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SC I ENT IFIC ART I CLE
Adesão de resina à dentina afetada por cárie após diferentes
métodos de remoção
V Sattabanasuk, * MF Burrow, † Y Shimada, ‡ J Tagami, ‡
Resumo
Fundo: A dentina afetada por cárie é o substrato de
união comum no tratamento de um paciente.
Atualmente, existem muitos métodos usados para a
remoção da cárie. O objetivo deste estudo foi avaliar a
resistência de união à microtração de dois adesivos
(Clearfil Protect Bond e OptiBond Solo Plus Total-Etch)
em dentina afetada por cárie após três métodos
diferentes de remoção de cárie.
Métodos: Terceiros molares humanos cariados extraídos
foram usados e as superfícies de dentina afetadas por cárie
foram obtidas a partir de um dos três métodos de remoção:
(i) broca de aço redonda em uma peça de mão de baixa velocidade;
(ii) laser Er: YAG; ou (iii) papel abrasivo de carboneto de
silício de grão 600. Cada um dos adesivos foi usado para
unir o compósito de resina à dentina afetada por cárie
de acordo com as instruções dos fabricantes. Amostras
em formato de ampulheta foram preparadas e
tensionadas a 1 mm / min. Os dados foram analisados
por meio de análise de variância bidirecional e teste de
diferença mínima significativa.
Resultados: Clearfil Protect Bond mostrou resistência de
adesão significativamente menor do que OptiBond Solo Plus
Total-Etch após a remoção de cárie com broca de aço
redondo, mas o oposto foi encontrado para amostras
tratadas com papel abrasivo de carboneto de silício. Para
dentina tratada a laser, não foram reveladas diferenças
significativas entre os adesivos.
Conclusões: Além das diferenças nos adesivos, diferentes
métodos de remoção de cárie parecem influenciar a adesão
da resina à dentina afetada pela cárie.
Palavras-chave: Força de união, dentina afetada por cárie, esfregaço
camada.
Abreviações e Acrônimos: Er: YAG = érbio-
dopado: ítrio-alumínio-granada; LSD = diferença mínima
significativa; SEM = microscópico eletrônico de varredura; SiC =
carboneto de silício.
(Aceito para publicação em 8 de julho de 2005.)
* Departamento de Odontologia Conservadora e Prótese Dentária,
Srinakharinwirot University, Bangkok, Tailândia.
† School of Dental Science, The University of Melbourne, Victoria. ‡
Cariologia e Odontologia Operatória, Tokyo Medical and Dental
University, Tóquio, Japão.
162
Australian Dental Journal 2006; 51: (2): 162-169
INTRODUÇÃO
A filosofia de remoção de cárie e preparação da cavidade
mudou muito na última década. Com o advento de
sistemas adesivos eficazes e os desenvolvimentos
subsequentes no design de cavidades mínimas, as
mudanças nos conceitos de remoção cirúrgica de dente
doente agora visam conservar o máximo possível do dente.
1 É desejável que apenas a dentina contaminada por
bactérias, desnaturada e infectada por cárie seja
completamente removida, deixando a dentina afetada por
cárie, que pode ser remineralizada em um dente vital após
a restauração. 1
Os métodos atualmente disponíveis para remover dentina
cariada incluem técnicas rotativas e não rotativas mecânicas.2,3
As técnicas convencionais, compreendendo instrumentação
rotativa e brocas dentais, são rotineiramente utilizadas na
prática clínica e muito úteis para a remoção de cáries.
Recentemente, o uso de lasers para aplicações odontológicas
como alternativa à instrumentação rotatória tem sido
proposto. Foi relatado que o laser dopado com erbium:
yttriumaluminium-garnet (Er: YAG) é uma técnica promissora
para o tratamento dentário, incluindo a ablação cirúrgica da
estrutura dentária doente.4-7 Sob observação por microscopia
eletrônica de varredura, estudos anteriores mostraram que
essas duas técnicas de remoção de cárie resultaram em
diferentes superfícies de dentina afetadas pela cárie. As
superfícies dentinárias tratadas com laser exibiram túbulos
5,6
dentinários pérvios sem produção de smear layer, enquanto
uma smear layer proeminente com oclusão do túbulo
8
dentinário ocorreu após o uso de uma broca de aço redonda.
As diferenças nas características superficiais da dentina após a
remoção da cárie podem ser um fator que influencia a adesão
das resinas adesivas.
Vários estudos de laboratório foram realizados usando lixa
de carboneto de silício para preparar a dentina afetada por
cárie.9-11 Oliveira et al.12 demonstraram que uma superfície de
dentina preparada com lixa de carboneto de silício de grão 600
foi coberta com uma camada de esfregaço relativamente fina,
que foi facilmente removida antes da aplicação da resina de
ligação. Suspeitou-se que a camada de esfregaço fina
influenciou a adesão da resina à dentina afetada por cárie e
contribuiu para um resultado favorável, especialmente para o
sistema autocondicionante.11 Para investigar se as diferenças
na remoção de várias cáries
Australian Dental Journal 2006; 51: 2.
os métodos podem influenciar a adesão à dentina afetada por
cárie, a resistência da microtração e as estruturas de interface de
dois adesivos, um sistema de autocondicionamento e um sistema
de condicionamento e enxágue, foram avaliados. As hipóteses
propostas foram, em primeiro lugar, as resinas adesivas aderem
igualmente bem à dentina afetada por cárie, independentemente
do método de remoção. Em segundo lugar, não há diferença na
resistência de união entre as resinas adesivas unidas à dentina
afetada por cárie.

MATERIAIS E MÉTODOS
Quarenta terceiros molares humanos extraídos com lesões
oclusais de cárie estendendo-se aproximadamente a meio
caminho entre a junção esmalte-dentina e a câmara pulpar
foram coletados e usados em aproximadamente seis meses
após a extração. Os dentes foram obtidos de pacientes que
necessitaram de uma extração como parte de seu tratamento.
Restos de tecido foram removidos e os dentes armazenados a
4 ° C em solução salina contendo alguns cristais de timol até o
momento do uso.

Preparação de amostra
A lesão de cárie foi exposta pela remoção do esmalte oclusal
e da dentina superficial com uma serra diamantada de baixa
velocidade (Isomet; Buehler, Lake Bluff, Illinois, EUA) sob
lubrificação com água. Os dentes foram alocados
aleatoriamente em três grupos de acordo com os três métodos
diferentes de remoção de cárie. No primeiro grupo, o tecido
cariado foi removido mecanicamente usando uma broca
Figura 1. Ilustração esquemática dos procedimentos de preparação de amostras.
redonda de aço carbono (ISO # 310 204 018; Hager &
Meisinger, Neuss, Alemanha) montada em uma peça de mão
de contra-ângulo de baixa velocidade com ar como O tecido cariado foi escavado usando um dos três métodos
refrigerante.13 Para o grupo tratado a laser, um laser Er: YAG e guiado pelos critérios combinados de inspeção visual e
(Elfine 400; Osada Electric, Tóquio, Japão) foi usado com valores numéricos de um dispositivo de fluorescência a laser
resfriamento a água. Uma energia de saída de 180mJ foi usada (DIAGNOdent; KaVo Dental, Biberach, Alemanha) até que eles
para tratar a lesão de cárie com uma frequência de pulso de diminuíssem para aproximadamente 20.14,15 Isso resultou em
repetição de 2Hz. Esses parâmetros foram relatados como uma superfície de dentina aparentemente dura afetada por
seguros em um estudo clínico mostrando que o risco de danos cárie e uma leve descoloração da dentina observada em todas
térmicos ao dente era muito baixo.7 O feixe de laser foi as amostras (Fig. 1). Após o preparo, os dentes foram
distribuído perpendicularmente à superfície da dentina em um enxaguados com água destilada por 30 segundos. As
modo de irradiação sem contato. Para o último grupo, a superfícies de dentina expostas foram coladas com um dos
retificação foi realizada usando papel abrasivo de carboneto de adesivos listados na Tabela 1. Cada um dos adesivos foi usado
silício (SiC) úmido 600 em uma máquina de polimento de mesa de acordo com as instruções do fabricante. Um bloco de resina
(Ecomet 4; Buehler, Lake Bluff, Illinois, EUA) para remover a composta (Clearfil AP-X; Kuraray Medical, Okayama,
dentina cariada infectada.

Tabela 1. Materiais, fabricantes, números de lote, composições de sistema e procedimentos de ligação

Material Número do lote Composições Procedimentos

Clearfil Protect Bond Primer: 00004A MDP, MDPB, HEMA, dimetacrilato Aplicar 20s; ar seco
(Kuraray Medical, hidrofílico, água
Okayama, Japão) Líquido do título: 00008A MDP, Bis-GMA, HEMA, dimetacrilato Aplicar e diluir com ar; fotopolimerizar 10s
hidrofóbico, fotoiniciador, sílica coloidal
silanada, superfície tratada de NaF
OptiBond Solo Plus Etchant: 204742 37,5% de ácido fosfórico, água, espessante Etch 15s; enxágue 15s; borrar com papel sem fiapos
Total-Etch de sílica, corante corante úmido, deixando a superfície visivelmente úmida.
(Kerr, laranja, Líquido de títulos: 209467 Bis-GMA, GDM, GPDM, HEMA, Aplicar 15s com leve pincelada; ar rarefeito;
Califórnia, EUA) etanol, vidro de bário, fotopolimerização 20s
hexafluorossilicato de sódio

Bis-GMA = diglicidilmetacrilato de bis-fenol A; GDM = dimetacrilato de glicerol; GPDM = dimetacrilato de glicerofosfato; HEMA = metacrilato de
2-hidroxietilo; MDP = di-hidrogenofosfato de 10-metacriloiloxidecil, MDPB = brometo de 12-metacriloiloxidodecilpiridínio.

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Tabela 2. Comparação das resistências médias de microtração ± DP (MPa; n = 10)
Método de remoção
Clearfil Protect Bond
Broca redonda de aço
Er: laser YAG
Papel SiC 600 grit
Os valores médios identificados com as mesmas letras sobrescritas não são estatisticamente diferentes (p> 0,05).
Japão) foi construído na superfície tratada em três incrementos
de 1 mm de espessura, com cada incremento fotopolimerizado
por 40 segundos. A fotopolimerização foi feita usando uma
unidade de cura halógena de quartzo-tungstênio (Candelux;
Morita, Tóquio, Japão) com uma saída de luz não inferior a
550mW / cm2. Os dentes foram marcados de modo a localizar o
local da dentina colada com cárie, de modo que, quando os
dentes fossem seccionados para produção de espécime para
teste de microtração, cortes pudessem ser feitos para incluir a
lesão e, em seguida, armazenados em água destilada a 37 ° C
por 24 horas (Fig. 1).
Teste de força de ligação
Após o armazenamento, os dentes foram fatiados em
placas, com aproximadamente 0,7 mm de espessura, usando
uma serra diamantada de baixa velocidade sob refrigeração
com água. Uma a três placas contendo espécimes de dentina
afetados por cárie foram obtidas de cada dente, dependendo
do tamanho da lesão de cárie. As placas de dentina afetada por
cárie foram aparadas para formar uma curva suave com a
porção mais estreita localizada ao longo da interface adesiva
usando uma broca de diamante de grão superfino cilíndrica
(SF114: ISO # 158 504 013; Shofu Inc., Kyoto, Japão) em peça de
mão de alta velocidade. Os espécimes em forma de ampulheta
resultantes tinham uma área transversal retangular média de
0,50 ± 0,04 mm2 na interface ligada. Dez espécimes foram
obtidos para cada grupo. As amostras foram fixadas ao
aparelho de teste com cola de cianoacrilato (Zapit; DVA,
Corona, Califórnia, EUA). Uma tensão de tração foi aplicada
com uma máquina de ensaio universal (EZTest; Shimadzu Co.,
Kyoto, Japão) a uma velocidade de cruzeta de 1 mm / min (Fig.
1). A tensão máxima na ruptura foi registrada e convertida em
MPa.
Avaliações de microscopia eletrônica de varredura (MEV)
Após o teste de resistência de união, as superfícies de
fratura de todos os espécimes foram revestidas por
pulverização catódica com ouro e examinadas usando um
SEM (JSM-5310LV; JEOL, Tóquio, Japão) para determinar o
modo de falha. As imagens do SEM foram transferidas para
o computador e as áreas de superfície de diferentes modos
de falha (falha adesiva, falha coesiva na dentina e falha
coesiva na resina) foram identificadas e medidas usando
um software de análise de imagem (SemAfore; JEOL
Skandinaviska, Sollentuna, Suécia )
Outros seis dentes foram preparados para observações
SEM. A dentina afetada por cárie foi preparada conforme
descrito anteriormente. Para observar as características de
condicionamento ácido dessas superfícies de dentina, o
primer ácido de Clearfil Protect Bond ou ácido fosfórico de
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Adesivo
OptiBond Solo Plus Total-Etch
12,2 ± 3,1a, c 21,3 ± 7,5b, c
32,5 ± 7,1a, c 26,6 ± 9,4b, c
35,4 ± 9,7uma, c 25,7 ± 5,9b, c
O OptiBond Solo Plus Total-Etch foi aplicado na superfície
conforme recomendado pelo fabricante. Após cada tempo
de aplicação, os componentes do monômero do primer
ácido foram removidos por enxágue das amostras com
etanol por cinco minutos e colocados em água destilada
por mais cinco minutos,16 enquanto o gel de ácido fosfórico
foi lavado com água por 15 segundos. As amostras foram
fixadas em formalina tamponada neutra a 10 por cento por
24 horas e lavadas em água corrente por 15 minutos,
depois desidratadas em concentrações crescentes de
etanol e água até 90 por cento de etanol e colocadas em
etanol 100 por cento três vezes, por 20 minutos cada. Os
corpos-de-prova desidratados foram imersos em solução
de hexametildissilazano por 30 minutos, colocados em
papel filtro dentro de um frasco de vidro coberto e secos
em temperatura ambiente. Os espécimes foram revestidos17
por pulverização catódica de ouro e observados em MEV.
Para a observação da interface resina-dentina, os dentes
colados foram preparados quanto à medição da resistência de
união. Após o armazenamento durante a noite em água destilada a
37 ° C, um sulco raso foi preparado usando disco de diamante em
uma peça de mão de baixa velocidade sob água abundante em
toda a superfície da resina composta e no lado da dentina sobre a
área onde a dentina colada afetada por cárie estava localizada . Os
espécimes foram fixados e desidratados conforme descrito acima,
e então fraturados ao longo do sulco preparado.18 Os espécimes
fraturados foram revestidos por pulverização catódica com ouro e
observados em MEV.
Análise estatística
A média e o desvio padrão da resistência à tração foram
calculados para cada grupo. Os dados foram analisados
por análise de variância bidirecional e teste de diferença
mínima significativa (LSD) no nível de confiança de 95 por
cento. O teste do qui-quadrado foi usado para analisar os
dados do modo de falha não paramétrico. Todas as
análises estatísticas foram processadas usando o sistema
de software estatístico (SPSS 11.0 para Windows; SPSS Inc.,
Chicago, Illinois, EUA).
RESULTADOS
Os resultados do teste de adesão estão resumidos na
Tabela 2. Para Clearfil Protect Bond, a maior resistência
de união foi obtida após a remoção da cárie com papel
SiC 600 grit. Esse valor foi estatisticamente maior do
que o grupo colado com OptiBond Solo Plus Total-Etch
pelo mesmo método de remoção (p = 0,006), mas não
diferente daquele com dentina tratada a laser colada
com o mesmo adesivo (p = 0,386). O menor valor
Australian Dental Journal 2006; 51: 2.
Tabela 3. Resultados dos modos de falha como uma porcentagem da área total de colagem (n = 10)

Clearfil Protect Bond OptiBond Solo Plus Total-Etch

Método de remoção Falha coesiva Falha coesiva
Falha adesiva Falha adesiva
Dentina Resina Resina Dentina
Broca redonda de aço 39 32 29 16 5 79
Er: laser YAG 21 29 50 22 21 57
Papel SiC 600 grit 8 49 43 10 19 71
Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p> 0,05).

foi obtido após a remoção da cárie com uma broca de aço
redondo. Diferenças significativas foram determinadas tanto
para os métodos de remoção de cárie (p <0,001) quanto entre
os adesivos (p = 0,009). Para OptiBond Solo Plus Total-Etch, as
análises estatísticas não mostraram diferenças significativas
entre as resistências de união derivadas de qualquer um dos
métodos de remoção de cárie (p> 0,05). Entre os métodos de
remoção de cárie, semelhança estatística da resistência de
união entre os materiais adesivos foi observada apenas para o
grupo tratado com laser (p = 0,084).
A Tabela 3 apresenta os padrões de modo de falha como uma
porcentagem da área total de colagem. Não foram observadas
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos testados
(p> 0,05). No entanto, em uma inspeção mais detalhada, houve
uma ligeira diminuição nas áreas de falha adesiva para OptiBond
Solo Plus Total-Etch em comparação com Clearfil Protect Bond
após a remoção de cárie com uma broca de aço redonda.
As observações de SEM revelaram que o primer ácido de
Clearfil Protect Bond não pode condicionar efetivamente a
superfície da dentina após a remoção da cárie com o anel

Figura 2. Fotografias SEM de espécimes após remoção de cárie com broca redonda de aço. (A) Superfície de dentina tratada com primer ácido. Ainda há esfregaço residual na
superfície dentinária com túbulos dentinários remanescentes ocluídos com tampões de esfregaço. (B) Interface resina-dentina criada por Clearfil Protect Bond. Má adaptação
à dentina subjacente com formação de lacunas é observada ao longo da interface colada (ponteiros). Nenhuma camada híbrida claramente visível pode ser detectada. (C)
Superfície de dentina tratada com ácido fosfórico. A camada de esfregaço na superfície da dentina e os tampões de esfregaço nos túbulos dentinários são parcialmente
removidos. Rede de fibrilas de colágeno exposta pode ser observada em algumas áreas. (D) Interface resina-dentina criada por OptiBond Solo Plus Total-Etch. O espécime
fraturado mostra a zona infiltrada de resina, com aproximadamente 5 µm de espessura (setas), com numerosas
porosidades sendo observadas.

Australian Dental Journal 2006; 51: 2. 165

Fig 3. Fotografias SEM de espécimes após remoção de cárie com laser Er: YAG. (A) Superfície de dentina tratada com primer ácido. A superfície é geralmente
livre de smear layer, acompanhada de túbulos dentinários abertos. Micro-irregularidades e micro-fissuras são observadas em toda a superfície.
(B) Interface resina-dentina criada por Clearfil Protect Bond. É aparente uma boa adaptação da resina de adesão à dentina subjacente. Nenhuma camada híbrida
transparente é observada. A resina de ligação penetrou nas microfissuras (pontas de seta). Cristais minerais nos túbulos dentinários são
fixado com a infiltração de resina de ligação (ponteiro). (C) Superfície de dentina tratada com ácido fosfórico. Ausência de smear layer com túbulos dentinários
abertos também é observada. A dentina intertubular e a dentina peritubular parecem estar levemente condicionadas com ácido fosfórico. (D) Resin-dentina
interface criada por OptiBond Solo Plus Total-Etch. A resina de ligação se adaptou bem à superfície de dentina condicionada, e não há
camada híbrida claramente distinguível.

broca de aço. Uma camada de esfregaço mais espessa
permaneceu na superfície da dentina e os tampões de esfregaço
nos túbulos dentinários ainda eram claramente observados (Fig.
2A). Nenhuma camada híbrida clara foi detectada na amostra
fraturada (Fig. 2B). Em contraste, o ácido fosfórico usado no
OptiBond Solo Plus Total-Etch pode remover melhor a camada de
esfregaço e os plugues, mas não completamente (Fig 2C). O
espécime fraturado exibiu uma zona infiltrada de resina
aproximadamente 5 µm de espessura, mas a penetração da
resina não foi completa. Numerosas porosidades podem ser
vistas em toda a zona infiltrada de resina (Fig. 2D). Para
amostras tratadas a laser, após a aplicação de ambos os
condicionadores ácidos, todas as superfícies estavam livres de
smear layer e os túbulos dentinários estavam abertos. A
dentina peritubular foi mais conspícua do que a dentina
intertubular. Micro-fissuras foram claramente observadas em
toda a superfície (Figs 3A e 3C). A dentina intertubular e a
dentina peritubular pareceram mais condicionadas com o uso
de ácido fosfórico (Fig. 3C). Ambos
166
os adesivos mostraram boa adaptação à dentina
subjacente. Nenhuma camada híbrida distinguível foi
observada nos espécimes fraturados (Figs 3B e 3D). Para
dentina afetada por cárie exposta usando papel SiC, a rede
de fibrilas de colágeno da dentina intertubular foi
claramente percebida após a aplicação de primer ácido e
ácido fosfórico. O primer ácido de Clearfil Protect Bond
pode dissolver com eficácia a camada de esfregaço na
superfície da dentina, expondo parcialmente a rede de
fibrilas de colágeno, mas deixando tampões de esfregaço
residuais dentro dos túbulos dentinários (Fig. 4A). O
espécime fraturado apresentou contato íntimo entre a
resina de união e a dentina, com aproximadamente 1 µm
de espessura de camada híbrida foi discernida (Fig. 4B).
Com o uso de ácido fosfórico, a smear layer na superfície
dentinária e os esfregaços nos túbulos dentinários foram
completamente removidos (Fig. 4C). A espessura da zona
infiltrada com resina foi de aproximadamente 5 µm (Fig.
4D).
Australian Dental Journal 2006; 51: 2.
 Fig 4. Fotografias SEM de espécimes após remoção de cárie com lixa de carboneto de silício. (A) Superfície de dentina tratada com primer ácido. o
a camada de esfregaço na superfície da dentina é removida, mas ainda há vestígios de tampões de esfregaço dentro dos túbulos dentinários. (B) Interface resina-dentina
criada por Clearfil Protect Bond. A amostra fraturada mostra contato íntimo entre a resina adesiva e a dentina. A zona infiltrada com resina tem cerca de 1 µm de espessura
(setas). (C) Superfície de dentina tratada com ácido fosfórico. Tanto a smear layer quanto os smear plugs foram completamente removidos, mostrando túbulos dentinários
pérvios com rede de fibrilas de colágeno peritubular e microporosidades intertubulares. (D) Interface resina-dentina criada por OptiBond Solo Plus Total-Etch. A zona infiltrada
com resina tem aproximadamente 5 µm de espessura (setas). Porosidades mínimas ocorrem ao longo de
a zona infiltrada de resina. O lúmen do túbulo dentinário é ocupado por cristais minerais que interferem na penetração da resina de adesão
(ponteiro).

DISCUSSÃO efetivamente removendo os depósitos minerais nos túbulos

A maioria dos estudos de colagem de laboratório prepara as
superfícies de dentina com um papel SiC 600 grit,9-11 ao passo que
esta técnica de preparação não poderia ser prática clinicamente.
No entanto, o uso de papel SiC cria uma superfície uniforme e uma
camada de mancha que não se assemelha às criadas em situações
clínicas. Conforme observado, uma superfície de dentina
preparada com papel SiC é coberta com uma camada de esfregaço
relativamente fina e solta.12 Portanto, é improvável que a adesão da
resina seja afetada pela presença dessa camada de esfregaço. No
presente estudo, as maiores resistências de união foram obtidas
após a remoção da cárie com papel SiC em comparação com os
outros métodos. No entanto, a presença de cristais minerais
resistentes ao ácido nos túbulos da dentina afetada por cárie foi
relatada para prevenir a formação de marcas de resina.9-11 O uso de
um sistema adesivo etch-and-rinse ou a utilização adicional de
ácido fosfórico antes da aplicação da resina de ligação foi
reivindicado para resolver este problema por
dentinários.9-11 Surpreendentemente, o resultado deste estudo
demonstrou que, após a remoção da cárie com papel SiC, o
adesivo autocondicionante apresentou resistência de união
significativamente maior do que o adesivo condicionador e
enxágue. A razão para este resultado não é clara, embora
tenha sido afirmado que existe a possibilidade de que possa
haver alguma ligação química ao cálcio na superfície do dente
quando o adesivo autocondicionante é usado.19 Parece que o
ácido fosfórico foi incapaz de remover completamente todos
os cristais minerais precipitados nos túbulos dentinários,
portanto, a formação de marcadores de resina ainda pode ser
impedida ou mal formada e, portanto, não é útil na adesão da
resina. Demonstrou-se que o ácido fosfórico a 37,5% fornecido
com o OptiBond Solo Plus Total-Etch produz um dos níveis
mais profundos de desmineralização da dentina.20 O emprego
deste condicionador agressivo pode causar over-etching
porque a dentina intertubular afetada por cárie já

Australian Dental Journal 2006; 51: 2. 167

tem um conteúdo mineral reduzido que pode levar a uma
infiltração incompleta da resina de ligação.
Em contraste com a remoção de cárie com papel SiC, a
dentina afetada por cárie exposta usando a broca de aço
redonda foi coberta com uma camada de esfregaço bastante
densa e espessa, com túbulos dentinários sendo obstruídos
por tampões de esfregaço densos.8 Neste estudo, o papel SiC
na polidora usou uma velocidade de 50rpm com lubrificação
com água, mas, durante o preparo da broca, o ar foi usado no
lugar da água como refrigerante para permitir uma visão
adequada da área a ser operada. Portanto, o calor gerado e a 13
velocidade do instrumento rotativo podem ter causado a
compactação dos restos de dentina na superfície e nos túbulos
dentinários que provavelmente não são removidos facilmente.
O primer ácido suave de Clearfil Protect Bond parecia muito
fraco para condicionar através desta camada de esfregaço,
portanto, houve pouca penetração da resina além da camada
de esfregaço na matriz dentinária subjacente para formar uma
zona infiltrada de resina, resultando em baixa resistência de
adesão. O uso de ácido fosfórico foi mais capaz de remover a
smear layer e os smear plugs. Mesmo que detritos residuais de
dentina tenham sido observados, a exposição da rede de
fibrilas de colágeno era evidente em algumas áreas e
provavelmente facilitaria a infiltração da resina de colagem.
Resistências de união mais altas e uma tendência diminuída de
falha do adesivo após o teste foram observadas para as
amostras coladas com OptiBond Solo Plus Total-Etch.
É aceito que uma superfície de dentina tratada com laser Er:
YAG é geralmente livre de smear layer, eliminando assim
qualquer obstáculo à adesão.5,6 No entanto, a camada
superficial da dentina tratada a laser, com aproximadamente 5
µm de espessura, foi transformada em uma zona onde as
fibrilas de colágeno foram completamente derretidas e / ou
vaporizadas.5,6 Foi alegado que esta característica interfere na
adesão da resina se a superfície da dentina tratada a laser não
foi condicionada antes da aplicação de uma resina de ligação.6
O uso de primer ácido ou ácido fosfórico parecia capaz de
remover essa camada superficial modificada por laser. Além
disso, em relação à topografia da superfície da dentina após a
irradiação, o laser Er: YAG aumenta a energia da superfície
livre e a rugosidade da superfície21 isso pode afetar o grau de
ancoragem mecânica, pois a resina de ligação pode infiltrar-se
nas micro-irregularidades da dentina tratada a laser. Essas
micro-irregularidades foram relatadas como ocorrendo devido
ao processo de ablação termomecânica do laser Er: YAG que
causa as micro-explosões em áreas de altas concentrações de
água e na parte hidratada da hidroxiapatita.6 Com relação às
observações de MEV, as zonas infiltradas de resina foram
difíceis de distinguir, o que está de acordo com estudos
anteriores.5,22 A extensão do tratamento a laser também foi
relatada para se estender profundamente na dentina
intertubular subsuperficial, na qual as fibrilas de colágeno
foram provavelmente desnaturadas pelo calor gerado.6 Essas
fibrilas de colágeno parcialmente desnaturadas não podem ser
facilmente removidas por agentes de condicionamento e
podem afetar a infiltração de resina.6 Isso fornece uma
explicação de por que
168
a zona infiltrada com resina não pôde ser observada nas
amostras tratadas com laser.
Uma limitação deste estudo foram os métodos diagnósticos
usados para detecção de cárie que combinavam inspeção
visual e medições com um DIAGNOdent. Mesmo que o
dispositivo de fluorescência a laser tenha demonstrado alta
validade para detecção de cárie em fissuras,14,15 a aplicação para
a detecção de cárie residual durante a escavação ainda não
está clara.15 O uso de outros métodos para determinar a
extensão da dentina cariada remanescente pode ter fornecido
maior validação para este estudo. No entanto, a aplicação de
um líquido para detecção de cárie na dentina tratada a laser
requer algum cuidado. A irradiação a laser resulta em alguma
desnaturação da dentina superficial que, segundo relatos, fica
corada de rosa, mesmo depois que toda a dentina afetada por
cárie foi removida.5 Isso provavelmente levaria a um
diagnóstico falso positivo e, subsequentemente, a um
tratamento excessivo e corte excessivo da dentina. Mais
estudos avaliando a extensão da remoção de cárie com laser
Er: YAG pelo uso de solução de detecção de cárie são
necessários.
Dentro das limitações deste estudo de laboratório, ambas as
hipóteses nulas foram refutadas. Para a primeira hipótese, uma
similaridade na resistência de união entre três métodos de
remoção de cárie foi determinada apenas para a dentina afetada
por cárie colada com OptiBond Solo Plus Total-Etch. Clearfil Protect
Bond mostrou resistência de adesão significativamente menor
após a remoção de cárie com broca de aço redonda em
comparação com outros dois métodos de remoção. Para a
segunda hipótese, apenas a dentina afetada por cárie exposta
usando o laser Er: YAG mostrou forças de união estatisticamente
semelhantes entre os dois adesivos. O OptiBond Solo Plus Total-
Etch apresentou resistências de adesão significativamente maiores
do que o Clearfil Protect Bond depois que a cárie foi removida com
a broca de aço redonda. No entanto, o oposto foi encontrado para
os espécimes tratados com papel SiC. Parece que, além das
diferenças nos adesivos usados, as diferenças nos métodos de
remoção de cárie podem influenciar na adesão das resinas. A
camada de esfregaço e os tampões de esfregaço deixados após os
métodos de remoção de cárie podem contribuir para o sucesso ou
não da adesão da resina à dentina afetada pela cárie.
RECONHECIMENTO
Este trabalho foi financiado por uma bolsa do Programa
do Centro de Excelência para Pesquisa de Fronteira em
Destruição e Reconstrução Molecular de Dentes e Ossos da
Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio.
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Endereço para correspondência / reimpressões:
Dr. Vanthana Sattabanasuk
Departamento de Odontologia Conservadora e
Prótese Dentária
Faculdade de Odontologia
Srinakharinwirot University
Sukhumvit 23, Wattana
Bangkok, Tailândia
Email: mengvanthana@hotmail.com
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