidades inteiras, e melhora as perspectivas para a
próxima geração.

Igualdade de genero e capacitação das mulheres


Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tem a visão de uma região
industrializada pacífica, inclusiva, competitiva e de rendimento médio a alto, onde todos os
cidadãos gozam do bemestar económico sustentável, justiça e liberdade. Os Estados-Membros da
SADC comprometeram-se, no n.º 2 do Artigo 6 do Tratado da SADC, a não discriminar qualquer
pessoa com base, entre outros aspectos, no sexo ou no género. Os Estados-Membros da SADC
comprometeram-se a integrar o género no seu Programa de Acção e iniciativas de
Fortalecimento Comunitário como um pré-requisito para o desenvolvimento sustentável. Os
objectivos de aprofundar a integração regional e reforçar a consolidação comunitária só podem
ser alcançados através da eliminação das desigualdades de género e da marginalização das
mulheres e raparigas em toda a região da SADC. Por esta razão, é da maior importância que
políticas, legislação, programas, projectos e actividades adequadas destinadas a assegurar a
igualdade de género e a capacitação das mulheres sejam implementados em todos os Estados-
Membros da SADC.
6

Protocolo da SADC sobre o Género e o Desenvolvimento


Os Chefes de Estado e de Governo da SADC adoptaram o Protocolo da SADC sobre o Género e
o Desenvolvimento em Agosto de 2008 e o instrumento entrou em vigor em 2013. Catorze (14)
EstadosMembros são partes contratantes do Protocolo da SADC sobre o Género e o
Desenvolvimento. O Protocolo foi revisto em 2016 para o alinhar com os Objectivos e Metas de
Desenvolvimento Sustentável pós-2015, a Agenda 2063 da União Africana e o Relatório de
Avaliação de Beijing Plus 20. Apenas doze (12) Estados-Membros assinaram o Acordo que
altera o Protocolo da SADC sobre o Género e o Desenvolvimento, nomeadamente, Angola,
Botswana, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Moçambique,
Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
O objectivo do Protocolo consiste em providenciar a capacitação das mulheres, assim como
eliminar a discriminação e alcançar a igualdade e equidade de género através da formulação e
implementação de legislação, políticas, programas e projectos sensíveis ao género na região da
SADC.

Educação para a promoção de igualdade de gênero


Moçambique é um dos países que tem se comprometido através da ractificação de diferentes
tratados e convenções, para o combate às desigualdades em particular, as desigualdades de
gênero, contudo as desigualdades entre homens e mulheres prevalecem, principalmente na
educação. O presente estudo é de carácter qualitativo exploratório, baseado em entrevistas
semiestruturadas aplicadas a seis formadores e dois gestores visando compreender as estratégias
e abordagens usadas no Instituto de Formação de Professores, seleccionado para o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, que possam contribuir na promoção
da igualdade de gênero, entre os futuros profissionais da educação. Direito à educação com
igualdade de gênero
Avanços jurídicos e políticos no sentido de garantir a igualdade de gênero na educação
encontram fortes obstáculos para a sua concretização nas escolas de diversos países da América
Latina e do Caribe, devido a barreiras culturais, à falta de vontade dos governos e ao avanço de
tendências fundamentalistas conservadoras e religiosas, entre outros fatores de exclusão e
desigualdade que afetam as meninas e mulheres.
7

Como Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (CLADE), temos acompanhado os


desafios e os avanços para a garantia da igualdade de gênero e o respeito à diversidade na
educação, em nossa região e no mundo.
As meninas e mulheres são discriminadas durante a educação em termos de acesso, permanência,
conclusão, tratamento, resultados de aprendizagem e escolhas de carreira, o que resulta em
desvantagens que vão além da escolaridade e do ambiente escolar.
A presença de estereótipos de gênero nos currículos, livros didáticos e processos de ensino; a
violência que enfrentam dentro e fora da escola; restrições estruturais e ideológicas, bem como a
dominação masculina em determinados campos acadêmicos e profissionais são fatores que
impedem as meninas e mulheres de reivindicar e exercer o direito humano à educação em
condições de igualdade.
A Recomendação Geral n° 36 do Comitê CEDAW da ONU aponta alguns desses desafios e
sugere aos Estados que promulguem e apliquem leis, políticas e procedimentos apropriados para
proibir e combater a violência contra meninas e mulheres nas instituições educativas e nos seus
entornos. Propõe também que sejam desenhados e aplicados currículos obrigatórios com
informações integrais sobre saúde e direitos sexuais e reprodutivos

Resistencia das mulheres às desigualdades


A luta das mulheres pela igualdade teve grande contribuição da ciência. Pesquisas revelaram que
as mulheres têm capacidades iguais aos homens, nos mais variados aspectos. A difusão de tais
estudos engrossou os movimentos feministas, organizações de classes entre outras, levando junto
outros seguimentos sociais, também descriminados, como é o caso dos homossexuais e minorias
afro descentes e indígenas. Segundo MMTR/RS (1999), foi constatado que desde a segunda
metade do século XIX, as mulheres já faziam parte de movimento sociais, como é o caso da
abolição da escravatura. No século XX, elas passaram a fazer parte de partidos políticos, mais
tarde ingressaram na produção industrial e na luta contra a ditadura no período militar.
Junto com o surgimento dos movimentos sociais e, populares, muitas mulheres que viviam no
campo tomaram a iniciativa de se organizar como forma de reivindicar seus direitos, como o
“Movimento de Mulheres Agricultoras em Santa Catarina e a Organização de Mulheres da Roça
no Rio Grande do Sul”, (MMTR/RS, 1999).
8

A educação como elemento de resistencia a igualdade de gênero


A educação, oferecida de forma gratuita e obrigatória a sociedade brasileira, ainda não
contempla um modelo educacional genuinamente nacional, há sempre algum elemento resultante
de cópias externas além, é claro, do abismo que se formou entre a educação e as mudanças
processadas no contexto da evolução tecnológica e das descobertas cientificas, ocorridas nas
últimas décadas. Dessa forma, tem como resultado uma educação deficiente que forma cidadãos
com deficiência intelectual, incapazes de promover mudanças que levem às transformações tão
requeridas pela sociedade.
De acordo com Oliveira (2001), ainda que escola e os movimentos sociais ensinem de forma
pacífica ambos têm de habitual o sentido político do processo educacional, tanto a escola como
os movimentos sociais, na opinião da autora, devem ser lugares favoráveis ao desenvolvimento
de uma educação crítica, emancipatória. Entende-se, portanto, que o verdadeiro papel da escola e
dos movimentos que mobilizam a sociedade, por uma determinada causa, deve contribuir,
fundamentalmente para a construção de conhecimentos fundamentais as transformações sociais
de equidade, de uma sociedade mais justa e fraterna.

Fatores tradicionalmente preservados e aceitos pela sociedade no brasil


A história dos povos e sua formação social, política, econômica, cultural, jurídica entre outras,
reúnem um conjunto de fatores que expressam as ideias, os valores, a cultura concebidos,
formados ou absorvidos, princípios éticos, concepções filosóficas, sociológicas, religiosas,
ideológicas, culturais e, sobretudo biológicas que serviram de orientação para conduzir as
sociedades na formação de conceitos sobre diferenças físicas, direitos conquistados, garantidos
e/ou atribuídos segundo a natureza dos papeis ou funções desempenhadas por cada um dos
membros integrantes da sociedade em que fazem parte, quais sejam, os gêneros masculino e
feminino.

O contexto favorável às mudanças


Diante das novas demandas do mundo moderno, intensificaram-se, principalmente no limiar do
século XXI, as lutas pela liberdade em seus diversos aspectos e nos mais variados âmbitos de
atuação: cultura, política, economia, educação, produção, esporte, trabalho, na dinâmica das
relações sociais, no desempenho de altas funções nos mais diversos campos de atuação etc.
Frente a esses novos desafios, surgem novas ideias e, consequentemente a mudanças de
mentalidade, ambiente favorável que permitiu ao sexo feminino conquistar novos espaços na
9

sociedade, porem vistos ainda como minoria. As novas ideias fortaleceram movimentos de
classes, que cada vez mais ganharam expressividade, diante da dinâmica tecnológica e do
desenvolvimento da ciência, bem como das novas exigências e necessidades do mundo moderno.
De acordo com Mota apud Duque, (2000, p.41), “a situação da mulher, nos últimos tempos vem
se redefinindo, tomando novo vigor tanto nas relações sociais quanto na produção, sendo que
essa reorganização provocou um equilíbrio dentro do novo contexto que se desenha na
atualidade”.

Resistencia das mulheres às desigualdades


A luta das mulheres pela igualdade teve grande contribuição da ciência. Pesquisas revelaram que
as mulheres têm capacidades iguais aos homens, nos mais variados aspectos. A difusão de tais
estudos engrossou os movimentos feministas, organizações de classes entre outras, levando junto
outros seguimentos sociais, também descriminados, como é o caso dos homossexuais e minorias
afro descentes e indígenas. Segundo MMTR/RS (1999), foi constatado que desde a segunda
metade do século XIX, as mulheres já faziam parte de movimento sociais, como é o caso da
abolição da escravatura.

A educação como elemento de resistencia a igualdade de gênero


A educação, oferecida de forma gratuita e obrigatória a sociedade brasileira, ainda não
contempla um modelo educacional genuinamente nacional, há sempre algum elemento resultante
de cópias externas além, é claro, do abismo que se formou entre a educação e as mudanças
processadas no contexto da evolução tecnológica e das descobertas cientificas, ocorridas nas
últimas décadas. Dessa forma, tem como resultado uma educação deficiente que forma cidadãos
com deficiência intelectual, incapazes de promover mudanças que levem às transformações tão
requeridas pela sociedade.
De acordo com Oliveira (2001), ainda que escola e os movimentos sociais ensinem de forma
pacífica ambos têm de habitual o sentido político do processo educacional, tanto a escola como
os movimentos sociais, na opinião da autora, devem ser lugares favoráveis ao desenvolvimento
de uma educação crítica, emancipatória. Entende-se, portanto, que o verdadeiro papel da escola e
dos movimentos que mobilizam a sociedade, por uma determinada causa, deve contribuir,
fundamentalmente para a construção de conhecimentos fundamentais as transformações sociais
de equidade, de uma sociedade mais justa e fraterna.
10

Conforme Fischer e Marques (2001, p. 07-08) “A educação, seja a informal doméstica, seja a
instrução escolar, se constitui numa das bases da exclusão e da violência contra o feminino,
disseminada em vários contextos da sociedade (…)”. Sendo assim, é preciso avançar,
preferencialmente na formação intelectual (pesquisa e extensão) para que uma mobilização
popular associada ao engajamento da luta pela desmistificação de estereótipos e quebra de
preconceitos, esvaziamento de conceitos e concepções tradicionais que atuam desfavoravelmente
no processo educativo. Paulo Freire (1989), em suas análises sobre a questão educacional,
referente à formação do sujeito, nos ensina que o verdadeiro sentido da educação é contribuir
para que o oprimido possa lutar pela transformação da realidade, isto é, libertar-se da condição
de oprimido.

Trabalho, uma questão de extremo desrespeito


Os movimentos feministas de resistência e busca por igualdade de direitos já teve resultados
positivos no âmbito da legislação, como a definição de políticas que objetivam promover,
ativamente a
11

eliminação das formas de discriminação e exclusão sobre os direitos das mulheres e desenvolver
ações de apoio à participação feminina nas tomadas de decisões do país. Conforme Fischer e
Marques (2001, p. 05), “a exclusão da mulher [no trabalho] não encontra explicações nas
conjunturas econômicas”. Para as autoras, a hierarquia do patriarcado mantém a mulher numa
condição de inferioridade atribuindo-lhe funções de trabalho gratuito o que, segundo elas, é de
“grande relevância para a sociedade pensada para o homem” (FISCHER e MARQUES, 2001, p.
05).
Nesse contexto, vale ressaltar o que diz respeito à violência e o assédio sexual, que talvez, sejam
os mais difíceis de serem combatidos ou eliminados, pelo fato de ocorrerem no recinto
doméstico e no trabalho. “No caso do Brasil, a violência exercida contra a mulher tem se
constituído em preocupação de pesquisadores e pesquisadoras, juntamente com a luta pelo
direito à cidadania nos âmbitos jurídico, educacional, sexual e econômico…” (FISCHER E
MARQUES, 2001, p. 06). A violência, manifestada em várias formas é um problema enfrentado
diariamente pelas mulheres, onde os mais frequentes são as agressões domésticas e o assédio
sexual.

O feminismo em busca da igualdade e alguns aspectos da legislação


12

As abordagens sobre a igualdade de gênero, a adoção de medidas e políticas no combate às


desigualdades e a atenção especial dos organismos governamentais à causa das mulheres torna-se
um imperativo, na medida em que, as ações definidas, estrategicamente sobre a questão
feminista, ainda não garantiram, efetivamente, mudanças significativas nos processos
discriminatórios contra as mulheres, principalmente das classes menos favorecidas,
afrodescendente e de origem indígena. Assim, a luta pela ampliação dos direitos ainda está muito
longe de se concretizar de fato e equiparar-se aos do sexo masculino.
Nessa perspectiva, vale ressaltar que os direitos de igualdade já estão garantidos em lei, o
problema é a observação dessas leis que, no caso do Brasil, precisam ser reforçadas por outras
leis. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela ONU (Organização das
Nações Unidas), estabelece em seu artigo 2º. que: Todos os seres humanos podem invocar os
direitos e as liberdades proclamadas e presentes nessa Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra de
origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso,
não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país
ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela,
autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania, (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS HUMANOS, 2009.

Acções que promovem a igualdade de gênero


Em 2017, uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial mostrou que a desigualdade de gênero no
mundo é de 32% – ou seja, mulheres têm apenas 68% dos direitos, oportunidades e recursos
acessados pelos homens no mundo. Essas diferenças e a velocidade com que trabalhamos para
diminuí-las variam de país para país. Mas, segundo o estudo, se mantivermos as condições
atuais, serão necessários 100 anos para que todas as pessoas, independentemente do sexo
biológico e da orientação sexual, vivam de forma igualitária.
Apesar de ainda termos um longo caminho pela frente, cada vez mais o mundo se conscientiza
de que é preciso agir para combater a desigualdade de gênero – que, em muitas partes do mundo,
é potencializada pela associação a outros tipos de discriminação, como racismo, xenofobia,
homofobia etc. Ao longo dos anos, os benefícios da igualdade de direitos vão ficando evidentes.
Um estudo da Organização Mundial do Trabalho, por exemplo, mostrou que, se até 2025 todos
os países reduzissem a diferença da participação entre mulheres e homens no mercado de
13

trabalho em 25%, o mundo teria um aumento de 204 milhões na força de trabalho – o que
injetaria 5,8 trilhões de dólares no PIB global.

Promoção da igualdade e equidade de género


O Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS) capacitou, no ano passado, 3840
pessoas provedoras de serviços públicos em matéria de igualdade e equidade de género, e 7901
mulheres em matéria de empreendedorismo e gestão de negócios. No mesmo período, 337
instituições públicas e 171 privadas foram sensibilizadas para a inclusão de mulheres nos cargos
de gestão e tomada de decisão.
Por outro lado, no âmbito da assistência às vítimas de violência baseada no género (VBG), 3.351
pessoas acederam aos Centros de Atendimento Integrado (CAI) em diferentes pontos do país,
enquanto outras 8376 vítimas de violência receberam apoio psicossocial. Refira-se que o ano
2022 testemunhou a campanha nacional contra violência baseada no género.

Boas práticas de Igualdade de Género


✓Adoção de medidas de discriminação positiva em favor do sexo sub-representado no
recrutamento e seleção
✓Promoção de forma sistemática de contratação de homens e mulheres para áreas onde estejam
sub-representados/as
✓Promoção de uma representação mais equilibrada de homens e mulheres nas diversas
categorias profissionais, principalmente nas de quadro de chefia, formalizando uma política que
a enquadre

Igualdade de gênero
A Igualdade entre mulheres e homens é uma questão de direitos humanos e uma condição de
justiça social, sendo igualmente um requisito necessário e fundamental para a igualdade, o
desenvolvimento e a paz. A Igualdade de Género exige que, numa sociedade, homens e mulheres
gozem das mesmas oportunidades, rendimentos, direitos e obrigações em todas as áreas.

Factos da desigualdade
As mulheres têm uma esperança de média de vida mais elevada que os homens, o que torna o
apoio social muitas vezes insuficiente, dado que as mulheres estão sempre sobrecarregadas com
o apoio a terceiros. Os cuidados de crianças, doentes e velhos recaem predominantemente sobre
as mulheres.
14

As mulheres e crianças são as grandes vítimas da exploração sexual.


O desemprego afeta mais mulheres que homens.
Por estarem mais sobrecarregadas, com a multiplicidade de tarefas domésticas e trabalho, as
mulheres sofrem com a indisponibilidade de tempo para cuidar delas próprias.
As políticas e serviços de saúde não estão ainda adaptados às necessidades de um género com
“menos” tempo.

Promover a igualdade de género


O sucesso das políticas e das medidas destinadas a apoiar ou a reforçar a promoção da igualdade
entre os sexos e a melhoria do estatuto das mulheres, deve basear-se na integração de uma
perspetiva de género nas políticas gerais relacionadas com todas as esferas da sociedade, assim
como na implementação, a todos os níveis, de ações com suporte institucional e financiamento
adequado.
A IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, realizada em 1995, marcou sem dúvida a
agenda política internacional sobre a questão da igualdade de género. Dela saiu um documento
exaustivo onde constam os grandes objetivos estratégicos e respetivas medidas que têm orientado
os governos na implementação de políticas de promoção da igualdade de género.

Gênero, feminismo e sexualidade


As relações de gênero referem-se às relações sociais de poder entre homens e mulheres, em que
cada um tem seu papel social que é determinado pelas diferenças sexuais. Este tipo de relação
desigual imposto pela sociedade antes mesmo da criança entrar na escola é comum no espaço
escolar, que apenas reforça os preconceitos e privilégios de um sexo sobre outro e ajuda na
construção da identidade sexual das meninas e dos meninos, utilizando-se da disciplina como
instrumento para orientar a conduta das crianças segundo seu gênero.
O conceito de gênero que pretendemos enfatizar está ligado diretamente à história do movimento
feminista contemporâneo, um movimento social organizado, usualmente remetido ao século XIX
e que propõe a igualdade nas relações entre mulheres e homens através da mudança de valores,
de atitudes e comportamentos humanos.
Apesar de o movimento feminista ser evidenciado a partir do século XIX, sua primeira voz
surgiu ainda no século XIV, quando Christine Pisan, primeira mulher indicada a ser poeta oficial
da corte, mostrou seu discurso articulado de maneira consciente em defesa dos direitos da
mulher, polemizando com escritores renomados acerca da igualdade entre sexos. Para tanto:
15

Afirmou a necessidade de se dar às meninas uma educação idêntica à dos meninos: “Se fosse
costume mandar as meninas à escola e ensinar-lhes as ciências, como se fazem aos meninos, elas
aprenderiam da mesma forma que estes compreenderiam as sutilezas das artes e ciências, tal
como eles” (MOREIRA e PITANGUY, 2003, p.19)

Relações de Gênero e a postura do docente na vivência escolar


A escola/professor (a) lida com a relação de gênero no seu cotidiano, mas na maioria das vezes
não percebe suas influências na constituição das subjetividades nas crianças que quase sempre
são identificadas (de acordo com o gênero) como meninos e meninas. Um exemplo dessa
evidência ocorre dentro da sala de aula quando o (a) docente conta quantos meninos e quantas
meninas têm na sala e depois pergunta o total. Nesse sentido, é possível observar que as relações
de gênero tem sido alvo de ensinamento dos adultos em relação às crianças, no qualdefinem o
que pode e o que não pode ser feito pelas crianças na vivência de sua sexualidade.
Sendo assim, a sexualidade é algo definido pelos adultos em que não se permite que a criança
fale, pense ou sinta tudo o que ela deseja, mas determina o modo de meninos e meninas tratarem
com a sexualidade. Para tanto, é importante explicitar que a criança elabora suas próprias
respostas e teorias para estas questões sexuais. Com afirma Camargo e Ribeiro, (1999, p. 34):
[...] a infância é falada na voz do adulto e de acordo com seu pensar[...], esquecendo-se de que a
sexualidade é uma dimensão da existência, que não tem idade[...] e esquecendo-se também de
que a criança elabora suas próprias teorias sexuais de acordo com suas vivências em um estilo
pessoal, individual, único.

Sexualidades
A sexualidade envolve as práticas eróticas do ser humano, suas escolhas de relação afetiva e
objetos de desejo. Do mesmo modo que gênero, a sexualidade é culturalmente estabelecida e tem
distinções em diferentes grupos e culturas. O conceito de sexualidade, no ocidente, está
intimamente ligado ao de gênero. Na hierarquia das sociedades ocidentais em geral, a
heterossexualidade ocupa a posição superior e, logo, a homossexualidade é socialmente
compreendida como inferior. Em outras palavras, na sociedade em que vivemos, considera-se
normal ser heterossexual. Podemos falar então que a sexualidade é marcada por práticas
heteronormativas.
16

Sexo e Gênero
As ciências sociais tem feito nos últimos anos uma distinção entre os conceitos de sexo e gênero.
Pode-se dizer que sexo está relacionado às distinções anatômicas e biológicas entre homens e
mulheres. O sexo é referente a alguns elementos do corpo como genitálias, aparelhos
reprodutivos, seios, etc. Assim, temos algumas pessoas do sexo feminino (com vagina/vulva),
algumas pessoas do sexo masculino (com pênis) e pessoas intersexuais (casos raros em que
existem genitais ambíguos ou ausentes).
Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do sexo biológico. Este conceito faz
uma distinção entre a dimensão biológica e associada à natureza (sexo) da dimensão social e
associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades ocidentais definirem as pessoas como
homens ou mulheres desde seu nascimento, com base em suas características físicas do corpo
(genitálias), as ciências sociais argumentam que gênero se refere à organização social da relação
entre os sexos e expressa que homens e mulheres são produtos do contexto social e histórico e
não resultado da anatomia de seus corpos.
17

Conclusão
Chegados ao fim do trabalho, percebi que as mulheres têm capacidades iguais aos homens, nos
mais variados aspectos, a escola tem como missão promover a igualdade de oportunidades e
educar para os valores do pluralismo e da igualdade entre homens e mulheres.
18

Bibliografia

Camargo e Ribeiro.Escola p[ara todos.1999

FISCHER e MARQUES.Equidade de género.2001.

MEC, UNESCO, (1999). Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação
para o Século XXI. 2ª Edição. São Paulo: Cortez; Brasília:

MOREIRA e PITANGUY, 2003, Patrícia Lilian (sd). Interfaces: Educação e Sociedade.2003.


ONU Plano Estratégico de Educação. 2003.

SADC. Direitos Humanos.2008

Você também pode gostar