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RESUMOS CIENTÍFICO-FILOSÓFICOS 2

MAURICE BLONDEL
A AÇÃO: ENSAIO DE UMA CRÍTICA DA VIDA E DE
UMA CIÊNCIA DA PRÁTICA (1893)
Analisa a ação (que agrupa todos os tipos de atividade humana),
que implica no sentido do destino: sentido da vida e destino do
homem. A ação humana transforma o indivíduo, conferindo-lhe
na realização uma novidade plena, irredutível a sua intenção
primeira, e aumenta seu potencial existente, mesmo que este
jamais venha a realizar-se totalmente. Nossos atos permanecem
inacabados, pois o fim último é de ordem divina, e uma distância
infinita me separa de mim mesmo. A filosofia nunca permite um
conhecimento último e perfeito; só a fé nos permite ter acesso ao
sobrenatural. O homem, por meio da encarnação, tem função de
mediação entre o mundo terreno e o mundo sobrenatural. A ação
vivenciada se situa na junção entre a imanência e a
transcendência.

LOUIS ALTHUSER
A FAVOR DE MARX (1965)
Coletânea de sete artigos
Acredita na necessidade de introduzir uma “divisão
epistemológica” na obra de Marx. Separa as obras da juventude,
impregnadas de influência hegeliana, de O capital, ponto de
partida do marxismo, de onde se depreende um pensamento
filosófico.

JACQUES MONOD
ACASO E NECESSIDADE: ENSAIO SOBRE A FILOSOFIA
NATURAL DA BIOLOGIA MODERNA (1970)
Tentativa de pensar os resultados da biologia contemporânea.
Contribuiu para animar debates em diversas direções: filosofia
das ciências, moral, política
Os seres vivos são estruturas dotadas de propriedades
particulares: invariância reprodutiva e teleonomia. As
propriedades devem ser explicadas a partir do acaso que reina no
nível microfísico e ser compatíveis com o segundo princípio da
termodinâmica. O acaso também atua no nível do patrimônio
genético, e o DNA assume na estrutura celular o elo entre
invariância e teleonomia. O problema desemboca na questão da
origem da vida, ou seja, do código genético, pois o status do acaso
despoja a humanidade de qualquer significação transcendente. A
ética não está em perigo pois o próprio conhecimento científico
repousa sobre imperativos morais, em primeiro lugar o de
objetividade. A sede de superação e transcendência do ser
humano é encarnada pelo socialismo humanista, não o socialismo
científico marxista, embora deva aspirar ao ideal de objetividade
científica. Critica as explicações globais teleológicas e animistas
que supõem uma aliança entre o homem e a natureza, as
ressurgências do cientificismo (religiões, antropocentrismo
teilhardiano, materialismo dialético marxista).

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