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Resumo
Este artigo se propõe a examinar a coletivização na era Stalin e seu impacto na
União Soviética, com foco na Ucrânia, onde emergiu uma das tragédias mais
sombrias do século XX, conhecida como "Holodomor", que ocorreu entre 1930 e
1934. A investigação busca ir além da narrativa comum que atribui a fome nessa
região apenas às consequências da coletivização mal planejada. Em vez disso,
explora a hipótese de que a fome na República da Ucrânia não foi apenas um efeito
colateral involuntário, mas também uma estratégia deliberada das autoridades
soviéticas.
Palavras-chave: União Soviética, coletivização agrícola, Holodomor, Joseph Stalin,
nacionalismo ucraniano.
Texto Beta 01

Desde o começo da guerra Russo-Ucraniana que se deu início no dia 22 de


fevereiro de 2022, o mundo voltou os olhos para aquele pais do leste europeu que
outrora era esquecido, com isso muitos começaram a revisitar os mais diversos
fatos da região e o assunto mais falado pela midia internacional com certeza fora o
“Holodomor” o holocausto ucraniano causado pela fome, ocorrido entre 1930-1934,
porém ainda hoje se tem uma grande discursão sobre como isso aconteceu, suas
causas, se foi proposital ou não, alguns sequer aceitam que isso ocorreu e veem
como apenas um mito de “fundação da Ucrania” e que isso não passa de um
invenção criada pela midia burguesa para tentar rechaçar a os ideais sovieticos.

1. O Plano Quinquenal de 1929-1934.

No período pré-Revolução, a Rússia era predominantemente uma vasta


nação agrária, caracterizada pela ausência de industrialização e pelo regime
autocrático e absolutismo Tzarista, sobre total controle do Tzar Nikolái
Alieksándrovich Románov ou apenas Nicolau II, Nicolau era a perpetuação da
dinastia romanov que se mantinha no poder a quase 300 anos.
Nesse cenário, uma minoria privilegiada de nobres prosperava às custas da
exploração das demais camadas sociais. À medida que o século XX avançava, a
Rússia ainda se encontrava notavelmente atrasada em termos de desenvolvimento
industrial, um contraste acentuado com as nações ocidentais mais avançadas.
Por volta de 1921, Vladimir Lenin, então Secretário Geral do Partido
Comunista, introduziu uma reforma econômica conhecida como Nova Política
Econômica (NEP). Essa abordagem permitiu uma dose controlada de capitalismo
para revitalizar a economia nacional, reconhecendo a necessidade de consolidar o
poder do novo regime. Essa foi uma fase transitória para a Rússia, que ainda estava
se recuperando dos efeitos da Revolução , da Primeira Guerra Mundial, e da guerra
civil que acometia o país entre 1917 a 1922.
Após a morte de Lenin em 1924, Joseph Stalin assumiu a liderança da União
Soviética no cargo de Secretário Geral do Partido Comunista, apesar de Lenin ter
morrido em 1924, Stalin subiu ao poder publicamente e oficialmente em 1927, e
como um de seus primeiros planos foi a extinção NEP e no seu lugar a criação dos
planos Quinquenais,
Na estrutura política do NEP, o que mais de comum se acontecia nada mais
era do que no setor agrícola era de que os fazendeiros plantam os grãos e afins e
posteriormente vendiam suas safras ao Estado, porém o preço que Estado
comprava era muito baixo, ao ponto que os agricultores preferiram ficar com as
safras e colheitas e vender em um mercado paralelo ao governo, porém: era
extremamente mal visto e tratado a duras criticas qualquer um que pedisse para
aumentar os preços paga aos agricultores (GELLATELY,2017,p.36)
Devido a esse problema nos preços,houve uma pequena fome em toda
União Soviética De forma que: “Todavia por volta de 1927 a escassez de alimento e
o elevado desemprego exigiram ação. Janeiro do ano seguinte Stalin e outros
decidiram “ medidas de emergência “,um eufemismo para campanhas de
expropriação” (GELLATELY,2017,p.36)
Esse processo de expropriação foi apenas um pequeno ensaio do que viria
por vir, com o fim do NEP o plano para Quinquenal foi traçado seu principal meta
era resolver a crise agrícola e fomentar a base industrial de matérias primas, no
lugar de plantar trigo e outros grãos, o governo central decidiu plantar vastos
campos de algodão e anil, entre outras matérias primas.

"O primeiro plano quinquenal previa que 85% das propriedades dos
camponeses seriam transformadas em cooperativas no prazo de 5
anos, sendo que 20% seriam fazendas coletivas." (Volkogonov,
2017, p. 223)

Apesar de, em tese, o plano de coletivização parecer uma boa alternativa,


pois com a coletivização das fazendas, o Estado não teria o problema que se tinha
na época do NEP de oferta e demanda. Nesse período, os fazendeiros não vendiam
suas safras ao Estado pelo baixo valor. Uma vez que tudo fosse coletivizado e as
cooperativas fossem criadas, o Estado teria total controle sobre elas. Porém, não se
contava com um grande problema: não se pensou que a população mais pobre não
daria de bom grado suas terras, uma vez que a maioria era de pequenos e médios
fazendeiros, e não de grandes latifundiários. Isso porque estes últimos já haviam
sido expropriados durante a crise de fome que ocorreu durante o período do NEP.
Portanto, o que restaria seriam esses pequenos e médios fazendeiros."

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