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Unidade II
5 SISTEMA DE INFORMAÇÕES COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA (VC)
Um software de gestão empresarial mais conhecido como ERP (Planejamento dos Recursos
Empresariais) é uma ferramenta de trabalho. Trata-se de sistema de computador (software) composto
de vários módulos que se integram com o objetivo de tratar ou processar os dados transformando-os
em informações decorrentes.
Um sistema de ERP pode ser visto como um reforço para a concentração de esforços nas armas
adequadas aos campos da competição. Por hipótese, permite a elevação do grau de excelência das
armas usadas pela empresa dentre aquelas armas que o ERP pode contemplar.
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Ultiliza TI — Utiliza TI
Utiliza TI
para reduzir para melhorar
para criar
custos de qualidade
Papel novos
processos — Utiliza TI
da TI produtos
empresariais para ligar
ou serviços a empresa
a clientes e
fornecedores
Foi dado destaque à necessidade de o sistema de informações estar associado e derivar da visão de
futuro da organização, visão construída com estratégias (corporativa, de posicionamento e competitiva),
com elementos da funcionalidade interna e elementos da gestão sistêmica. Desta forma, a visão de
futuro tem uma característica essencialmente quantitativa, assemelhando‑se a um perfil organizacional
complexo desejável no futuro para a organização.
O sistema de informações deve estar, assim, intimamente articulado com os objetivos futuros da
organização. Mas quando se fala em sistema de informações estratégicas, destaca-se o sistema de
informações gerenciais – contrapondo-se ao sistema de informações operacionais.
Dentro de uma organização, gerentes diferentes têm tipos diversos de necessidades de informações,
e uma perspectiva de informação como um sistema dinâmico permite esses vários tipos de informação.
O nível mais alto da administração, que é responsável pela formulação e pela implementação da visão de
longo alcance, tem necessidade de informações de natureza ampla e de cunho essencialmente estratégico.
Este nível de informação não é apropriado para o nível operacional. Um operador geralmente requer
informações detalhadas sobre as operações do dia a dia, e não a informação ampla e estratégica. Cada
nível gerencial, cada função requer um tipo específico de informação, e a norma da eficiência exige que
a informação fornecida deva ser igual à requerida pelo solicitante. Um sistema de informações deve
prover tanto a informação de cunho estratégico quanto a de cunho operacional.
Sistemas desse tipo, que coletam, armazenam, processam e disponibilizam informações para todos
os níveis organizacionais, são denominados Sistemas de Informações Gerenciais (SIG).
Antes de definir os tipos de sistema de informações, cabe relembrar os elementos básicos de TI para
formação e alimentação de sistemas
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Dado é a unidade bruta, sem complemento ou descrição, mas de sentido único de uma informação,
por exemplo: 42, o que podemos afirmar sem medo de errar sobre esse dado é que ele é um número,
somente isso. Isto é um dado, e é a menor unidade que forma um sistema de informações.
Sabemos que um SIG é abrangente e produz todas as informações necessárias para todos os
níveis dentro da organização. Para ser uma ferramenta útil, a informação deve ser completa, precisa e
apropriada para a tarefa e deve ser recebida pelo destinatário com pontualidade.
A. Subsistemas do SIG
É sabido que os gerentes precisam tomar decisões rotineiras e não rotineiras. Cada uma dessas decisões
requer formas diferentes de informação, e sistemas de informação diferentes são criados para auxiliar
a administração em suas tomadas de decisão. Sistemas de Informação Gerencial (SIG) fornecem
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Precisam ser compilados e classificados; às vezes, requerem cálculos e, finalmente, precisam ser
resumidos de alguma forma para serem de utilidade máxima para a administração.
Esses sistemas são necessários em todos os níveis de uma organização, e embora a natureza
exata do sistema empregado seja diferente em cada caso, existem certas similaridades em todas
as situações:
• as transações precisam ser repetitivas – isto é, essencialmente, a mesma coisa todas as vezes, com
nenhuma ou poucas exceções;
• a maneira pela qual a informação é reunida, processada e apresentada deve ser bem-entendida. O sistema
de processamento de dados é caracterizado pela extrema rotina. Já que as etapas de reunir e processar
dados são bem conhecidas, frequentemente são chamadas de procedimentos padrões de operação.
O computador se adapta de forma ideal ao sistema; já que é capaz do grau necessário de precisão, pode
trabalhar com um volume muito grande de transações e não se cansa com a tarefa repetitiva.
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Unidade II
Tais rotinas também são chamadas de Sistemas Transacionais (ST) e podem incluir transações tanto
batch quanto on-line.
A maioria das decisões de negócios é de natureza rotineira. Elas se distinguem não apenas porque
se repetem com regularidade, mas também porque os parâmetros para as tomadas de decisão são
bem-entendidos. Por serem bem-entendidas, essas decisões frequentemente são chamadas de
decisões estruturadas, e a informação necessária para tomar essas decisões também é dominada
informação estruturada. Essa informação se encaixa em um formato predeterminado que é usado no
processo normal de relatórios.
A parte específica desse SIG organizacional que gera essa informação é chamada de Sistema de
Relatórios Gerenciais (SRG). Ele faz uso da informação processada pelo computador para gerar relatórios
padronizados que são utilizados por gerentes para tomarem decisões rotineiras e repetitivas.
O ritmo rápido dos negócios contemporâneos exige uma atenção constante. Ficar para trás é brincar
com o fracasso, e tomar decisões críticas baseadas em dados ruins pode assegurar um fraco desempenho
em um mercado que considera totalmente imperdoável esse tipo de desempenho.
O segundo tipo de decisões tomadas pela administração é aquele que não é repetitivo nem rotineiro.
Podem até ser decisões que serão tomadas uma única vez e são caracterizadas por sua singularidade.
Esses problemas e suas decisões são conhecidos como não estruturados, e suas necessidades com
relação à informação não são bem-conhecidas. Já que os tipos e a quantidade de informação necessária
para tomar uma decisão gerencial em uma situação não estruturada não são prontamente aparentes, é
difícil projetar um sistema para fornecer a informação, mas não é impossível. A chave para se projetar
um SAD bem-sucedido é a flexibilidade.
no processo de tomada de decisão gerencial, esse SAD requer gerentes flexíveis e que se sintam à
vontade em um ambiente incerto.
Sistemas de Apoio/Suporte à Decisão (SAD ou SSD) são ferramentas de software essenciais para o
processo decisório. Englobam todos os tipos de recursos computacionais que estejam disponíveis para
esse objetivo. Um SSD é composto de pessoas, procedimentos, banco de dados e o próprio software que
é criado para tratar situações específicas.
Corresponde a um tipo especial de SSDs e, igual a eles, é projetado para dar suporte à tomada
de decisão no mais alto escalão empresarial – visa dar suporte às ações dos membros da diretoria e
presidência ou do conselho diretor. Consolidam informações de fontes internas e externas das empresas
para a alta administração da empresa. Apresentam resultados em formas gráficas e pouco ou mesmo
não estruturados em interfaces amigáveis.
Na prática, encontramos três tipos de usos de sistemas computacionais nos níveis da alta administração:
O termo SAE corresponde ao termo em inglês Executive Support System (ESS) que, mais recentemente,
tem sido chamado de Executive Information System (EIS) – Sistema de Informação para Executivos (SIE).
Os SAEs mais conhecidos estão baseados em ideias simples e diretas: altos executivos precisam de
informação que os ajude a ter acesso aos indicadores do sucesso de sua organização e ao desempenho
de indivíduos críticos para esse sucesso. Informação é um poderoso motivador quando está sendo
visivelmente utilizado pela alta administração. A maioria já entende que informação é um recurso
corporativo.
Pode ser o catalisador para aumento da produtividade; precisa ser sob medida para as necessidades
e estilo. Em tal contexto, tais sistemas também são chamados de Sistemas Especialistas (SE).
Os sistemas de informação especialistas ou orientados aos negócios são utilizados em qualquer nível
ou área da empresa. Eles podem ser classificados em sistemas de informação de inteligência artificial
(IA), sistemas de trabalho em equipe (groupware), Sistemas de Intercâmbio Eletrônico de Dados e
Informações (EDI) e, mais recentemente, em sistemas de apoio ao ensino (e-learning):
• Sistemas de apoio ao ensino pela web (e-learning): são recursos que têm como objetivo proporcionar
o treinamento e a capacitação de pessoas e grupos de funcionários que precisam fazer a atualização
ou aquisição de novos conhecimentos, mas que estão sem tempo ou recursos para aprender da forma
convencional. Os sistemas de e-learning apresentam como vantagem o custo relativamente baixo
para o aluno, além de disponibilizar o treinamento em qualquer lugar em que se possua conexão
com a Internet. O e-learning é resultado da combinação entre o ensino e a educação a distância com
auxílio da tecnologia da informação e da telecomunicação. Trata-se de iniciativas empreendedoras
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das organizações de ensino, que viram nos recursos da Internet uma forma de levar a educação on-
line e o treinamento baseado em web para qualquer lugar do mundo, resultando, por final, naquilo
que se denomina por e-learning ou ensino a distância. Foram projetados softwares para atuarem
como salas de aula virtuais, gerando várias possibilidades de interações entre os seus participantes.
Com as ferramentas da tecnologia na web, os processos de interação em tempo real passaram a
ser uma realidade, permitindo que o aluno tenha contato com o conhecimento, com o professor e
com outros alunos, por meio de uma sala de aula virtual. De forma simples, e-learning é o processo
pelo qual o aluno aprende por meio de conteúdos colocados no computador e disponibilizados
pela Internet e em que o professor, se existir, está a distância, utilizando a Internet como meio de
comunicação, podendo existir sessões presenciais intermediárias.
3. apoio às decisões;
Sistemas de informação dentro de uma organização empresarial que apoiam uma das funções
tradicionais de empresas, como marketing, finanças, RH ou produção. Sistemas funcionais podem ser
sistemas de informação de administração ou de operações:
• marketing:
— marketing interativo;
— processamento de pedidos;
— controle de estoques.
— análise de remuneração;
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— folha de pagamento.
• produção/operação:
— controle de processos.
• contabilidade:
— contas a receber;
— contas a pagar;
— livro-razão geral.
• finanças:
— administração de caixa;
— administração de crédito;
— administração de investimentos;
— orçamento de capital;
— previsão financeira.
Marketing, segundo o grande escritor Philip Kotler, deve considerar quatro Ps: promoção ou
propaganda, venda de produtos, desenvolvimento de preços em praças ou novos mercados para melhor
atender clientes atuais e potenciais.
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• numa indústria de manufatura, a área de vendas foi informatizada com o objetivo de realizar
mais rapidamente e com menores possibilidades de erros as análises das vendas contendo as
diversas estatísticas dessa área, cálculo de comissão de vendedores, elaboração de gráficos de
desempenho. A empresa instalou uma rede de microcomputadores, desenvolveu uma Intranet
dentro da organização com uma Extranet envolvendo vendedores, funcionários e clientes;
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• a cada instante do dia, os gerentes e o pessoal da média e da alta administração das diversas áreas
da organização podiam observar os dados de vendas acumuladas até o momento, SIGs com totais
acumulados na semana ou no mês, os totais de cada mês anterior ou de cada semana anterior, os
gráficos do que foi vendido baseado em estatísticas anteriores. Podiam também passar instruções para
os supervisores e vendedores sobre promoções e campanhas. Os dados da programação de produção e
os diversos dados de planejamento estratégico da empresa eram fornecidos pelo sistema de ERP;
• o sistema de vendas fornecia informações valiosas de marketing para o gerente e aos supervisores de
vendas durante o expediente, que, com base nelas, tomavam as decisões necessárias para a correção
ou alteração de rumo das tarefas da área com o objetivo de atingir melhor os objetivos da área.
Conforme explica O’Brien (2007), o marketing direcionado tornou-se uma importante ferramenta no
desenvolvimento de estratégias de propaganda e promoção para os websites de comércio eletrônico de
uma empresa. O marketing direcionado é um conceito de administração de propaganda e promoção que
engloba cinco componentes-alvo:
2. Conteúdo: propaganda como cartazes eletrônicos ou banners podem ser veiculadas em várias
páginas de sites da Internet, além da home page da empresa.
3. Contexto: a propaganda figura apenas em páginas da Internet que são relevantes ao conteúdo de
um produto ou serviço.
• controle de máquina: também conhecido por Controle Numérico Direto (Direct Numerical Control
– DNC), utiliza programas de computador para máquinas-ferramenta (CNC) para converter dados
geométricos de projetos de engenharia e instruções de usinagem do planejamento de processo
em comandos que controlam as máquinas. Esse sistema é aplicado para fazer a comunicação
(enviar instruções/dados) entre um computador e uma ou mais máquinas CNC, garantindo maior
produtividade, menor perda de dados, evitando perda de tempo por parte do operador para a
digitação do programa ou outros dados;
• robótica: é a área da tecnologia que cria máquinas (robôs) com inteligência e faculdades físicas
semelhantes às humanas (inteligência artificial). A mecatrônica engloba a mecânica, a eletrônica
e a computação, que trata de sistemas compostos por máquinas e partes mecânicas automáticas
e controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados, controlados
manualmente ou automaticamente por circuitos elétricos. A robótica tem possibilitado às
empresas redução de custos com mão de obra e um significativo aumento na produção. O país
que mais tem investido na robotização das atividades industriais é o Japão; um exemplo disso
observa-se na Toyota;
Por exemplo: numa empresa industrial, a área de vendas representa a maior interface do negócio
com o mundo exterior. Muitas vezes, a informação do mundo exterior demora a chegar às demais áreas
internas da empresa, porém, quando chegar, deve seguir o seguinte fluxo:
• a programação da produção deve ser feita de acordo com as necessidades atuais ou passadas –
demandas históricas – do mercado. Vendas é a área que está em contato direto com o mercado e,
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por isso, é necessário que o pessoal do PCP esteja ciente de todas as tendências do mercado e do
que está ocorrendo em vendas, em particular com os produtos da empresa;
• uma vez feita a programação da produção numa determinada mercadoria, esta é enviada para a
área de produção na forma de uma instrução de fabricação;
• a gestão dos materiais é de extrema importância. As bases para essa gestão eletrônica se iniciaram
com os sistemas do tipo Materials Requirement Planning (MRP). Esses sistemas primordiais
realizavam a explosão de um produto em seus componentes e depois gerenciavam os estoques e
a necessidade de componentes;
• por outro lado, internamente, na área de produção, existem esquemas de trabalho. Os operários
são divididos em turmas, as quais trabalham em turnos (manhã, tarde, noite e fins de semana), e
esses são alocados em máquinas. Todo trabalho deve ser contabilizado para efeitos de pagamento
de salários, além da contagem da produção que, após aprovada, é informada como material
produzido. Esse material produzido deve ser informado para a área de controle de produção do
PCP, para que informe a área de vendas sobre a evolução da produção;
uso de pessoal nas suas operações. O sistema de folha de pagamento recebe e mantém dados de cartões de
ponto dos funcionários e outros registros de trabalho para produzir contracheques e outros documentos,
como declarações de rendimentos, relatórios de folha de pagamento e de análise de mão de obra.
• remanejamento de cargos;
• avaliações de desempenho;
• treinamento e desenvolvimento;
Sistemas de informação de contabilidade do tipo SPT são os mais tradicionais e os mais amplamente
utilizados nos negócios. Registram e relatam transações comerciais e outros eventos econômicos. Os
sistemas de contabilidade operacional recebem as transações ou movimentações comerciais e enfatizam
a manutenção de registros históricos e legais, sendo responsáveis pela produção de demonstrativos
financeiros. Os objetivos principais dos sistemas contábeis são:
• contas a receber: sistemas de contas a receber mantêm registros dos débitos totais dos clientes a
partir de dados gerados por suas compras e pagamentos;
• contas a pagar: sistemas de contas a pagar mantêm controle de dados relativo a compras de
fornecedores e de pagamentos a eles;
• livros contábeis: sistemas de livros contábeis consolidam dados recebidos de contas a receber,
contas a pagar, folha de pagamento e outros sistemas de informação de contabilidade.
Sistemas de informação financeira do tipo SPT apoiam os gerentes financeiros em decisões relativas
às operações financeiras de uma empresa e à alocação e controle desses recursos. As áreas-chave para
os sistemas de informação financeira compreendem:
Apoio
às
estratégias
para vantagem
coletiva
Lembrete
A recente história dos sistemas integrados de gestão corporativa (SIG) parece repetir o ciclo das
modas e modismos gerenciais. Os executivos lhe dedicam horas e horas de reuniões e de sono.
Seus atributos despertam devaneios futuristas. As revistas e jornais de negócios lhe dedicam capas
e matérias especiais. Usuários declaram suas virtudes e mostram os milhões economizados com sua
implementação. Eles parecem ter conquistado corações e mentes e se tornado ideia fixa para gerentes
e empresários.
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suas operações empresariais, ocasionou um controle mais direto em cima de atividades de sistemas.
Tecnologias emergentes, como automatização de escritório, robótica e CAD/CAM também contribuíram
no processo. A computação pessoal e a caseira apressaram a tendência; assim como a espera por
telefones inteligentes.
Não obstante, como a informática cresce não só em tamanho e importância, mas também incrementa a
descentralização, nenhuma dessas perspectivas de planejamento provou ser completamente satisfatória,
até mesmo com atualizações. Hoje, uma pergunta característica que os gerentes fazem aos profissionais
de sistemas de informação é: “onde está aquilo de que eu necessito?”
Em um mundo de múltiplos sistemas e bancos de dados, o apoio à decisão se tornou uma tarefa
complexa de ir buscar, revisando, condensando, ajuntando, interpretando e apresentando informação
de muitas fontes para numerosos destinos.
No final de 1997, o mercado dos sistemas integrados estava estimado em 10 bilhões de dólares.
Estimavam-se, ainda, negócios de 20 bilhões de dólares em consultoria e fornecimento de softwares
complementares, e até 10 bilhões em negócios com equipamentos e acessórios (BUSINESS WEEK, 1998).
O problema é que as decisões sobre a implementação de tais sistemas têm sido tomadas em uma
atmosfera de urgência, alimentada pelas máquinas promocionais dos fornecedores e baseadas nas
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agendas políticas dos executivos. A implementação desses sistemas tem caráter estratégico e provoca
impactos sobre o modelo de gestão, a arquitetura organizacional e os processos de negócios. Porém,
muitas empresas ainda não perceberam a amplitude e a profundidade das questões envolvidas na
escolha e na implantação de um sistema integrado. Muito do que é declarado e escrito não passa, na
melhor das hipóteses, de wishfull thinking – teorização.
Infelizmente, muitas empresas têm tomado decisões precipitadas sobre a implantação de tais
sistemas. As opções acabam limitando-se aos líderes de mercado (SAP, BAAN e outros poucos) e às
grandes empresas de consultorias (Andersen Consulting, Price Waterhouse Coopers e outras similares).
Muitas empresas estão colocando tempo, dinheiro e energia em projetos mal-elaborados, sem avaliar
cuidadosamente a estratégia e a visão de futuro da empresa e identificar as necessidades de informação.
Mas as dificuldades não terminam com a escolha do software e do implementador. A etapa mais
complexa é a própria implantação, um amplo processo de transformação organizacional, com impactos
sobre o modelo de gestão, sobre a estrutura organizacional, sobre o estilo gerencial e, principalmente,
sobre as pessoas. A implantação de um sistema integrado pode durar de doze a dezoito meses e deve
envolver equipes multidisciplinares compostas por especialistas em tecnologia da informação, analistas
de negócios e consultores com capacitação em redesenho de processos. Quem chega com sucesso ao
final desta maratona costuma comemorar, e com boas razões.
Porém, terá valido a pena? Talvez. McGee e Pruzak (1997) reconhecem que hoje o gerenciamento
da informação é um fator de competitividade. De fato, empresas como American Airlines e Federal
Express devem parte de seu sucesso ao uso inteligente da informação. Mas nem todos os exemplos são
claros, e parece difícil esclarecer a relação entre tecnologia de informação, competitividade e vantagem
competitiva. Segundo os dois especialistas, investimentos maciços em tecnologia da informação não têm
tido como contrapartida a realização de seu potencial transformador e a geração de lucros adicionais.
Como se sabe, muito pouco disso foi concretizado. A verdade é que muito pouco se sabe sobre
a correlação entre tecnologia de informação, competitividade e vantagem competitiva. No cerne da
questão, parece estar uma crença quase irracional de que a tecnologia, em geral, e a tecnologia de
informação, em especial, provêm soluções para todos os males. A ideia que problemas complexos possam
ser rapidamente solucionados por investimentos em equipamentos sofisticados é sedutora.
Contador (1996, p. 101) afirma que a informática competitiva é aquela que se inspira na tecnologia
e transpira negócios. Todos os recursos da tecnologia estão afeitos aos negócios da empresa. A empresa
ou negócio que deseja possuir uma informática competitiva tem um plano estratégico vinculado ao
planejamento estratégico de informação. Nenhuma ação de negócio está isolada do suporte que algum
recurso de tecnologia possa oferecer.
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Unidade II
Atualmente, os sistemas de informação gerencial, SIG, são representados pelos ERP, em que a
gestão do negócio é informatizada e parametrizada para que se tenha as atividades e os processos
automatizados e controlados com máxima eficiência e eficácia.
• SIG – relatórios periódicos: essa forma tradicional de fornecer informação aos gerentes utiliza
um formato preestabelecido e projetado para fornecer regularmente informações aos gerentes.
Exemplos típicos são o relatório semanal de vendas e os demonstrativos financeiros, que são
programados mensalmente, quinzenalmente ou semanalmente para subsidiarem as reuniões
periódicas das equipes de trabalho;
• SIG – relatórios de exceção: são gerados para atender a um determinado conjunto de condições.
Relatórios de exceção podem ser necessários quando algum processo supera determinados
parâmetros e requer ação administrativa. Relatórios de exceção reduzem a sobrecarga de
informação por promoverem a administração por exceção – intervenções apenas quando for
necessário tomar decisões;
• SIG – relatórios por demanda: fornecem informações sempre que são solicitadas pelos gerentes
para acompanharem o andamento dos processos administrativos, produtivos ou financeiros. Por
exemplo, as linguagens de consulta e os geradores de relatórios dos sistemas de gerenciamento de
bancos de dados (DBMS) permitem a um gerente numa estação de trabalho on-line obter respostas
ou relatórios imediatos sobre as vendas, horas extras, grau de endividamento de determinado
cliente etc.;
• SIG – relatórios em pilha: as empresas estão utilizando software de transmissão em rede para enviar
seletivamente relatórios e outras informações para os PCs em rede de gerentes e especialistas ao
longo de suas Intranets. Dessa maneira, entram numa sequência (fila ou pilha) na estação de
trabalho da rede de computadores do gerente;
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Um software de gestão empresarial, mais conhecido pela sigla ERP (Planejamento dos Recursos
Empresariais), deve ser uma fonte de informação segura e eficiente para gestão de seus negócios,
atendendo aos requisitos de agilidade e segurança do processamento da comunicação corporativa, que
estão sendo exigidos pela competitividade econômica atual.
Ao contrário do que é muita vezes difundido no mercado, a solução de um ERP não é uma exclusividade
das grandes corporações. Ela é acessível também às empresas de médio e pequeno portes. O segredo
consiste apenas em saber escolher o software indicado às suas necessidades e ao seu ramo de atividades
e optar por um fornecedor com solidez no mercado, preparado para garantir uma implantação sem
traumas e a manutenção contínua do sistema.
Como as decorrências de um mesmo fato novo serão diferentes para cada empresa. deve-se poder
informar ao software como são as suas políticas, normas, processos etc. Fazer isso é fazer parametrização.
Suas vantagens: adequar o software às necessidades atuais da empresa e permitir a sua evolução futura.
A abrangência do software é o universo de funcionalidades de que ele pode tratar. Exemplos: controle
de rebanhos, gestão hospitalar, escala de professores, fabricação de autopeças etc. Sua importância:
pesquisar detalhadamente se a abrangência atende a todos os processos da empresa. Isso é vital para
fazer a compra certa. A ferramenta software de gestão empresarial estimula a qualidade da alimentação
dos fatos novos. Consequentemente, elimina retrabalhos, poupa tempo e dinheiro sem burocracia, pela
automação de processos.
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Unidade II
Portanto, o software de gestão vem atender a uma condição básica da administração da empresa
moderna: integração total entre as áreas, com a eliminação de papéis, decisões imediatistas e acréscimo
de planejamento, agilidade, controle e segurança de processos.
Com o ERP, as médias empresas podem automatizar, por exemplo, os seguintes procedimentos:
1. A transmissão de dados por parte da produção e do financeiro para a equipe de vendas, antes que
esta preencha um pedido de um cliente, quando deverá estabelecer prazo e local de entrega de
produtos e demais condições comerciais.
3. Informações sobre as projeções da gerência comercial e financeira para a área industrial, para que
esta tenha condições de planejar as suas metas.
• desempenho de vendas;
• análise de clientes;
Portanto, hoje, o sistema de ERP é para o empresário ou executivo o que o Word e o Excel são há
alguns anos para a secretária e para a área de contabilidade, respectivamente. Ou seja, recurso vital para
a rotina de trabalho em companhias de diferentes segmentos e portes.
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Também Nolan e Croson (1996, p. 227) concordam que a tecnologia da informação possibilitou,
tanto de forma direta quanto de forma indireta, a transformação das empresas. De início, seu papel não
era óbvio, mas foi descoberto, aperfeiçoado e estudado ao longo de três décadas.
Em sua maioria, as empresas apontam a necessidade de ter sistemas de informações compatíveis com
a crescente complexidade do ambiente de negócios como a principal razão para a implantação de SIG.
Vendas/previsão
DRP
Faturamento
Gestão de transportes SOP ERP
Gestão de ativos
Custos CRP MRP
Folha de pagamento
Recursos Humanos
PUR SFC
Contas a pagar Gestão financeira
Manutenção
Contas a receber Recebimento
fiscal
Figura 7 – Estrutura conceitual dos sistemas ERP e sua evolução desde o MRP
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Unidade II
O sistema de ERP pode ser visto como um reforço para a concentração de esforços nas armas
adequadas aos campos da competição. Por hipótese, permite a elevação do grau de excelência das
armas usadas pela empresa dentre aquelas armas que o ERP pode contemplar. As empresas cujas armas
da competição são alinhadas aos campos da competição declarados adquirem vantagens competitivas
também em outros campos (MEIRELES, 2000, p. 227).
Nas empresas que possuem o sistema de ERP, supõe-se que a média do grau de excelência das armas
da competição influenciadas por ele deva ser significativamente maior do que nas empresas que não o
possuem. Também acredita-se que a média do grau de competitividade avaliado pela variação positiva
do indicador financeiro, receita líquida, seja significativamente maior nas empresas que possuem tal
sistema do que nas empresas que não o possuem.
Pode-se, desta forma, acreditar que o uso do sistema de ERP eleva o grau de excelência de um
conjunto de armas da competição que, por sua vez, torna a empresa mais competitiva.
Observação
Quadro 8 - Armas da competição que podem ser positivamente influenciadas pelo ERP
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Com isso, a empresa obtém maior funcionalidade interna e melhores fontes das vantagens competitivas.
4. Projeto do sistema.
5. Construção do sistema.
6. Implantação do sistema.
7. Manutenção do sistema.
A alta administração deve ter já definidas a missão da empresa (seu propósito mais amplo) e a visão de
longo prazo, com os objetivos (metas) e os projetos associados a tais objetivos. Esses projetos são desdobrados
para as áreas funcionais da empresa – em subprojetos, planos de ação até ao nível de ações operacionais. Um
maior detalhamento define as metas de cada área funcional, ou seja, resultados quantificados que se espera
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Unidade II
atingir para cada um dos objetivos. O detalhamento dessas metas define os desafios a serem buscados pelos
colaboradores no plano operacional.
2. Que informações são relevantes e potencialmente importantes para possibilitar tais indicadores.
3. Como a informação será estruturada: como será recolhida, em que meios e em que formatos corretos.
4. Como será feito o processamento da informação, isto é: quais os métodos e os instrumentos apropriados.
Os analistas de sistemas definem e modelam os processos necessários para operar uma área
específica de negócios; definem como esses processos se inter-relacionam e que dados são necessários.
É desenvolvido separadamente em cada área. Nesta atividade, define-se o que é e o que faz o sistema.
A prototipação pode ser utilizada. Trata-se da criação de um modelo do sistema que será implementado.
Serve para que os usuários avaliem as decisões já tomadas e contribuam para seu detalhamento.
Os analistas de sistemas definem uma solução conceitual para o sistema a ser implementado, ou
seja, como será o sistema em termos de arquitetura, dados e procedimentos. A solução final é fruto de
um processo de refinamentos sucessivos de cada um desses elementos.
Nesta atividade, exerce um papel preponderante a modelagem dos dados, que é a base para toda a
estruturação dos serviços do sistema.
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
A implantação do sistema exige o treinamento dos usuários, especialmente na forma como estes
acessam, alteram e introduzem dados e informações.
Uma vez implantado o sistema, este requer uma contínua manutenção. A manutenção reúne todas
as atividades relacionadas a mudanças no SI. As principais causas de mudanças são:
• correção de erros;
• adaptação (a novos ambientes operacionais ou devido a mudanças em legislação, em critérios
corporativos ou ainda na estrutura organizacional);
• aperfeiçoamento do sistema (inclusão de novas funções, mudança de interfaces etc.);
• bugs.
Integração – a palavra-chave.
Pouco efeito se obtém na implantação de novos sistemas se não forem planejados e desenvolvidos
considerando, desde o início, as necessidades de integração.
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Unidade II
Essa decisão estratégica deve passar pelo dono da empresa (ou os acionistas de um empreendimento),
os engenheiros da área produtiva, os pesquisadores, os profissionais de sistemas e informática e,
principalmente, pelos usuários, que são os responsáveis diretos pela validação da decisão ou sobre a
escolha, já que possuem a correta noção de que o sistema atende aos requerimentos necessários para o
alcance dos objetivos planejados.
a) Sistemas novos
Cabe ao responsável pela implementação efetuar as opções de recursos a utilizar para o SI com as
seguintes linhas de orientação:
• deve ser tomada em devida conta a qualidade e a quantidade dos recursos humanos disponíveis
na organização;
• deve ser respeitada a existência simultânea de processamentos manuais e automáticos, bem como
deve ser assegurada a sua correta coordenação.
Que opções existem na implementação de um SI, depois de terem sido definidas questões relativas a:
• organização e métodos;
• objetivos e funcionalidades;
• estrutura e procedimentos;
• a maioria dos recursos humanos.
Resta a decisão de que recursos materiais/humanos dos seguintes tipos será necessário dispor:
• hardware;
• software;
• comunicações;
• especialistas a contratar/formar.
A forma de escolha baseia‑se na oferta do mercado (em um dado período) e na adoção de uma dada
tecnologia (ou tecnologias).
O tratamento da grandeza tempo introduz uma complexidade adicional: mais programas, mais
procedimentos e dados que são necessários.
Antigamente, mudar era um esforço considerável, pois era necessário reescrever o código com uma
linguagem de terceira geração e/ou adquirir software do tipo pacote.
Atualmente existe uma maior facilidade graças ao uso de tradutores, SGBDs, 4GLs, case e outras
ferramentas de desenvolvimento.
É útil, é confiável, é caro? A resposta para essas questões nos leva a pensar sobre o que é necessário
para reestruturar um sistema.
c) Reestruturar um sistema
• documentar o sistema;
• otimizar funcionamento;
d) Modernizar um sistema
e) Substituir um sistema
Estas são as alternativas que um analista de sistemas deve estudar nas decisões de desenvolvimento
de sistemas para contemplar toda a amplitude na tomada deste investimento.
A inovação em uma área que está em desenvolvimento e tem hardware e software novos a cada três
ou seis meses é uma constante e quase incontrolável rotina, mas as tendências nos levam a verificar que
os computadores estão mais próximos dos smartphones. Com essa forma de comunicação, a integração
está cada vez maior e a preços mais acessíveis a todos os usuários.
76
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Outsourcing
• Request for Proposal – RFP é uma licitação: envolve a descrição dos serviços a serem contratados
com respectivos níveis de serviço, prazos e outras condições nas quais os fornecedores interessados
deverão basear suas propostas.
• Service Level Agreement – SLA é parte do contrato de prestação de serviços que especifica os
níveis de atendimento a cada uma das funções assumidas pelo provedor.
• Service Level Objective – SLO é a métrica que determina o nível aceitável de determinado
serviço. Exemplos:
77
Unidade II
• redução de custos;
• reduzir riscos nos investimentos (o provedor investe em benefício de muitos clientes, dividindo o
seu risco);
• facilidade de desmobilização (contrato regido pelo direito comercial, não por leis trabalhistas).
De fato, tantas são as vantagens, que a terceirização já é praticada há muito tempo em áreas diversas.
No entanto, é uma solução que não serve para todos os negócios.
Lembrete
78
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Modelar os processos de negócio de uma empresa em um contexto global significa não apenas
estabelecer regras de comportamento, mas também expressar a forma como os processos poderão ser
acionados e interagir com sistemas de informação diferentes.
Existem várias tecnologias empregadas para a integração de sistemas de informação. Entre tantas
tecnologias, uma delas vem recebendo especial atenção: a tecnologia web services, ou computação
em nuvem.
Disponibilizar processos de negócio de uma empresa através da internet pode ser uma ótima opção
para o incremento de suas atividades, mas requer cuidados especiais, e não somente a redução de
investimentos em infraestrutura, como: servidores e back‑ups; economias em licenças de softwares e
segurança; preservação de investimentos e ajuste de velocidade e espaço em memória para o crescimento
da demanda de dados; e a vantagem de se utilizar o valor pago como despesa na contabilidade da
organização e reduzir o imposto de renda pessoa jurídica a pagar, aumentando os lucros.
O profissional da área de Sistema de Informações para Web atua nas atividades de gerenciamento de
projetos web, além de trabalhar diretamente com projeto, desenvolvimento e manutenção de sistemas
de informação que utilizem tecnologias desse ambiente.
79
Unidade II
Nos últimos anos, a world wide web criou oportunidades únicas para o desenvolvimento de
aplicações. A gama de websites existentes atualmente é extremamente vasta e vai desde uma simples
página pessoal com informação estática, até os sofisticados motores de pesquisa que manipulam bases
de dados gigantescas, complexas e com muito conteúdo. No meio da gama, existem websites para
suportar trabalho colaborativo, comunidades virtuais e comércio eletrônico, entre outros.
As aplicações na web requerem a integração de várias tecnologias que devem funcionar de modo
confiável 24 X 7 (24 horas por dia, 7 dias por semana), ou seja, de maneira ininterrupta e sem falhas.
Para construir uma aplicação web com sucesso, é preciso saber um pouco sobre a configuração dos
servidores web, um pouco sobre sistemas de bases de dados relacionais e SQL, ser fluente em uma
linguagem de scripting, saber o básico sobre o protocolo HTTP (Hyper Text Transfer Protocol), saber a
sintaxe do HTML (Hypertext Markup Language) e, também, saber um pouco sobre user‑interface design
para não ficar na dependência de outros profissionais.
Uma cultura deve ter uma grande produção, mas também deve ser econômica. A avaliação do
máximo rendimento técnico econômico está vinculada à interpretação de diversos parâmetros obtidos
através da análise de solo e de plantas.
Serviços que vão desde a previsão da meteorologia, informações sobre as mais diversas culturas
agrícolas e oportunidades de diversificação da atividade agrária, bem como atividades afins como:
melhor época de plantio, soluções para pragas e que não agridam os recursos naturais como o uso de
pesticidas, e sim o uso de controladores naturais, informações de mercado, economia, feiras e eventos
relacionados como máquinas e implementos agrícolas, novas tecnologias e congressos etc.
A web semântica
Atualmente, os esforços são para a web semântica, que não é uma web separada, mas uma extensão
da atual. Nela, a informação é dada com um significado bem definido, permitindo melhor interação
entre os computadores e as pessoas.
Berners‑Lee (2001) define os planos de seu grupo de trabalho no world wide web Consortium (W3C)
para operar a transformação que irá modificar a web como a conhecemos hoje. Web semântica é o nome
genérico desse projeto, capitaneado pelo W3C, que pretende embutir inteligência e contexto nos códigos
XML utilizados para confecção de páginas web, de modo a melhorar a forma com que programas podem
interagir com essas páginas e também possibilitar um uso mais intuitivo por parte dos usuários.
80
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Embora semântica signifique “estudo do sentido das palavras”, Guiraud (1975) reconhece três ordens
principais de problemas semânticos:
1) a ordem dos problemas psicológicos, que relaciona os estados fisiológicos e psíquicos dos
interlocutores nos processos de comunicação de signos;
2) a ordem dos problemas lógicos, que estabelece as relações dos signos com a realidade no processo
de significação;
3) a ordem dos problemas linguísticos, que estabelece a natureza e as funções dos vários sistemas
de signos.
O padrão RDF
O RDF, ou Resource Description Framework, é uma recomendação do W3C que deve vir a ser
implementada na confecção de páginas da web semântica. O RDF encerra um padrão de ontologias
para a descrição de qualquer tipo de recurso internet, como um site web e seu conteúdo.
O RDF estabelece, na verdade, um padrão de metadados para ser embutido na codificação XML,
e sua implementação é exemplificada pelo RDF Schema, ou RDFS, que faz parte da especificação do
padrão. A ideia do RDF é a descrição dos dados e dos metadados por meio de um esquema de “triplas”
de recurso‑propriedade‑valor, e uma forma coerente de acesso aos padrões de metadados (namespaces)
publicados na web (como o Dublin Core, ou outro namespace compartilhado).
Não basta possuir uma linguagem flexível, como o XML, para construir metadados. Para compartilhar
um significado, é necessário que este seja consensual e inteligível de forma não ambígua entre todos os
participantes de uma comunidade.
Um documento na web é composto por uma mistura de dados e metadados. “Meta” é um prefixo de
autorreferência, de forma que “metadados” sejam “dados sobre dados”.
Os metadados, em documentos na web, têm a função de especificar características dos dados que
descrevem, a forma com que serão utilizados, exibidos, ou mesmo seu significado em um contexto.
81
Unidade II
A linguagem ainda utilizada atualmente para a construção da maioria das páginas web é o HTML, ou
HyperText Markup Language (linguagem de marcação em hipertexto).
A linguagem HTML é derivada do padrão SGML (Standard Generalized Markup Language), que é, na
verdade, uma metalinguagem, ou seja, uma linguagem para descrever outras linguagens. O padrão SGML
é baseado na ideia de que documentos contêm estrutura e outros elementos semânticos que podem
ser descritos sem que se faça referência à forma com que estes elementos serão exibidos. O conjunto
de todas as tags – marcações sintáticas que descrevem os dados e comandos para manipulação de um
documento – passíveis de serem utilizadas por uma linguagem derivada do SGML é chamado de DTD,
ou Document Type Definition.
A linguagem HTML é um conjunto definido de tags, ou um DTD específico do SGML, e foi criada
tendo em mente a necessidade de construção de documentos para serem exibidos em dispositivos de
computador (na Web), daí sua vocação para tratar do formato que os dados contidos no documento vão
assumir ao serem exibidos. Um navegador ou browser, ao ler um documento HTML, interpreta as tags
que este documento contém para decidir como serão exibidos os dados também contidos.
Os navegadores atuais interpretam o HTML porque o DTD para definição do HTML é fixo, e é conhecido
a priori pelo interpretador do navegador. Assim, podemos ter navegadores diferentes interpretando
definições de exibição de forma particular com resultados distintos no dispositivo de saída.
A estrutura do HTML é rígida, não existindo a possibilidade de adição de novos comandos de marcação
(tags), sem que haja uma redefinição do DTD da linguagem e consequente atualização dos navegadores
para que interpretem essas novas tags. A última especificação do HTML lançada pelo W3C foi a versão
4.0, e desde então a linguagem não tem sofrido mais modificações.
Saiba mais
82
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
As linguagens de quarta geração permitem reduzir a carga de programação tradicional, pois boa
parte do código é gerada a partir de definições de alto nível.
Mas quais os quesitos que um sistema de informações deve ter para ser considerado excelente?
A resposta a esta questão exige que se defina o que é “ser excelente” em relação a aspectos administrativos.
Há diversas formas de se responder esta questão. Uma das mais simples é adotar um padrão.
antes de olharmos para os aspectos referentes à gestão do conhecimento e análise, vamos abordar, de
forma ampla, os fundamentos de excelência do PNQ.
Saiba mais
www.fnpq.org.br
Os critérios de excelência do PNQ foram fundamentados nos do prêmio Malcolm Baldrige, dos Estados
Unidos. Em meados dos anos 1980, diante da necessidade de se melhorar a qualidade dos produtos e
de se aumentar a produtividade das empresas americanas, um grupo de especialistas analisou uma
série de organizações bem-sucedidas, consideradas até então como “ilhas de excelência”, em busca de
características comuns que as diferenciassem das demais.
Essas características foram por eles identificadas e eram compostas por princípios de gestão e valores
organizacionais que podiam ser facilmente percebidos como parte da cultura das organizações, sendo
praticados pelas pessoas que as compunham, desde os líderes de maiores níveis de responsabilidade até
os empregados dos escalões inferiores.
Naquela ocasião, o conjunto de princípios e valores identificados nas organizações de sucesso foi
considerado como o fundamento para a formação de uma cultura de gestão voltada para resultados e
deu origem aos critérios de avaliação e à estrutura sistêmica e orientada para resultados do Malcolm
Baldrige National Quality Award, em 1987.
O modelo de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) foi desenvolvido, desde a sua origem,
em 1991, alicerçado naquele mesmo conjunto de fundamentos. O PNQ possui um modelo que é útil
para avaliação, diagnóstico e orientação de qualquer tipo de organização, no setor público ou privado,
com ou sem finalidade de lucro e de porte pequeno, médio ou grande, em função da sua flexibilidade,
da simplicidade da linguagem utilizada e, principalmente, por não prescrever ferramentas e práticas de
gestão. Tal modelo faz uso de sete critérios para avaliar a excelência administrativa de uma organização.
Esses sete critérios referem-se a:
84
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
7. Resultados da organização.
O quarto critério do PNQ designava-se anteriormente Informação e análise. Houve, assim, uma
significativa mudança de informação e análise para gestão do conhecimento e análise. E esta diferença
deve ser ressaltada. Deming (1997) afirma que os melhores esforços e trabalho árduo podem ser inócuos
na tentativa de se organizar uma empresa para alcançar o sucesso se não houver orientação para um novo
conhecimento. Deming não falou em informação, mas em conhecimento. Conhecimento requer que, na
organização, as pessoas tenham acesso à informação e aprendam com ela e com a sua experiência.
O aprendizado, segundo McGee e Prusak (1994, p. 244), representa o processo por meio do qual uma
organização se adapta ao meio ambiente, num processo semelhante ao da adaptação dos organismos vivos
ao ambiente em que vivem. Peter Senge (1990) afirma que as deficiências de aprendizado são trágicas para as
crianças, mas fatais para as organizações. As que são incapazes de se adaptar às mudanças e às transformações
do ambiente, ou seja, as que são incapazes de aprender, podem sucumbir facilmente.
Para o PNQ, cada critério é subdividido em subcritérios ou itens e cada item é analisado
considerando-se alguns aspectos ou tópicos. Por exemplo, o critério gestão do conhecimento e
análise é dividido em subcritérios ou itens, a saber:
• capital intelectual;
Achamos necessário destacar um outro subcritério que, no nosso entender, não é adequadamente
coberto pelos apontados anteriormente: é o da monitoração ambiental, cuja justificativa será dada a seguir.
Assim, quanto à gestão do conhecimento e análise, consideraremos quatro subcritérios ou itens, a saber:
• capital intelectual;
• monitoração ambiental;
Por sua vez, a análise de cada um dos subcritérios ou itens é feita considerando-se:
c. ciclo de aprendizado: em que são solicitados os métodos de avaliação dos padrões de desempenho
(quantificação dos indicadores, processos e práticas de gestão) e os exemplos das inovações e
das ações de melhoria tomadas em decorrência da avaliação dos padrões de desempenho e das
informações comparativas pertinentes.
Observação
• capital intelectual;
• monitoração ambiental;
86
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Ciclo de controle
Padrão do
desempenho do
processo
Ciclo de aprendizado
O ciclo de controle refere-se à parte do processo que mede o desempenho do processo e toma ações
corretivas caso o desempenho seja abaixo dos padrões; o ciclo de aprendizado cuida da implementação
de inovações e de melhorias contínuas (que alterarão a arquitetura do processo).
2. a gestão das informações comparativas pertinentes utilizadas para apoiar os principais processos;
Para que uma organização possa estabelecer metas ou algum padrão de desempenho, ela faz uso de
informações comparativas, isto é: leva em consideração informações referentes ao objetivo que pretende
alcançar. Tais informações comparativas podem ser da própria organização ou de outras organizações,
ou seja, podem ser internas ou externas. Considere os seguintes exemplos:
87
Unidade II
A entrega dos nossos itens deve ser a um custo médio de R$ 0,05 por quilômetro.
As duas proposições acima são metas de objetivos que a organização pretende alcançar. Mas de
onde vieram tais metas? A primeira pode ter vindo de experiência anterior da empresa. Ela hoje tem o
processo demorando em média 33 minutos e sabe que pode melhorar o processo.
A empresa também pode basear-se em informações de outras empresas. Uma concorrente consegue
distribuir seus produtos a um custo médio de R$ 0,05 por quilômetro, inferior ao custo atual de
R$ 0,075. Por que não tentar fazer com o mesmo custo?
Para uma empresa, ter a informação correta e no tempo certo pode fazer a diferença entre o lucro e o
prejuízo, entre o sucesso e o fracasso. Portanto, ela necessita assegurar os três aspectos que caracterizam
a preservação da informação, ou seja:
1. a confidencialidade;
2. a integridade;
3. a disponibilidade.
• armazenadas em computadores;
A funcionalidade interna é uma das bases para o sucesso da empresa e consiste na capacidade
do conjunto das diversas funções da empresa de fazer as coisas corretamente, com velocidade, em
tempo, produzindo mais com menos recursos, tendo como resultado final outputs a custos menores
(ZACCARELLI, 1996). A funcionalidade interna, desta forma, está associada à gestão das informações
internas. Obviamente, o grau de excelência destas tem impacto direto na funcionalidade interna.
Para que a gestão das informações, numa organização, seja considerada excelente, ela deve
responder adequadamente e em níveis elevados ao seguinte conjunto de questões:
Informações internas:
• Quais são os critérios de seleção e os métodos de obtenção das informações internas à organização?
• Como são os procedimentos e quais as tecnologias utilizadas para satisfazer as necessidades dos
usuários das informações, no que se refere à confidencialidade, à integridade, à disponibilidade e
ao nível de atualização?
• Como cada tipo de informação interna se relaciona aos principais processos e objetivos estratégicos
da organização?
Informações comparativas:
89
Unidade II
• Que métodos são utilizados para a obtenção das informações selecionadas, dentro e fora dos
ramos de atividades e dos mercados de atuação da organização?
• Como cada tipo de informação comparativa se relaciona aos principais processos e objetivos
estratégicos da organização?
• Quais são os principais padrões de desempenho adotados nos processos de informação e análise?
• Quais são os métodos de medição e análise do desempenho dos processos de informação e análise?
• Como é feita a avaliação das práticas e dos padrões de desempenho de informação e análise?
A gestão do capital intelectual ocupa-se da forma como a organização estimula, identifica, desenvolve
e protege o conhecimento e o acervo tecnológico para desenvolver o capital intelectual. Deve ser dada
uma importância especial à administração das invenções (próprias ou adquiridas) que Zaccarelli (1996)
considera um dos fatores de sucesso da organização.
90
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
concorrentes, como queda em domínio público por extinção do prazo ou por irregularidade no processo
e a evolução do know-how dos empregados da empresa quanto ao uso e ao domínio da tecnologia
desenvolvida ou adquirida.
O capital intelectual (intellectual capital): é o valor agregado aos produtos da organização por meio
de informação e conhecimento. É composto:
• pela tecnologia;
A gestão do capital intelectual ocupa-se da forma como a organização estimula, identifica, desenvolve
e protege o conhecimento e o acervo tecnológico para desenvolver o capital intelectual.
É muito importante a gestão do capital intelectual, especialmente aquele que garante o monopólio
temporário decorrente de invenções. Zaccarelli (1996) considera a administração das invenções como
um dos fatores para o sucesso de uma organização. O autor considera como fatores de sucesso:
• política do negócio;
• estratégia de posição;
• estratégia competitiva;
• funcionalidade interna.
A gestão do capital intelectual nas organizações preocupa-se muito com a gestão dos direitos e
deveres relacionados com inovações, com patentes de invenção e direitos de marcas.
O conceito restrito de inovação é um dos fatores de sucesso das empresas e consiste em coisa nova
criada, descoberta ou concebida no campo da ciência ou da tecnologia para alcançar um dado fim e
sobre a qual determinada empresa exerce temporariamente o monopólio da exploração.
91
Unidade II
A gestão dos direitos e deveres das marcas e patentes de invenções consiste na administração da gestão
dos direitos oriundos do portfólio das invenções e marcas detidas pela empresa com intuitos estratégicos.
A gestão dos direitos e deveres das marcas e patentes de invenções também se ocupa da busca e
da seleção de informações não espontâneas referentes às ações e reações dos concorrentes no que
concerne aos assuntos pertinentes a marcas e a invenções.
Para que a gestão do capital intelectual, numa organização, seja considerada excelente, ela deve
responder adequadamente e em níveis elevados ao seguinte conjunto de questões:
• Quais são as facilidades colocadas à disposição das pessoas para que possam transformar
informações em conhecimento e o conhecimento em produtos e processos, criando valor para os
clientes e para a organização?
• Quais são as formas utilizadas pela organização para compartilhar as inovações tecnológicas e os
conhecimentos adquiridos?
• Qual o tratamento que é dado aos direitos autorais, às patentes, às tecnologias de produto e de
processo, às bases de dados e aos procedimentos de gestão?
• Como a organização gerencia seu portfólio de tecnologias, incluindo as novas e descartando as obsoletas?
• Como pode ser evidenciado o grau de aplicação dos principais processos referentes ao capital intelectual?
• Quais são os principais padrões de desempenho adotados nos processos referentes ao capital intelectual?
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
• Como é feita a avaliação das práticas e dos padrões de desempenho do capital intelectual?
Zaccarelli (1996, p. 81), baseado num estudo do Financial Word, mostra que marcas como Coca-Cola,
Marlboro, IBM, Motorola, HP, Microsoft valem bilhões de dólares. Daí a necessidade de ter um profissional
ou departamento, que seja o responsável pela monitoração de marcas e patentes. Tal profissional será
o agente da propriedade industrial, credenciado e com registro profissional no Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI), órgão governamental para cuidar administrativamente desta matéria, que
está subordinado ao Ministério da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, ou empresa de serviço
qualificada para tal responsabilidade. Ambos estarão cuidando do que é, em muitos casos, o maior
patrimônio da empresa.
Há, assim, a necessidade de se fazer um acompanhamento das marcas ou patentes da empresa e dos
concorrentes. Tal acompanhamento requer um processo semanal que pesquise e processe as alterações
ocorridas e destacadas por revista especializada: a Revista da Propriedade Industrial (RPI), que é
editada pelo INPI. Esta revista contém matérias pertinentes às áreas de marcas e de patentes. É veiculada
de forma impressa e por disquete ou semelhante.
Marcas
Podemos definir marca como sendo o sinal colocado no produto ou serviço para diferenciá-lo dos
demais. Rabaça e Barbosa (1987, p. 383) conceituam marca (trade mark, em inglês) como o símbolo que
funciona como elemento identificador e representativo de uma empresa, de uma instituição, de
um produto. Essa identificação pode ser obtida por várias formas significantes:
• o nome da empresa, da instituição ou do produto (em inglês: brand name), em sua forma gráfica
(escrita ou sonora – falada);
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Unidade II
As marcas dos produtos ou serviços de uma empresa são o meio pelo qual o público pode diferenciar
tais produtos ou serviços dos demais. Uma vez tendo perdido tal direito de exclusividade de uso, a
empresa perdeu mercado e, consequentemente, o seu valor no mercado.
No caso das marcas, o responsável pela sua gestão necessita possuir conhecimento profundo,
especialmente os quesitos e as características de cada uma das fases. Acompanhar uma marca de
forma a proteger o capital intelectual da empresa requer que o responsável saiba implementar as
providências a serem tomadas em pontos específicos do processo – o que envolve, muitas vezes, medidas
administrativas e até mesmo judiciais com vistas a coibir a invasão do seu mercado com produtos de
marcas semelhantes ou idênticas.
Patente
1. Patente de invenção: bem imaterial resultante da atividade inventiva, o qual resulta em algo
que pode estar distribuído nos mais diversos campos da técnica, até então não utilizado ou
desconhecido pelo homem. Pode ser atribuída a um novo produto, ou processo de industrialização
desse produto, saindo do campo da imaterialidade para o campo da aplicação prática. Privilégio
assegurado por vinte anos a contar da data de depósito.
2. Modelo de utilidade: é patenteável como modelo de utilidade todo objeto de uso prático e que
seja suscetível de aplicação industrial, resultante do trabalho intelectual do seu criador e que
resulte em melhoria funcional. Nem todas as nações adotam esta classificação em seu Código de
Propriedade Industrial; encontramos este dispositivo de proteção na Alemanha, e entre os países
que não encontramos, destacamos a Suíça. Privilégio assegurado por quinze anos a contar da
data de depósito.
3. Desenho industrial: no mundo globalizado, uma invenção pode ser conhecida em qualquer
parte do planeta em poucos minutos. Desta forma, um desenho que anteriormente se fazia de
forma artesanal pode ser feito de forma industrial, com uma precisão milimétrica, e o objeto
94
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
desenhado pode ser industrializado aos milhões. O desenho industrial concede uma inovação
estética ao produto, de modo que este produto possa ser reconhecido pelo comprador. Como
exemplo, os modelos dos diversos tipos de máquinas de lavar roupa, liquidificadores, ou embalagens
descartáveis de bebidas. Estes objetos podem ser reconhecidos pelo público comprador, mas
apenas a forma plástica é passível de proteção.
A patente confere ao inventor uma exclusividade temporária sobre aquilo que ele inventou ou
sobre aquilo que ele aperfeiçoou. O prazo de exclusividade temporária começa a contar da data em
que o inventor faz o depósito da patente, isto é, da entrega ao INPI de uma descrição do que inventou
ou do que aperfeiçoou. Uma vez patenteado, ninguém pode produzir o objeto inventado ou introduzir
os aperfeiçoamentos sem que o inventor autorize. O inventor faz isso, geralmente, mediante uma
remuneração. Desta forma, uma empresa não necessita ter seu laboratório de pesquisas, bastando, para
tal, acompanhar e adquirir invenções de interesse do seu negócio. Comprando a patente, a empresa fica
com o direito de produzir com exclusividade o objeto, até que se extinga o privilégio. Vinte anos depois
da data do depósito, a patente cai em domínio público e pode ser reproduzida livremente.
Percebe-se facilmente, deste modo, que a monitoração de patentes requer que se:
Lembrete
A patente é, com efeito, muitas vezes, o bem maior e invisível de uma empresa. Em muitos
casos, é o seu o seu único patrimônio. É o caso, por exemplo, de um laboratório de pesquisa
que não comercializa nenhum produto que tenha o consumidor final como o seu público-alvo
imediato. Se essa empresa não tiver um sistema de registro e controle de patentes, o produto
dos seus esforços seria nulo, já que só o registro de patentes pode demonstrar e provar ser ela a
detentora da invenção.
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Unidade II
Assim, a empresa necessita acompanhar o processo de registro das suas patentes. Mas só o registro não
é o suficiente. Faz-se se necessário, também, ter um sistema de acompanhamento das suas invenções e
das invenções dos concorrentes. Um acompanhamento falho do processo pode fazer com que a patente
caia em domínio público, isto é, passe para uma situação que qualquer empresa pode reproduzir o
objeto patenteado. Ao deixar cair em domínio público qualquer patente sobre as quais detenha direito,
por ineficiência de acompanhamento de processo, a empresa permite que o seu concorrente lance
produto similar, tirando do seu mercado clientes.
O inverso também é correto, pois algum concorrente, ao deixar cair em domínio público uma patente,
possibilitará que a empresa lance produto similar, ampliando mercado.
Inovação
A humanidade está atravessando um importante processo de evolução cultural marcado pela cultura
da informação e pelo conhecimento. O ritmo da evolução tecnológica apresenta resultados cada vez
mais rápidos e surpreendentes, embora já estejamos acostumados com a dinâmica do excesso e rapidez
da atual sociedade da informação.
Diante da aceleração tecnológica digital, o País também tem demonstrado um desempenho fraco
em inovação. O Brasil cai seis posições e aparece em 64º lugar em ranking mundial de inovação; Suíça,
Suécia e Reino Unido lideram a lista da Organização Mundial da Propriedade Intelectual; Chile, Argentina
e Colômbia estão à frente do Brasil.
No Brasil, os motivos que travam os processos são conhecidos, entre eles, temos custos de produção,
falta de capital humano e má qualidade dos ambientes político, regulatório e empresarial (nesse critério,
o País ficou em 95º lugar na lista da inovação). Em certas categorias avaliadas no ranking, o Brasil tem
progredido, como no índice de artigos científicos citados e proporção de produtos de alta e média
tecnologias fabricados.
A capacidade de inovar é determinante para a competitividade das empresas e das nações. Assim,
é necessário discutir, com todos os setores da sociedade, o papel da inovação no seu desenvolvimento
econômico e social.
96
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Tabela 1
Saiba mais
Para aprimorar seus conhecimentos sobre como é importante a gestão
de informações e registro de propriedade intelectual, assista à:
A REDE social. Dir. David Fincher. EUA: Sony Pictures, 2010. 121 minutos.
Leia também o livro de James O’Brien, a Bíblia dos analistas de sistemas
e que pode aprofundar os conceitos aqui trabalhados.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da
internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
97
Unidade II
Resumo
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
Exercícios
A) É um sistema interfuncional que atua como uma estrutura para integrar e automatizar muitos dos
processos de negócios que devem ser realizados pelas funções de produção, logística, distribuição,
contabilidade, finanças e de recursos humanos de uma empresa.
C) É um sistema organizacional que atua como uma estrutura para integrar e automatizar todos os
processos de negócios que devem ser realizados apenas pelas funções de marketing e finanças de
uma empresa.
A) Alternativa correta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
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Unidade II
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não é só na área financeira que são fornecidas as informações e, não necessariamente,
essas informações chegam com atraso.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (Inmetro 2010) Com relação ao modelo sistêmico de gestão da Fundação Nacional
da Qualidade (FNQ) – o maior centro brasileiro de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre
excelência em gestão –, utilizado como parâmetro nas avaliações do Prêmio Nacional da Qualidade
(PNQ), assinale a alternativa correta:
C) Em razão do grande número de organizações participantes, apenas as que forem mais bem
pontuadas no PNQ recebem, da comissão de avaliação do prêmio, o relatório diagnóstico completo
a respeito de seus pontos fortes e oportunidades de melhoria.
D) Entre os benefícios obtidos pelas organizações por meio da participação no PNQ e da adoção
do modelo de excelência da gestão, incluem‑se melhores índices econômico‑financeiros e
comprometimento das pessoas nos processos.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não é apenas associado com os seus empregados, mas também com todos os
stakeholders participantes.
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GESTÃO DAS INFORMAÇÕES
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se restringe apenas a organizações de médio e grande porte. É voltada para todos
os setores e portes.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: todas as empresas que participam do PNQ recebem o relatório completo para poderem
implementar melhorias e analisar os pontos fortes.
D) Alternativa correta.
E) Alternativa incorreta.
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