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O homem moderno é caracterizado por uma vida carregada de intensos afazeres, que os
impede de reservar um tempo para si mesmo. Somam-se a isso, doenças e transtornos que
podem surgir como consequências desse estilo de vida agitado, como estresse intenso,
transtornos, enxaqueca, asma, depressão, entre outros. Nesse sentido, a promessa de um tipo
de atividade física que trabalhasse tanto o corpo como a mente se mostrou perfeita para que
pudesse cuidar do seu corpo e da sua mente.
Segundo Matthiesen (1999) o termo alternativo se refere às maneiras de agir, sentir e pensar,
longe dos padrões da modernidade, expressando um conjunto de valores e práticas visando
solucionar os custos materiais e imateriais (prejuízos) gerados pela mesma.
Também entende a perspectiva alternativa como uma opção às ações desenvolvidas pela
Educação Física, se contrapondo ao modelo já existente. Portanto, alternativo significa uma
saída do comum, um rompimento com padrões, outro modo de agir, uma visão diferente da
atual, ir além do que é corriqueiro.
Existem diversas maneiras para trabalhar o corpo. Naturalmente, nós temos mais contato com
os métodos mais tradicionais, como musculação, corrida, danças e lutas, por exemplo. Mas
existem, também, as práticas corporais alternativas, que estimulam o corpo a partir de outra
perspectiva.
A diferença das práticas alternativas para as tradicionais é a importância dada a união entre
corpo e mente, estimulando ambas com foco na respiração.
Essa junção corpo e mente oferece às práticas corporais um caráter holístico (totalidade/
derivada do grego “holo” e que pode significar completo, inteiro) muito forte. Isso porque,
diferente da medicina ocidental tradicional, baseada em dividir o conhecimento em
especializações, esses métodos terapêuticos surgiram no oriente, onde costumava-se trabalhar
e interpretar o organismo como um todo.
No geral, surgiram na China, Japão ou Índia e algumas delas têm mais de 5.000 anos. Outras
são mais recentes ou foram reformuladas, como é o caso do pilates ou a eletroacupuntura.
Todas as práticas corporais alternativas apresentam um ponto em comum: o controle da
respiração. Entende-se que é por meio do controle respiratório que o homem é capaz de
atingir os estados meditativos de consciência.
Quem já experienciou o pilates, a ioga ou qualquer tipo de meditação, sabe que a chave para
uma prática completa é unir os movimentos corporais a ritmos respiratórios lentos e
ordenados. Esse é um elemento tão fundamental que o antropólogo Marcel Mauss, em seu
artigo “As técnicas do corpo” assume a possibilidade de que essas práticas corporais, de outras
culturas, permitiriam ao homem a alterar seu estado de consciência, o que ele chama de
“entrar em contato com Deus”. Em suas palavras:"
Especificamente sobre as PCA, Impolcetto e col. (2013) afirmam que se contrapõem, por
princípios e definição, ao conteúdo das práticas “tradicionalizadas” que buscam e promovem
valores como a competição e a comparação de desempenhos em detrimento de outros valores
relacionados com a busca pela subjetividade, autoconhecimento, sensibilização,
expressividade, criatividade, cooperação, respeito mútuo; e repudiam a simples manutenção
da forma física e preocupação estética tão presentes atualmente entre as pessoas.
Reforçam ainda, que as PCA “[...] são práticas que proporcionam ao indivíduo vivenciar seu
próprio corpo com autonomia, responsabilidade e liberdade” (p. 270) e se caracterizam como
alternativas porque possuem objetivos que as práticas “tradicionalizadas” não proporcionam,
como sensibilização e autoconhecimento, e por se diferenciarem de outros trabalhos de
abordagem corporal, no sentido de valorizar o corpo como uma unidade harmoniosa,
respeitando seus conflitos e diferenças.
Estando diretamente ligada às ações do corpo, o desenvolvimento das PCA na escola pode
possibilitar que os(as) envolvidos(as) no processo educativo aprendam a respeitar e conviver
com as diferenças, valorizando a convivência entre as pessoas através de ações educativas
geradoras de reflexões. Com isso, uma proposta de intervenção na escola, deve buscar
favorecer uma visão diferenciada do que é comumente desenvolvido e o contato com
experiências possivelmente ainda não vivenciadas, se pautando nas características das PCA.
Assim sendo, é possível, inclusive, que os conteúdos “tradicionalizados”, trabalhados na
Educação Física Escolar, incorporem princípios e valores mais humanizados. Nesse sentido,
entendendo que as Práticas Corporais Alternativas estão bastante atreladas ao constante
contato pessoal, ao reconhecimento corporal, à realização de movimentos com
intencionalidade, acreditamos que ações pautadas em suas características, podem
proporcionar algumas discussões sobre temas, tais como, padrões de beleza e atitudes
estipulados pelos meios de comunicação em massa.
Como foram criadas há milênios, existem muitas opções, que podem ser aplicadas em conjunto
para fins diferentes.
Apesar de todas terem um quê de meditação, vale mencionar que a meditação por si só já se
configura como uma prática alternativa. Além de ser muito estimulante, existem métodos
diferentes para fazê-la.
Seguindo nessa linha, temos o yoga e o tai-chi-chuan, que oferecem a mesma atenção para as
emoções e os pensamentos internos, mas adicionando mais movimentos e posturas.
Muito confundido com o yoga, há também o pilates, uma atividade voltada para o
fortalecimento e controle de diferentes grupos musculares.
Com raízes ainda mais fortes na terapia e no lado espiritual, há ainda outras possibilidades: o
reiki, técnica baseada na transferência de energia;
O ponto principal que une todas essas práticas corporais tão diferentes é, novamente, ter um
foco no corpo ao mesmo tempo em que há um cuidado com a mente. Para a sociedade atual,
que carece de tempo, é muito precioso poder cuidar de ambos ao mesmo tempo.
Conhecendo a meditação
Dentre as práticas milenares, a meditação é uma das mais antigas e difundidas atualmente.
Uma grande vantagem é a sua versatilidade: você pode meditar em casa ou em lugares
específicos, sozinho ou acompanhado, com alguém guiando ou não.
Com tantos benefícios, não é surpresa saber que essa prática corporal tem sido muito estudada
como tratamento alternativo para depressão e outros transtornos mentais. E, para quem tem
uma rotina estressante, a meditação é um dos caminhos para o bem-estar.
Justamente por ser um exercício tão livre, existem vários tipos de meditação. A lógica não é
sobre qual é melhor ou pior, mas qual combina mais com seus objetivos atuais. É interessante
conhecer os diferentes modelos para escolher o mais adequado para você.
É comum que muitas pessoas se confundam quando o assunto é pilates e yoga, pois ambas são
alternativas para o alívio de dores e ganhar qualidade de vida.
O pilates, diferentemente da maioria das outras práticas corporais alternativas, surgiu durante
a Segunda Guerra Mundial. O médico Joseph Pilates desenvolveu o método que recebeu o seu
nome com o objetivo de auxiliar na recuperação de soldados feridos.
Essa prática, muito voltada para o fortalecimento dos músculos, trabalha também com a
respiração. Assim, o pilates é muito procurado como tratamento para dores físicas e questões
posturais.
• flexibilidade;
• postura;
• alívio de dores;
• condicionamento físico.
O yoga, por outro lado, é uma disciplina espiritual que surgiu na Índia há 5.000 anos. A prática
estimula tanto o corpo, por meio de posturas e movimentos, quanto a mente, por meio da
respiração e atenção ao fluxo de pensamentos.
Assim, o yoga é baseado em pilares emocionais, mentais e espirituais. Essa prática oferece
várias filosofias, um estilo de vida junto e o aprimoramento físico.
• melhoria do equilíbrio;
• aprimoramento da postura;
• controle emocional;
• autoconhecimento.
Essas três técnicas são bem diferentes, mas é muito comum serem aplicadas em conjunto para
melhorar ainda mais o processo terapêutico. Cada uma à sua maneira, elas podem trazer
diversos benefícios para a saúde mental, física e bem-estar no geral.
A acupuntura
A maneira de regular a energia vital que corre pelo corpo é com a aplicação de agulhas finas
em diferentes lugares do organismo. Essas agulhas criam pressão e, por isso, auxiliam a
diminuir o cansaço, as dores no corpo e, é claro, o estresse.
A técnica é tão rica que são vários os tipos de acupuntura. A auriculoterapia consiste na
aplicação de agulhas ou sementes de mostarda na orelha dos pacientes. Há também
eletroacupuntura, que funciona a partir da aplicação de impulsos elétricos em diferentes
partes do corpo.
O reiki
O reiki, por sua vez, nasceu no Japão e não é uma técnica milenar: diferentemente do que
muitas pessoas pensam, surgiu no século passado!
Essa terapia oriental acontece por meio da imposição das mãos do terapeuta sobre o paciente,
transmitindo energia e equilibrando o corpo. Parte do processo sugere que o paciente se
concentre em alguns princípios específicos, como gratidão e amabilidade, por exemplo.
Essa técnica, assim como a acupuntura, promove o aumento no bem-estar e é muito procurada
para a diminuição de dores, insônia, ansiedade e até hipertensão.
o shiatsu
Por fim, o shiatsu é uma massagem chinesa que também busca regular o fluxo de energia no
organismo humano. A pressão em pontos específicos do corpo com os óleos essenciais
promove o relaxamento muscular e mental.
A técnica é muito similar à acupuntura, mas realizada de outra maneira. Mesmo assim, os
benefícios são os mesmos: alívio de dores, aumento no bem-estar, melhora na postura e no
equilíbrio, entre outros.
Essas três técnicas, por terem princípios e benefícios similares, podem ser realizadas em
conjunto, potencializando os resultados.
Práticas corporais alternativas: entenda como exercitar corpo e mente. Disponível em:
<https://www.omint.com.br/blog/praticas-corporais-alternativas/>.