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ENFERMAGEM

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Livro Eletrônico
NATALE SOUZA

Enfermeira, graduada pela UEFS – Universidade


Estadual de Feira de Santana – em 1999;
pós-graduada em Saúde Coletiva pela UESC –
Universidade Estadual de Santa Cruz – em 2001,
em Direito Sanitário pela FIOCRUZ em 2004; e
mestre em Saúde Coletiva.
Atualmente, é servidora pública da Prefeitura
Municipal de Salvador e atua como Educadora/
Pesquisadora pela Fundação Osvaldo Cruz –
FIOCRUZ – no Projeto Caminhos do Cuidado.
Além disso, é docente em cursos de pós-
graduação e preparatórios para concursos há 16
anos, ministrando as disciplinas: Legislação do
SUS, Políticas de Saúde, Programas de Saúde
Pública e específicas de Enfermagem.

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ENFERMAGEM
Vigilância em Saúde
Prof.ª Natale Souza

SUMÁRIO
Vigilância em Saúde.....................................................................................4
1. Vigilância em Saúde e seus Componentes...................................................5
1.1 Vigilância em Saúde e seus Componentes.................................................5
1.2 Vigilância em Saúde: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e
Vigilância Ambiental.....................................................................................9
1.3 Vigilância em Saúde: do Que Estamos Falando?....................................... 12
1.4 Quais São as Ações de cada Componente da Vigilância em Saúde?............. 18
1.5. A Vigilância em Saúde e o Planejamento................................................ 22
1.6 Vigilância Sanitária............................................................................... 24
2. Sistemas de Informação......................................................................... 40
3. Portaria n. 1.378, de 9 de Julho de 2013................................................... 42
Referências Bibliográficas........................................................................... 69

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Vigilância em Saúde
Prof.ª Natale Souza

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Sou a Professora Natale Souza, enfermeira, graduada pela Universidade Es-

tadual de Feira de Santana (UEFS), em 1999; pós-graduada em Saúde Coletiva

pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em 2001, e em Direito Sanitário

pela FIOCRUZ, em 2004; e mestre em Saúde Coletiva.

Atualmente, sou funcionária pública da Prefeitura Municipal de Salvador e atuo

como Educadora/Pesquisadora pela Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) no Projeto

Caminhos do Cuidado e há 16 anos na docência em cursos de pós-graduação e

preparatórios de concursos, ministrando as disciplinas: Legislação do SUS, Políticas

de Saúde, Programas de Saúde Pública e Específicas de Enfermagem.

Autora dos livros: Legislação do SUS para concursos – pela editora Con-

cursos Psicologia; Legislação do SUS – comentada e esquematizada/Políti-

cas de Saúde, Legislação do SUS e Saúde Coletiva 500 questões, pela edi-

tora Sanar. De capítulos nos seguintes livros: 1000 Questões Comentadas de

Enfermagem – Editora Sanar; 1000 Questões Residências em Enfermagem

– Editora Sanar; e em fase de finalização de mais três obras.

Iniciei a minha trajetória em concursos públicos desde que saí da graduação, tanto

como “concurseira” quanto como docente, sendo aprovada em mais de 12 concursos

e seleções públicas. Apaixonei-me pela docência e hoje dedico meu tempo ao estudo

dos Conhecimentos específicos de Enfermagem, da Legislação Específica do SUS e aos

milhares de profissionais que desejam ingressar em uma carreira pública.

Nesta aula, abordaremos o tema Vigilância em Saúde, de forma que você sai-

ba o que realmente é cobrado nos certames do conteúdo. Fique atento(a) aos grifos

e aos textos em destaque, além dos comentários das questões.

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1. Vigilância em Saúde e seus Componentes

1.1 Vigilância em Saúde e seus Componentes

A concepção “restrita” entende por Vigilância à Saúde um conjunto de ações vol-

tadas para o conhecimento, a previsão, a prevenção e o enfrentamento continuado de

problemas de saúde, selecionados e relativos aos fatores e condições de risco, atuais e

potenciais, e aos acidentes, incapacidades, doenças – incluindo as zoonoses – e outros

agravos à saúde de uma população num território determinado. Significa, portanto,

uma ampliação da vigilância epidemiológica, com incorporação da vigilância sanitária,

sem, entretanto, prever a reorganização do conjunto das ações e serviços de atenção

à saúde, aí incluídas a intervenção sobre determinantes sociais, de um lado, e a assis-

tência médico-hospitalar, de outro (TEIXEIRA, 1998).

Ainda de acordo com a autora supracitada, a concepção ampliada funda-

menta-se no resgate do desenvolvimento conceitual e metodológico que se vem

verificando a partir de uma visão ampliada de saúde e da formulação de modelos

de interpretação dos determinantes, riscos, agravos e danos, à luz da moderna

Epidemiologia, articulando-os em um esquema operacional que resgata e amplia

o modelo clássico da História Natural das Doenças, incorporando desde as ações

sociais organizadas pelos distintos atores até as ações específicas de prevenção de

riscos e agravos, bem como as de recuperação e reabilitação de doentes.

Podemos afirmar que o modelo assistencial de Vigilância da Saúde é o preconi-

zado, atualmente, pelo Ministério da Saúde.

Para Teixeira et al. (1998), a Vigilância da Saúde apresenta algumas vertentes,

que poderiam ser sintetizadas como segue:

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a) Vigilância da Saúde equivalendo a Análise de Situações de Saúde. Ainda que am-


pliando e redefinindo o objeto de análise – situações de saúde de grupos populacionais
definidos em função de suas condições de vida, esta acepção restringe o alcance da
proposta ao monitoramento da situação de saúde, não incorporando as ações voltadas
ao enfrentamento dos problemas.
b) Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilância
epidemiológica e a Vigilância sanitária, inicialmente no âmbito do processo de descen-
tralização das ações para os órgãos estaduais (SES) e, atualmente, inserindo-se no
processo de municipalização.
c) Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias,
havendo duas concepções, que, embora não sejam divergentes, enfatizam aspectos
distintos: uma, que privilegia a dimensão técnica, ao conceber a vigilância à saúde
enquanto um modelo assistencial alternativo conformado por um conjunto de práti-
cas sanitárias que encerram combinações tecnológicas distintas, destinadas a controlar
determinantes, riscos e danos; outra que privilegia a dimensão gerencial da noção de
vigilância à saúde, caracterizando-a como uma prática que organiza processos de traba-
lho em saúde sob a forma de operações, para confrontar problemas de enfrentamento
contínuo, num território delimitado (...) através de operações montadas sobre os pro-
blemas em seus diferentes períodos do processo saúde-doença.

Comparando essa concepção de Vigilância da Saúde com os modelos assisten-

ciais vigentes (médico-assistencial e sanitarista, hegemônicos), constatam-se as

diferenças com relação aos sujeitos, objeto, métodos e forma de organização dos

processos de trabalho. Enquanto o modelo médico-assistencial privilegia o médico,

tomando como objeto a doença, em sua expressão individualizada, e utiliza como

meios de trabalho os conhecimentos e tecnologias que permitem o diagnóstico e

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a terapêutica das diversas patologias, o modelo sanitarista tem como sujeitos os

sanitaristas, cujo trabalho toma por objeto os modos de transmissão e fatores de

risco das diversas doenças em uma perspectiva epidemiológica, utilizando um con-

junto de meios que compõem a tecnologia sanitária (educação em saúde, sanea-

mento, controle de vetores, imunização etc.) (TEIXEIRA et al., 1998).

A Vigilância da Saúde, todavia, propõe a incorporação de novos sujeitos, extra-

polando o conjunto de profissionais e trabalhadores de saúde ao envolver a popu-

lação organizada, o que corresponde à ampliação do objeto, que abarca, além das

determinações clínico-epidemiológicas no âmbito individual e coletivo, as deter-

minações sociais que afetam os distintos grupos populacionais em função de suas

condições de vida. Nessa perspectiva, a intervenção também extrapola o uso dos

conhecimentos e tecnologias médico-sanitárias e inclui tecnologias de comunicação

social que estimulam a mobilização, organização e atuação dos diversos grupos na

promoção e na defesa das condições de vida e saúde (TEIXEIRA et al., 1998).

Segundo Paim (1998), a Vigilância da Saúde corresponderia, assim, a um modelo

assistencial que incorpora e supera os modelos vigentes, implicando a redefinição do

objeto, dos meios de trabalho, das atividades, das relações técnicas e sociais, bem como

das organizações de saúde e da cultura sanitária. Nessa perspectiva, aponta na direção

da superação da dicotomia entre as chamadas práticas coletivas (vigilância epidemio-

lógica e sanitária) e as práticas individuais (assistência ambulatorial e hospitalar) por

meio da incorporação das contribuições da nova geografia, do planejamento urbano,

da epidemiologia, da administração estratégica e das ciências sociais em saúde, tendo

como suporte político-institucional o processo de descentralização e de reorganização

dos serviços e das práticas de saúde ao nível local.

Na perspectiva técnica da implementação da vigilância da saúde, a metodologia

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do planejamento e da programação poderia ser aplicada em distintos momentos

com a seguinte sequência lógica:

1. (IF-PA/IF-PA/2015) Teixeira, Paim e Vilasboas (1998) sistematizam três verten-

tes do que chamam de “vigilância da saúde”.


I – Vigilância da saúde baseada na visão negativa de saúde, vinculado à doença
e à morte;
II – Vigilância da saúde como proposta de integração institucional entre a vigilân-
cia epidemiológica e a vigilância sanitária;
III – Vigilância da saúde baseada no paradigma clínico flexneriano;

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IV – Vigilância da saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias;


V – Vigilância da saúde equivalendo a análise de situações de saúde.
Identifique a alternativa correta
a) Somente as alternativas II, IV, V estão corretas.
b) Somente as alternativas II, III, IV estão corretas.
c) Somente as alternativas II, III e V estão corretas.
d) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
e) Somente as alternativas III, IV e V estão corretas.

Letra a.
Na visão do autor citado na questão, que, junto com Teixeira e outros autores, for-
mulou as chamadas vertentes da vigilância, essas se constituem em três, a saber:
• Vigilância da Saúde equivalendo à Análise de Situações de Saúde;
• Vigilância da Saúde como proposta de integração institucional entre a Vigilân-
cia Epidemiológica e a Vigilância Sanitária;
• Vigilância da Saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias.

1.2 Vigilância em Saúde: Vigilância Epidemiológica, Vigilância


Sanitária e Vigilância Ambiental

Neste item, não aprofundarei os subcomponentes da Vigilância em Saúde, pois


teremos aulas específicas de cada tema.
O termo “vigilância” surgiu no contexto da saúde pública no final do século XIX,
com o desenvolvimento da microbiologia e de saberes sobre a transmissão das doenças
infecciosas. Ele está historicamente relacionado aos conceitos de saúde e doença vi-
gentes em cada época e lugar, às práticas de atenção aos enfermos e aos mecanismos
adotados para impedir a disseminação das doenças (TEIXEIRA et al., 1998).

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Evolução do conceito de vigilância em saúde

Observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a


coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade,
assim como de outros dados relevantes e a regular disseminação dessas informações a
todos que necessitam conhecê-la (LANGMUIR, 1963).

O estudo epidemiológico de uma enfermidade, considerada como um processo dinâmico


que abrange a ecologia dos agentes infecciosos, o hospedeiro, os reservatórios e veto-
res, assim como os complexos mecanismos que intervêm na propagação da infecção e
a extensão com que essa disseminação ocorre (RASKA, 1966).

Evolução dos conceitos e marcos legais da Vigilância em Saúde no Brasil

• 1975 (Lei n. 6.529, de 1976): Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica:


Art. 2º: A ação de vigilância epidemiológica compreende as informações, investigações
e levantamentos necessários à programação e à avaliação das medidas de controle de
doenças e de situações de agravos à saúde.
§ 1º Compete ao Ministério da Saúde definir, em Regulamento, a organização e as atri-
buições dos serviços incumbidos da ação de Vigilância Epidemiológica, promover a sua
implantação e coordenação.
§ 2º A ação de Vigilância Epidemiológica será efetuada pelo conjunto dos serviços de

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saúde, públicos e privados, devidamente habilitados para tal fim.

• Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica:

− condução do Ministério da Saúde;

− integrado somente pelos estados, executam ações definidas pela União;

− restrito ao controle de doenças transmissíveis;

− ações de vigilância ambiental praticamente inexistentes no âmbito do sis-

tema público de saúde;

− situação semelhante no desenvolvimento das ações de vigilância sanitária.

• 1961: Código Nacional de Saúde.

• 1973 a 1977 – Leis n. 5.991/1973; n. 6.360/1976; n. 6.368/1976 –

Medicamentos; n. 6.437/1977 – Alimentos.

• 1976 – Decreto n. 79.506 – Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária:

− promover, elaborar, controlar aplicação e fiscalizar “normas e padrões de

interesse sanitários”;

− portos, aeroportos e fronteiras;

− produtos e exercício profissional relacionados à saúde.

• Constituição de 1988:

Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:
(...)
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde
do trabalhador (...)

• Lei n. 8.080, de 1990:

Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam


o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determi-
nantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomen-
dar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

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Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, dimi-


nuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de inte-
resse da saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com
a saúde.

1.3 Vigilância em Saúde: do Que Estamos Falando?

A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e a análise permanentes


da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações desti-
nadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem
em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui
tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.

Quais são os componentes da vigilância em saúde?


São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agra-
vos à saúde, devendo-se constituir em espaço de articulação de conhecimentos e
técnicas (BRASIL, 2008).

O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças


transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância
da situação de saúde; a vigilância ambiental em saúde; a vigilância da saúde do

trabalhador; e a vigilância sanitária.

2. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015) São os componentes da vigilância em


saúde, EXCETO:

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a) ações de vigilância.
b) hierarquização das ações.
c) controle de agravos à saúde.
d) promoção à saúde.
e) prevenção de doenças.

Letra b.
São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde.

3. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO/2016) Sobre a Vigilância em Saúde é correto afirmar:


a) abrange somente o controle de bens de consumo que, direta ou indireta-
mente, se relacionem com a saúde, compreendida todas as etapas e processos,
da produção ao consumo.
b) abrange a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das
doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância
ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária.
c) é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situado no primeiro
nível de atenção dos sistemas de saúde, voltado para a promoção da saúde, a pre-
venção de agravos, tratamento e a reabilitação.
d) é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situado nos níveis se-
cundário e terciário de atenção dos sistemas de saúde, voltado para a promoção da
saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a reabilitação.

e) nenhuma das alternativas está correta.

Letra b.

O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças

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transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância

da situação de saúde; a vigilância ambiental em saúde; a vigilância da saúde do

trabalhador; e a vigilância sanitária.

4. (INSTITUTO EXCELÊNCIA/PREFEITURA DE MONTE AZUL PAULISTA-SP/2016)

São consideradas ações de Vigilância em Saúde:

a) Observação e análise permanentes da situação de saúde da população.

b) Monitoramento e avaliação integrada.

c) Promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde.

d) Nenhuma das alternativas.

Letra c.

São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à

saúde, devendo-se constituir em espaço de articulação de conhecimentos e técnicas.

5. (AOCP/INES/2013) Dentre os conceitos de vigilância em Saúde incluem-se os

citados a seguir, EXCETO

a) a vigilância das práticas educativas para o autocuidado.

b) a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis.

c) a vigilância da saúde do trabalhador.

d) a vigilância sanitária.

e) a vigilância e o controle das doenças transmissíveis.

Letra a.

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O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças

transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância

da situação de saúde; a vigilância ambiental em saúde; a vigilância da saúde do

trabalhador; e a vigilância sanitária.

A única exceção é a letra “a”.

Onde devem ser desenvolvidas as ações da vigilância em saúde?

A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis

de atenção da saúde. A partir de suas específicas ferramentas, as equipes de

saúde da atenção primária podem desenvolver habilidades de programação e pla-

nejamento, de maneira a organizar os serviços em ações programadas de atenção

à saúde das pessoas, aumentando-se o acesso da população a diferentes ativida-

des e ações de saúde (BRASIL, 2008).

Como buscamos a integralidade da vigilância com a atenção à saúde?

De acordo com Brasil (2009), a Vigilância em Saúde, visando a integralidade do

cuidado, deve inserir-se na construção das redes de atenção à saúde, coordena-

das pela Atenção Primária à Saúde. A integração entre a Vigilância em Saúde e a

Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória para a construção da integralidade

da atenção e para o alcance dos resultados, com desenvolvimento de um processo

de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos

setores e compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes:

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As ações de Vigilância em Saúde, incluindo-se a promoção da saúde, devem estar

inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária – Saúde da Família, com

atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando

os processos de trabalho, planejamento, monitoramento e avaliação dessas ações.

6. (FEMPERJ/TCE-RJ/2012) O principal desafio da Vigilância em Saúde hoje é:

a) definir a demanda de incorporação tecnológica;

b) formular diretrizes clínicas;

c) sua implantação na Atenção Básica;

d) sua integração continental para conter pandemias;

e) a formação de recursos humanos em nível terciário.

Letra c.

As ações de Vigilância em Saúde, incluindo-se a promoção da saúde, devem estar

inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária – Saúde da Família, com

atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando

os processos de trabalho, planejamento, monitoramento e avaliação dessas ações.

7. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015) A Vigilância em Saúde, visando à integra-

lidade do cuidado, deve inserir-se na construção das redes de atenção à saúde,

sendo coordenada

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a) pela atenção Primária à Saúde.

b) pela atenção Secundária à Saúde.

c) pela atenção Terciária à Saúde.

d) por serviços Especializados de Saúde.

e) por clínicas Especializadas em Saúde.

Letra a.

A Vigilância em Saúde, visando a integralidade do cuidado, deve inserir-se na cons-

trução das redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção Primária à Saúde.

1.4 Quais São as Ações de cada Componente da Vigilância


em Saúde?

A vigilância epidemiológica é um

conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qual-


quer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou cole-
tiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle
das doenças ou agravos (BRASIL, 2009).

Seu propósito é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a respon-

sabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos.

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Funções da Vigilância Epidemiológica

A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento con-

tínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises

que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando

questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abran-

gente (BRASIL, 2009)

A vigilância em saúde ambiental visa ao conhecimento e à detecção ou

prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do

ambiente que interferiram na saúde humana. Ela recomenda e adota medidas de

prevenção e controle dos fatores de risco, relacionados às doenças e outros agra-

vos à saúde, prioritariamente a vigilância da qualidade da água para consumo hu-

mano, ar e solo; desastres de origem natural, substâncias químicas, acidentes com

produtos perigosos, fatores físicos; e ambiente de trabalho (BRASIL, 2009).

A vigilância em saúde do trabalhador caracteriza-se por ser um conjunto

de atividades destinadas à promoção e proteção, recuperação e reabilitação da

saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condi-

ções de trabalho (BRASIL, 2009).

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A vigilância sanitária é entendida como um conjunto de ações capazes de

eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários

decorrentes do meio ambiente, na produção e circulação de bens e na prestação de

serviços de interesse da saúde. Abrange o controle de bens de consumo que, direta

ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e

processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que,

direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde (BRASIL, 2009).

O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é coordenado pela Anvisa no âmbito

nacional e integrado pela Anvisa, Vigilâncias Sanitárias Estaduais, Vigilâncias Sani-

tárias Municipais, Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, no aspecto

pertinente à vigilância sanitária; e sistemas de informação de vigilância sanitária.

Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é o cuidado integral com a

saúde das pessoas por meio da promoção da saúde (BRASIL, 2008).

8. (FUNCAB/SESACRE/2013) “O monitoramento contínuo do país, estado, municí-

pio, região e/ou território por meio de estudos e análises que revelem o compor-

tamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e

contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente” faz parte das ações

desenvolvidas pela:

a) vigilância epidemiológica.

b) vigilância sanitária.

c) vigilância em saúde ambiental.

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d) vigilância da situação de saúde.


e) vigilância em saúde do trabalhador.

Letra d.
A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do
país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que reve-
lem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões
relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente.

9. (EDUCA/PREFEITURA DE MATURÉIA-PB/2016). Marque a alternativa CORRETA


que corresponde ao significado conceitual de Vigilância: “desenvolve ações de mo-
nitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estu-
dos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde,
priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde
mais abrangente”.
a) Vigilância Epidemiológica.
b) Vigilância Sanitária.
c) Vigilância Ambiental.
d) Vigilância da Situação de Saúde.
e) Vigilância em Saúde.

Letra d.
A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do
país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que reve-
lem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões

relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente.

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10. (CONSULPLAN/CBTU/2014) A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) é

um dos componentes do(a)

a) Vigilância Epidemiológica.

b) Vigilância em Saúde Ambiental.

c) Vigilância da Situação de Saúde.

d) Sistema Nacional de Vigilância em Saúde.

Letra d.

O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças

transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância

da situação de saúde; a vigilância ambiental em saúde; a vigilância da saúde do

trabalhador; e a vigilância sanitária.

1.5. A Vigilância em Saúde e o Planejamento


A vigilância em saúde detém conhecimentos e metodologias que auxiliam a ges-

tão para o conhecimento da realidade, identificação de problemas, estabelecimento

de prioridades de atuação e melhor utilização dos recursos em busca de resultados

efetivos, fundamentais para a elaboração do planejamento (BRASIL, 2010)

A análise da situação de saúde permite a identificação, descrição, priorização e

explicação dos problemas de saúde da população, por intermédio da:

• caracterização da população: variáveis demográficas (número de habitan-

tes com distribuição por sexo, idade, local de residência, fluxos de migração

etc.); variáveis socioeconômicas (renda, inserção no mercado de trabalho,

ocupação, condições de vida etc.); variáveis culturais (grau de instrução, há-

bitos, comportamentos etc.);

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• caracterização das condições de vida: ambientais (abastecimento de

água, coleta de lixo e dejetos, esgotamento sanitário, condições de habita-

ção, acesso a transporte, segurança e lazer); características dos sujeitos (ní-

vel educacional, inserção no mercado de trabalho, tipo de ocupação, nível de

renda, formas de organização social, religiosa e política);

• caracterização do perfil epidemiológico: indicadores de morbidade e

de mortalidade;

• descrição dos problemas: o quê? (problema); quando? (atual ou poten-

cial); onde? (territorialização); quem? (que indivíduos ou grupos sociais)

(BRASIL, 2010).

A vigilância em saúde está alinhada aos DETERMINANTES SOCIAIS EM

SAÚDE (DSS), ou seja, quando as ações são estruturadas no modelo de

VS, podemos identificar os fatores que determinam e condicionam a saúde

e intervir de forma precoce!

Recomenda-se, para análise da situação de saúde, utilizar os sistemas de infor-

mação disponíveis, os indicadores de saúde, as fontes diversas de dados, o proces-

samento estatístico, a construção de séries temporais e a desagregação por grupos

e distribuição territorial, considerando valores e culturas locais.

Sistema Nacional de Vigilância em Saúde

De acordo com Brasil (2010), o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde

(SNVS) é coordenado pela SVS/MS no âmbito nacional e é integrado pelos

seguintes subsistemas:

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• subsistema nacional de vigilância epidemiológica, de doenças transmissíveis

e de agravos e doenças não transmissíveis; e

• subsistema nacional de vigilância em saúde ambiental, incluindo ambiente de trabalho.

Além disso, são integrantes do SNVS o Sistema Nacional de Laboratórios de Saú-

de Pública, nos aspectos pertinentes à vigilância epidemiológica e saúde ambiental;

os sistemas de informações de vigilância em saúde; os programas de prevenção e

controle de doenças de relevância em saúde pública, incluindo o Programa Nacional

de Imunizações; e ainda a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e a Política

Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2010).

1.6 Vigilância Sanitária

Neste item, aprofundaremos o componente Vigilância Sanitária, que estão de

acordo com a Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990:

É um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de in-


tervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação
de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
com a saúde.

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Componente – Vigilância Sanitária

Originou-se na Europa dos séculos XVII e XVIII e no Brasil dos séculos XVIII

e XIX, com o aparecimento da noção de “polícia sanitária”, que tinha como fi-

nalidade regulamentar o exercício da profissão, combater o charlatanismo e

exercer o saneamento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o

comércio de alimentos, com o objetivo de vigiar a cidade para evitar a propa-

gação das doenças (EDUARDO, 1998).

No Brasil, a polícia sanitária, que é a prática mais antiga da saúde públi-

ca, aparece na época em que vigorava a “teoria dos miasmas”. Ela se rearticula e

se modifica, pelo menos na forma de interpretar os eventos, ao incorporar as várias

novas noções que vão surgindo, como aquelas originadas na era bacteriológica, no

período da introdução da terapêutica. Mais tarde, com as teorias sistêmicas e do

planejamento, configuram-se os sistemas de vigilância à saúde, até a incorporação

em sua função de controle do conceito de defesa da cidadania, do direito do consu-

midor (EDUARDO, 1998).

Até 1988, o Ministério da Saúde definia a Vigilância Sanitária como

um conjunto de medidas que visam elaborar, controlar a aplicação e fiscalizar o cumpri-


mento de normas e padrões de interesse sanitário relativo a portos, aeroportos e fron-
teiras, medicamentos, cosméticos, alimentos, saneantes e bens, respeitada a legislação
pertinente, bem como o exercício profissional relacionado com a saúde.

A Constituição Federal de 1988, afirmou ser a saúde um direito de todos e

destacou as atribuições da Vigilância Sanitária como obrigação do Estado, produ-

zindo-se intensa atividade regulatória. Sendo um dever do Estado, compete a este

implementar políticas públicas capazes de garantir à população brasileira o acesso

universal a ações e serviços públicos de saúde.

Além de ações e serviços de saúde, conforme dispõe o caput do art. 196, o Esta-

do deve atuar no sentido de reduzir os riscos de doenças e agravos à saúde pública,

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ou seja, deve adotar medidas capazes de garantir a segurança sanitária da popu-

lação, evitando a disseminação de doenças e eliminando riscos à saúde existentes

no ambiente social, em concordância com o conceito de saúde.

A descrição de vigilância sanitária, conhecida por todos pela Lei n. 8.080, de

19 de setembro de 1990, passa a ser, nesse contexto, de acordo com o artigo 6º,

parágrafo 1º, a seguinte:

Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir


ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo;
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com
a saúde.

Essa definição amplia o seu campo de atuação, pois, ao ganhar a condição de prá-

tica capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos decorrentes do meio ambiente,

da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saú-

de, a vigilância sanitária torna-se uma prática com poder de interferir em toda a

reprodução das condições econômico-sociais e de vida, isto é, em todos os fatores

determinantes do processo saúde-doença.

A Constituição elevou a saúde à categoria de direito social, estabeleceu os fun-

damentos e fixou os princípios norteadores da política de saúde brasileira, desenhou

o marco institucional encarregado de executar essa política na forma do Sistema

Único de Saúde e incorporou uma definição de saúde abrangente e progressista,

em sintonia com o padrão normativo internacional (COSTA, 2009).

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O texto constitucional, em seu art. 200, confere ao SUS um conjunto extenso e

variado de atribuições (BRASIL, 1988), entre elas, as de:

• controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para

a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobio-

lógicos, hemoderivados e outros insumos;

• executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as

de saúde do trabalhador;

• ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;

• participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

• incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

• fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutri-

cional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

• participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utiliza-

ção de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

• colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Em consonância com o processo de reforma do Estado, na década de 1990, foi

instituída pela Lei n. 9.782/1999 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-

SA), criada para:

[...] promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário


da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sa-
nitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles
relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras (BRASIL, 1999).

11. (COMPERVE/UFRN/2016) “O poder de polícia administrativa é uma ativida-

de exclusiva da Administração Pública. Representa não só uma capacidade, mas

também um dever de restringir ou condicionar as liberdades ou a propriedade

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individual, ajustando-as aos interesses da coletividade. Seu princípio básico é a

supremacia do interesse público sobre o individual. No setor de saúde, esse poder

incide apenas sobre estabelecimentos (pessoas jurídicas)” (DE SETA, REIS, 2009).

A vigilância que detém o poder de polícia administrativa é a

a) Vigilância Sanitária.

b) Vigilância Epidemiológica.

c) Vigilância Ambiental.

d) Vigilância do trabalhador.

Letra a.

A Vigilância Sanitária no Brasil tem características de polícia sanitária, que é a

prática mais antiga da saúde pública, aparece na época em que vigorava a “teoria

dos miasmas”. Ela se rearticula e se modifica, pelo menos na forma de interpretar

os eventos, ao incorporar as várias novas noções que vão surgindo, como aquelas

originadas na era bacteriológica, no período da introdução da terapêutica. Mais

tarde, com as teorias sistêmicas e do planejamento, configuram-se os sistemas de

vigilância à saúde, até a incorporação em sua função de controle do conceito de

defesa da cidadania, do direito do consumidor.

12. (MÁXIMA/PREFEITURA DE FRONTEIRA-MG/2016) Conjunto de ações capazes

de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitá-

rios decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da presta-

ção de serviços de interesse à saúde constitui o conceito de:

a) Vigilância em saúde;

b) Vigilância epidemiológica;

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c) Vigilância ambiental;

d) Vigilância sanitária.

Letra d.

De acordo com a artigo 6º da LOS n. 8.080/1990, entende-se por Vigilância Sani-

tária o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e

de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

• o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem

com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao

consumo;

• o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamen-

te com a saúde.

13. (IF-ES/IF-ES/2016) “Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou pre-

venir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio am-

biente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da

saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se

relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção

ao consumo e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-

diretamente com a saúde”.1

A afirmativa anterior se refere a:

a) Saúde Pública.

b) Vigilância Sanitária.

1 Letra b.

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c) Vigilância Epidemiológica.

d) Vigilância da Saúde do Trabalhador.

e) Vigilância Ambiental em Saúde.

14. (CONSULPAM/PREFEITURA DE TARRAFAS-CE/2015) Entende-se por vigilância sanitária:

a) Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e

de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

b) Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou pre-

venção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde

individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-

venção e controle das doenças ou agravos.

c) Um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epi-

demiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalha-

dores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores

submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.

d) Apenas o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indire-

tamente com a saúde.

Letra a.

De acordo com a artigo 6º da LOS n. 8.080/1990, entende-se por Vigilância Sani-

tária o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e

de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

• o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com

a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo;

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• o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamen-

te com a saúde.

15. (AOCP/EBSERH/2015) Historicamente, tinha como função exercer o sanea-

mento da cidade, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de alimen-

tos, com o objetivo de vigiar a cidade para evitar a propagação das doenças. O

enunciado refere-se:

a) a agentes comunitários de saúde.

b) à polícia sanitária.

c) a agentes de endemias.

d) à reforma sanitária.

e) à liga médica de higiene.

Letra b.

A Vigilância Sanitária no Brasil tem características de polícia sanitária, que é a

prática mais antiga da saúde pública, aparece na época em que vigorava a “teoria

dos miasmas”. Ela se rearticula e se modifica, pelo menos na forma de interpretar

os eventos, ao incorporar as várias novas noções que vão surgindo, como aquelas

originadas na era bacteriológica, no período da introdução da terapêutica. Mais

tarde, com as teorias sistêmicas e do planejamento, configuram-se os sistemas de

vigilância à saúde, até a incorporação em sua função de controle do conceito de

defesa da cidadania, do direito do consumidor.

16. (COMPROV/UFCG/PREF. PEDRA LAVRADA-PB/2014) Entende-se por vigilância sa-

nitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e

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de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e cir-

culação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, EXCETO:

a) O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente

com a saúde.

b) Programas de conscientização da população, através de publicidade, panfleta-

gem, palestras e outros meios.

c) Ações de prevenção, devendo servir para eliminar, diminuir ou prevenir os riscos à

saúde, devendo haver intervenção do Estado para a garantia da saúde da população.

d) O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com

a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo.

e) Todas as alternativas estão corretas.

Letra b.

De acordo com a artigo 6º da LOS n. 8.080/1990, entende-se por Vigilância Sani-

tária o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e

de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e

circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

• o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se rela-

cionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da

produção ao consumo;

• o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamen-

te com a saúde.

Destacam-se, entre as principais atribuições da ANVISA, as competências para estabe-

lecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de

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vigilância sanitária e para aplicar as penalidades aos infratores da legislação sanitária,

sendo-lhe atribuída a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

A diversificação de atribuições evidencia que a Anvisa dispõe de amplo poder de

polícia para autorizar ou interditar o funcionamento de empresas e estabelecimen-

tos de saúde, registrar ou recusar o registro de produtos de interesse da saúde,

monitorar a evolução dos preços de medicamentos, possuindo inclusive poderes

normativos, especialmente em áreas técnicas que exigem conhecimento especia-

lizado, como, por exemplo, o estabelecimento de padrões sobre limites de conta-

minantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados etc. Os demais serviços

de vigilância sanitária integrantes do SNVS, distribuídos nas esferas estadual e

municipal de gestão, também dispõem de poder de polícia no âmbito de suas com-

petências (COSTA, 2009).

O poder de polícia, necessário para coibir as transgressões que se fazem fre-

quentemente contra a saúde da população, deve ser exercido de forma tecnica-

mente competente e de acordo com os preceitos éticos.

É importante lembrar que a vigilância sanitária está incluída no conceito de vi-

gilância da saúde. A vigilância da saúde é uma forma de organização das práticas

de saúde que contempla a articulação das ações de promoção da saúde, prevenção

e controle de riscos, assistência e reabilitação, de maneira a se desenvolver uma

atenção integral a problemas de saúde e seus determinantes, a necessidades e a

demandas da população em territórios específicos.

São características da Vigilância Sanitária as atividades educativas e repressivas,

em relação ao seu objeto de ação, isto é, em relação aos prestadores ou produtores.

• Atividade educativa – deve ser exercida não apenas por meio das fiscali-

zações, que podem ter inicialmente o caráter orientador, mas também por

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intermédio da promoção de reuniões e seminários com os responsáveis pelos


estabelecimentos em que sejam discutidos os problemas e transmitidas as
exigências técnicas legais e a necessidade da melhoria dos serviços, em bus-
ca da conscientização da promoção comum da saúde do município.

• Atividade repressiva – inerente ao seu poder de polícia, deve ser exercida

durante as fiscalizações, quando forem constatadas irregularidades que pos-

sam gerar danos à saúde dos indivíduos ou da comunidade. A autoridade sa-

nitária, em exercício de suas funções, não poderá se omitir ao constatar que

uma determinada situação, procedimento ou condição estejam em desacordo

com a legislação.

As ações de vigilância sanitária portam certas especificidades

São ações de saúde dirigidas, fundamentalmente, ao controle de riscos reais e po-

tenciais, ou seja, têm natureza essencialmente preventiva, não só de danos, mas dos

próprios riscos. Desse modo, permeiam todas as práticas médico-sanitárias a promo-

ção à proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Nas diversas atividades relacio-

nadas com a saúde, faz-se necessária alguma ação de vigilância sanitária, também

exercidas sobre o meio ambiente e o ambiente de trabalho (COSTA, 2009).

Em sua grande maioria, as ações são exercidas sobre coisas, produtos, tecno-

logias, processos, estabelecimentos, meios de transporte e ambientes e,

em uma fração menor, mas igualmente importante, sobre pessoas, princi-

palmente os viajantes, incluindo os trabalhadores dos meios de transporte

sob vigilância sanitária.

Outra característica é a distribuição de competências com outros setores insti-

tucionais, o que amplifica a complexidade e implica vigoroso esforço de construção

da intersetorialidade, dado que as racionalidades de outros setores não são idênti-

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cas às da saúde. Os alimentos, por exemplo, são objetos de competências do setor

saúde e da agricultura.

Por meio da Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a partici-

pação da comunidade na gestão do SUS, são oficializados mecanismos importantes

de participação da população no controle de qualidade dos serviços de saúde, me-

diante conselhos. O usuário, objeto de proteção da Vigilância Sanitária, passa a ser

um aliado importante, um “vigilante voluntário”, da transformação das condições de

saúde, reforçando o papel educativo e conscientizador da Vigilância Sanitária.

Destacam-se quatro dimensões inerentes à prática de vigilância sanitária:

• A dimensão política – como uma prática de saúde coletiva, de vigilância da

saúde, instrumento de defesa do cidadão, no bojo do Estado e voltada para

responder por problemas, situa-se em campo de conflito de interesses, pois

prevenir ou eliminar riscos significa interferir no modo de produção econô-

mico-social. Essa é sua dimensão política, relacionada ao propósito de trans-

formação ou mudança desses processos em benefício, a priori, da população.

Contudo, os entraves serão maiores ou menores dependendo, de um lado, do

grau de desenvolvimento tecnológico dos setores produtores e prestadores,

de suas consciências sanitárias ou mercantilistas, e, de outro, da concreta

atuação e consciência dos consumidores.

• A dimensão ideológica – significa que a vigilância deverá responder às

necessidades determinadas pela população, mas enfrenta atores sociais com

diferentes projetos e interesses.

• A dimensão tecnológica – referente à necessidade de suporte de várias áreas

do conhecimento científico, métodos, técnicas, que requerem uma clara funda-

mentação epidemiológica para seu exercício. Nessa dimensão, está incluída sua

função de avaliadora de processos, de situações, de eventos ou agravos, expres-

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sa por meio de julgamentos a partir da observação ou cumprimento de normas e

padrões técnicos e de uma consequente tomada de decisão.

• A dimensão jurídica – distingue-se das demais práticas coletivas de saúde,

conferindo-lhe importantes prerrogativas expressas pelo seu papel de polícia

e pela sua função normatizadora. A atuação da Vigilância Sanitária tem impli-

cações legais na proteção à saúde da população, desde sua ação educativa e

normativa, estabelecendo obrigatoriedades ou recomendações, até seu papel

de polícia, na aplicação de medidas que podem representar algum tipo de

punição. Assentada no Direito Sanitário, sua atuação se faz no plano do jurí-

dico, o que significa que qualquer tomada de decisão afeta esse plano. Para

isso, suas ações devem estar corretamente embasadas em leis. Torna-se im-

prescindível para aquele que exerce a ação o conhecimento dos instrumentos

processuais, das atribuições legais e das responsabilidades.

Dentro dos preceitos do SUS, que privilegia o município como o espaço de ação

das práticas de saúde, a Vigilância Sanitária deve ser descentralizada e muni-

cipalizada. Ao Estado compete o papel de articular os municípios e regiões para

garantir a uniformidade mínima das ações de todo o município, a hierarquização

da prestação de serviços que, por suas características e complexidade, tenham

abrangência intermunicipal, e a viabilização das práticas de supervisão e controle

de qualidade dos serviços de saúde (EDUARDO, 1998).

De acordo com Eduardo (1998), a municipalização da Vigilância Sanitária, como

uma etapa do processo de descentralização das ações de saúde, representará a

concretização da municipalização da saúde e constitui subsídio importante para o

planejamento, gerenciamento e qualidade dos serviços de assistência mé-

dica, para a garantia da saúde ambiental e ocupacional e para o controle

de qualidade de produtos e serviços de saúde e da vida da população.

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Municipalizar as ações de vigilância sanitária significa adotar uma política espe-


cífica com a finalidade de operacionalizá-la, recorrendo-se a novas bases de finan-
ciamento, criação de equipes e demais infraestruturas.
Segundo Costa (2009), a partir da interpretação da Constituição Federal de
1988 e da Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080, art. 18), depreende-se que é dada
ao município a competência para a execução de todas as ações de vigilância sani-
tária. Essa ação deverá ser embasada em leis federais e estaduais, mas o município
pode legislar complementarmente o que não lhe for constitucionalmente vedado.
As ações de vigilância poderão ser exercidas pelo município independen-
temente de qualquer delegação de competência ou de convênios formais, em
todos os locais ou situações, seja qual for a complexidade das ações. Contudo,
o trabalho integrado, a definição harmônica das competências entre os vários
níveis do SUS, a cooperação técnica entre eles, só beneficiarão e garantirão a
saúde do município. Desse modo, cabe ao nível municipal executar e im-
plementar ações de vigilância sanitária, obtendo, para isso, a coopera-
ção técnica e financeira da União e do Estado.
Em relação aos níveis de competência, a Secretaria Nacional de Vigilância Sa-
nitária do Ministério da Saúde assume o papel de coordenação, com o objetivo de
regulamentar e executar as ações com abrangência nacional. Em nível estadual,
estão os órgãos de coordenação central, regionais e municipais, seguindo estrutu-
ras de organização que variam nas diferentes unidades da Federação. É importante
ressaltar que todos esses órgãos têm atribuições de normatizar e fiscalizar, em
caráter complementar e harmônico, dentro dos princípios da hierarquização e des-
centralização das ações, seguindo o modelo de organização proposto para o SUS.
O campo de abrangência da vigilância sanitária
• Bens e serviços de saúde.

• Meio ambiente.

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O enfoque de atuação

• Enfoque epidemiológico – todo o instrumental epidemiológico deverá ser

assumido pela Vigilância Sanitária, visto que o enfoque de risco é parte de

sua própria definição. O instrumental epidemiológico é essencial para a defi-

nição de prioridades em face da realidade em que atua a Vigilância Sanitária,

a construção do quadro sanitário, o conhecimento dos problemas e como

subsídio às suas providências (EDUARDO, 1998).

• Enfoque do planejamento e da atuação programática – é atribuição da

Vigilância Sanitária detectar riscos e tomar medidas que eliminem, previnam

ou minimizem esses riscos. Para isso, deverá planejar as suas ações de forma

a organizar a atuação sobre os problemas sanitários e as práticas de ava-

liação. A identificação de problemas sanitários deverá ser uma atividade de

planejamento das ações de vigilância sanitária, a ser incorporada de forma

sistemática (EDUARDO, 1998).

• Enfoque da avaliação de qualidade – perdura ainda hoje a ideia de que

vigilância sanitária é uma prática de fiscalização restrita às instalações físicas,

à emissão de licenças ou alvarás, à verificação das habilitações profissionais e

a outros fatores mais ligados a uma avaliação de estrutura, pejorativamente

conhecida como “vigilância de piso e parede” ou “prática burocrática e carto-

rial” (EDUARDO, 1998).

Os instrumentos operacionais para a fiscalização e avaliação

Executada as fases de planejamento e estabelecido os programas prioritários

e metas, é preciso que os instrumentos operacionais estejam também disponíveis

para a realização das ações em vigilância sanitária, a saber:

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• Formulários e credenciais

− formulários para aplicação legal de medidas, com timbre do município e

identificação do órgão de vigilância sanitária, devidamente numerado e

controlado para evitar fraudes, com cópias carbonadas, para início e instru-

ção dos processos administrativos gerados nas inspeções sanitárias;

− credenciais dos profissionais da equipe, expedida e assinada pela autorida-

de sanitária do município, com formalização em Diário Oficial;

− cadastro e roteiro de inspeção para cada programa estabelecido. O cadastra-

mento dos estabelecimentos e locais sob vigilância sanitária é essencial para

o conhecimento do perfil do município, para dimensionamento dos recursos

humanos, cronograma de trabalho e controle das atividades realizadas. O “ro-

teiro de inspeção” tem várias funções: estabelecer os passos principais como

subsídio às vistorias; padronizar as condutas principais para permitir as com-

parações; permitir a avaliação de cada estabelecimento e o quadro epidemioló-

gico-sanitário do município. Esses instrumentos automatizados podem permitir

a construção de vários indicadores de avaliação, conforme comentado em se-

ções anteriores e nas sugestões práticas de roteiros;

− folhas de informação – memorandos, ofícios, capas para processos e outros

documentos para instrução e montagem dos processos administrativos.

17. (COMPERVE/UFRN/PREF. TANGARÁ-RN/2014) As atividades de vigilância sani-

tária são desencadeadas a partir de uma programação e, para o desenvolvimento

das ações de campo, é necessária a disponibilização de instrumentos operacionais.

Nesse contexto, considere as afirmativas a seguir.

I – Os formulários utilizados não precisam ser numerados.

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II – Há a necessidade do uso de credencial para identificar o agente.

III – O roteiro de inspeção é útil para padronizar a conduta dos agentes.

IV – Na inutilização de um produto, é dispensável a lavratura do auto de infração.

Considerando os instrumentos de apoio operacional para execução da vigi-

lância sanitária, estão corretas as afirmativas

a) I e IV.

b) I e II.

c) III e IV.

d) II e III.

Letra d.

Os instrumentos de atuação devem seguir:

• formulários para aplicação legal de medidas, com timbre do município e iden-

tificação do órgão de vigilância sanitária, devidamente numerado;

• credenciais dos profissionais da equipe;

• cadastro e roteiro de inspeção para cada programa estabelecido;

• na inutilização de um produto, é indispensável a lavratura do auto de infração.

2. Sistemas de Informação
• Organização das informações de vigilância sanitária provenientes de cadas-

tros, roteiros de inspeção, laudos de análises laboratoriais e outros, relatórios

de produção dos estabelecimentos, relatórios de morbimortalidade, produção

de atividades etc.

• Organização de outras fontes de informações como estatísticas epidemiológi-

cas etc., para avaliação.

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• Organização do banco de dados sobre legislação sanitária e bibliografia téc-


nica para a consulta frequente da equipe, capacitação, grupos de estudos,
grupos de trabalho, acesso a bibliotecas etc.
• Organização do protocolo e expediente para entrada e saída de documentos,
processos administrativos, boletins de informação etc.

Em síntese, pode-se dizer que Vigilância Sanitária é um conjunto de ações


no âmbito das práticas de saúde coletiva, assentadas em várias áreas do
conhecimento técnico-científico e em bases jurídicas que lhe conferem o
poder de normatização, educação, avaliação e de intervenção, e que têm
por objetivo controlar e garantir a qualidade dos processos tecnológicos
utilizados na produção e reprodução das condições de vida, trabalho e
saúde dos cidadãos.

18. (COMPROV/UFCG/PREF. PEDRA LAVRADA-PB/2014) A vigilância sanitária é um


dos braços executivos que estruturam e operacionalizam o SUS na busca da con-
cretização do direito social à saúde, por meio de sua função principal de eliminar
ou minimizar o risco sanitário envolvido na produção, circulação e no consumo de
certos produtos, processos e serviços. Em síntese, a vigilância sanitária tem um
papel importante para a estruturação do SUS, principalmente devido à:
I – Ação normativa e fiscaliza tória sobre os serviços prestados, produtos e insu-
mos terapêuticos de interesse para a saúde;
II – Permanente avaliação da necessidade de prevenção do risco;
III – Possibilidade de interação constante com a sociedade, em termos de promo-
ção da saúde, da ética e dos direitos de cidadania.
IV – Explorar e utilizar tais atributos e possibilidades da vigilância sanitária consti-
tui um dos maiores desafios para os gestores da saúde – federais, estaduais
e municipais – tendo em vista a necessidade de desenvolver e qualificar as
possibilidades de intervenção preventiva no campo da saúde.

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Estão corretas apenas:

a) I, II, III e IV.

b) I, II e III.

c) I, III e IV.

d) I, II e IV.

e) II e III.

Letra a.

Todas as assertivas trazem ações ligadas à operacionalização da Vigilância Sanitá-

ria, em todas as suas dimensões.

3. Portaria n. 1.378, de 9 de Julho de 2013

Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamen-

to das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municí-

pios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de

Vigilância Sanitária.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os

incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as

condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;

Considerando a Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a par-

ticipação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as

transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde;

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Considerando a Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional

de Vigilância Sanitária e cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);

Considerando a Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012, que regu-

lamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores

mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e

Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio

dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação

e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo;

Considerando o Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei

n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema

Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articu-

lação interfederativa, e dá outras providências; e

Considerando a Portaria n. 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta

o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e serviços

de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento

e controle, resolve:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 1º Esta Portaria regulamenta as responsabilidades e define as diretrizes para

execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde

e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Art. 2º A Vigilância em Saúde constitui um processo contínuo e sistemático de

coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados

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à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública

para a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos

e doenças, bem como para a promoção da saúde.

Art. 3º As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e

serviços desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir

a integralidade da atenção à saúde da população.

Art. 4º As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e

envolvem práticas e processos de trabalho voltados para:

I – a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que

subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monito-

ramento e avaliação das ações de saúde pública;

II – a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emer-

gências de saúde pública;

III – a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;

IV – a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências;

V – a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde;

VI – a vigilância da saúde do trabalhador;

VII – a vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produ-

tos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; e

VIII – outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem

ser desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados nos vários níveis de

atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na própria comunidade.

19. (COPEVE-UFAL/UFAL/2016) Segundo a Portaria n. 1.378/2013, as ações de

vigilância epidemiológica e sanitária fazem parte da Vigilância em Saúde, abran-

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gendo toda a população brasileira. Nesse sentido, envolvem práticas e processos

de trabalho voltados para a vigilância:

I – de populações expostas a riscos ambientais em saúde;

II – dos recursos para a saúde e suas normas de fiscalização;

III – das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências;

IV – da saúde do trabalhador.

Dos itens, verifica-se que estão corretos apenas

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, III e IV.

Letra e.

Assertivas I, III e IV corretas. De acordo com:

Art. 4º As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envol-


vem práticas e processos de trabalho voltados para:
I – a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que sub-
sidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e
avaliação das ações de saúde pública;
II – a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergên-
cias de saúde pública;
III – a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
IV – a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências;
V – a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde;
VI – a vigilância da saúde do trabalhador;
VII – vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, ser-
viços e tecnologias de interesse a saúde; e
VIII – outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser
desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados nos vários níveis de atenção,
laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na própria comunidade.

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CAPÍTULO II

DAS COMPETÊNCIAS

Seção I

Da União

Art. 5º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de vigilância em saúde

no âmbito da União, cabendo:

I – à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a coordenação do Sistema Na-

cional de Vigilância em Saúde; e

II – à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coordenação do Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária.

Art. 6º Compete à SVS/MS:

I – ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis, a vigilân-

cia e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de

risco, a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde, gestão de

sistemas de informação de vigilância em saúde de âmbito nacional e que possibili-

tam análises de situação de saúde, as ações de vigilância da saúde do trabalhador

e ações de promoção em saúde;

II – participação na formulação de políticas, diretrizes e prioridades em Vigilância

em Saúde no âmbito nacional;

III – coordenação nacional das ações de Vigilância em Saúde, com ênfase naquelas

que exigem simultaneidade nacional ou regional;

IV – apoio e cooperação técnica junto aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios

para o fortalecimento da gestão da Vigilância em Saúde;

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V – execução das ações de Vigilância em Saúde de forma complementar à atuação

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos previstos em lei;

VI – participação no financiamento das ações de Vigilância em Saúde;

VII – normalização técnica;

VIII – coordenação dos sistemas nacionais de informação de interesse da Vigilância

em Saúde, incluindo:

a) estabelecimento de diretrizes, fluxos e prazos, a partir de negociação tripartite,

para o envio dos dados para o nível nacional;

b) estabelecimento e divulgação de normas técnicas, rotinas e procedimentos de

gerenciamento dos sistemas nacionais; e

c) retroalimentação dos dados para as Secretarias Estaduais de Saúde;

IX – coordenação da preparação e resposta das ações de vigilância em saúde, nas

emergências de saúde pública de importância nacional e internacional, bem como

cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios em emergências de saúde

pública, quando indicado;

X – coordenação, monitoramento e avaliação da estratégia de Vigilância em Saúde

sentinela em âmbito hospitalar, em articulação com os Estados e Distrito Federal;

XI – monitoramento e avaliação das ações de Vigilância em Saúde;

XII – desenvolvimento de estratégias e implementação de ações de educação, co-

municação e mobilização social referentes à Vigilância em Saúde;

XIII – realização de campanhas publicitárias em âmbito nacional e/ou regional na

Vigilância em Saúde;

XIV – participação ou execução da educação permanente em Vigilância em Saúde;

XV – promoção e implementação do desenvolvimento de estudos, pesquisas e

transferência de tecnologias que contribuam para o aperfeiçoamento das ações e

incorporação de inovações na área de Vigilância em Saúde;

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XVI – promoção e fomento à participação social nas ações de Vigilância em Saúde;

XVII – promoção da cooperação e do intercâmbio técnico-científico com organis-

mos governamentais e não governamentais, de âmbito nacional e internacional, na

área de Vigilância em Saúde;

XVIII – gestão dos estoques nacionais de insumos estratégicos, de interesse da

Vigilância em Saúde, inclusive o monitoramento dos estoques e a solicitação da

distribuição aos Estados e Distrito Federal de acordo com as normas vigentes;

XIX – provimento dos seguintes insumos estratégicos:

a) imunobiológicos definidos pelo Programa Nacional de Imunizações;

b) seringas e agulhas para campanhas de vacinação que não fazem parte daquelas

já estabelecidas ou quando solicitadas por um Estado;

c) medicamentos específicos para agravos e doenças de interesse da Vigilância em

Saúde, conforme termos pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT);

d) reagentes específicos e insumos estratégicos para as ações laboratoriais de Vi-

gilância em Saúde, nos termos pactuados na CIT;

e) insumos destinados ao controle de doenças transmitidas por vetores, compreenden-

do: praguicidas, inseticidas, larvicidas e moluscocidas – indicados pelos programas;

f) equipamentos de proteção individual (EPI) para as ações de Vigilância em Saúde

sob sua responsabilidade direta, que assim o exigirem;

g) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente trans-

missíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIT; e

h) formulários das Declarações de Nascidos Vivos (DNV) e de óbitos (DO);

XX – coordenação e normalização técnica das ações de laboratório necessárias para

a Vigilância em Saúde, bem como estabelecimento de fluxos técnico operacionais,

habilitação, supervisão e avaliação das unidades partícipes;

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XXI – coordenação do Programa Nacional de Imunizações, incluindo a definição

das vacinas componentes do calendário nacional, as estratégias e normalizações

técnicas sobre sua utilização, com destino adequado dos insumos vencidos ou ob-

soletos, de acordo com as normas técnicas vigentes;

XXII – participação no processo de implementação do Decreto n. 7.508, de 28 de

junho de 2011, no âmbito da Vigilância em Saúde; e

XXIII – estabelecimento de incentivos que contribuam para o aperfeiçoamento e

melhoria da qualidade das ações de Vigilância em Saúde.

Art. 7º Compete à ANVISA

I – participação na formulação de políticas e diretrizes em Vigilância Sanitária no

âmbito nacional;

II – regulação, controle E fiscalização de procedimentos, produtos, substâncias e

serviços de saúde e de interesse para a saúde;

III – execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo

essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e

pelos Municípios, mediante pactuação na CIT;

IV – proposição de critérios, parâmetros e métodos para a execução das ações es-

taduais, distritais e municipais de vigilância sanitária;

V – monitoramento da execução das ações descentralizadas no âmbito do Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária;

VI – promoção da harmonização dos procedimentos sanitários no âmbito do Siste-

ma Nacional de Vigilância Sanitária;

VII – apoio e cooperação técnica junto aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-

cípios para o fortalecimento da gestão da Vigilância Sanitária;

VIII – participação no financiamento das ações de Vigilância Sanitária;

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IX – coordenação do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (LA-

CEN), nos aspectos relativos à Vigilância Sanitária, com estabelecimentos de

normas técnicas e gerenciais;

X – assessoria, complementar ou suplementar, das ações de vigilância sanitária dos

Estados, Distrito Federal e Municípios para o exercício do controle sanitário;

XI – adoção das medidas para assegurar o fluxo, o acesso e a disseminação das

informações de vigilância sanitária para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

XII – coordenação das ações de monitoramento da qualidade e segurança dos

bens, produtos e serviços sujeitos à Vigilância Sanitária;

XIII – participação na formulação, implementação, acompanhamento e avaliação

dos processos de gestão da educação e do conhecimento no âmbito do Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária;

XIV – promoção, implementação e apoio, no âmbito do Sistema Nacional de Vigi-

lância Sanitária, de estudos, pesquisas e ferramentas que contribuam para o aper-

feiçoamento das ações e incorporação de inovações na área de Vigilância Sanitária;

XV – promoção da cooperação e do intercâmbio técnico científico com organismos

governamentais e não governamentais, de âmbito nacional e internacional, na área

de Vigilância Sanitária;

XVI – promoção e desenvolvimento de ações e estratégias que contribuam para a

participação e o controle social em Vigilância Sanitária; e

XVII – participação no processo de implementação do Decreto n. 7.508/2011, no

âmbito da Vigilância Sanitária.

20. (METTA/PREF. LOGRADOURO-PB/2010) Vigilância Sanitária integra a afirmação

de valores éticos e solidários, de saúde pública e na proteção e regulação sanitá-

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ria. Segundo estudiosos “a saúde é, hoje, mais que nunca, fruto e condição para o

desenvolvimento e a justiça social”. No que diz respeito a noções básicas de saúde

coletiva e de vigilância sanitária, defina a alternativa correta.

a) A coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é exercida, no Brasil, pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vinculada ao Ministério da Saúde;

b) A atuação da vigilância sanitária estende-se por todo o território nacional,

exceto nas áreas de portos, aeroportos e fronteiras, considerados espaços de

jurisdição internacional;

c) Como não há leis específicas que disponham sobre a emissão de alvarás e o fe-

chamento de estabelecimentos irregulares pela vigilância sanitária, os profissionais

da vigilância devem estar acompanhados de policiais para realizarem essas ações;

d) É de responsabilidade exclusiva da União, por meio da vigilância sanitária, a

fiscalização de estabelecimentos de saúde em todo o território nacional;

e) A vigilância sanitária de Estados e Municípios é responsável apenas pelas ações

educativas, relacionadas a práticas adequadas dos estabelecimentos de saúde, não

tendo, portanto, responsabilidade nas ações de cadastramento, licenciamento e

fiscalização desses estabelecimentos.

Letra a.

De acordo com o art. 5º da Portaria n. 1.378/2013:

Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de vigilância em saúde no âmbito


da União, cabendo:
I – à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a coordenação do Sistema Nacional
de Vigilância em Saúde; e
II – à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coordenação do Sistema Na-
cional de Vigilância Sanitária.

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Art. 8º As proposições de alteração de estratégias ou atribuições que gerem im-


pacto financeiro adicional ou modificações na organização dos serviços serão pac-
tuadas na CIT.
Parágrafo único. Em situações especiais e de emergência em saúde pública, a União
adotará as medidas de saúde pública necessárias para o seu enfrentamento, que
serão posteriormente comunicadas à CIT.

Seção II
Dos Estados

Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde a coordenação do componente


estadual dos Sistemas Nacionais de Vigilância em Saúde e de Vigilância Sanitária,
no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com as políticas, diretrizes e prio-
ridades estabelecidas, compreendendo:
I – ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis, a vigilân-
cia e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de
risco, a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde, gestão de
sistemas de informação de vigilância de âmbito estadual que possibilitam análises
de situação de saúde, as ações de vigilância da saúde do trabalhador, ações de
promoção em saúde e o controle dos riscos inerentes aos produtos e serviços de
interesse a saúde;
II – implementação das políticas, diretrizes e prioridades na área de vigilância, no
âmbito de seus limites territoriais;
III – coordenação das ações com ênfase naquelas que exigem simultaneidade es-
tadual, regional e municipal;
IV – apoio e cooperação técnica junto aos Municípios no fortalecimento da gestão
das ações de Vigilância;

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V – execução das ações de Vigilância de forma complementar à atuação dos Municípios;

VI – participação no financiamento das ações de Vigilância;

VII – normalização técnica complementar à disciplina nacional;

VIII – coordenação e alimentação, quando couber, dos sistemas de informação de

interesse da vigilância em seu âmbito territorial, incluindo:

a) estabelecimento de diretrizes, fluxos e prazos para o envio dos dados pelos Mu-

nicípios e/ou unidades regionais definidas pelo Estado, respeitando os prazos esta-

belecidos no âmbito nacional;

b) estabelecimento e divulgação de normas técnicas, rotinas e procedimentos de ge-

renciamento dos sistemas, em caráter complementar à atuação da esfera federal; e

c) retroalimentação dos dados às Secretarias Municipais de Saúde;

IX – coordenação da preparação e resposta das ações de vigilância, nas emergên-

cias de saúde pública de importância estadual, bem como cooperação com Municí-

pios em emergências de saúde pública de importância municipal, quando indicado;

X – coordenação, monitoramento e avaliação da estratégia de Vigilância em Saúde

sentinela em âmbito hospitalar, em articulação com os Municípios;

XI – desenvolvimento de estratégias e implementação de ações de educação, co-

municação e mobilização social;

XII – monitoramento e avaliação das ações de Vigilância em seu âmbito territorial;

XIII – realização de campanhas publicitárias de interesse da vigilância, em âmbito estadual;

XIV – fomento e execução da educação permanente em seu âmbito de atuação;

XV – promoção da cooperação e do intercâmbio técnico científico com organismos

governamentais e não governamentais, de âmbito estadual, nacional e internacional;

XVI – promoção e fomento à participação social nas ações de vigilância;

XVII – gestão dos estoques estaduais de insumos estratégicos de interesse da Vi-

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gilância em Saúde, inclusive o armazenamento e o abastecimento aos Municípios,

de acordo com as normas vigentes;

XVIII – provimento dos seguintes insumos estratégicos:

a) seringas e agulhas, sendo facultada ao Estado a solicitação da aquisição pela União;

b) medicamentos específicos, para agravos e doenças de interesse da Vigilância em

Saúde, nos termos pactuados na CIT;

c) meios de diagnóstico laboratorial para as ações de Vigilância em Saúde, nos ter-

mos pactuados na Comissão Intergestores Bipartite (CIB);

d) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente trans-

missíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIB;

e) equipamentos de aspersão de inseticidas;

f) EPI para todas as atividades de Vigilância em Saúde que assim o exigirem, em

seu âmbito de atuação, incluindo:

1. máscaras faciais completas para nebulização de inseticidas a Ultra Baixo Volume

para o combate a vetores; e

2. máscaras semifaciais para a aplicação de inseticidas em superfícies com ação

residual para o combate a vetores;

g) óleo vegetal para diluição de praguicida;

XIX – coordenação, acompanhamento e avaliação da rede estadual de laboratórios

públicos e privados que realizam análises de interesse em saúde pública, nos as-

pectos relativos à vigilância, com estabelecimento de normas e fluxos técnico-ope-

racionais, credenciamento e avaliação das unidades partícipes;

XX – garantia da realização de análises laboratoriais de interesse da vigilância, con-

forme organização da rede estadual de laboratórios e pactuação na CIB;

XXI – armazenamento e transporte adequado de amostras laboratoriais para os

laboratórios de referência nacional;

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XXII – coordenação do componente estadual do Programa Nacional de Imuniza-


ções, com destino adequado dos insumos vencidos ou obsoletos, de acordo com as
normas técnicas vigentes;
XXIII – participação no processo de implementação do Decreto n. 7.508/2011, no
âmbito da vigilância;
XXIV – colaboração com a União na execução das ações sob Vigilância Sanitária de
Portos, Aeroportos e Fronteiras, conforme pactuação tripartite; e
XXV – estabelecimento de incentivos que contribuam para o aperfeiçoamento e
melhoria da qualidade das ações de Vigilância.
Parágrafo único. Os Estados poderão adquirir insumos estratégicos para uso em
Vigilância em Saúde, em situações específicas, mediante pactuação na CIT entre as
esferas governamentais, observada a normalização técnica e, em situações excep-
cionais, mediante a comunicação formal com a respectiva justificativa à SVS/MS.
Art. 10. As proposições de alteração de estratégias ou atribuições que gerem im-
pacto financeiro adicional ou modificações na organização dos serviços serão pac-
tuadas na CIB.
Parágrafo único. Em situações especiais e de emergência em saúde pública, o Es-
tado adotará as medidas de saúde pública necessárias para o seu enfrentamento,
que serão posteriormente comunicadas à CIB.

Seção III
Dos Municípios

Art. 11. Compete às Secretarias Municipais de Saúde a coordenação do


componente municipal dos Sistemas Nacionais de Vigilância em Saúde e de
Vigilância Sanitária, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a política,
diretrizes e prioridades estabelecidas, compreendendo:

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I – ações de vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis, a vigilân-

cia e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de

risco, a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde, gestão de

sistemas de informação de vigilância em saúde em âmbito municipal que possibili-

tam análises de situação de saúde, as ações de vigilância da saúde do trabalhador,

ações de promoção em saúde e o controle dos riscos inerentes aos produtos e ser-

viços de interesse a saúde;

II – coordenação municipal e execução das ações de vigilância;

III – participação no financiamento das ações de vigilância;

IV – normalização técnica complementar ao âmbito nacional e estadual;

V – coordenação e alimentação, no âmbito municipal, dos sistemas de informação

de interesse da vigilância, incluindo:

a) coleta, processamento, consolidação e avaliação da qualidade dos dados prove-

nientes das unidades notificantes dos sistemas de base nacional, de interesse da

vigilância, de acordo com normalização técnica;

b) estabelecimento e divulgação de diretrizes, normas técnicas, rotinas e procedi-

mentos de gerenciamento dos sistemas, no âmbito do Município, em caráter com-

plementar à atuação das esferas federal e estadual; e

c) retroalimentação dos dados para as unidades notificadoras;

VI – coordenação da preparação e resposta das ações de vigilância, nas emergên-

cias de saúde pública de importância municipal;

VII – coordenação, monitoramento e avaliação da estratégia de Vigilância em Saú-

de sentinela em âmbito hospitalar;

VIII – desenvolvimento de estratégias e implementação de ações de educação, co-

municação e mobilização social;

IX – monitoramento e avaliação das ações de vigilância em seu território;

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X – realização de campanhas publicitárias de interesse da vigilância, em

âmbito municipal;

XI – promoção e execução da educação permanente em seu âmbito de atuação;

XII – promoção e fomento à participação social nas ações de vigilância;

XIII – promoção da cooperação e do intercâmbio técnico científico com organismos

governamentais e não governamentais de âmbito municipal, intermunicipal, esta-

dual, nacional e internacional;

XIV – gestão do estoque municipal de insumos de interesse da Vigilância em Saú-

de, incluindo o armazenamento e o transporte desses insumos para seus locais de

uso, de acordo com as normas vigentes;

XV – provimento dos seguintes insumos estratégicos:

a) medicamentos específicos, para agravos e doenças de interesse da Vigilância em

Saúde, nos termos pactuados na CIT;

b) meios de diagnóstico laboratorial para as ações de Vigilância em Saúde nos ter-

mos pactuados na CIB;

c) insumos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças sexualmente trans-

missíveis, indicados pelos programas, nos termos pactuados na CIB; e

d) equipamentos de proteção individual – EPI – para todas as atividades de Vigi-

lância em Saúde que assim o exigirem, em seu âmbito de atuação, incluindo ves-

tuário, luvas e calçados;

XVI – coordenação, acompanhamento e avaliação da rede de laboratórios públicos e

privados que realizam análises essenciais às ações de vigilância, no âmbito municipal;

XVII – realização de análises laboratoriais de interesse da vigilância, conforme or-

ganização da rede estadual de laboratórios pactuados na CIR/CIB;

XVIII – coleta, armazenamento e transporte adequado de amostras laboratoriais

para os laboratórios de referência;

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XIX – coordenação e execução das ações de vacinação integrantes do Programa Na-

cional de Imunizações, incluindo a vacinação de rotina com as vacinas obrigatórias, as

estratégias especiais como campanhas e vacinações de bloqueio e a notificação e inves-

tigação de eventos adversos e óbitos temporalmente associados à vacinação;

XX – descartes e destinação final dos frascos, seringas e agulhas utilizadas, confor-

me normas técnicas vigentes;

XXI – participação no processo de implementação do Decreto n. 7.508/2011, no

âmbito da vigilância;

XXII – colaboração com a União na execução das ações sob Vigilância Sanitária de

Portos, Aeroportos e Fronteiras, conforme pactuação tripartite; e

XXIII – estabelecimento de incentivos que contribuam para o aperfeiçoamento e

melhoria da qualidade das ações de Vigilância em Saúde.

Parágrafo único. Os Municípios poderão adquirir insumos estratégicos para uso em

Vigilância em Saúde, em situações específicas, mediante pactuação na CIT entre as

esferas governamentais, observada a normalização técnica e, em situações excep-

cionais, mediante a comunicação formal com justificativa à SVS/MS ou à Secretaria

Estadual de Saúde.

Seção IV

Do Distrito Federal

Art. 12. A coordenação dos Sistemas Nacionais de Vigilância em Saúde e Vigilância

Sanitária pelo Distrito Federal compreenderá, simultaneamente, as competências

relativas a Estados e Municípios.

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CAPÍTULO III
DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES

Seção I
Do Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde e da Transferência de Recursos

Art. 13. Os recursos federais transferidos para Estados, Distrito Federal e Municí-
pios para financiamento das ações de Vigilância em Saúde estão organizados no
Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde e são constituídos por:
I – componente de Vigilância em Saúde; e
II – componente da Vigilância Sanitária.
Parágrafo único. Os recursos de um componente podem ser utilizados em ações
do outro componente do Bloco de Vigilância em Saúde, desde que cumpridas as
finalidades previamente pactuadas no âmbito da CIT para execução das ações e
observada a legislação pertinente em vigor.
Art. 14. Os recursos do Bloco de Vigilância em Saúde serão repassados mensalmente
de forma regular e automática do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde
dos Estados, Distrito Federal e Municípios para uma conta única e específica.

Seção II
Do Componente da Vigilância em Saúde

Art. 15. O Componente de Vigilância em Saúde refere-se aos recursos federais


destinados às ações de:
I – vigilância;
II – prevenção E controle de doenças e agravos e dos seus fatores de risco; e
III – promoção.

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§ 1º A aplicação dos recursos oriundos do Componente de Vigilância em Saú-

de guardará relação com as responsabilidades estabelecidas nesta Portaria, sendo

constituído em:

I – Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS); e

II – Piso Variável de Vigilância em Saúde (PVVS).

§ 2º Os valores do PFVS serão ajustados anualmente com base na população esti-

mada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Art. 16. O PFVS compõe-se de um valor “per capita” estabelecido com base na

estratificação das unidades federadas em função da situação epidemiológica e grau

de dificuldade operacional para a execução das ações de vigilância em saúde.

Parágrafo único. Para efeito do PFVS, as unidades federativas são agrupadas nos

seguintes termos:

I – Estrato I: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Municípios

pertencentes à Amazônia Legal dos Estados do Maranhão (1) e Mato Grosso (1);

II – Estrato II: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão (2), Minas

Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso (2), Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de

Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe; e

III – Estrato III: Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Art. 17. A divisão dos recursos que compõem o PFVS entre a Secretaria de Estado

da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde será aprovada no âmbito da CIB,

observados os seguintes critérios:

I – as Secretarias Estaduais de Saúde perceberão valores equivalentes a, no míni-

mo, 10% (dez por cento) do PFVS atribuído ao Estado correspondente;

II – cada Município perceberá valores equivalentes a no mínimo 60% (sessenta por

cento) do “per capita” do PFVS atribuído ao Estado correspondente; e

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III – cada capital e Município que compõe sua região metropolitana perceberá va-

lores equivalentes a no mínimo 80% do “per capita” do PFVS atribuído ao Estado

correspondente.

Parágrafo único. A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal perceberá o

montante total relativo ao PFVS atribuído a esta unidade federativa.

Art. 18. O PVVS é constituído pelos seguintes incentivos financeiros específicos,

recebidos mediante adesão pelos entes federativos, regulamentados conforme atos

específicos do Ministro de Estado da Saúde:

I – incentivo para implantação e manutenção de ações e serviços públicos estraté-

gicos de vigilância em saúde;

II – incentivo às ações de vigilância, prevenção e controle das DST/AIDS e hepati-

tes virais; e

III – Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde.

Parágrafo único. O conjunto das ações executadas poderá ser ajustado em função

da situação epidemiológica, incorporação de novas tecnologias ou outro motivo que

assim justifique, mediante registro no Relatório de Gestão.

Art. 19. O incentivo para implantação e manutenção de ações e serviços públicos

estratégicos de vigilância em saúde, do PVVS, será composto pela unificação dos

seguintes incentivos:

I – Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHE);

II – Serviço de Verificação de Óbito (SVO);

III – Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP);

IV – Apoio de laboratório para o monitoramento da resistência a inseticidas de po-

pulações de “Aedes aegypti” provenientes de diferentes Estados do País;

V – Fator de Incentivo para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (FINLACEN);

VI – Vigilância Epidemiológica da Influenza;

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VII – Ações do Projeto Vida no Trânsito; e


VIII – Ações de Promoção da Saúde do Programa Academia da Saúde.
Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios
que, na data da publicação desta Portaria, recebam os incentivos de que trata o
caput, garantirão a manutenção do conjunto de ações para os quais se destinam.
Art. 20. O incentivo para as ações de Vigilância, Prevenção e Controle das DST/
AIDS e Hepatites Virais será composto pela unificação dos seguintes incentivos:
I – Qualificação das Ações de Vigilância e Promoção da Saúde as DST/AIDS e He-
patites Virais;
II – Casas de Apoio para Pessoas Vivendo com HIV/AIDS; e
III – fórmula infantil às crianças verticalmente expostas ao HIV.
Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios
que, na data da publicação desta Portaria, recebam os incentivos de que trata o
caput, garantirão a manutenção do conjunto das ações programadas na oportuni-
dade de sua instituição, incluindo o apoio a organizações da sociedade civil para
o desenvolvimento de ações de prevenção e/ou de apoio às pessoas vivendo com
HIV/AIDS e hepatites virais.
Art. 21. O Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde tem como
objetivo induzir o aperfeiçoamento das ações de vigilância em saúde no âmbito
estadual, distrital e municipal e será regulamentado por ato específico do Ministro
de Estado da Saúde.
Art. 22. A SVS/MS disporá de uma reserva estratégica federal para emergências
epidemiológicas, constituída de valor equivalente a 5% (cinco por cento) dos recur-
sos anuais do Componente de Vigilância em Saúde.
Parágrafo único. Os recursos não aplicados serão repassados para as Secretarias de
Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme critérios propostos pelo
Ministério da Saúde e aprovados na CIT.

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Art. 23. O detalhamento dos valores referentes ao repasse federal do Componente


de Vigilância em Saúde será publicado por ato do Ministro de Estado da Saúde.

Seção III
Do Componente da Vigilância Sanitária

Art. 24. O Componente da Vigilância Sanitária refere-se aos recursos federais des-
tinados às ações de vigilância sanitária, constituído de:
I – Piso Fixo de Vigilância Sanitária – PFVisa: destinados a Estados, Distrito Federal
e Municípios, visando o fortalecimento do processo de descentralização, a execução
das ações de vigilância sanitária e para a qualificação das análises laboratoriais de
interesse para a vigilância sanitária; e
II – Piso Variável de Vigilância Sanitária – PVVisa: destinados a Estados, Distrito
Federal e Municípios, na forma de incentivos específicos para implementação de
estratégias voltadas à Vigilância Sanitária.
Art. 25. Os valores do PFVisa serão ajustados anualmente com base na população
estimada pelo IBGE.
Parágrafo único. Caso haja redução populacional e verificando-se a presença de
necessidades de saúde da população, será dispensado, mediante prévia pactuação
na CIT, o ajuste de que trata o caput.
Art. 26. O PFVisa, para o Distrito Federal e os Estados, é composto por valor “per
capita” estadual e por valores destinados ao FINLACEN-VISA.
Parágrafo único. Fica estabelecido um Limite Mínimo de Repasse estadual (LMRe),
no âmbito do PFVisa, que trata de recursos financeiros mínimos destinados aos
Estados e ao Distrito Federal para estruturação dos serviços estaduais de vigilância
sanitária, para o fortalecimento do processo de descentralização e para a execução
das ações de vigilância sanitária.

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Art. 27. O PFVisa, para os Municípios, é composto por valor per capita municipal
destinado às ações estruturantes e estratégicas de vigilância sanitária.
Parágrafo único. Fica estabelecido um Limite Mínimo de Repasse municipal (LMRm),
no âmbito do PFVisa, que trata de recursos financeiros mínimos destinados aos
Municípios para estruturação dos serviços municipais de vigilância sanitária, para
o fortalecimento do processo de descentralização e para a execução das ações de
vigilância sanitária.
Art. 28. O PVVisa é constituído por incentivos financeiros específicos para imple-
mentação de estratégias nacionais de interesse da vigilância sanitária, relativas à
necessidade de saúde da população, definidas de forma tripartite.
Art. 29. O detalhamento dos valores de que tratam os arts. 26, 27 e 28 serão de-
finidos em ato específico do Ministro de Estado da Saúde.

Seção IV
Das diretrizes, monitoramento das ações, resultados e demonstrativo
do uso dos recursos

Art. 30. A integração com a Atenção à Saúde é uma das diretrizes a serem obser-
vadas, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a reali-
dade local, que preserve as especificidades dos setores e compartilhe suas tecno-
logias, com vistas a racionalizar e melhorar a efetividade das ações de vigilância,
proteção, prevenção e controle de doenças e promoção em saúde.
Art. 31. As diretrizes, ações e metas serão inseridas no Plano de Saúde e nas Pro-
gramações Anuais de Saúde (PAS) das três esferas de gestão.
Art. 32. Os demonstrativos das ações, resultados alcançados e da aplicação dos
recursos comporão o Relatório de Gestão (RG) em cada esfera de gestão, aprovado
pelo respectivo Conselho de Saúde.

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Art. 33. A manutenção do repasse dos recursos do Componente de Vigilância


em Saúde está condicionada à alimentação regular do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN), de Sistema de Informações de Nascidos Vivos
(SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), conforme regula-
mentações específicas destes Sistemas.
Art. 34. A manutenção do repasse dos recursos do Componente da Vigilância Sa-
nitária está condicionada a:
I – cadastramento dos serviços de vigilância sanitária no Sistema Cadastro Nacio-
nal de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
II – preenchimento mensal dos procedimentos de VISA no Sistema de Informação
Ambulatorial do SUS (SIA/SUS).
Art. 35. É de responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde o monitoramen-
to da regularidade da transferência dos dados dos Municípios situados no âmbito
de seu Estado.
Art. 36. O bloqueio do repasse do Componente de Vigilância em Saúde para Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios dar-se-á caso sejam constatados 2 (dois) meses
consecutivos sem preenchimento de um dos sistemas de informações estabelecidos
no art. 33, segundo parâmetros a serem publicados em ato específico da SVS/MS.
Art. 37. O bloqueio do repasse do Componente da Vigilância Sanitária para Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios será regulamentado em ato específico do Ministro
de Estado da Saúde.
Art. 38. A relação de Secretarias Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde que
tiveram seus recursos bloqueados será publicada em ato específico do Ministro de
Estado da Saúde.
Art. 39. O Fundo Nacional de Saúde efetuará o desbloqueio do repasse dos recur-
sos no mês seguinte ao restabelecimento do preenchimento dos sistemas de infor-
mação referentes aos meses que geraram o bloqueio.

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§ 1º A regularização do repasse ocorrerá com a transferência retroativa dos recur-

sos anteriormente bloqueados caso o preenchimento dos sistemas ocorra até 90

(noventa) dias da data de publicação do bloqueio.

§ 2º A regularização do repasse ocorrerá sem a transferência dos recursos anterior-

mente bloqueados caso a alimentação dos sistemas ocorra após 90 (noventa) dias

da data de publicação do bloqueio.

§ 3º O Ministério da Saúde publicará em ato normativo específico a relação de

Secretarias Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde que tiveram seus recursos

desbloqueados.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 40. Novas adesões aos incentivos financeiros para implantação e manutenção

de ações e serviços públicos estratégicos de vigilância em saúde e para as ações

de Vigilância, Prevenção e Controle das DST/AIDS e Hepatites Virais, ambos do

PVVS, dispostos nos arts. 19 e 20, serão disciplinadas por meio de ato normativo

específico do Ministro de Estado da Saúde, no prazo de 90 (noventa) dias após a

publicação desta Portaria.

Art. 41. A disciplina normativa do Programa de Qualificação das Ações de Vigi-

lância em Saúde, disposto no art. 21, deverá ocorrer no prazo de 90 (noventa)

dias após a publicação desta Portaria por meio de ato específico do Ministro de

Estado da Saúde.

Art. 42. O Ministério da Saúde instituirá, no prazo de 30 (trinta) dias após a publi-

cação desta Portaria, um Grupo de Trabalho Tripartite para discussão e elaboração

da Política Nacional de Vigilância em Saúde.

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Art. 43. A CIB enviará, em até 45 (quarenta e cinco) dias a contar da data da publi-

cação desta Portaria, os valores relativos do PFVS destinados à Secretaria Estadual

de Saúde e a cada um dos Municípios da unidade federada.

Art. 44. A periodicidade do repasse quadrimestral será mantida no ano de 2013

para efetivar a operacionalização de que trata o art. 14.

Art. 45. A operacionalização de que tratam os arts. 19 e 20, para fins de repasse,

se dará a partir de janeiro de 2014.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 46. A SVS/MS e a ANVISA editarão, quando necessário, diretrizes e orien-

tações técnicas e operacionais complementares a esta Portaria, submetendo-as,

quando couber, à apreciação da CIT.

Art. 47. Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação.

Art. 48. Fica revogada a Portaria n. 3.252/GM/MS, de 22 de dezembro de 2009, pu-

blicada no Diário Oficial da União n. 245, de 23 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 65.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

 Obs.: Grifos por Natale Souza.

21. (COMPERVE/UFRN/2016) Constitui competência da Vigilância Sanitária no município:

a) gerenciar o sistema de informação em vigilância sanitária.

b) legislar em caráter suplementar.

c) monitorar e avaliar o processo de descentralização das ações de vigilância sanitária.

d) coordenar o sistema estadual de vigilância sanitária.

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Letra a.

De acordo com a Portaria n. 1.378/2013 compete à esfera municipal a parte ope-

racional das ações de Vigilância Sanitária:

V – Coordenação e alimentação, no âmbito municipal, dos sistemas de informação de


interesse da vigilância, incluindo:
a) coleta, processamento, consolidação e avaliação da qualidade dos dados provenien-
tes das unidades notificantes dos sistemas de base nacional, de interesse da vigilância,
de acordo com normalização técnica;
b) estabelecimento e divulgação de diretrizes, normas técnicas, rotinas e procedimentos
de gerenciamento dos sistemas, no âmbito do Município, em caráter complementar à
atuação das esferas federal e estadual; e
c) retroalimentação dos dados para as unidades notificadoras;

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase,

Malária, Tracoma e Tuberculose. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de

Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais da Vigilância em Saúde. Brasília: Minis-

tério da Saúde, 2010.

______. Portaria n. 1.378, de 9 de julho de 2013. Regulamenta as respon-

sabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilân-

cia em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sis-

tema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

COSTA, E. A.; ROZENFELD, S. Constituição da vigilância sanitária no Brasil.

In: ROZENFELD, S. (Org.). Fundamentos da Vigilância Sanitária [online]. Rio

de Janeiro: FIOCRUZ, 2000. p. 15-40. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/

d63fk/pdf/rozenfeld-9788575413258-04.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2017.

EDUARDO, Maria Bernadete de Paula. Vigilância Sanitária. São Paulo: Facul-

dade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. v. 8. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume08.pdf>.

Acesso em: 12 abr. 2017.

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