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Doze Entraves à Comunicação

Estas ideias são do Dr. Thomas Gordon no seu livro “Treino para Pais Eficazes” (“P.E.T. Parent
Effectiveness Training” ISBN 0-452-26461-8. Recomendamos vivamente que leia todo o livro).

Sem saber, bloqueamos as nossas comunicações com os outros. Usamos


normalmente 12 métodos para atirar com esses bloqueios. Cada um de nós tem os
seus favoritos:

1) Dar ORDENS, DIRECCIONAR, COMANDAR (Dizer a alguém para fazer algo ou


dar-lhes um comando) ”Pára de reclamar!” “ Tens que fazer o teu trabalho!”

2) AVISAR, AMEAÇAR, MOLESTAR (Dizer a alguém as consequências que irão


ocorrer se ela fizer algo) “Continua a fazer isso e vais ser despedido” “Se isto não
mudar, vais arrepender-te” “É melhor tratares disto, senão…”

3) MORALIZAR, DAR SERMÕES (Dizer a alguém o que elas devem ou deveriam


fazer) “Não deverias fazer isso” “Devias fazer isto” “Deves sempre fazer assim…”

4) ACONSELHAR, DAR SUGESTÕES ou SOLUÇÕES (Dizer a alguém como


resolver um problema. Dar conselhos ou sugestões a alguém. Dar respostas e
soluções) “Eu sugiro que esqueças isso” Porque é que não tiras umas férias?”
“Podias experimentar algo diferente” “O meu conselho sobre isso é…”

5) ENSINAR, DAR PALESTRAS, DAR ARGUMENTOS LÓGICOS (Tentar influenciar


alguém com factos, contra-argumentos, lógica ou com a minha opinião) “Se não te
metes na linha não vais ser promovida” “Pensa assim: podia ser pior” “Vamos olhar
para os factos”.

6) JULGAR, CRITICAR, ESTAR EM DESACORDO, CULPAR (Fazer um julgamento


negativo ou avaliação de uma pessoa, tentando que elas parem de fazer o que
estavam a fazer) “Não estás a pensar com clareza” “Estás errado sobre isso” “Eu
discordo contigo sobre esse assunto” “Esse ponto de vista é uma tolice” “Isso não
vai funcionar” “Isso é impossível”

7) DAR ELOGIOS, CONCORDAR (Oferecer uma avaliação ou julgamento positivos,


concordar, tentando que eles continuem a fazer o que estavam a fazer) “És mesmo
bom nisto” “És fantástico” “Eu gosto mesmo quando fazes isso” “Eu concordo
totalmente contigo, tens toda a razão”

8) CHAMAR NOMES, RIDICULARIZAR, ENVERGONHAR (Fazer com que alguém


se sinta tolo, colocando alguém numa categoria, envergonhando alguém) “Tu és o
sabichão” “Fazer sempre erros assim?” “Tu és o problema aqui”

9) INTERPRETAR, ANALISAR, DIAGNOSTICAR (Dizer a alguém quais os seus


motivos, analisar porque a pessoa está a dizer ou a fazer algo, comunicar que já
percebeu uma pessoa) “Tu só estás com ciúmes” “Tu na verdade não acreditas em
nada disso” “Sentes-te assim só porque perdeste o jogo” “Fizeste isso para te
vingares”

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10) SIMPATIZAR, CONSOLAR, APOIAR (Tentar fazer com que alguém se sinta
melhor, tentar convencer alguém a sair do que está a sentir, tentar fazer com que os
sentimentos de alguém desapareçam, negar a força dos sentimentos de alguém)
“Amanhã vais sentir-te diferente” “As coisas vão correr bem” “Toda a gente passa
por períodos assim” “Não te preocupes, as coisas vão correr bem” “Eu também
pensava assim” “Aconteceu-me o mesmo!”

11) QUESTIONAR, INTERROGAR, PÔR À PROVA (Tentar encontrar razões,


motivos, causas. Procurar mais informação para o ajudar a resolver o problema
deles) “Quando é que começaste a sentir-te assim?” “De onde tiraste essa ideia?” “
Porque é que farias algo assim?” “O que é que isso implica para ti?”

12) FUGIR, DISTRAÍR, HUMOR (Tentar afastar alguém do seu problema. Afastar-se
do problema. Distrair a pessoa, brincar com a pessoa para ela sair do momento, pôr
o problema de lado) “Esquece isso vá!” “Anda, vamos comer um gelado!” “Aquele
gajo é um parvo não ligues” “Eu não estou interessada nesta cena” “Já passámos
por isto há bem pouco tempo!” “Como é que foram as tuas férias?” “Óh também só
custa um milhão de euros!”

9.5 Abre Portas


A Escuta Adulta pode ser facilitada, em vez de bloqueada, quando enviamos
mensagens “abre portas”. Os abre portas expressam um interesse naquilo que o
outro está a dizer e a sentir, e diz-lhe que queremos ouvir o que ele tem a dizer. Os
abre portas podem ser tão simples quanto:

“Óh. Hmmm. Estou a ver. Interessante. Verdade. Uau. A sério. Quem diria.”

Ou, os abre portas podem ser mais complexos, assim:

“Conta-me. Podes dizer mais sobre isso? Estou interessado no teu ponto de vista. O
que aconteceu a seguir? Conta-me a história toda. Continua, estou a ouvir. Parece
que o que estás a dizer é importante.“

Se os abre portas, sejam eles simples ou complexos, não fizerem frequentemente


parte dos seus padrões de discurso, devemos simplesmente memorizar as palavras
e frases, e praticar o seu uso propositado. Praticar a escuta adulta, sem usar os
entraves e, ao invés disso usar abre portas, pode parecer extremamente
embaraçoso e talvez até artificial de início, como se estivéssemos a ler o guião de
um personagem que não somos nós. Com a prática, a nova forma de comunicação
começará a ser a sua. A contenda vale bem o esforço.

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