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0.

Introdução

Anatomia, ramo das ciências naturais relativo à organização estrutural dos seres
vivos. É um estudo científico muito antigo, cujas origens remontam à pré-história.
Durante séculos, os conhecimentos anatómicos basearam-se na morfologia
descritiva, isto é, na observação de plantas e animais dissecados. A invenção do
microscópio no século XVII deu lugar ao desenvolvimento da Anatomia
microscópica, que se dividiu em histologia e citologia.
A Anatomiamicroscópica fez grandes progressos durante os séculos XIX e XX,
graças a microscópios com maior poder de resolução. A descoberta dos raios X
pelo físico alemão Wilhelm Roentgen, possibilitou que os anatomistas
estudassem os tecidos e os sistemas dos órgãos nos animais vivos.
Fisiologia, estudo dos processos físicos e químicos que ocorrem nos
organismos vivos durante a realização de suas funções vitais. Estuda as
actividades tão básicas como a reprodução, o crescimento, o metabolismo, a
respiração, a excitação e a contracção, enquanto ocorrem dentro das estruturas
das células, dos tecidos, dos órgãos e dos sistemas orgânicos do corpo.
A Fisiologia é muito relacionada à Anatomia. Entre os progressos mais
importantes alcançados no século XX na área da Fisiologia, encontram-se a
descoberta dos hormónicos e dos grupos sanguíneos; o desenvolvimento do
electrocardiógrafo e do electroencefalógrafo, para registar a actividade do
coração e do cérebro; a descoberta da cura da Anemia Perniciosa; e um
conhecimento maisaprofundado do metabolismo, do papel das enzimas e do
sistema imunológico.
O desenvolvimento das ciências veio acrescentar muitos conhecimentos em
diversas áreas da Biologia, que veio especializar-se em várias ciências
autónomas, tais como:
Citologia: estudo da célula nos seus diversos aspectos morfofisiológicos;
Histologia: estudo dos tecidos orgânicos, sua estrutura microscópica, seu
desenvolvimento e suas funções;
Embriologia: estudo da formação e o desenvolvimento dos órgãos;
Fisiologia: estudo do funcionamento dos órgãos e sistemas orgânicos;
Anatomia: estudo da morfologia e estrutura de diversos órgãos;

1ELAB0RAÇÃO. COMPILAÇÃO E ORGANIZAÇÃO: LEONOR MADALENA KAHOVE – DOCENTE ENFERMEIRA E DOCENTE DA


ETPS – LUBANGO ( 2008)
COLABORADOR: DR. DAVID DOMINGOS LUÍS: DIRECTOR GERAL DA EFTS E DOCENTE ( 2008).
REVISTO PELOS DOCENTES : DR DOMINGOS KANEPA E JOAO CALUDUNGO ( 2017/20
Ecologia: estudo da relação entre o homem com o meio ambiente;
Genética: estudo da transmissão dos caracteres hereditários de geração a
geração;
Bioquímica: estudo dos processos metabólicos que se desenvolvem no interior
das células;
O presente manual tem por objectivo principal servir de suporte às aulas de
Anatomia e Fisiologia Humana para os cursos de formação técnica na área da
saúde. Ser um instrumento de base tanto para os que têm como meta a formação
média, quanto para aqules com ambições de fazer a licenciatura nas ciências da
Saúde.

Unidade 1: Elementos essenciais e planos de estudo do corpo humano


1. 1- Elementos essenciais
O corpo humano tem como unidade anatomo - funcional a célula.
Fazem parte do corpo humano os seguintes elementos essências
 Células
 Tecidos
 Órgãos
 Sistema
 Aparelhos

1.1.1- Citologia
Citologia é a parte da biologia que estuda as células tendo em conta sua
estrutura, funções e sua importância na complexidade dos seres vivos.Segundo
a Teoria Celular (enunciada por Schwann e Schleiden), todos os seres vivos
estão formados por células. A célula é, pois, a unidade estrutural e funcional dos
organismos.
As células representam a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos.
Por outras palavras, cada célula possui uma organização molecular que lhe
permite desempenhar as funções que caracterizam a vida: crescer, reproduzir-
se e adaptar-se ao meio exterior.
As células vivas classificam-se em procariotas e eucariotas.

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As células procariotas são células muito simples sem organelos e com o material
genético (DNA) localizado em uma região específica do citoplasma, mas não
protegido por um envoltório, ou seja, sem uma membrana nuclear (carioteca).
Como por exemplo, as bactérias e as algas cianofíceas, também conhecidas
como algas azuis.
As células eucariotas são células mais complexas com o citoplasma rico em
organelos e com o material genético (DNA) protegido pela membrana nuclear.
Exp: a célula animal, vegetal, fungos e protozoários.

1.1.2- Características gerais das células


Podem ser eucariotas e procariotas;
As células eucariotas estão constituídas por: membrana citoplasmática,
Citoplasma, núcleo e nucléolo
Tem diversos organitos citoplasmáticos e inclusões;
O núcleo celular é o grande armazém do material genético.

1.1.3- Célula eucariota em organismos pluricelulares


A observação de uma célula eucariota ao microscópio óptico mostra duas
regiões bem diferentes (citoplasma e o núcleo). Já no microscópio electrónico
são observados três componentes que são: membrana plasmática, citoplasma e
núcleo.

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1.1.4- Membrana citoplasmática: é uma membrana extremamente fina
que só podemos observar ao microscópio electrónico e tem como função o
intercâmbio de iões e moléculas entre a célula e o meio extra celular.

1.1.5- Citoplasma(do grego: Plasma=líquido, Kytos=célula) é o protoplasma


que rodeia o núcleo e está limitado perifericamente pela membrana plasmática,
e apresenta uma massa semifluida, um pouco mais refringente (quebradiço) que
a água, aparentemente homogénea, designada Hialoplasma.
Funções: nele ocorrem os processos de síntese e degradação. Produz – se
armazena – se e liberta - se energia.
O núcleo é delimitado do citoplasma por um sistema de membranas denominado
por envoltório nuclear (membrana nuclear). No núcleo encontra-se o património
genético da célula, sob forma de moléculas de ADN.

1.1.6- A Membrana nuclearé dupla; uma interna e outra externa; essa


estrutura delimita o núcleo do citoplasma e intervém no intercâmbio de
substâncias entre o núcleo e o citoplasma.
1.2.7- Nucléolo:são massas densas e arredondadas que ocupam a parte
central do núcleo e se relaciona com a síntese de ribossomas;

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1.1.8- Principais demissões da célula

As dimensões da célula são variáveis, oscilam entre milésimas de milímetros e


alguns milímetros.
Elas têm a forma variável que pode ser esférica quando jovem, fungiformes
(formato de fungo), (células musculares), poliédricas (celular do tecido ósseo),
ramificadas (células nervosas) amiboides quando mantêm uma forma constante
(glóbulos bancos do sangue).
1.1.9- Métodos de estudo da célulaTD- CDS

Os métodos de estudo da célula baseam-se na observação, na microdisseção


adaptada a escala celular e as técnicas adequadas da química.
Dada a sua extrema pequenez a observação da célula só pode serfeita com
auxílio de aparelhos que a amplifiquem, chamados microscópios.

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Os instrumentos de observação microscópica da célula podem ser:
 Microscópio óptico cujo poder de ampliação é de 1500 diâmetro.
 O ultramicroscópio que permite observar corpúsculos cujas dimensões não
excedem alguns milimicrons, quer dizer cerca de 100 vezes mais pequenas do
que aquelas que podem ser observadas pelo microscópio óptico.
 O microscópico electrónico que permite obter mais de 200.000 diâmetros.

1.2- Histologia

Histologia- estudo microscópico dos tecidos de animais e plantas. O progresso


da histologia foi lento até o século XIX, durante o qual o microscópio começou a
adquirir forma parecida à actual. Em 1907, o biólogo norte-americano Ross
Granville Harrison descobriu que os tecidos vivos podiam ser cultivados, isto é,
crescer fora de seu órgão original. O estudo dos tecidos foi facilitado pela
invenção do microscópio electrónico, no começo do século XX.

Tecido - agrupamento de células, com uma estrutura determinada, que realiza


uma função especializada, vital para o organismo. Pode-se distinguir quatro tipos
básicos de tecidos.

1.2.1-Tecido epitelial: inclui a pele e as membranas que cobrem as


superfícies internas do corpo. Sua principal função, é proteger as estruturas
internas do organismo contra os agentes externos atmosféricos.
O tecido epitelial é formado por células justapostas, que se reúnem organizando
membrana protectora ou então se agrupam, tendo por função segregar

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determinados sucos glandulares. O tecido epitelial subdivide-se em tecido
epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular.
O tecido epitelial de revestimento é formado por células imóveis, dispostas lado
a lado sem que exista qualquer substância intercelular numa ou mais camadas
que recobrem a superfície exterior da epiderme e os diversos órgãos ocos
internos.
1.2.1.1- Classificação
 Quanto ao número de camadas de células: Simples e estratificadas.
 Quanto a forma das células: Pavimento e cilíndrico.

O tecido epitelial pode ser simples (quando reveste as cavidades do coração e superfície interna
dos vasos sanguíneos) e estratificado quando reveste a epiderme.
O tecido epitelial glandular é formado por células de origem epitelial que se modificam a fim de
segregarem determinadas substâncias necessárias para o bom funcionamento do corpo humano.
As glândulas dividem-se em dois grandes grupos:

 Glândulas de secreção externa ou exócrina - expulsam os produtos


elaborados através de canais excretores (ex.: glândulas salivares,
lacrimais, mamárias etc.).
 Glândulas de secreção interna ou endócrinas - não têm canal excretor
passando a sua secreção directamente para o sangue (ex.: glândulas
tiróide, supra renais e hipófise).
Também há glândulas de secreção mista - aquelas com dupla função, tais como:
o fígado e pâncreas, que além de uma secreção externa, também elaboram
hormonas e a bilirrubina.
1.2.1.2- Funções do epitélio
 Protecção
 Absorção
 Excreção
 Sensibilidade aos estímulos

A função de protecção do epitélio produz-se no revestimento quer das


superfícies externa (epiderme), quer da superfície interna que pode o epitélio

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forrar um órgão oco interno em comunicação com o exterior, constituindo a
mucosa (ex.: mucosa nasal, bucal, gástrica etc.).
A função de absorção é especial de certos epitélios nomeadamente os que
revestem os intestinos, permite a recolha das substâncias necessárias à vida
das células (alimentos) no meio exterior e encamnhadas ao meio interior.
A função de excreção de substâncias, como por ex. as glândulas sebáceas que
segregam o sebo.
A função de sensibilidade ao estímulo dá-se o exemplo de que células epiteliais
do olho são capazes de receber os estímulos luminosos.

1.2.2-Tecido conjuntivo-sustenta e mantém as distintas partes do corpo.


Compreende o tecido conjuntivo elástico e fibroso, o tecido adiposo, a
cartilagíneo e o osso.
Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por possuírem uma substância
intercelular ou fundamental relativamente abundante de consistência variável e
células de forma diversa que são quase sempre numerosas. Destinam-se a unir
e suportar os outros tecidos do corpo.
Tendo por base as características físicas da substância intercelular os tecidos
conjuntivos podem classificar-se do seguinte modo:
 Tecido conjuntivo propriamente dito
 Tecido cartilagíneo
 Tecido osso
O tecido conjuntivo propriamente dito existe em grande quantidade no
organismo, assim, forra e reforça a epiderme constituindo a derme ou parte
profunda da pele, reforça as mucosas e preenche os espaços livres existentes
entre órgãos limitando a sua mobilidade.

1.2.2.1- Diferentes variedades de tecido conjuntivo


 Tecido conjuntivo frouxo – formado por células com capacidade de
proliferar e modificar durante os processos inflamatório e de cicatrização.
Encontra-se sob a pele (substancia), interpõe aos músculos e envolve os
órgãos.

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 Tecido conjuntivo fibroso - caracteriza-se por ser resistente à tensão e
possibilita a flexibilidade. É representado pelos tendões dos músculos e
cápsulas do envoltório de órgãos.
 Tecido elástico - é flexível, extensível e elástico estando na constituição
dos pulmões das cartilagens, da laringe, da traqueia, dos brônquios,
cordas vocais, e das paredes das artérias.
 Tecido conjuntivo adiposo - é um tecido pobre em fibras e impregnado
de gorduras. Encontra-se disseminado por todo corpo e tem as seguintes
funções:

A de reserva - pois quando necessário no organismo; a gordura é descomposta


em elementos mais simples que passando para o sangue, serão utilizados como
alimentos para o organismo.
Termo regulação - diminui as perdas de calor pelo corpo, forra a pele e sendo
mau condutor do calor, o tecido adiposo reduz as perdas calorias
A de suportar e de proteger órgãos, enchendo os espaços onde estes se
encontram, tais como os rins, vasos e nervos.
 Tecido conjuntivo tendinoso - que se encontra nos tendões.
 Tecido cartilagíneo - constituindo as cartilagens relativamente pouco
abundante no esqueleto do adulto. No adulto há cartilagens no nariz, no pavilhão
auditivo, na laringe, na traqueia, nos brônquios, nas cartilagens costais e nas
cartilagens articulares.

Tipos de cartilagem
De acordo com a estrutura da substância intercelular, distinguem – se três tipos
de cartilagem:
Hialina - reveste as superfícies articulares, forma as cartilagens do nariz
e da laringe;
Fibrosa - ou fibrocartilagem: forma os discos intervertebrais e cartilagens
do joelho.
Elástica - aparece em estruturas como o pavilhão auditivo, epiglote.
 Tecido ósseo - constituído pelos osteócitos

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(células ósseas), pelas substâncias minerais, o fósforo e carbonato de
cálcio.
 Tecido hematopoético - responsável pela produção dos elementos sólidos
do sangue; classifica-se em:
Tecido mielóide- localiza-se na medula óssea, produz os eritócitos, os
leucócitos- granulócitos, monócitos (discutível) e as plaquetas;
Tecido linfóide - localiza-se nos nódulos linfáticos e no baço, sendo o
principal responsável pela produção de leucócitos do tipo linfócito.

1.2.3 -Tecido muscular - tipo de tecido com propriedades de contracção e


de relaxamento. Compreende os músculos estriados, lisos e músculos
cardíacos.
O tecido muscular é o responsável pelos movimentos do organismo; é uma das
principais fontes de energia.

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Os músculos classifica-se em:
 Músculo liso- é aquele que não possui fibras estriadas, a sua contracção
é independente da nossa vontade. Constitui as vísceras e as paredes dos
vasos.
 Músculo estriado- composto por fibras estriadas, é de acção voluntária.
Constitui os músculos esqueléticos, os cutâneos, parte da musculatura de
algumas vísceras e os órgãos dos sentidos.
 Músculo cardíaco- apresenta fibras estriadas mas, é de acção
involuntária. Forma a musculatura do coração.

1.2.4 -Tecido nervoso - este complexo grupo de células transfere


informação de uma parte do corpo a outra; deste modo, coordena o
funcionamento de um organismo e regula seu comportamento.
Encontra-se no cérebro, medula e no sistema nervoso periférico.

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Função - dirige todos os processos vitais do organismo através de recepção,
assimilação e distribuição de estímulos. É constituído por duas estruturas: as
células nervosas (neurónios) e os elementos de sustentação (neuróglias).
Neurónio - unidade anatómica e funcional do sistema nervoso - é composto
pelo corpo celular e seus prolongamentos (Axónio e dendritos).
Corpo celular: em seu citoplasma encontra-se várias estruturas, destacando-se
as neurofibrilas e os corpúsculos de Nissl.
Axónio ou cilindro-eixo: é o condutor de impulsos a partir do corpo celular;
é constituído por neurofibrilas e não possui corpúsculos de Nissl. É envolvido
pela bainha de mielina, que se interrompõe a intervalos regulares, formando nós
(ou nodos) de Ranvier. Denomina-se fibra nervosa o axónio envolvido pela
bainha de mielina ou neurilema. O neurilema e as células de schwann envolvem
a bainha de mielina dos nervos.
Dendritos:são vários prolongamentos que conduzem os impulsos para o
corpo celular.
Os neurónios dispõem-se em cadeias (cadeias necropsia) e comunicam-se
através de sinapses, ou seja, os impulsos são conduzidos da arborização
terminal de um axónio para os dendritos de outro axónio.
Neuróglia: encontra-se principalmente no sistema nervoso central, de forma
abundante entre as células nervosas.
Função - sustentação e reparação do tecido nervoso e eliminação de dendritos
resultantes de lesões do tecido nervoso.

Estrutura de um neurónio típico

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Fig. 1 “ Diagrama de um Neurónio”

Centros nervosos -A medula espinal e o cérebro – são órgãos que


participam na formação do sistema nervoso
Nervos - do ponto de vista fisiológico e de acordo com o sentido de condução do
fluxo nervoso, os nervos podem ser:
Motores ou centrífugos-transmitem o influxo nervoso, dos centros nervosos
(cérebro, medula, etc.) para os receptores. Também transmitem o influxo aos
músculos provocando a sua contracção.
Sensitivos ou centrípetos -transmitem para os centros (medula, bolbo, cérebro)
o influxo nervoso provenientes de células periféricas dos órgãos dos sentidos.
 Mistos - são formados por fibras centrípetas (sensitivas) e fibras
centrífugas (motoras).

Aparelho
Aparelho é um conjunto de órgãos no qual não há predominância de um tecido
determinado. Ex.: no aparelho digestivo os tecidos que constituem os dentes têm
a natureza muito diferente dos da linfa ou do fígado.
Sistema
É um conjunto de órgãos nos quais há predominância de um tecido que o
caracterize. Ex.: o sistema ósseo é constituído por ossos, verdadeiros órgãos,

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nos quais predomina o tecido ósseo. O mesmo acontece como o tecido nervoso
em relação com o sistema nervoso.

 3 - Planos de estudo do corpo humano


Ao estudar o corpo humano, deve-se ter em consideração que o mesmo deve
estar na posição de sentido, isto é, de pé, com as mãos espalmadas, dedos
unidos, palmas voltada para frente e dedos dos pés para diante.
Planos fundamentais do estudo do corpo humano:
 Plano Sagital
 Plano Frontal
 Plano Transversal
 Plano mediano
I. Plano Sagital - divide o corpo no sentido Antero-posterior, quando passa bem
pelo meio. Quando passa lateralmente ao plano é sagital denomina-se
paramediano.
II. Plano Frontal- divide o corpo geralmente da directa para esquerda e vice-versa
no sentido da orelha, naturalmente descendo até ao pé.
III. Plano Transversal - divide o corpo transversalmente, nos diversos níveis,
determinando sempre uma porção superior e outra inferior.
IV. Plano mediano - divide o corpo humano em duas partes iguais,direita e
esquerda.

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fig. 2 “ planos de estudo do corpo humano”

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Quando qualquer elemento anatómico se aproxima do plano sagital mediano diz-
se que ele é médio e quando se distância desse plano é lateral. Quando está
para cima é superior e para baixo é inferior. Se está para diante é anterior e para
trás é posterior.
No estudo dos membros surgem os termos proximal e distal que referem a
colocação entre a raiz do ombro e a ponta dos dedos. Por ex. A mão é distal ao
antebraço e o braço é proximal a ambos.

Unidade II: Sistemas que dão sustentação ao corpo humano.


Os sistemas
esquelético, o muscular e o articular constituem a sustentação do corpo,
humano.
Esqueleto -conjunto de ossos mantidos nas suas posições anatómicas.
2. 1 - Sistema ósseo
O esqueleto é constituído por 208 ossos. Entre estes há os que são em número
de dois e ocupam o seu lugar dum e doutro lado da linha média do corpo - são
os chamados pares. Outros em números de um, ocupando a linha média do
corpo - sãos ossos ímpares.
2.1.1- Ossos longos:nestes o comprimento predomina sobre a largura e a,
espessura, sendo formados por epífises (extremidade do osso) e uma
diáfase (corpos e parte adjacente da extremidade). Exemplos: os ossos
dos braços, antebraço, coxa e perna.
2.1.2- Ossos chatos:são ossos de espessura reduzida e de estrutura interna
esponjosa. Exemplo: osso do crânio e escápula.
2.1.3- Ossos curtos:são de estrutura interna esponjosa; possuem as três
dimensões mas ou menos iguais adquirindo um formato cúbito. Exemplo:
ossos calcâneo e do punho.
2.1.4- Ossos pneumáticos: possuem na sua parte interna cavidade
contendo ar. Exemplo: o osso frontal, maxilar, etmóide apresentam
cavidades ocas fechadas, cheias de ar que se encontram em contacto
com a cavidade nasal através de finas perfurações.

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2.1.5- Ossos irregulares: são aqueles que não poderão ser classificados
nos itens anteriores como por exemplo, as vértebras.
2.1.6- Ossos sesamóides:são encontrados no esqueleto do pé e da mão.
Também podem estar inseridos em tendões como é o caso da patella que
é o maior osso sesamóide.
2.1.7- Funções:

 Proteger os órgãos internos (pulmões, coração e cérebro);


 Participar na movimentação do corpo;
 Participar na formação das células do sangue e reservar o cálcio.
2.1.8- Partes do esqueleto

Didacticamente o esqueleto é dividido em:


 Esqueleto axial
 Esqueleto apendicular.
2.1.8.1- O esqueleto axial (do latim áxis = eixo) é formado pelos ossos que
estão no eixo do corpo. São eles: ossos do crânio (28 ossos); ossos da coluna
vertebral (33/34 ossos); costelas (24 ossos), esterno (1 osso) e hióide (1 osso).
Em resumo está constituído por ossos da cabeça, pescoço e os do tronco.
2.1.8.1.1- Cabeça:os seus ossos podem dividir-se em:
 Ossos do crânio ou neurocrânio
 Ossos da face ou viscerocrânio.

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Crânio (neurocrânio) está formada pelos seguintes ossos:

 Frontal (ímpar)
 Esfenoide(ímpar)
 Parietal (par)
 Temporal (par)
 Occipital (ímpar)
 Etmóides.(ímpar )
Ossos da face (viscerocrânio) está composto por,

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 Malar ou zigomático
 Nasal
 Orbital
 palatino
 Maxilar
 Mandíbula
 Unguins ou lacrimal
 Cornetos

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2.1.8.1.2-Tronco-forma o eixo corporal, onde se articulam a cabeça e os
membros. Ele está constituído por:
 Coluna vertebral
 Costelas
 Esterno

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A coluna vertebral, compõem-se de 33 vértebras, e de acordo a sua
localização as vértebras podem ser: cervicais, lombares, sacrais e coccígeas.
A coluna vertebral não é uma linha recta mais apresenta várias curvaturas:
As curvaturas antero-posteriores são quatro: uma cervical, côncava para trás;
uma dorsal côncava para frente, uma lombar, côncava para trás, uma sacro-
coccígea côncava para diante.

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Curvaturas patológicas por estarem exageradas são:
 Cifose é uma curvatura exagerada ou patológica dorsal
 Lordose é a curvatura patológica lombar.
 Escoliose é a curvatura patológica da coluna vertebral no sentido lateral.
As costelas são no total 12 pares, podendo ser:
 Costelas verdadeiras - 7 pares
 Costelas falsas - 3 pares
 Costelas flutuantes -2 Pares
Costelas- formama caixa torácica, que protege o coração e os pulmões.

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As costelas são ossos chatos com a forma de lâminas curvas que
posteriormente, se inserem á região dorsal da coluna. Sete pares são costelas
verdadeiras, articulando-se com o esterno por intermédio das cartilagens costais,
três pares falsas e dois são flutuantes, com extremidades anteriores livres.
Esterno- osso ímpar, mediano situado anteriormente ao tronco. O esterno está
dividido em três porções: a superior chamada punho ou manúbrio, onde se
articula a clavícula, depois segue-se uma porção média chamada corpo e por
fim a porção inferior chamada apêndice xifóide ou xifóideo.
O esterno e as costelas são estruturas importantes no mecanismo de respiração,
pois aumentam (na expiração) o diâmetro da caixa torácica.
2.1.8.2- Esqueleto apendicular - constituído por ossos dos MMS
(membros superiores) e dos MMI (membros inferiores). A divisão mais vulgar do
esqueleto humano, diz que o mesmo está constituído por ossos da cabeça, do
pescoço, tronco e os dos membros.
2.1.8.2.1- Membros: são estruturas do esqueleto, dotados de movimentos
ábeis. Os membros podem ser superiores e inferiores.

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Os membros superiores estão compostospor:

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 Braço: composto por apenas um osso, o úmero.
 Antebraço: composto pelos seguintes ossos: o rádio e ulna (cúbito).

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 Mão: constituído por ossos do carpo, metacarpo e dos dedos.

2.1.8.2.2- Membros inferiores


Estão composto de:

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 Coxa: composto por um único osso que é o fémur (o maior do corpo
humano)
 Perna: compostopor ossos; tíbia e a fíbula (perónio). Na articulação entre
a coxa e a perna, existe um osso denominado patela ou rótula.

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 Pé: constituídopor ossos do tarso, metatarso e dos dedos.

Nota: os membros articulam-se com o tronco através das cinturas; sendo assim,
o organismo humano possui dois tipos de cinturas:
Cintura escapular:local de articulação entre os membros superiores e o
tronco.
Constituídapor:
 Clavícula

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 Escápula

Cintura pélvica, bacia ou quadris: local de articulação entre os membros


inferiores e o tronco.
Constituído por ossos:
 Ilíaco: é um osso par (formado por ísquio, ílio e a púbis)
 Sacro: com o qual se articula o ilíaco.
2. 2 - Artrologia
Artrologia é a ciência que estuda as articulações.
Articulação - conjunto das partes moles e duras, pelas quais se unem dois ou
mais ossos; as partes duras são os ossos que se juntam pelas superfícies
articulares e as moles são formações de tecido conjuntivo que mantêm as
superfícies articulares em contacto.
2. 2.1 - Tipos de articulações quanto à fisiologia
 Imóveis ou sinartroses
 Semimóveis ou anfiartroses
 Moves ou diartroses

2. 2.1 - Articulações imóveis ou sinartroses

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São articulações de dois ou mais ossos que se juntam, mais sem movimentos
uns sobre os outros. Exp: os ossos da cabeça.
2. 2.2- Articulações semimóveis ou anfiartroses
Estas articulações são formadas por superfícies ósseas articulares entre as
quais se encontra uma fibrocartilagem à volta a reforçar a articulação;há faixas
de tecido conjuntivo fibroso, chamado ligamento articular. Exp: as articulações
dos corpos vertebrais entre si, a sacro- ilíaca,a dos púbis.
2. 2.3 - Articulações móveis ou diartroses.
São articulações que executam movimentos de maior amplitude; nas diartroses
as superfícies articulares são revestidas por cartilagem e há nitidamente uma
cavidade (cápsula articular) entre os ossos que se articulam, contendo um líquido
denominado por sinóvia.
2. 2.4 - Subdivisão das articulações
A classificação é baseada no número de elementos que tomam parte em
determinada articulação:
 Articulação Simples – que é formada de dois elementos articulares em
uma cápsula.
 Articulações compostas – mais de dois elementos encontrados em uma
mesma articulação.
 Articulações combinadas - aquelas que se encontram em vários pontos
dos mesmos dois ossos.
São articulações combinadas e ligadas a uma força quando, várias articulações
são accionadas por um ou mais músculos que se estendem sobre elas.
Exp: articulação da mão pelos músculos flexores dos dedos são considerados
por estarem sob acção da mesma força muscular.
2. 2.5 - Principais articulações
 Articulação – temporo - mandibular: o osso temporal articula-se com a
mandíbula.
 Articulação escapulo-umeral – o úmero articula-se ao osso escápula
 Processo articular vertebral: é articulação entre as vértebras;
 Articulação coxo-femoral: a cabeça do fémur articula-se com uma região
da pelve denominada acetábulo;

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 Articulaçãotíbio-társica - os ossos do tarso articulam-se com a tíbia;
 Articulação do cotovelo: composto por três articulações isoladas; úmero
com a ulna, úmero com rádio e rádio com a ulna), mas envolvidas por uma
cápsula comum;
 Articulação do punho: os ossos do antebraço articulam-se com os do
carpo.

2. 2.6 - Principais movimentos articulares


 Flexão: ocorre a aproximação das extremidades mais distais dos dois
ossos unidos por uma ligação.
 Extensão: ocorre o afastamento do membro da sua posição anatómica,
distanciando-se da linha média do corpo.
 Adução: o membro se move em direcção à linha média do corpo.
 Abdução- afastamento do membro da linha média.
 Rotação: o membro é girado para fora ou para dentro, de acordo com o
seu eixo longitudinal.
 Pronação – movimento de rotação antebraço com o radio girando
medialmente o seu próprio eixo., com o dorso da mão voltado para frente
e a palma para trás.
 Eversão – movimento da articulação talo calcânea, afastando a planta do
pé do plano mediano.
 Inversão – movimento da articulação talo calcânea, aproximando a planta
do pé ao plano mediano.
 Oponência –

2. 3 - Sistema muscular
Os músculos são órgãos que permitem os movimentos, ligam-se aos ossos por
tendões ou directamente e fazem mover o esqueleto.
2.3.1 – Principais funções dos músculos
 Participar no equilíbrio da temperatura;
 Assegurar a dinâmica e estática do corpo humano, isto é, os músculos
locomotores movimentam os ossos em determinada posição.

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Há aproximadamente 400 músculos individualizados, variando de forma,
tamanho e função.
 Os músculos, podem ser: viscerais e esqueléticos.
 Os músculos dividem-se quanto a sua forma em: curtos, longos, largos e
circulares.
 Os músculos dos membros são em geral longos.
 Os músculos largos dispõem-se à volta das grandes cavidades: tórax,
abdómen e crânio.
 Os músculos curtos são responsáveis de executar pequenos
movimentos.
 Os músculos quanto à sua situação ou localização podem ser:
periféricos ou cutâneos e profundos.
 Os músculos cutâneos: situados superficialmente e com inserção na
pele;
 Os músculos esqueléticos: com inserção óssea.
2.3.2- Composição química dos músculos
Os músculos possuem os seguintes componentes químicos:
 Água: abrange 75% da musculatura;
 Proteínas: a actina e a miosina são os compostos proteicos principais das
fibrilas (fibras muito finas) que respondem pela capacidade de contracção
dos músculos como elemento de reserva e utilizado nas reacções
energéticas;
 Lípidos: armazenados no músculo como elementos de reserva e
utilizados nas reacções energéticas;
 Sais de fósforo nitrogenado: importante fonte de energia;
 Substancias minerais (sódio, potássio, cloro, magnésio, cálcio);
influenciam nas transformações químicas musculares e na sua
contracção;
 Glicogénio: armazenado em grande quantidade, nas células musculares
e no fígado transformando-se em glicose, quando haver necessidade de
energia para as células

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Actividade mecânica do músculo: sob ponto de vista de mecânica, existe três
propriedades dos músculos:
 Contractilidade: existe a diminuiçãode comprimento e aumentode volume
muscular;
 Elasticidades: é a capacidade de se distender
 Excitabilidade: é a propriedades de contracção mais violenta, quanto mais
forte for o agente causador.
2.3.3- Trabalho muscular abrange:
Contracção e relaxamento dos músculos para a movimentação ou fixação de
partes do esqueleto;
Reacções químicas nas fibras musculares (metabolismo muscular).
Para ocorrer a contracção e o relaxamento dos músculos, é necessário a
utilização de energia obtida pela degradação do glicogénio trazido pela corrente
sanguínea ou armazenado no próprio músculo.
As enzimas celulares e o oxigénio participam do processo de decomposição do
glicogénio, cuja transformação química libera:
 Energia: utilizada pelas fibras musculares para realizaçãoda contracção
ou relaxamento muscular, que corresponde a 30% do total da energia
gerada;
 Calor: os 70% da energia restante são transformados em calor que,
juntamente com o gerado pelos órgãos metabólicos da cavidade
abdominal e torácica, é transportado pela corrente sanguínea para manter
o equilíbrio corporal térmico. A temperatura corporal constante é obtida
através do equilíbrio entre a formação e a liberação de calor (realizada
principalmente pela pele e pulmões).
 Ácido láctico, fosfórico e creatinina: são considerados produtos finais
do metabolismo muscular e são reaproveitados na recuperação de
determinadas substâncias químicas ou transportados pela corrente
circulatória para os órgãos de eliminação (rins, ap.digestivo e pulmões).

2.3.4- Principais músculos


Músculos da cabeça

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Os músculos da cabeça são responsáveis pelos traços do rosto e pela mímica;
actuam na movimentação da cabeça e da coluna vertebral e participam do
processo da mastigação. Exemplo:
Masséter e temporal: são músculos da mastigação;
Bucinador reforça a bochecha natrituração do alimento.
2.3.5- Músculos do pescoço
Os principais músculos do pescoço são:
Esternocleidomastóideo: insere-se no manúbrio, na clavícula e no processo
mastóide e participa na movimentação da cabeça com o pescoço;
Hióideos: são um conjunto de músculos situados entre os ossos hióde e
mandíbula e parte superior da caixa torácica. Participam do processo da
deglutição e abertura da boca.
Escalenos: localiza-se na parte lateral do pescoço; insere-se nas vértebras
cervicais e na Iª e 2ªcostelas. Intervêm na mecânica respiratória através da
elevação das costelas e participam na movimentação lateral da coluna cervical.
2.3.6- Músculos do dorso
São músculos que se estendem da coluna vertebral em direcção à região
escapular e ao úmero; participam dos movimentos do braço e da cabeça, e da
elevação da escápula.
Exemplo:
Grande dorsal
Trapézio
Rombóide.
2.3.7- Músculos do tórax
Os músculos do tórax, como os das costas, dividem-se em dois grupos: os
superficiais (que durante o seu desenvolvimento se deslocam desde os
membros superiores), e os profundos, ou músculos próprios do tórax.
2.3.7.1- Músculos superficiais do tórax
 O peitoral maior - origina-se na parte média da Clavícula, no manúbrio
do externo e nas cartilagens da 5ª e6ª costelas superiores, inserindo-se
no sulco intertuberositário do úmero.

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As suas funções são baixar o braço levantando-o e apertá-lo contra o peito,
assim como o movimento giratório do braço caído para dentro. Quando se fixam
as extremidades superiores, ele ajuda a elevar as costelas, ajuda a respiração.
 O músculo subclávio.origina- se na clavícula e insere-se na Iª costela.
A sua função é a depressão da clavícula.
 O músculo denteado anterior,origina - se pelos dentes nas 9 costelas
superiores e insere-se na borda média da omoplata.

A sua função é tracção do ângulo inferior para frente, permitindo ainda levantar
o braço acima da linha do horizonte. Quando se fixa aos membros superiores,
levantam a costela. É um músculo acessório na respiração.

2.3.7.2- Músculos profundos ou próprios do tórax


 Os músculos intercostais externos- enchem o espaço entre as
costelas, desde a coluna vertebral até a parte da cartilaginosa das
costelas.

A sua função é de elevar as costelas.


 Os músculos intercostais internos localizam - se por baixo dos
anteriores e os seus feixes têm direcção contrária aos anteriores. Eles
enchem os espaços intercostais, desde o externo até aos ângulos das
costelas.
 Os músculos elevadores das costelas localizam - se ao lado da parte
peitoral da coluna vertebral por baixo dos músculos extensores das
vértebras.Têm como função elevar as costelas.

2.3.8- Diafragma - músculo que separa a cavidade torácica da abdominal. É


músculo da respiração. Quando se contrai durante a inspiração, desce e a sua
cúpula achata-se, aumentando o volume da cavidade torácica. Quando se relaxa
durante a expiração, aparece, novamente, a cúpula e o volume da cavidade
torácica diminui.

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2.3.9- Músculos do abdómen
Formam uma parede para proteger os órgãos abdominais; influem no equilíbrio
estático e dinâmico das vísceras abdominais e actuam na movimentação do
tronco. Exemplo:
 Transverso do abdómen - situado mais profundamente;
 Oblíquo (interno e externo) do abdómen. localizado à directa e à
esquerda, sobre o músculo transverso;
 Recto do abdómen.

2.3.10-Músculos dos membros superiores


Estes participam nos movimentos do braço, da mão e dos dedos. Mas, para o
movimento da articulação do ombro é necessário a acção conjunta de três
grupos musculares (os músculos da raiz do MS):
 Músculos do dorso - que se estendem da coluna vertebral em direcção a
cintura escapular e do úmero: grande dorsal, trapézio e rombóide;
 Músculos do tórax - que se estendem das costelas em direcção à cintura
escapular e ao úmero: peitoral maior e menor, serrátil;
 Músculos autóctones do membro superior: deltóide (estende-se da
clavícula e escápula e vai até a metade do úmero), redondo maior
(principal antagonista do deltóide, estende-se da escápula ao úmero).

Músculos da parte livre do MS


Músculos do braço estendem – se da escápula em direcção ao úmero ou ao
antebraço, ou do úmero aos ossos do antebraço. Exemplo:
 Bíceps braquial: situa-se na parte anterior; é considerado o músculo flexor
mais importante do braço.
 Braquial- localizado na parte lateral do braço.
 Tríceps braquial: situa-se na parte posterior do braço.

No antebraço encontra-se um número grande de músculos; sendo superficiais e


profundos. Têm participação importante nos movimentos da mão como um todo
e nos movimentos individuais dos dedos. Pois esses músculos flexores e
extensores do antebraço fixam-se aos ossos do carpo, metacarpo e falanges por
meio de tendões. Exemplo:

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 Pronador redondo: estende-se do úmero em direcção à ulna e rádio.
 Bráquio-radial: situa-se superficialmente na parte lateral do antebraço;

A acção muscular conjunta dos músculos da mão e do antebraço permite que a


mão execute as seguintes funções:
 Ser órgão de preensão, principalmente o polegar,
 Executar os movimentos articulares simples;
 Realizar Simultaneamente uma combinação de movimentos; por
exemplo: ao escrevermos, o dedo flexiona-se nas articulações proximal e
estica-se nas articulações distais.

2.3.11- Músculos do Membro inferior (MI)


Os músculos da pelve (raiz do MI) estendem-se da vértebra lombar até a pelve
e fémur. Participam na manutenção da posição erecta do corpo, e nos
movimentos da coxa, pelve e tronco. Exemplo:
 Iliopsoas;
 Glúteo máximo
 Glúteo médio: recoberto parcialmente pelo glúteo máximo;
 Glúteo mínimo: recoberto pelo glúteo médio.

Os músculos da coxa localizam-se ao redor do fémur, são envolvidos pela fáscia


lata (membrana aponeurótica) e actuam na movimentação da coxa e da perna.
Exemplo:
 Sartório: conhecido também como costureiro;
 Quadríceps femoral: compõe-se pelos músculos reto-femoral, vasto
lateral (o maior de todos), vasto intermédio (situa-se abaixo do vasto
lateral) e vasto médio (sua parte superior localiza-se abaixo do reto-
femoral e Sartório; na parte inferior, constitui um relevo evidente);
 Bíceps femoral: situa-se na parte posterior da coxa.

Os músculos da perna possuem longos tendões que podem atingir os dedos do


pé. Participam nos movimentos do pé e da perna. Têm função importante na
deambulação. Exemplo:
 Tibial anterior;

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 Fibular;
 Tríceps sural: em conjunto com os outros músculos da parte posterior da
perna, forma a pantorrilha (barriga da perna). Na parte inferior, origina-se
um tendão largo que se insere na borda posterior do osso calcâneo; esse
tendão é denominado tendão de Aquiles.

O pé possui músculos próprios, localizados no seu dorso, na planta do pé ou nas


falanges. Esses músculos actuam nos movimentos restritos dos artelhos e
principalmente na manutenção da estabilidade interna da arcada do pé, por isso,
a planta do pé apresenta:
 Número maior de músculos do que na região do dorso;
 Músculo mais desenvolvido na sua borda interna, ao contrário da externa
porque, o peso corporal apoia-se mais na extremidade interna;
 Uma camada grossa de tendões (aponeurose plantar) que recobre os
seus músculos a fim de proporcionar uma maior firmeza na sua arcada
interna;
 Uma camada adiposa especial entre a pele e a aponeurose plantar,
principalmente na região do calcanhar, para funcionar como um
amortecedor.

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2. 4 – Sistema tegumentar

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O sistema tegumentar compreende a pele e seus anexos.
Funções:
 Recobre a superfície do corpo como um envoltório protector;
 Participa do equilíbrio térmico através da sua rede de capilares e da
excreção de suor;
 Protecção do organismo contra as agressões térmicas e a penetração de
microrganismos
 Síntese da vitamina D pela utilização dos raios ultravioleta do sol
 Responsável pela sensibilidade superficial do corpo através das
terminações nervosas para o tacto, a temperatura e a pressão.
 Eliminação de substâncias tóxicas e residuais através do suor e do sebo
 Armazenamento de gordura e outros componentes do metabolismo.
2.4.1-A pele
A pele recobre a superfície do corpo e, a nível das cavidades passa a denominar-
se mucosa. Possui três camadas: externa (epiderme), média (derme) e interna
(hipoderme ou subcutâneo).
2.4.1.1- Epiderme
Constituída por tecido epitelial, cuja camada superior, ao se renovar
constantemente, é substituída pelas células novas provindas da camada inferior.
Nos locais de acção mecânica acentuada, a epiderme é protegida pela queratina
(proteína que contem enxofre). Observa-se áreas grossas de queratinização na
sola do pé e nas áreas de calos. Na camada epitelial inferior, localizam – se:
A melanina: responsável pela coloração da pele, sendo maior a sua quantidade
na raça negra.
A camada germinativa responsável pela renovação das células epiteliais.
2.4.1.2-Derme
Formada por tecido conjuntivo, apresenta as seguintes características:
 Mantêm a pele sob a constante tensão eleática;
 Promove a união da epiderme com a derme, prendendo a camada
germinativa epitelial nos espaços intermediários das suas papilas;

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 Forma a impressão digital (existente nos dedos, palma das mãos e dos
dedos dos pés), onde as papilas se projetam para a epiderme com o
formato de cristas separadas por sulcos;
 Nutre a epiderme através de sua rede de capilares;
 Possui terminações nervosas tácteis.
2.4.1.3-Hipoderme ou subcutâneo
Considera-se a hipoderme uma continuação da derme; é formada por tecido
conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e tecido adiposo.
O tecido adiposo distribui-se por toda a superfície do corpo, variando de acordo
com a idade, sexo, estado nutricional e a taxa de hormónios.
Funciona como uma reserva alimentar e de protecção contra as acções
mecânicas (exemplo: a sola do pé) e o frio:
A rede de capilares sanguíneos nutre as células da pele, participa na regulação
da circulação sanguínea e no equilíbrio térmico.
2.4.2- Anexos da pele
Compreende os pêlos, as unhas e as glândulas sebáceas, sudoríparas e
mamária.
2.4.2.1- Unhas
São placas córneas aderidas nos dedos e artelhos, cuja função é proteger as
suas extremidades.
2.4.2.2- Pêlos
Apresentam uma função protectora e recobrem grande parte da pele sua
colaração varia de acordo com a quantidade de pigmento existente.
A raiz do pêlo aloja-se em um tubo situado na derme ou na hipófise, denominado
folículo piloso, e possui uma camada germinativa responsável pelo seu
crescimento.
Entre a superfície da pele e o folículo piloso encontra-se o músculo erector do
pêlo (responsável pela posição erecta do pêlo).
2.4.2.3- Glândulas
2.4.2.3.1- Glândula sebácea

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Glândulas sebáceas localizam-se na derme e secretam o sebo, cuja função é
manter a oleosidade e a elasticidade dos pelos e da pele. Geralmente o sebo é
drenado para o folículo piloso.

2.4.2.3.2- Glândulas sudoríparas


Glândulas sudoríparas localizam-se na derme ou na hipoderme, encontram-se
em toda a superfície do corpo (principalmente na palma da mão e na planta do
pés). Secretam o suor, que é um líquido composto por água, sais minerais,
substancias tóxicas etc. O suor é drenado da glândula através de um ducto que
se abre na pele como poro.
A quantidade de suor a ser eliminado irá depender das necessidades do
organismo para:
 Manter o equilíbrio térmico através da evacuação da água;
 Regular o metabolismo hídrico e inorgânico
 Proteger a pele contra as agressões microbiana, em conjunto com o sebo.

Existem glândulas sudoríparas modificadas, cuja secreção possui um, odor


característico; essas glândulas
localizam-se nas axilas, órgãos
genitais externos etc.

Fig. 3 – Representação do tegumento

2.4.2.3- Glândulas mamárias


Inicia-se na menina o desenvolvimento das mamas durante a puberdade, pois
os hormônios sexuais femininos provocam deposição de gordura no tecido
subcutâneo, além do crescimento.

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Cada mama possui de quinze a vinte glândulas alveolares ou lobos; de cada
uma delas parte um ducto lactífero para a região do mamilo. Os ductos podem
possuir dilatações (seios lactíferos) para a amamentação. O primeiro leite
secretado após o parto denomina-se colostro, que Contém todos os nutrientes
facilmente digeríveis pelo recém-nascido e rico em substâncias de defesa da
mãe.
A porção mais saliente e pigmentada da mama denomina-se aréola, e do seu
centro eleva-se o mamilo, cuja estrutura facilita a sucção durante o aleitamento.

Unidade # 3 – Sistema que mantém o metabolismo do corpo


humano
3.1 – Conceito de metabolismo
Entende-se por metabolismo, o conjunto de transformações que sofrem os
nutrientes depois de absorvidos pelo tubo digestivo. No metabolismo inclui-se os
nutrientes absorvidos para formar ou reparar os tecidos do organismo e, os
processos de decomposição – por meio dos quais são oxidados os nutrientes
para produzir calor e trabalho.
O metabolismo pode ser estudado no organismo como um todo, ou órgão
individualmente.
3.1.2 – Sistema respiratório
Constituído por dois pulmões e pelas vias respiratórias aéreas (nariz, faringe,
laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos). As vias respiratórias têm por função
conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-versa, como também
filtrar, pré-aquecer e humedecer o ar inspirado.

3.1.2.1. Anatomia do sistema respiratório.


Cavidade nasal - é a entrada das vias respiratória sendo dividida pelo septo
nasal em cavidades nasal direita e esquerda. Pequenos orifícios que colocam a
cavidade nasal em contacto com os seios nasais (maxilar, frontal, etmoidal e

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esfenoidal), e também recebem o ducto lacrimal nasal, que conduz o líquido
lacrimal.
As propriedades da mucosa nasal são:
 Retenção de substâncias do ar pelos cílios nasais (vibrissas);
 Formação de muco, que facilita a retenção de substâncias e mantém a
humidade natural da mucosa;
 Pré-aquecimento do ar inspirado através da rede capilar venosa,
aumentando a irrigação sanguínea sob a mucosa, quando o ar inspirado
estiver mais frio, e vise-versa
 Olfação através das células olfactivas.
Funções:
 Dá uma passagem para inspiração e expiração do ar;
 A membrana mucosa humedece e aquece o ar;
 A cília filtra toda a matéria estranha do ar prevenindo-a de chegar aos
pulmões;
 As membranas mucosas contêm os receptores para o sentido do olfacto.

Faringe: Este é um tubo com forma


de funil muscular que se estende da
base do crânio ao nível da sesta
vértebra cervical. Está divida em:

Nasofarige: contém os adenóides


Oro faringe: contém as amigoadas
Laringofaringe: estende-se da
orofaringe á laringe
O ar inspirado passa da cavidade
nasal para a faringe através das
coanas (amplo orifício oval situado
Fig. 4 “ Esquema das vias respiratórias
na parte posterior da cavidade
e pulmão
nasal).

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A faringe- é um conduto que pertence à via respiratória e ao tubo digestivo,
além de possuir orifícios que comunicam a faringe com a trompa de Eustáquio.
Laringe- é uma estrutura cartilaginosa que, no homem, forma uma saliência
conhecida como “pomo-de-adão”. Possui quatro tipos de cartilagens,
destacando-se a epiglote, cuja função é baixar-se sobre a laringe no momento
da deglutição e levantar-se no momento da respiração ou fala.
Na laringe situam-se as cordas vocais, que são duas dobras longitudinais
projectando-se para a luz da laringe;
Glote - fenda entre as duas cordas vocais.
Funções da laringe:
 Humedecer, aquecer o ar e reter as partículas ou substancias estranhas
através do muco secretado pela sua mucosa;
 Impedir a penetração de corpos estranhos, pela acção da epiglote;
 Ser responsável pela fonação, através da vibração das cordas vocais e
da actuação dos músculos da laringe.
Traqueia- estrutura tubular cartilaginosa formada por anésqueconduz o ar da
laringe aos brônquios. Na sua extremidade inferior acha-se uma bifurcação
dando origem a dois brônquios direito e esquerdo.
Brônquio- na porção final da traqueia ocorre uma bifurcação originado os
brônquios direito e esquerdo, que penetram nos respectivos pulmões através do
hilo pulmonar. Os brônquios, ao penetrarem nos pulmões, vão se ramificando de
maneira sucessiva, originando o sistema da árvore brônquica. A porção final do
brônquio é o bronquíolo, que termina no alvéolo pulmonar.
Bronquíolo- entrando no tecido do pulmão, ele próprio o brônquio, ainda
divide-se formando estreitos bronquíolos. Os bronquíolos terminais entram em
sacos denominados alvéolos que estão envolvidos pela rede capilar, onde ocorre
a troca de gases (Hematose).
Pulmões - o pulmão direito é separado do esquerdo por meio de um espaço
denominado mediastino, e a base pulmonar apoia-se no diafragma. O tecido
pulmonar é formado basicamente pela árvore brônquica e pelos milhões de
alvéolos.

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O pulmão direito é maior que o esquerdo; divide-se em três lobos (superior,
médio e inferior). Cada lobo é formado pela reunião de lóbulos ou segmentos.
Cada pulmão é recoberto por dupla membrana denominada pleura.
 Pleura parietal: forra as paredes do tórax do lado correspondente;
 Pleura visceral ou pulmonar: recobre o pulmão.
Entre as duas pleuras existe a cavidade pleural, que contém pouquíssima
quantidade de líquido claro, suficiente para permitir o deslizamento sem atrito
dos pulmões sobre a parede torácica.
Nessa cavidade não deve existir ar ou qualquer líquido, para não interferir na
pressão negativa, que é um factor importante na mecânica respiratória. Em cada
pulmão existe o hilo pulmonar, local de entrada ou saída dos brônquios vasos e
3.1.2.3-
nervos Fisiologia da respiração
pulmonares.

Mecânica da respiração- Consiste nos


movimentos alternados de contracção e
relaxamento do tórax para a entrada e saída do
ar dos pulmões (movimentos de inspiração e
expiração).
Na inspiração, ocorre a dilatação da cavidade
torácica, obtida através da elevação das
costelas e pela contracção do diafragma.
Durante a expiração, a caixa torácica diminui de
tamanho, em consequência do abaixamento
das costelas e relaxamento do diafragma.

fig. 4.A “ vias respiratórias”

Para ocorrer o movimento respiratório (inspiração e expiração), é necessária a


acçaão de contracção e relaxamento dos músculos do tórax, a pressão negativa
na cavidade pleural, acção do diafragmae estímulo nervoso.

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“Diafragma’’ - ao contrair-se a sua abóbada ganha forma achatada, aumentando
o tamanho da cavidade torácica de cima para baixo.
‘‘Músculos inter-costais’’ - contraem-se ao mesmo tempo com o diafragma,
puxando o resto das costelas para cima até á primeira. Desta maneira aumentam
as medidas, anterior e posterior da cavidade toráxica”.

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Trocas gasosas

Fig. 5 -Representação de um alvéolo e sua rede de capilares ( esquema de


Absorção de oxigénio).

Há nos pulmões cerca de 300 milhões de alvéolos, permeáveis ao oxigénio e ao


dióxido de carbono. Cada alvéolo é envolvido externamente pelos capilares
venosos e arteriais, que possibilitam ao sangue, retirar o oxigénio proveniente

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do ar inspirado nos alvéolos, e nestes eliminar o andrido de carbónico, em
seguida expelido com a expiração.

Capacidade respiratória dos pulmões


Ar corrente- equivalente a mais ou menos 500ml de ar, ou seja, em cada ciclo
respiratório é inspirado e expirado esse volume.
Ar ou volume residual-após a expiração, permanecem mais ou menos
1200 ml de ar nos pulmões.
Capacidade vital- é o somatório do volume ou ar corrente (500 ml) + volume
inspiratório de reserva provocado por inspiração forçada (1500 a 2000 ml) +
volume expiatório de reserva provocado por expiração forçada (1500 a 2000ml),
totalizando 3500 a 4500ml.

Capacidade de ventilação pulmonar - é o ar corrente x frequência


respiratória.
3.1.2.4- Controlo automático da respiração
O centro respiratório localiza-se na no bulbo raquidiano (medula bulbar) e
trabalha de forma involuntária e automática; porém, existem alguns factores que
o podem estimular, tais como: mudança da reacção química e da composição
do sangue, reflexos nervosos e psíquicos.
O mais importante excitante é o nível de dióxido de carbono no sangue.
Além do centro respiratório, a respiração sofre actuação de:
 Sistema nervoso simpático: estimula a respiração, a irrigação sanguínea
e dilata os brônquios (broncodilatador).
 Sistema nervoso parassimpático: seus efeitos são antagónicos aos do
simpático (bronco-constritor).

3.2 -Sitema Circulatório

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O sistema circulatório humano é constituído por conjunto de tubos que formam
um circuito fechado interligado, os vasos sanguíneos. Estes, conduzem o
sangue do coração aos tecidos de todas as partes do corpo e vice – versa,
através do bombeamento cardíaco.

3.2.1- Constituição
 O sistema circulatório está formado por um conjunto de tubos fechados
responsáveis pela passagem do sangue, denominados vasos
sanguieneos;
 Um orgãoresponável pelo bombeamento do sangue, denominado
coração.
 Um conjunto de tubos fechados, responsáveis pela condução de linfa,
denominado Vasos Linfáticos
3.2.2- Anatomia do coração
O coração é uma bomba aspirante, premente que lança o sangue para a
circulação sistémica e pulmonar, recebendo-o de volta através das veias cavas,
pulmonares e do seio coronário. Para além do seu tecido especializado (músculo
cardíaco) em gerar e conduzir potencial de acção, possui outros diferentes tipos
de tecidos ou camadas: o pericárdio, o miocárdio, endocárdio.
Pericárdio – é uma membrana serosa que recobre inteiramente o coração,
incluindo os vasos da base (aorta, veias cavas, veias e artéria pulmonar). É
formado por dois folhetos, um visceral que se encontra aderido ao coração, e um
parietal ou saco fibroso, que o recobre externamente, ficando em contacto com
a parede do tórax e órgãos vizinhos, sendo também conhecido como epicárdio.
Ambos os folhetos são banhados por líquido seroso, formado pela própria
membrana, que tem a função de lubrificar o coração em seu movimento
contínuo, diminuindo, desta forma, o atrito.
O miocárdio- representa a maior massa do coração, é responsável pela
contracção de suas câmaras, devido á presença de discos intercalares; o
miocárdio forma um sincício, no qual as suas fibras, tanto atriais como
ventriculares, contraem-se como um todo.
O endocárdio é o tecido que reveste internamente as cavidades cardíacas.

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O coração é formado por
quatro câmaras: dois
átrios (aurículas) e dois
ventrículos, separados por
septos. O septo
atrioventricular separa os
dois átrios dos dois
ventrículos; o septo
interatrial separa os

Fig.6 " Esquema das estruturas


cardíacas”.

dois átrios entre si e o septo interventricular separa, os dois ventrículos.


3.2.3- Válvulas do coração
Válvula Tricúspide- Sistema vascular constituído por três valvas, anexadas ao
orifício átrio-ventricular direito (comunicando o átrio e o ventrículo direitos).
Válvula mitral-(válvula bicúspide): sistema vascular, constituído por duas
valvas, anexadas ao orifício átrio-ventricular esquerdo (comunicando o átrio e o
ventrículo esquerdos)
Válvulas sigmoides (ou semi-lunar) - fibras dobradas em número de três,
anexadas a cada um dos orifícios arteriais do coração (válvulas sigmoide aórtica
e válvula sigmoide pulmonar).

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Estas válvulas fecham os orifícios da aorta (ventrículo esquerdo) e da artéria
pulmonar (ventrículo direito) durante a sístole, impedindo assim o refluxo do
sangue nos ventrículos.
3.2.4- Vasos sanguíneos do coração
Vasos sanguíneos que transportam o sangue à aurícula direita;
Veia cava superior: Carrega sangue venoso da cabeça, pescoço e dos membros
superiores para o átrio direito.
Veia cava inferior: Transporta sangue venoso do resto do corpo para o átrio
direito;
Sinus coronários - carregam o sangue venoso do músculo do coração para o
átrio direito.
Quatro veias pulmonares: transportam o sangue oxigenado dos pulmões para o
átrio esquerdo.
Artéria pulmonar: carrega o sangue venoso do ventrículo direito para os pulmões
para ser oxigenado.

Vasos sanguíneos que partem do ventrículo esquerdo;


Aorta- transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo para todas as partes
do corpo.
Duas artérias coronárias- levam o sangue oxigenado para o músculo do
coração, partindo do ventrículo esquerdo.

3.2.5- Funções do coração


1-É responsável pela manutenção constante da circulação do sangue em todas
partes do corpo.
2-O coração actua como uma bomba no ciclo cardíaco.

3.2.6- O ciclo cardíaco


Chama-se ciclo cardíaco a uma actividade completa do coração. Consiste em
dois períodos, um de contracção do miocárdio para expulsão do sangue da
cavidade (sístole), outro de relaxamento do miocárdio, que permite o
recebimento de nova porção de sangue (diástole):

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Sístole auricular- As veias cava, superior e inferior transportam o sangue
venoso para átrio direito e as quatro veias pulmonares enchem átrio esquerdo
com sangue oxigenado. Uma vez átrios cheios, contraem-se simultaneamente e
o sangue corre através das válvulas tricúspide e bicúspide para os ventrículos.

Sístole ventricular- uma vez os ventrículos cheios, contraem-se em


simultâneo, fechando as válvulas tricúspide e bicúspide. As válvulas pulmonar e
aórtica, são abertas e o sangue entra nas artérias, pulmonar e aorta.
Diástole- Durante este período, os ventrículos e os átrios relaxam e o coração
descansa. As válvulas, aórtica e pulmonar fecham. Após um período curto de
repouso, reinicia-se novamente o ciclo.

3.2.7- Controlo do coração pelo sistema nervoso


O coração é inervado pelos nervos simpático e parassimpático, que são
antagónicos em suas funções. Os dois nervos afectam a função cardíaca,
alterando a frequência ou a força contráctil do miocárdio.
Simpático-acelera a origem e transmissão de estímulo no sistema cardiovector,
acelerando a frequência cardíaca, aumento da força contractil do miocárdio e,
consequentemente, a quantidade de sangue expulso pelo coração.
Parassimpático- é de actuação inversa à do simpático, pois diminui a frequência
cardíaca através da diminuição da excitabilidade e da transmissão de estímulos.

3.2.8- Autonomia do coração


O coração trabalha automaticamente sob o controlo do sistema nervoso, porém,
o impulso da actividade cardíaca tem origem no coração, através do sistema
cardiovectorque é composto por:
 Nódulo (nó ou nodo) sinusal: ponto de origem de todos os estímulos; situa
-se no átrio direito próximo à desembocadura da veia cava superior. Os
estímulos aí gerados (nódulo sinusal), são transmitidos directamente para
as fibras musculares dos átrios e para o nódulo atrioventricular. O nódulo
sinusal também é conhecido como sinoatrial (SV);

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 Nódulo átrioventricular (AV) situa-se próximo do septo atrial; recebe os
estímulos do nódulo sinoatrial e os transmite com ligeira defasagem para
a musculatura ventricular;
 Feixe de His: é a continuação do nódulo AV; recebe os estímulos desse
e os transmite para as fibras de Purkinge;
 Fibras de Purkinge: os estímulos são distribuídos aos ventrículos por meio
de seus feixes direitos e esquerdo.
O controlo automático do trabalho cardíaco pelo sistema cardiovector, pode
sofrer influências externas tais como:
 Temperatura: a elevação da temperatura corporal acelera os processos
químicos exp: a febre irá aumentar a frequência cardíaca;
 Teor de sais sanguíneos - as alterações de concentração de sódio,
potássio e cálcio provocam diminuição da frequência cardíaca, paragem
cardíaca, diminuição da força de contracção ou contracção espástica.
 Excitação psicológica, como alegria e raiva podem aumentar a frequência
cardíaca ou, nos casos de depressão diminuir.
 O trabalho corporal físico: aumenta a actividade cardíaca.

3.2.9- Auscultação cardíaca (Sons do coração)


A auscultação cardíaca pode ser feita com o paciente sentado e inclinado para
a frente e deitado. O paciente deve fazer manobras respiratórias para aumentar
a percepção dos ruídos cardíacos. Os sons produzidos pelas bulhas cardíacas
se espalham pelo tórax, sendo mais bem auscultados em locais estratégicos
denominados focos de auscultação.
Estes focos estão localizados nos seguintes pontos e o seu nome é dado de
acordo com o nome da bulha auscultada:
 Foco mitral, quinto espaço intercostal esquerdo, próximo ao mamilo;
 Foco tricúspide, na base do apêndice xifóide;
 Foco aórtico, segundo espaço intercostal direito, linha paraesternal;
 Foco pulmonar, segundo espaço intercostal esquerdo, linha paraesternal;
 Foco aórtico acessório, terceiro espaço intercostal esquerdo, linha
paraesternal;

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3.2.10 Pressão arterial
É a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias. É dada pelo fluxo
sanguíneo dentro destes vasos, isto é, pelo débito cardíaco e pela resistência
oferecida a este fluxo.
Durante o ciclo cardíaco, a pressão émais elevada nas artérias no momento da
sístole ventricular esquerda (pressão máxima ou sistólica) e desce para os
valores mais baixos imediatamente antes de uma nova sístole (pressão mínima
ou diastólica). Costuma-se estabelecer como pressão arterial normal para
adultos o valor de 12cmHg ou 120mmHg para a pressão máxima e o valor de
8cmHg ou 80mmHg para a pressão mínima.
Na realidade, estes valores devem ser tomados como padrão e não como
normais, já que normais são os valores de pressão encontrados para cada
indivíduo, pois são aqueles requeridos pela necessidade de perfusão dos seus
tecidos, mesmo que estes valores estejam acima dos padrões.

3.2.11- Pulso
A cada sístole, um volume adicional de sangue entra na artéria aorta provocando
uma onda de pressão que se transmite ao longo das paredes das artérias. Á
medida que esta onda caminha, as paredes arteriais são distendidas e esta
distensão é palpável como pulso.Deta maneira o pulso, é onda de pressão que
se transmite ao longo das paredes das artérias a cada sístole.
A velocidade com que a onda de pressão se propaga é muito mais rápida do que
a do fluxo sanguíneo e não dependente dele. O pulso da artéria radial de um
jovem é percebido 0,1s após a ejecção de sangue para a artéria aorta. O pulso
pode ser palpado em diferentes locais do corpo, mais os mais usados são o
punho (pulso radial) e o pescoço (pulso carótideo).
A palpação do pulso é uma boa maneira de se avaliar a actividadecardíaca,
quanto á amplitude, á frequência e ao ritmo.

3.2.11- Circulação sanguínea (ou dupla circulação humana)


As contracções do coração, possibilitam o movimento do sangue em torno do
nosso corpo. O movimento do sangue através de vasos sanguíneos (veias,

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artérias, arteríolas e capilares) em torno de nosso corpo, recebe o nome de
circulação sanguínea. Existem dois tipos de circulação sanguínea, que podem
ser:
3.2.11.1- Circulação pulmonar ou pequena circulação
É a encarregada pela oxigenação do sangue, tem o seu inicio no ventrículo
direito por intermédio do tronco pulmonar que leva sangre não oxigenado, este
sangue é oxigenado nos pulmões e mediante as veias pulmonares chega ao
átrio esquerdo donde termina esta circulação. Em síntese é uma circulação
coração-pulmão-coração. Neste caso, percorre as artérias e capilares
pulmonares, onde se realiza a hematose pulmonar, que é o processo de trocas
gasosas, eliminando o gás carbónico do sangue e tornando-o rico em oxigénio.

3.2.11.2- Circulação Sistémica ou grande circulação


É designada dada a parte da circulação, na qual o sangue do ventrículo esquerdo
vai para todo o organismo, pela artéria aorta e do organismo até o átrio direito,
pelas veias cava.
Inicia-se no ventrículo esquerdo e termina na aurícula direita. O sangue arterial
é bombeado pela contracção do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. Esta
dirige-se para os órgãos principais do nosso corpo (com excepção dos pulmões),
onde o sangue realiza trocas de substâncias com os tecidos, necessárias na
manutenção da homeostasia e também onde o oxigénio é necessário e
consumido. O sangue venoso pobre em oxigénio (nesta etapa da circulação, já
que o mesmo não acontece na pequena circulação) volta ao coração pelas veias
cava, introduzindo-se na aurícula direita. Da aurícula direita o sangue passa para
o ventrículo direito através do orifício atrioventricular, onde existe a válvula
tricúspide.

3.2.12- Sistema portal


É constituído por veias que escoam a região abdominal do aparelho digestivo.
São originárias da rede capilar do estômago, baço, pâncreas, vesícula biliar,
intestino delgado e grosso. Estas unidades de capilares, formam as veias

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mesentéricas, inferior e superior, esplénica, gástrica e cística. A união destas
veias é chamada como veia portal e penetra no fígado. Deste modo, os
nutrientes passam do intestino delgado ao fígado.

3.2.13-Sangue
É um líquido pegajoso, conectivo, viscoso com uma característica vermelha e
com sabor salgado. O volume total num adulto é de seis (6) litros.

3.2.13.1- Composição do sangue


O sangue é formado por uma parte líquida, o plasma, e outra sólida, os
elementos figurados. Estes dois componentes podem ser separados invitro por
processo natural de decantação ou por centrifugação.
Parte líquida do sangue (o plasma)
Plasma: é um líquido amarelo claro, transparente. É ligeiramente alcalino e os
glóbulos flutuam nele.
Composição do plasma sanguíneo
 Água 90%
 Proteínas: fibronogénio, protrombina, soro de albumina, e globulina.
 Sais minerais: o cloro, sódio, o potássio, o cálcio e o magnésio.
 Nutrientes: glucose, gorduras, vitaminas etc
 Hormonas
 Enzimas
 Anticorpos
 Gazes;
 Produtosinúteis:
 Urina,
 Ácido úrico,
 Creatinina;

3.2.13.2- Elementos figurados (parte sólida)


Eritrócitos ou glóbulos vermelhos:

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No interior dos Eritrócitos encontram-se um pigmento denominado hemoglobina
(Hb) que dá cor vermelha ao sangue. A Hb é formada por uma proteína,globina
e pelo pigmento sanguíneo heme, derivado do ferro.
A principal função das hemácias (eritrócitos)é o transporte de oxigénio, o que é
feito por meio de ligação fraca e reversível deste gás com a hemoglobina. Estes
são aproximadamente 4,5 a 5 milhões/ ml de sangue.
Leucócitos ou glóbulos brancos:são responsáveis pelos mecanismos de
defesa do organismo. O seu valor normal varia de 6.000 a 9.000/ ml de sangue
e, segundo alguns autores, de 5.000 a 10.000/mil de sangue.
Tipos de leucócitos:
 Granúlocitos: compostos por 60 a 75% de neutrófilos, 2 a 4% de
eosinofilos e 1% de basófilos. A sua função é de defender o organismo na
fase aguda do processo inflamatório. Os eosinófilos participam nos
processos alérgicos.
 Agranulócitos:compreendem: os linfócitos, os monócitos.
 Plaquetas ou trombócitos: são células que participam do processo de
coagulação do sangue. No corpo humano, existem 250.000 a 450.000/ml
de sangue, mas para alguns autores o valor varia, de 200.000 a 500.000/
ml de sangue.
3.2.14- Funções do sangue
Praticamente todas as funções exercidas pelo sangue são vitais, podendo-se
destacar entre elas as seguintes:
 Respiratória: transporte de oxigénio e dióxido de carbono
 Nutritiva: transporte de alimentos básicos, sais minerais e substâncias
iónicas para os tecidos;
 Defesa: transporte de leucócitos, anticorpos e substâncias
imunologicamente activas;
 Excretora: condução de metabólitos para os rins, para serem excretados;
 Regulação do equilíbrio hídrico: manutenção do volume constante de
água nos compartimentos orgânicos;
 Regulação da temperatura corporal: dissipação e retenção do calor

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3.2.15- Sistema linfático

Considera-se o sistema vascular linfático como um anexo ao sistema venoso,


porque drena a linfa dos espaços intercelulares para a corrente venosa através
de seus vasos linfáticos.
3.2.15.1- Funções da linfa:

 Ser uma via acessória para o líquido intersticial fluir para o sangue.
 Transportar substâncias dos espaços intercelulares que não podem ser
removidas pelos capilares sanguíneos, como por exemplo as proteínas e
outras partículas grandes;
 Ser uma barreira à disseminação das bactérias, vírus e células
cancerígenas.

3.2.15.2- Composição do sistema linfático:


 Linfa;

 Sistema vascular linfático;


 Gânglios linfáticos.
Linfa-líquido semelhante ao plasma sanguíneo, contém trombócitos, e raras
hemáceas é rico em leucócitos, do tipo linfócitos. O líquido nutriente, ao
atravessar as paredes dos capilares artériais, estabelece trocas de substâncias
com as células.
Parte desse líquido intercelular permanece embebendo os tecidos, como linfa
tecidual ou intersticial; a outra parte ou é drenada pelos capilares venoso ou é
transportada como linfa propriamente dita pelos capilares linfáticos.
A linfa proveniente dos vasos linfáticos intestinais possui alto teor de gordura,
conferindo-a aspecto leitoso.
Sistema vascular linfático
O sistema vascular linfático compreende:

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 Rede de capilares linfáticos: são vasos semelhantes aos capilares
sanguíneos; inicia-se em fundo cego, pois drena a linfa dos espaços
intercelulares.
 Vasos linfáticos-resultam da união de vários capilares linfáticos, conforme
vão recebendo outros vasos linfáticos, aumentam de calibre, diminuindo
de número até formarem dois colectores principais:
 Ducto torácico: o principal colector da linfa; recebendo a linfa da região
abaixo do diafragma, da metade esquerda da cabeça, do pescoço, do
tórax e do membro superior esquerdo.
 Ducto linfático direito: colecta a linfa do lado direito da cabeça, do
pescoço, do tórax e membro superior direito.

Gânglios linfáticos
Formados por tecido linfóide - local de penetração dos vasos linfáticos e saiem
em menor número. São barreiras importantes contra os processos infecciosos.

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Fig. 7 “ Esquema da distribuição das veias e artérias no corpo humano”.

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3.3- Aparelho digestivo

Os alimentos não podem, na maioria das vezes, ser absorvidos pelo organismo
na sua forma natural; portanto, necessitam de um tratamento químico e
mecânico dos órgãos da digestão. Os alimentos sofrerão modificações químicas
até serem solúveis e absorvíveis pela corrente circulatória; os órgãos digestivos
sintetizam o muco que permite o deslizamento do bolo alimentar, secretam as
enzimas que modificam quimicamente os nutrientes, tornando-os absorvíveis.

3.3.1- Funções do aparelho digestivo


As funções do sistema digestivo podem ser divididos em quatro fazes:
 Ingestão: o alimento ingerido, é mastigado e deglutido.
 Digestão: a digestão física é feita pelos dentes e actividades musculares
dos intestinos e a digestão química, é feita por várias enzimas;
 Absorção: é o processo no qual o alimento digesto entra na corrente
sanguínea.
 Excreção: alguns alimentos não digestos ou absorvidos são eliminados
em forma de fezes.

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Cavidade bocal: é a porção inicial do tubo
digestivo; comunica-se com o meio exterior
pelos lábios e com a faringe pelo istmo da
garganta. Está limitada lateralmente pelas
bochechas, superiormente pelo assoalho da
boca. O palato, na parte anterior, por ser de
estrutura óssea, denominada palato duro; na
parte posterior ser muscular. No palato mole
situa-se a úvula. Os lábios superiores e
inferiores unem-se à direita e à esquerda nas
comissuras labiais.
A língua é um órgão muscular que possui as
seguintes funções:
 Empurrar o bolo alimentar entre os
dentes, misturando-o com a saliva;

Fig. 8 “ Esquema do sistema digestivo  Impulsionar o bolo alimentar durante


a deglutição;
 Participar na articulação dos sons;

3.2- Órgãos do tubo digestivo  Órgão gustativo


 Defesa contra as infecções por meio
 Boca
das suas células linfáticas
 Faringe
 Esófago
 Intestino delgado
 Intestino grosso

Dentes
O homem adulto possui dezasseis dentes no maxilar e dezasseis na mandíbula,
totalizando 32 dentes: em cada arcada dentária existem:
4 (quatro)incisivos
2(dois) caninos
4(quatro) pré molares
6 (seis) molares:
Os dentes participam no processo de mastigação; portanto são órgãos duros,
nos quais se observam:

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Coroa – parte visível do dente;
Colo – região estreita entre a coroa e a raiz, circunda a gengiva;
Raiz – implantada na mandíbula ou maxilar, fixa os
dentes nestas estruturas;
Esmalte – revestimento branco da coroa;
Cimento- tecido ósseo modificado revestindo a raiz do dente;
Dentina – formada por substâncias orgânicas calcificadas e sais minerais,
constitui o corpo do dente, cujo prolongamento na raiz constitui o canal da raiz.
Os dentes desenvolvem –se em duas etapas: primária (de leite), com vinte
dentes; início aos 6 meses de idade; permanentes, com 32 dentes. A substituição
é a partir dos seis ou sete anos.
Função dos dentes:
 Os incisivos cortam os alimentos;
 Misturar os alimentos com saliva,
 Formam parte da estrutura facial;
 Desempenham um papel importante na formação de palavras.
Faringe
Pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao aparelho digestivo, pois se
comunica com as cavidades nasais, boca, esófago e laringe.
Funções- participar na:
 Deglutição;
 Defesa do organismo;
 Audição: “a trompa de Eustáquio comunica a faringe com o ouvido médio,
possibilitando o equilíbrio das pressões entre essas duas cavidades”.
Esófago
É um tubo que mede cerca de 25cm de comprimento e atravessa o diafragma
através de um orifício denominado hiato. Tem como função conduzir, com auxílio
dos movimentos peristálticos (contracção da musculatura do esófago), o bolo
alimentar da faringe para o estômago.
Estômago
Anatomicamente, divide-se em quatro secções:
 Cárdia: porção inicial onde desemboca o esófago;

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 Fundo: localiza-se na parte superior, projectando-se em direcção ao
diafragma;
 Corpo: corresponde à maior porção do estômago;
 Piloro: parte final do estômago, comunicando com o duodeno;
3.3- Funções do estômago
 Reduzir o alimento á uma massa semifluida denominada quimo, o que é
feito através da secreção de sucos digestivos;
 É reservatório de alimentos
 Propulsor dos alimentos para o duodeno;
 Acção bactericida, pela sua secreção ácida;
 Absorção de água, sais, álcool, algumas drogas e vitaminas.

3.4- Composição do suco gástrico:


 Água

 Ácido clorídrico (que intervêm na formação das enzimas


pepsina e catepsina; fornece um meio acido para que a pepsina e a
catepsina possam agir sobre as proteínas; impede o desenvolvimento e
activação da fermentação e decomposição bacteriana, assim como
agentes patogénicos);
 Muco gástrico (formado principalmente na região piloríca, envolve a
mucosa gástrica como uma camada protectora contra a agressão do
ácido clorídrico)
 Enzimas (pepsina e a catepsina) - agem sobre as proteínas e a lipase age
sobre os lípidos.
Intestino delgado
Seguimento mais extenso do sistema gastro-intestinal, tendo cerca de cinco
metros e representando três quartos do comprimento do tubo gastrointestinal
humano. Os primeiros 25cm formam o duodeno as partes restantes formam o
jejuno e o ílio. O duodeno e o jejuno, têm a função de digestão e absorção de
alimentos.

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Duodeno- porção mais curta, ligando-se ao estômago pelo piloro. Nele
desembocam os ductos colédoco (que traz a bile) e pancreático (traz o suco
pancreático);
Jejuno- maior porção do intestino delgado;
Ílio- junta-se ao cólon no ângulo direito da válvula íliocecal. A válvula regula a
entrada do conteúdo intestinal no cólon e acautela o retorno.
Funções do intestino delgado
 Absorção dos elementos básico dos nutrientes,
 Segregar o suco intestinal, cuja composição química é: água, sais
minerais e as seguintes enzimas:
 Amilase: actua sobre os aminoácidos
 Maltose, sacarose e lactose: agem sobre os açúcares;
 Lipase: actua sobre as gorduras, transformando-as em glicerol e ácido
graxo;
 Peptidases: actuam sobre as proteínas, transformando em aminoácidos;
Internamente, a parede do intestino é formada por estruturas minúsculas
denominadas microvilosidades, nas quais chegam os capilares sanguíneos e
linfáticos que se encarregam da absorção dos nutrientes. Os lipídos são
absorvidos pela rede linfática e os demais nutrientes, pela sanguínea. “
Intestino grosso
Considera-se parte final do aparelho digestivo, corresponde o ceco (onde há o
apêndice vermiforme), o cólon ascendente, o cólon transverso, o cólon
descendente, o sigmóide, o recto e o ânus. No intestino grosso não ocorre o
processo de digestão, porque recebe os restos alimentares não digeridos e não
absorvidos pelo intestino delgado.
Funções são:
 Reabsorver a água dos sucos digestivos;
 Absorver restos de nutrientes aproveitáveis;
 Eliminar as fezes, como resto indigerível do bolo alimentar, que sofreu
acção das bactérias do intestino grosso.

Glândulas anexas ao aparelho digestivo.

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 Glândula salivares
 Pâncreas
 Fígado;
Glândulas salivares- são consideradas anexos do sistema digestivo;
encontra-se em grande número, destacando-se a parótida (próximo do pavilhão
auditivos externo), submandimbular e sublingual. Essas secretam 1 a1,5 litros
de saliva por dia estão sob controlo do sistema nervoso autónomo; porém,
factores psíquicos, químicos e físicos também interferem na secreção da saliva.
A saliva compõe-se basicamente por água (para diluir o bolo alimentar) e por
enzimas, sendo que a ptialina actua sobre os hidratos de carbono.
Fígado-é um órgão anexo ao aparelho digestivo. Divide-se em lobos direito e
esquerdo e o hilo hepático, pelo qual penetram a artéria hepática, veia porta, os
vasos linfáticos e os nervos; do hilo saem, o ducto hepático direito e esquerdo,
a união destes forma o ducto hepático, que se transforma em ducto cístico antes
de penetrar na vesícula biliar.
Funções do fígado
 Secreção da bile:
 Metabolismo dos lípidos, proteínas e carbohidratos
 Armazenamento das vitaminas, sais minerais e carbohidratos
 Participa no processo de formação, destruição e regulação do volume
sanguíneo,
 Produção de alguns elementos da coagulação - heparina e protrombina
 Destruição do hormônio estrógeno;
 Participa no processo de desintoxicação.

Pâncreas -é um dos órgãos mais importantes no desempenho das funções


digestivas. É dividido em cabeça, corpo e cauda. Considerando como órgão de
secreção interna, quando sintetiza os hormônios insulina e glucagon, lançados
na corrente circulatória, onde agem sobre a glicose; secretam também o suco
pancreático, composto pelas seguintes enzimas:
Quimiotripsina, tripsina e erepsina-actuam sobre as proteínas,
transformando-as em aminoácidos;

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Amilase, sacarase, maltase e lactase - agem sobre os carbohidratos de,
transformando – os em glicose, frutose e galactose.
Lipase-age sobre os lipídos, transformando-os em glicerina e ácidos graxos,
mas, a sua acção ocorrerá apenas quando o suco pancreático estiver misturado
com a bile.
A secreção do suco pancreático é controlada pelo sistema nervoso autónomo,
sendo o simpático o inibidor e o parassimpático o estimulador. Após a chegada
do bolo alimentar no duodeno, as células entéricas enviam para a circulação os
hormônios (secretina e pancreozimina), que irão estimular a secreção do suco
pancreático. Esse suco sai do pâncreas através do canal pancreático (Wirsung),
em direcção ao duodeno.

SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário tem por função participar na eliminação dos produtos finas do
metabolismo e no controlo do equilíbrio hídrico, salino e ácido-básico.
Em cada rim, distingue-se uma porção externa chamada cápsula fibrosa (que
recobre o rim) e, no pólo superior de cada um, encontra-se uma glândula supra-
renal, uma média granulosa, chamada cortical e uma interna, vermelha escura,
denominada medular onde aparecem as pirâmides de Malpighi.
Os rins são formados por estruturas chamadas néfrons, que são as suas
unidades funcionais, pois individualmente são capazes de formar integralmente
a urina. Calcula-se que existe um milhão e duzentos mil néfrons em cada rim,
que é irrigado por uma arteríola aferente. Esta arteríola penetra no néfron em
uma região chamada glomérulo, onde forma um tufo de capilares, os capilares
glomerulares ou corpúsculos de Malpighi. O glomérulo é revestido por uma capa
de células epiteliais, denominadas cápsula de Bowman ou glomerular.Túbulos
renais: são tubos longos que se originam na cápsula de Bowman como túbulo
renal contorcido, sendo a alça de Henle o tubo colector. A confluência com outros
túbulos colectores forma o canal principal ou conduto papilar ou tubo colector
que desemboca em cálice renal.

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O aparelho urinário é
composto pelos rins,
ureteres, bexiga e uretra. Os
rins em número de dois,
direito e esquerdo,
encontram-se de cada lado
da coluna vertebral, no nível
das vértebras torácicas
(lombares) baixas e primeiras
lombares, estando situados
na parede posterior da
cavidade abdominal. O rim
tem um formato de grão de
feijão, com uma incisura
medial chamada hilo renal,
na qual se localiza o pedículo
renal, que é constituindo
pelos vasos, nervos e pelve
Fig.9 “ Esquema do sistema urinário “ renal.

Cálices renais: locais onde desembocam os condutos papilares; a junção dos


cálices renais forma a pelve renal;
Pelve renal ou bacinete - após atravessar o hilo renal, passa a denominar-se
ureter.
Ureteres
São dois tubos de mais ou menos 30cm; cada um dele sai de um rim. Condução
da urina do rim para a bexiga.
Bexiga
É uma bolsa muscular que serve de reservatório para a urina, a qual chega de
forma contínua pelos ureteres. Sua capacidade de reserva varia de individuo
para indivíduo, podendo chegar até um litro; após um enchimento de 250ml a

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300ml, ocorre a necessidade de urinar, o que provoca a saída da urina pela
uretra.

Fig.10 “ Desenho esquemático do rim

O sistema nervoso autónomo controla a actividade involuntária da musculatura


lisa da bexiga e das vias urinárias, com o simpático estabilizando a bexiga e
estimulando o peristaltismo dos ureteres. Dessa forma, pode-se dizer que o
simpático estimula o enchimento e o parassimpático, o seu esvaziamento.

Uretra
É um canal que conduz a urina da bexiga para o meio exterior. Na porção inicial,
existe o esfíncter interno da uretra, de contracção involuntária, impedindo a saída
da urina da bexiga. Abaixo do esfíncter interno há o esfíncter externo, que é de
contracção voluntária, por ser um músculo estriado.

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A uretra termina em um orifício denominado meato urinário; por meio do qual a
urina é eliminada para o exterior
Circulação renal
A circulação renal é feita pela artéria renal, que é um dos ramos da aorta
abdominal. Ao penetrar no hilo, ela ramifica-se intensamente, formando os
seguintes vasos: artérias segmentares, artérias lobares, artérias arqueadas ou
arciformes, artérias interlobares e arteríolas aferentes.
O sistema venoso é constituído pelas veias lobares, interlobares, veias
arqueadas ou arciforme, veias interlobulares, veias segmentadas e veia renal,
que desemboca na veia cava inferior.
Fisiologia renal
Os nefrons, secretam a urina, através de dois mecanismos:

A) Filtração glomerular- os glomérulos filtram o sangue arterial das


arteríolas aferentes, originando a urina primária existente na cápsula de
Bowman. A urina primaria assemelha-se ao plasma sanguíneo, mas sem
proteínas e ou outras substâncias de peso molecular grande.

A filtração ocorre pela diferença de pressão entre os capilares e a cápsula de


Bowman.
Existem dois factores que alteram a formação da urina:
 Alteração do volume sanguíneo, porque a urina é derivada do sangue;
 Alteração da pressão arterial, que irá interferir não só na propulsão do
sangue pelos capilares como também entre o capilar arterial e a cápsula
de Bowman;
B) Reabsorção e secreção nos túbulos renais

A urina primária passa da cápsula de Bowman para os túbulos renais- aí ocorre


a reabsorção selectiva da água, sais e outros elementos. A capacidade secretora
dos tubos é executada pelas suas células epiteliais, que passam alguns excretas
do sangue para a urina. O produto final passa para os condutos papilares, destes
para os cálices renais e acumulam-se na pelve renal, onde são conduzidos para
os ureteres de maneira ininterrupta.

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Existem factores que aumentam ou diminuem a reabsorção tubular (por
exemplo, a concentração elevada de glicose diminui a reabsorção) mas,
basicamente, ela deve-se à acção de dois hormônios:
Adiuretina ou anti-diurético: formado na hipófise, aumenta a reabsorção da água
dos túbulos renais para a circulação sanguínea;
Aldosterona: secretada pela supra-renal, estimula a reabsorção de água e sódio
e a eliminação do potássio.
Portanto, a urina primária não absorvida pelos túbulos, constitui a urina
propriamente dita, que possui as seguintes características:
 Volume: 1 a 1,5l/dia, sendo que a água compõe 95 à 98% da urina;
 Densidade: 1.010 a 1.020;
 Excretas nitrogenados resultantes do metabolismo das proteínas: ácido
úrico, creatinina e ureia;
 Sais inorgânicos e orgânicos: cloreto de sódio, ácido fosfórico, potássio;
 Pigmento: o urobilinogênio que confer a cor amarela á urina;
 Hormônios, vitaminas, medicamentos, substâncias estranhas.

“ Volume urinário em cada micção é de 250ml de, totalizando 1 a1,5 l / dia”

Unidade # 4: Sistemas que controlam e integram as funções do corpo


humano

O organismo não funciona independentemente, trabalha de forma integrada para


a realização dos processos vitais. Nos vertebrados há dois sistemas
responsáveis pela regulação, que são o sistema nervoso e o endócrino. Ambos
actuam enviando mensagens de um local ao outro do corpo, embora usem
diferentes mecanismos de transmissão da informação.

Para compreender o modo como se processa a informação e como são


constituídas as estruturas do sistema nervoso, analisaremos a sua unidade
básica: o neurónio.

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O neurónio é unidade-base estrutural e funcional do sistema nervoso. Os
neurónios diferem segundo a fisiologia e localização, contudo, o neurónio típico
apresenta três componentes: o corpo celular, as dendrites e o axónio.

O corpo celular, rodeado por uma fina


membrana, inclui o núcleo celular, que é a central
de energia da célula.

Ramificaçõesfinas – as dendrites – prolongam –


se para o exterior recebendo as mensagens dos
neurónios vizinhos, conduzindo-as para o corpo
celular.

Axónio é a fibra principal de saída – a sua


extensão pode variar entre escassos milímetros e
um metro – que se prolonga a partir do corpo
celular e que termina em ramificações, chamadas
terminações axónicas ou telodendrites.

Fig. 11 “ Um neurónio e seus principais componentes”

Alguns axónios estão cobertos por uma camada de substância branca de matéria
gorda, a bainha de mielina, que permite uma rápida transmição da mensagem.
Outros apenas constituídos pela substância cinzenta.
Para o neurónio manter a sua actividade e assegurar as suas funções tem de
ser alimentado com oxigénio e glicose. São as células gliais ou células de glia
que alimentam, isolam e controlam o crescimento dos neurónios. A interrupção
da sua alimentação provoca a sua morte.
Todos os neurónios estão presentes no momento do nascimento. O
desenvolvimento físico provoca o crescimento dos neurónios aumentando de
tamanho, desenvolvendo-se o número de axónios e dendrites, assim como a
quantidade de conexões estabelecidas. Contudo, diferentemente de outras
células do corpo, os neurónios não se dividem nem se reproduzem, sendo
portanto insubstituíveis.
Tipos de neurónios

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Do ponto de vista funcional, distinguem –se três tipos de neurónio:
 Neurónios aferentes ou sensoriais – recolhem a informação do meio
exterior ou interior e conduzem-na ao sistema nervoso central, isto é,
transportam a mensagem da periferia à espinal medula e ao cérebro;
 Neurónios eferentes ou centrífugos ou motores – transmitem a informação
do sistema nervoso central para os órgãos efectores (músculo e
glândulas);
 Neurónios de conexão – interpretam as informações e elaboram as
respostas.
4. 1. Sistema nervoso
O sistema nervoso é constituído principalmente pelo tecido nervoso. Função -
Controlo e coordenação de todos os processos vitais que se desenvolvem
involuntariamente nos órgãos internos (actividade visceral) e também as
manifestações voluntárias que promovem o relacionamento do organismo com
o ambiente (actividade somática).
Divisão do sistema nervoso
As estruturas que compõem o sistema nervoso estão intimamente relacionadas,
funcionando como um todo. Porém, para fins didácticos, ele pode ser dividido
tendo em conta três critérios:
 Anatómico,
 Embriológico
 Funcional.
Pela divisão anatómica, o sistema nervoso é dividido em:
 Sistema nervoso central (SNC);
 Sistema nervoso periférico (SNP).
O sistema nervoso central é aquele que se encontra dentro da cavidade
craniana e do canal vertebral.
O sistema nervoso periférico é aquele que se encontra fora destes locais.
O encéfalo situa- se no crânio e a medula dentro do canal vertebral.

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Tabela 1
Divisão do sistema nervoso segundo critério anatómico

Cérebro
cerebelo
tálamo
Encéfalo
diencéfalo
1 Central hipotálamo
mesencefalo

tronco encefálico ponte

S. Ner M. espinal pulboraquidsiano

Somático

2 Periférico

autónomo

4.1.1 Sistema nervoso central (SNC)


O sistema nervoso central compreende o encéfalo e a medula. Dirige todos os
(sensações conscientes). Tanto o encéfalo como a medula espinal são
envolvidos e protegidos pelas meninges, formadas por três camadas:
 Externa: dura-máter, mais espessa
 Média: aracnóide
 Interna: pia-máter, a mais fina.

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O espaço entre a dura-máter e a aracnóide denomina-se subdural, e entre a
aracnóide e a pia-máter, espaço sub aracnóide; neste espaço, circula o líquido
céfalo-raquidiano, (LCR) ou líquor tem por função principal proteger o SNC,
agindo como amortecedor de choques, mantendo o equilíbrio das pressões
internas entre a cavidade craniana e o encéfalo

Fig. 12 “ Principais estruturas do Sistema nervoso’’

Medula espinal
A medula espinal - constituída por um cordão de nervos com 45 cm de
comprimento e 1cm de diâmetro. A parte interior é constituída por substância
cinzenta e a parte exterior por substância branca, dado que é formada por fibras
revestidas por mielina.

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A medula espinal desempenha, simultaneamente duas funções: a de condução
e de coordenação.
Função condutora – é através da medula espinal que as mensagens são
transmitidas dos receptores ao cérebro e do cérebro aos músculos e as
glândulas.
“ A ruptura acidental dos feixes nervosos da medula espinal implica um défice
motor e sensorial que abrange as zonas do corpo abaixo da lesão: se a lesão
ocorre na parte inferior da medula espinal o sujeito deixará de andar, bem como
de controlar os intestinos e a bexiga. E se ocorre na parte superior da medula, o
indivíduo deixará de controlar os membros (superiores e inferiores). A lesão da
medula espinal é irreversível’’.
Função coordenadora – a medula espinal é o centro coordenador de actividades
reflexas. O reflexo é uma resposta involuntária, á um estímulo, envolvendo em
geral, dois neurónios: um sensorial e um motor. Em alguns reflexos intervém um
interneurónio ou neurónio de conexão. O reflexo caracteriza-se pela rapidez e
automatismo dependendo apenas da medula espinal. O cérebro não intervém
neste tipo de resposta, daí a sua rapidez.
“ É a medula espinal controla o reflexo rotular e também a permite, a retirada
rápida da mão quando esta é sujeita a uma picadela ou á altas temperaturas’’.
Cérebro
Está dividido em hemisférios direito e esquerdo, cuja comunicação realiza-se
pelo corpo caloso, que assegura a troca de impulsos entre os dois Hemisférios.
Cada hemisfério possui na sua camada central (medular) substância branca e,
na periférica (córtex cerebral), substância cinzenta.
Os hemisférios são compostos pela ínsula e pelos lobos (parietal, frontal,
temporal, occipital), delimitados por sulcos; a ínsula apresenta-se recoberta
pelos lobos frontal, parietal e temporal. Cada um dos lobos tem função
específica.
Assim:
 O lobo frontal coordena, entre
outras, as actividades motoras;
Fig. “Esquema dos lobos celebrais’’
 O lobo parietal coordena as
sensações relacionadas com a
pele;

 O lobo occipital
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 visão
Apesar de ser considerado a sede de inteligência, resumidamente, pode-se
dividir o cérebro em áreas específicas para cada função:

- Área de movimentação voluntária e de


planeamento da actividade muscular;

- Área sensitiva,que está relacionada com a


sensibilidade geral:
Área auditiva,
Área visual;
- Área de processos intelectuais e de pensamento
como memória, concentração, raciocínio,

linguagem, comportamento, moral etc.,

Fig. 14 “ Divisão do cérebro em áreas para cada função”

‘‘Em suma é no cérebro que reside a memória, a aprendizagem, o pensamento,


a linguagem, criatividade; por meio do cérebro, vemos, ouvimos, sentimos e
cheiramos; é também no cérebro onde o sono e o sonho habitam; é também aí
que a fome, a sede, a temperatura são controladas’’.
Cerebelo
Funciona de maneira coordenada com o cérebro e tronco encefálico, controla os
movimentos, tònus muscular e participa na manutenção do equilíbrio do corpo.
Uma lesão no cerebelo provoca descoordenação motora, desequilíbrio e perda
do tónus muscular.
Tronco encefálico

Somente o bulbo é constituído por substância cinzenta no centro e branca na


periferia (igual que a medula espinal).
O tronco encefálico possui células que:
 Formam os núcleos da maioria dos nervos cranianos;

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 Constituem centros vitais relacionados com o controlo do reflexo da
respiração e cardiocirculatório.
 Entram em conexão com o cerebelo;
 Em conjunto com as de medula espinal, estão relacionadas com os
reflexos. Por exemplo: um dedo, ao ser picado por uma agulha, é
imediatamente afastado antes que a dor seja sentida, pois as fibras
sensitivas estão ligadas às motoras, permitindo que os impulsos cheguem
até aos músculos.
No bulbo, as fibras motoras vindas do lado direito do cérebro cruzar-se-ão com
as fibras do lado oposto, e dessa forma, a região cerebral direita abastece o lado
esquerdo do corpo.
Sistema nervoso periférico
O Sistema nervoso periférico é constituído por estruturas nervosas que
conduzem a informação da periferia para os centros nervosos e as respostas
destes para a periferia: é este sistema que constitui a rede de comunicação entre
os órgãos receptores, o sistema nervoso central e os órgãos efectores. Sem este
sistema o cérebro estaria isolado do meio interno e externo.
O sistema nervoso periférico compõe-se de duas partes:
 Sistema nervoso somático
 Sistema nervoso autónomo ou vegetativo ou ainda visceral.
Cada um destes sistemas é composto por diferentes estruturas com funções
específicas.

Nervos sensoriais

I-Sistema N. Somático
Nervos motores
Sistelll
Sistema N. n. motores
Periférico
Divisão Simpática n. sensitivos
II-Sistema N. Autónomo n. motores
Divisão Parassimpática
n. sensitivo

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O sistema nervoso somático é formado pelas fibras de neurónios agrupadas em
nervos:
 Sensoriais ou aferentes ou ainda centrípetos
 Motores ou eferentes ou ainda centrífugos
É graças aos nervos sensoriais que o sistema nervoso central recebe
informações provenientes dos órgãos receptores: os sons, os odores, a
temperatura, etc.
E através dos nervos motores as mensagens, que têm origem no cérebro ou na
medula espinal, chegam aos músculos e às glândulas, orientando os mais

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diversos comportamentos tais como: andar, pestanejar, dançar, escrever,
chorar, etc.
O sistema nervoso autónomo é responsável pelo controlo das glândulas e das
actividades involuntárias como o ritmo cardíaco, a respiração, a digestão, a
pressão arterial, a actividade dos músculos lisos. Como se observa na figura 15,
ao longo da coluna vertebral há duas cadeias de gânglios nervosos de onde
partem os nervos que estabelecem a ligação entre o sistema nervoso central, as
glândulas e músculos lisos.
É um sistema que funciona de modo automático. O sistema nervoso autónomo
é composto por duas divisões ou ramos que estimulam vários órgãos e
glândulas:
 Divisão simpática
 Divisão parassimpática
Ambos trabalham de forma antagónica, mas, mantendo um equilíbrio interno.
Quando o simpático estimula um determinado órgão, o parassimpático o inibe, e
vice-versa. Por exemplo:
Simpático: aumenta a frequência cardíaca, o tamanho da pupila e dos brônquios.
Parassimpático: diminui a frequência cardíaca, o tamanho da pupila e dos
brônquios.

“ Nervos cranianos – formados por doze pares que saem do encéfalo; podem ser sensitivos,
motores ou autónomos, ou mistos; alguns possuem gânglios e outros não. Inervam
principalmente os órgãos da cabeça e do pescoço.
Cada um deles, desenvolve função específica’’:
1. Olfatório (sensitivo): olfacto;
2. Óptico (sensitivo): visão

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3. Oculomotor (motor e autónomo): movimento do olho e constrição pupilar;
4. Troclear (motor): movimento do olho
5. Trigémeo (sensitivo e motor): sensibilidade da cabeça, da face e movimentos da
mandíbula;
6. Abducente (motor); Movimento dos olhos,
7. Facial (sensitivo, motor e autónomo): gosto, movimentos faciais, secreção da lágrima
e da saliva;
8. Vestibulococlear (sensitivo): audição (coclear) e equilíbrio (vestibular);
9. Glossofaríngeo (sensitivo, motor e autónomo): gosto, sensibilidade, movimento da
faringe, secreção da saliva e reflexos viscerais;
10. Vago (sensitivo, motor e autónomo): gosto, sensibilidade, movimento da árvore
respiratória, reflexo e secreçõesvíscerais. É o representante principal do sistema
parassimpático;
11. Acessório (motor): movimento da faringe, laringe, cabeça e ombro;
12. Hipoglosso (motor): movimentos da língua:
Nervos espinhais – são trinta e um pares que mantêm conexão com a medula; são formados
pela fusão das raízes motora (anterior ou ventral) e sensitiva (posterior ou dorsal) da medula
que saem da coluna vertebral através de canais ósseos. Por isso, os nervos espinhais são
formados por fibras sensitivas (cujos corpos celulares estão situados no gânglio sensitivo) e
motoras. Os nervos espinhais estão divididos e denominados de acordo a sua localização na
coluna vertebral: oito cervicais, dose torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e um coccígeo.’’

A divisão do sistema nervoso pelo critério embriológico está representada na


tabela 2. O telencéfalo corresponde e o diencéfalo equivale ao cérebro da divisão
anatómica. Não existe uma divisão anatómica que corresponda exactamente ao
mesencéfalo da divisão embriológica. O metencéfalo corresponde ao cerebelo e
à ponte, enquanto o mielencéfalo corresponde ao bulbo.
Tabela 2
Divisão do sistema nervoso segundo critério Embriológico

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Telencéfalo
Prosencéfalo
Diencéfalo
Sistema Mesencéfalo _______________________ Mesencéfalo
Nervoso
Metencéfalo
Rombencéfalo
Mielencéfalo

Para fins fisiológicos, a melhor divisão do sistema nervoso é a funcional,


representada na tabela 3.
Tabela 3
Divisão do sistema nervoso segundo critério funcional

I - n. aferentes
Somático
II- n. eferentes
Sistema I- n. aferentes
Nervoso Simpático
Autónomo II- n. eferentes
I- n. aferentes
Parassimpático
II- n. eferentes

Fig.15 “ Divisão funcional do sistema

4. 2. Órgãos dos sentidos


O ser humano possui cinco órgãos dos sentidos por meio dos quais está em
contacto com o meio ambiente - tacto, olfacto, gosto, visão e audição.
Os órgãos dos sentidos levam informações do meio para o sistema nervoso e,
dessa forma, contribuem para a manutenção do perfeito funcionamento do
organismo.
Em cada órgão do sentido há três elementos nervosos:

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 Receptor externo: recebe a impressão sensitiva na periferia do
organismo.
 Transmissor: transporta as impressões através de fibras nervosas;
 Receptor interno (cérebro): recebe do transmissor as impressões colhidas
e as transforma em sensações.
4.2.1-Tacto
Permite reconhecer a forma, a superfície, as dimensões e a temperatura dos
objectos. Existem na pele pontos sensitivos (receptores nervosos tátis) bem
determinados para os diversos tipos de sensação.
O ser humano desenvolve o sentido do tacto através:
Das terminações nervosas livres: encontradas em todas as partes do corpo, têm
como função detectar a dor, as sensações tácteis grosseira, o calor e o frio.
Os corpúsculos: receptores que definem as sensações de tacto e pressão.
4.2.2- Olfacto
A membrana olfactiva localiza-se na parte alta do nariz e possui milhões de
células receptoras para perceber os odores das substâncias.
Os receptores do olfacto são quimiorreceptores, que são estimulados por
moléculas em solução nos líquidos da cavidade do nariz. São também chamados
telereceptores porque são receptores de distância. Cada um deles, cerca de 10
a 20 milhões, é um neurónio que se localiza em uma pequena região no alto das
fossas nasais denominada membrana mucosa olfactiva, local do corpo onde o
sistema nervoso está mais próximo do mundo exterior.
Possui dendrites curtos e grossos, com extremidade chamadas bastonete
olfactiva. Destes bastonetes projectam-se cílios para o nariz. Seus axônios
atravessam a lâmina crivada do osso etmóide e penetram no bulbo olfactivo. Nos
bulbos olfactivos existem células mitaris e tufosas, em cujos dendritos terminam
os axônios dos neurónios olfactivos, formando sinapses denominadas de
glomérulos olfactivos
4.2.3- Gustativo/ Paladar

O gosto é o sentido que nos permite perceber as qualidades das substâncias


que entram em contacto com a língua. Exerce um papel importante no que diz

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respeito à sobrevivência das espécies, pois influi sobre a escolha dos alimentos.
Para que o gosto seja sentido, torna-se necessário que a substancia se dissolve
na saliva. Por exemplo não se sente o sabor de grão de área porque ele é
insolúvel na boca.
A sensação gustativa está intimamente relacionada com a sensação olfactiva, o
que pode ser demonstrado pela falha da percepção do sabor quando o olfacto
não funciona bem, como acontece no resfriado. Os órgãos sensitivos do gosto
são os botões gustativos, que estão localizados na mucosa da epiglote, do palato
e da faringe e, principalmente, nas papilas circunvaladas e fungiformes (forma
de fungo/cogumelo) da língua.
Existe quatro sensações gustativas primárias: amargo, azedo, doce e salgado;
mas um indivíduo pode perceber vários sabores diferentes, em decorrência da
combinação das quatro sensações primárias e da interligação com o sentido do
olfacto.
Essas papilas colhem as impressões gustativas das substâncias dissolvidas na
saliva que são transportadas pelos ramos dos nervos glossofaríngeo e facial até
ao cérebro. Cada tipo de gosto predomina sobre os outros em determinada zona
da língua. Os receptores para as substâncias doces ou salgados são
encontrados sobretudo na ponta da língua; o sabor amargo é percebido pela
base da língua; as bordas são sensíveis ao ácido.

4.2.4- Visão
O órgão da visão compreende o olho e órgãos acessórios.
O olho é uma estrutura composta por três camadas, uma externa, fibrosa, uma
média, vascular, e uma interna, neural.
A camada externa compreende a esclerótica, camada branca e protectora do
globo ocular, e a córnea, transparente, por onde os raios de luz penetram nos
olhos. Ligado a esclerótica existe um processo muscular chamado corpo ciliar, o
qual suporta uma lente, a cristalina. Atrás deste encontra-se uma substancia
viscosa rica em proteoglicanos chamado humor vítreo.
A camada média é formada pela íris, parte colorida dos olhos, e pela coróide,
pigmentada e rica em vasos sanguíneos, que nutre as estruturas dos globos

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oculares. Na íris existe uma abertura, a pupila, por onde a luz penetra para o
interior dos olhos. Entre a córnea e a íris existe um espaço chamado câmara
anterior, entre a íris e o corpo ciliar, outra, câmara posterior. Ambas as câmaras
são preenchidas por um líquido, o humor aquoso. Este líquido é drenado para
as veias extra-oculares através do canal de Schelemm. A drenagem inadequada
do mesmo promove aumento da pressão intra-ocular, causando a doença
conhecida por glaucoma.
Camada interna corresponde a retina, onde estão presentes as células
receptoras fotossensíveis. A retina recobre a parte posterior dos olhos excepto
uma região denominada ponto cego. Este corresponde ao local de saída do
nervo óptico e dos vasos sanguíneos. Na retina existe uma área chamada
mácula lútea no centro da qual há uma depressão, a fóvea central, local onde a
visão é mais nítida.
Órgãos acessórios do olho
Compostos pelos músculos extrínsecos do olho e pelos elementos protecção do
olho que são os super cílios, os cílios, as pálpebras e a glândula lacrimal.
Músculos extrínsecos do olho: são músculos motores fixados na esclera que
permitem a movimentação do olho em todas direcções; permitem também a
pálpebra superior se levante.
Super cílios: conhecidos com sobrancelhas, impedem que o suor proveniente da
fronte atinja o olho. São pregas móveis que possuem, a sua borda livre, um tipo
de pêlo denominado cílio.
Conjuntiva: é uma membrana rósea que reveste a parte interna da pálpebra e a
porção anterior do bulbo ocular, com excepção da córnea.
Aparelho lacrimal: compreende a glândula lacrimal e as vias lacrimais. A glândula
lacrimal situa-se na parte súpero-lateral da órbita, secreta constantemente a
lágrima que humedece o olho. Dessa forma protege a córnea contra os
microrganismos e corpo estranhos e facilita o deslizamento das pálpebras sobre
o bulbo ocular.

Fisiologia da visão

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Os raios luminosos atravessam a córnea, humor aquoso, o cristalino e o corpo
vítreo. Na retina, aparece uma imagem invertida e reduzida do objecto que,
através do nervo óptico direito e esquerdo, faz a imagem penetrar na nossa
consciência em tamanho original e na posição correcta.
Para regular a distância do objecto, o olho humano modifica a convexidade do
cristalino; a regulação da incidência da luminosidade é realizada pela alteração
do tamanho da pupila.
“ As principais alterações visuais são: Miopia, hipermetropia, astigmatismo e
catarata.”
4.2.5- Audição
É um órgão parasensorial, localizado em ambos lados da cabeça e que realiza
funções tais como, a audição e o controlo do equilibrio; também actua como caixa-
de-ressonância para a fonação.
Do ponto de vista functional, esta dividido em:
 Porção Vestibular: Responsavel pela percepção das ondas sonoras;
 Porção coclear: responsavel pelo equilibrio do organism, juntamente com o
cerebelo.
Anatomicamente o ouvido é dividido em: ouvido externo, médio e interno.

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Fig. 16 “Sistema auditivo”

O ouvido externo, também denominado meato acústico externo, conduz as


ondas sonoras da orelha até a membrana timpânica. A partir desta, começa o
ouvido médio, cujo limite interno é a cóclea.
No ouvido médio são encontrados três ossículos: o martelo ou malleus, aderido
ao tímpano, a bigorna ou incus, atada ao martelo, e o estribo ou stapes, ligado a
uma membrana denominada janela oval presente no ouvido interno. Ao lado
desta, entre o ouvido médio e interno, existe uma abertura, coberta por uma
membrana, chamada janela redonda. Dois importantes músculos estão presente
neste compartimento do ouvido, o tensor do tímpano, suprido pelo trigémeo, e o
estapédio, suprido pelo facial. Estes músculos se inserem no estribo,
respectivamente, e quando se contraem atenuam os movimentos da cadeia
ossicular e diminuem a sensibilidade do aparelho acústico.

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O ouvido médio acha-se em contacto com a faringe pela trompa de Eustáquio,
que permite o equilíbrio entre a pressão de ar do ouvido médio e a pressão de
ar externo.
O ouvido interno é composto pela cóclea responsável pela sensação de
audição, e pelo aparelho vestibular, que juntamente com o cerebelo responde
pela manutenção do equilíbrio corporal. A cóclea é um órgão situado dentro de
um canal ósseo em forma de concha. Na verdade, três canais ou rampas formam
a cóclea: o canal vestibular, o canal médio, também conhecida como ducto
coclear, e a canal a timpânica.
Separando o ducto coclear do canal vestibular há a membrana de Reissner e,
do canal timpânico, a membrana bacilar. O canal médio é preenchida por um
fluido chamado endolinfa, o qual tem composição semelhante ao líquido
intercelular, enquanto que os outros dois canais se encontram repletas de
perilinfa, semelhante ao líquido intercelular. Os receptores de som do ouvido são
encontrados no órgão de Corti, que se situa na membrana basilar dentro do
ducto coclear.
Fisiologia de audição
As ondas sonoras, interceptadas pelo pavilhão auditivo externo, são conduzidas
para o meato acústico externo e ao chegarem no tímpano, provocam a sua
vibração.
As vibrações sonoras, ampliadas e transmitidas pelos ossículos através da
janela vestibular à perlinfa, propagam-se ao labirinto membranoso e à endolinfa,
que estimula no ducto coclear o órgão de Corti. Desses receptores auditivos
partem as fibras nervosas cocleares em direcção ao cérebro, levando os
impulsos nervosos gerados pelas ondas sonoras.

4.3- Sistema endócrino

O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, é responsável pela


coordenação e integração de todos os outros sistemas do organismo, e o
endócrino está particularmente envolvido na manutenção da homeostasia, no
desenvolvimento e na reprodução.

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O sistema endócrino opera através de mensageiros químicos chamados
hormônios, lançados directamente na circulação sanguínea, atingindo todas as
partes do organismo, onde desempenham as seguintes funções:
 Metabólicas: controla a velocidade das reacções químicas celulares;
 Morfogenéticas: regulam o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo
ou de determinados órgãos;
 De equilíbrio endócrino: existe uma inter-relação de todas as glândulas:
por exemplo: quando o nível do hormónio da tiróide está a baixo, a
hipófise secreta um hormónio que estimula a tiróide;
 Sexuais e reprodutivas: estimulam ou inibem o desenvolvimento dos
caracteres sexuais;
 Nervosas e mentais: influenciam na parte psíquica, na formação do
carácter e da personalidade do indivíduo.
1. Os horrmónios, geralmente são peptídeos, como o hormónio do
crescimento, esteróides,horrmónios sexuais, ou derivados da tiroxina,
como oshorrmónios da tiróide.

Daremos ênfase, neste capítulo ao estudo da endocrinologia das glândulas.

 Hipófise,
 Tiróide,
 Paratireóide,
 Supra-renais,
 Ilhotas de Lagerhans,
 Testículos
 Ovários.

4.3.1- Glândula hipófise

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A hipófise, também chamada pituitária, situada na base do cérebro, numa
concavidade do osso esfenóide denominada sela turca. Acha-se ligada ao
hipotálamo através do pedúnculo hipofisário. É considerada a glândula mestra
do organismo. Divide-se em lobo anterior ou adenohipofise e lobo posterior
neurohipofise.
A parte anterior é chamada de adeno-hipófise; hipófise anterior, lobo anterior ou
parsdistalis, enquanto a parte posterior é denominada hipófise posterior, neuro-
hipófese, ou pars nervosa. Entre elas existe uma parte intermédia que, nos
mamíferos, é pouco desenvolvida.
Adeno-hipófise ou lobo anterior.
Produz os hôrmonios mais importantes, pois regulam a secreção dos hôrmonios
da tiróide, das supra-renais e das glândulas sexuais; as secreções hipofisárias
são controladas pelo hipotálamo. Os Hôrmoniossecretados pela adeno-hipófise
são:
 Hormona de crescimento (GH) ou H. Somatotrópicoou somototropina,
regula o crescimento e o metabolismo das proteínas.
 Hormona adrenocorticotrópico (ACTH) ou corticotropina, estimula o
crescimento e secreção das glândulassupra-renais;
 Hormona estimulante da tiróide (TSH) ou H. tireotropina, estimula a
glândula tiróide.
 Hôrmonaluteotrófico ou prolactina (PRH), mantêm o corpo amarelo e a
produção de Hôrmonios, actua no desenvolvimento das mamas e
interfere na produção do leite.
 Hôrmona folículo - estimulante (FSH); age sobre a maturação dos
espermatozóides e dos folículos.
 Hormona luteinizante (LH), estimula o testículo e o ovário, provoca a
ovulação e a formação do corpo amarelo. “ O FSH e o LH’’ são chamados
hôrmonios gonadotrópicos ou gonadotropinas, já que têm acção sobre as
gônadas.
Neuro-hipofise ou lobo posterior
Os Hôrmoniossecretados pela neuro-hipófise são:

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 Antidiuretico ou adiuretina; interfere na reabsorção da água nos túbulos
renais; sua diminuição, provoca o diabetes insípidus, caracteriza por
elimnação excessiva de urina. Altas doses desse hôrmonio provocam
contracção da musculatura dos vasos sanguíneos diminuindo o seu
calibre e, consequentemente, aumentando a pressão arterial (por isso
também chamado hôrmonio vaso - pressina)
 Ocitocina: estimula o tônus da musculatura lisa, principalmente do útero,
sendo importante no trabalho de parto.
4.3.2- Tiróide
A tiróide, secreta hôrmonios essenciais para as actividades metabólicas do
organismo, exercendo, também funções no controlo do crescimento e no
desenvolvimento do sistema nervoso. O mau funcionamento da glândula
provoca doenças graves que podem promover retardo no desenvolviimento
mental em crianças, além de problemas cardiovasculares no adulto.
A tiróide está situada no pescoço, na parte inferior da laringe. Produz dois
hôrmonios principais:
 Tiroxina (T3)
 Triodotironina (T4)
Os hôrmonios tiroidianos interferem no desenvolvimento e crescimento, nos
ciclos menstruais e na fertilidade.
4.3.3- Paratireóide
São órgãos do tamanho de um grão de trigo, situados atrás da tiróide, dois de
cada. Sintetiza hôrmonioparatormônio ou paratireóideo, regula o metabolismo do
cálcio e fósforo.
4.3.4- Supra-renais
As glândulas supra – renais são essências para a vida. Sua ablação causa sérios
problemas relacionados ao metabolismo dos carbohidartos, lipídos e proteínas,
incapacidade de reagir adequadamente ao stress e às infecções.
Localizam-se na parte superior dos rins; são compotas por duas partes que
diferem quanto às funções e estruturas.
Córtex da supra – renal

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A região cortical localiza-se externamente à glândula, estando sob o controlo do
ACTH secretado pela hipófise.
Os seus principais hôrmonios são:
 Aldosterona- estimula a reabsorção do sódio e água nos tubulos renais;
 Cortisona - actua no metabolismo das proteínas e gorduras;
Aumenta a taxa de glicose no sangue;
 Androgéno- actua no desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários

Medula supra-renal
Situa-se na parte interna da glândula; está sob o controlo do sistema nervoso
simpático. Secreta os hormônios seguintes:
 Adrenalina- estimula a acção cardíaca e aumenta os seus batimentos,
Dilata os brônquios;
 Nor-adrenalina- umenta a pressão sanguínea e diminui o calibre dos
vasos.
Pâncreas
Ilhotas de Lagerhans (pâncreas)
As ilhotas de Lagerhans secretam dois hôrmonios:
 Insulina: é de grande importância para a regulação do metabolismo dos
dos carbohidratos (age na oxidação da glicose sanguínea).
 Glucagon: aumenta a taxa de glicose no sangue.
4.3.5-Testículos
Seu principal hormonio é a testosterona, que actua no desenvolvimento dos
caracteres sexuais masculinos e na maturação dos espermatozóides.
Esta glândula está sob controlo dos hormonios da hipófise (FSH e LH) e secreta
também, mas em pequena quantidade, o hormônio estrógenio.
4.3.6- Ovários.
Seus principais hormonios são a progesterona e o estrógenio, mas secretam em
pequena quantidade hormonio masculino.

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Os estrógenios estimulam o desenvolvimento das mamas, dos órgãos sexuais
internos e externos, aumenta a líbido, o fluxo sanguíneo no útero e retêm sódio
e água.
A progesterona é secretada pelo corpo amarelo, pelo córtex da supra-renal e
pela placenta. Sua principal função é preparar o organismo para a gestação
através de:
 Aumento do endométrio uterino, preparando-o para a nidação do óvulo
fecundado;
 Diminuição das contracções uterinas, impedindo a expulsão do ovo,
 Desenvolvimento da placenta, órgão responsável pela nutrição do
embrião;
 Desenvolvimento das glândulas mamárias,
 Inibição da secreção do FSH pela hipófise, evitando a ocorrência durante
a gestação de uma nova ovulação.

Unidade 5: Sistema responsável pela reprodução biológica do


corpo humano
O sistema reprodutor é responsável pela perpetuação da espécie; corresponde
os órgãos produtores das células sexuais e vias condutoras. Devido às
diferenças anatómicas e fisiologias, serão estudados separadamente cada um
dos sistemas.
5.1 – Aparelho reprodutor masculino
Os órgãos genitais masculinos são divididos de acordo com suas estruturas
anatómicas e funcionais em:
 Órgãos secretores dos espermatozóides (as células sexuais): testículos.
 Vias condutoras dos espermatozóides: canais dos testículos, epidídimo,
canais deferentes, ducto ejaculatório e uretra.
 Órgão copulador- pénis, cujointerior possui corpos cavernosos e
esponjosos, como estruturas erécteis.
 Glândulas anexas - suas secreções facilitam a movimentação dos
espermatozóides: vesícula seminal, próstata e glândulas bulbo-uretrais

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Órgãos genitais externos: pénis e escroto.

Fig. 18 “ Órgãos genitais masculinos”

5.1.1-Testículos- São em número de dois; apresentam-se envolvidos pela


bolsa escrotal e, após a puberdade, produzem os espermatozóides e o hormónio
testosterona.
O escroto contrai-se na presença da temperatura fria e relaxa na temperatura
elevada. Dessa forma, ele matém uma temperatura constante no seu interior,
como factor fundamental para a produçãodos espermatozóides.
5.1.2- Epidídimo- é um canal sinuoso, situado na região supero-posteriordo
testículo, local de maturação final dos espermatozóides trazidos pelos ducto dos
testículos. Os espermatozóides permanecem armazenados na sua parte
terminal até no momento da ejaculação (fenómeno de eliminação do sémen).
5.1.3- Canal deferente- é a continuação do epidídimo e termina no ducto
ejaculatório.

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Vesículas seminais: situadas uma de cada lado da bexiga, secretam um
líquido alcalino que estimulam a movimentação dos espermatozóides. Esse
líquido seminal, é drenado da vesícula para o ducto deferente correspondente
 5.1.4-Ducto ejaculatório –resulta da junção dos canais deferentes
com os das vesículas seminais. O ducto ejaculatório, desemboca na
uretra próstática.
5.1.5- Uretra-é uma via comum tanto para a micção (conduz a urina da bexiga)
como para ejaculação (conduz o liquido seminal dos ductos ejaculatórios).
5.1.6- Próstata-envolve a uretra como um anel, produz líquido esbranquiçado,
alcalino para estimular a mobilidade dos espermatozóides.
5.1.7- Glândulas bulbo-uretrais- localizam-se próximo à uretra onde
lançam sua secreção mucosa.
5.1.8- Pénis- sua porção distal denomina-se glande, que está recoberta pelo
prepúcio, é uma dobra dupla de pele. Internamente, é constituído pelos corpos
cavernosos e esponjosos, envolvem a uretra.
5.2 - Aparelho reprodutor feminino
O sistema reprodutor feminino é formado por dois ovários, duas trompas de
Falópio, útero, vagina e vulva como órgão externo.
Tem como função secretar o óvulo (célula sexual), abrigar e fornecer condições
para o desenvolvimento do novo ser.
5.2.1- Vulva-é o órgão genital externo composto por:
Monte púbico- é uma elevação constituída principalmente de tecido adiposo e
recoberta de pêlos espessos após a puberdade,
5.2.1.1- Grandes lábios-circunscrevem a vulva através de duas pregas
cutâneas; apresentam-se cobertos de pêlos após a puberdade;
Pequenos lábios - encontram-se cobertos pelos grandes lábios;
5.2.1.2- Vestíbulo da vagina-espaço entre os pequenos lábios, local onde
se situam as glândulas vestibulares, produtoras de uma secreção lubrificante;
5.2.1.3- Clítoris: é uma estrutura extremamente sensível, ligada à excitação
sexual feminina.

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5.2.2- Os órgãos internos
5.2.2.1- Vagina- órgão de cópula feminino, sendo um tubo de paredes
normalmente “ colabadas”.Essa porção terminal da vagina é fechada
parcialmente por uma membrana delgada denominada hímen (nas virgens).
5.2.2.3-Trompas de Fallópio- na extremidade próxima do útero existe uma
série de franjas, denominadas fímbrias, que recolhem o óvulo. Após receber o
óvulo, levam-no ao útero através dos movimentos ciliares e de contracção
peristáltica; além disso, é o local de fecundação.
5.2.2.4- Ovários- apresentam-se presos aos ligamentos do útero, secretam
os óvulos e hormónios que controlam o desenvolvimento dos caracteressexuais
femininos e actuam sobre o útero, após a fecundação.

5.2.2.2- Útero: comunica-se


com as trompas direita e
esquerda e inferiormente
(região denominada colo
uterino ou cérvix) com a
vagina. Tem por função
receber o óvulo fecundado,
distender-se durante o
período da gravidez, contrair-
se durante o trabalho de parto
e eliminar parte do seu
endométrio através da
menstruação. É formado por
três camadas: externa
(perimétrio); média
(miométrio) e interna
(endométrio).

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fig. 19 “ Órgãos reprodutores feminino internos “

5.3- Gametogénese

Processo através do qual os gâmetas são produzidos nos organismos dotados


de reprodução sexuada. Ou seja, conjunto de transformações que conduz à
formação de gâmetas. Nos animais a gametogénese acontece nas gónadas,
órgãos que produzem os hormônios sexuais, que determinam as caracteristicas
que difrerenciam os machos das fêmias. A gametogénese pode ser entendida
ainda por conjunto de transfrmaçoes que conduz a formação de gâmetas.
Inícia-se por uma fase de multiplicação, durante a qual, por mitoses
sucessivas,as células das gónadas se multiplicam. E as células resultantes têm
nome de espermatogonias ou ovogónias (células diplóides- 2n) conforme o
processo decorre no testículo ou no ovário.
Segue-se uma fase de crescimento onde se verifica um aumaento da quantidade
do citoplasma. Regista-se um maior desenvolvimento da célula feminina, que,
deste modo, dispõe de uma maior quantidade reservas nutritivas relativa
relativamente a célula masculina.Durante esta etapa ocorre areplicação do DNA
e início da primeira divisão da meiose. E as células resultantes designam-se por
espermatócitos Iou de 1ª ordem e ovócitos I ou de 1ª ordem. No final desta
1ª divisão, originam-se células haplóides, designadas por espermatócitos II ou
de 2ª ordem e por ovócitos II ou de 2ª ordem. A citocinese é diferente nos dois
processos, pois, enquanto no processo de espermatogense o citoplasma se
divide em duas porções aproximadamente iguais, originando duas células
idênticas, no processo de ovogénese, a repartição od citoplasma é desigual,
resultando em uma célula maior que a outra, ovócito II, e outra muito menor não
funcional, denominada Iº globo polar.
A última etapa da gametogénese- diferenciação- só se verifica para a
transformação dos espermatídeos em espermatoizoides. Durante este
processop designado por espermiogénese, os gametas masculinos
transformam-se, adquirindo a forma que melhor se ajusta a função que
desempenha. A espermatogénese diferencia-se da ovogénese por que só se
inicia, na puberdade, porém, é um processo por toda a vida do homem, com o
início aos 13 e os 16 anos de idade após a puberdade. A ovogénse tem início

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durante a vida intra uterina e as ovogónias que se formam prosseguem o seu
desenvolvimento até aos primeiros estádios da prófase I da meiose, que fica
suspensa desde o nascimento até a puberdade
No embrião humano, durante a terceira semana do desenvolvimento, as células
germinativas primordiais diferenciam-se das células que irão originar todo o
corpo ou soma (células somáticas).
As células germinativas primordiais migram para as glândulas sexuais primitivas,
que vao desenvolver-se e diferenciar-se nas glândulas sexuais definitivas
(ovários e testículos).
As células germinativas primordiais não desaparecem, vao originar os gâmetas
(óvulos e espermatozóides)
A gametogénese classifica-se masculina (espermatogénese) que ocorre nos
testículos e feminina (oogénese ou ovogénese) que por sua vez tem lugar nos
ovários.

5.3.1- Gametogénese masculina (espermatogénese)

Os tubos seminíferos são delimitados externamente por uma membrana basal,


a que se segue a parede do tubo, constituída por um epitélio seminal,no qual se
ditinguem dois tipos de células: as de sertoli, de grandes dimensões, que servem
de suporte e nutrição, além de terem função hormonal e as células germinativas,
que vão originar os espermatozóides. A observação das células da camada
germinativa, que constituem a parede do tubo, sugere que a formação dos
espermatozóides é centrípeta.
A camada de espermatogónias divide-se por mitose, originando duas camadas:
uma que permanece na periferia e vai constituir o stock de gónias do tubo, e
outra que continua dividir-se por mitoses sucessivas, na fase de multiplicação.
Segue-se uma fase de crescimento que em todas as gónias, aumentam de
tamanho no seu núcleo, os cromossomas atingiram já a prófase a prófase da
primeira divisão da meiose, originando os espermatócitos I ou de 1ª ordem.
Esses vao continuar a divisão por meiose, durante a fase da maturação,
originando cada espermatócito I, no final da primeira divisão da meiose, dois
espermatócitos II e, no final da segunda divisão da meiose, quatro

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espermatídeos, cada com 22 autossomas mais eum cromossoma sexual, que
pode ser, x ou y.
A testosterona é produzida pelas células de leydig

5.3.1- Gametogénese feminina (ovogénese e folículogénese)


As etapas principais deste processo decorrem no ovário, em estruturas
especializadas denominadas folículos ováricos
Após a multiplicação das ovogónias cada ovócito da 1ª ordem que se forma é
envolvido por algumas células, constituindo–se assim um folículo primordial.
Isto acontece na vida intra uterina.
O aparelho sexual feminino carecteriza-se por um funcionamento cíclico durante
o qual sofre modificações; este funcionamebto inicia-se na puberdade e termina
na menopausa e é interrompido durante a gravidez.
Evolução do folículo ovárico
A evolução do folículo ovárico inicia-se na vida fetal.A fase da
multiplicação da ovogénese ocorre no ovário do embrião. Calculam-se cerca de
sete milhões o nº de ovogónias em ambos os ovários de um feto de cinco meses
e meio.durante a vida fetal as ovogónias entra no período de crescimento dando
origem aos ovócitos de 1ª ordem.
Na altura do nascimento da criança, os ovócitos I encontram – se nos primeiros
estádios da prófase I da meiose e para a meiose e o crescimento dos ovócitos I,
e entram em um longo periodpo de repouso que termina apenas depois da da
puberdade, altura em que alguns folículos podem prosseguir o seu
desenvolvimento,completando- se a meiose suspensa na atura do nascimento.
Uma vez que no embrião exitem cerca de sete milhões de ovócitos já no recém
– nascido encontram- se apenas dois milhões e os cinco sofreram
degenerescência. Este processo de degenerescência continua –se ao longo da
vida da mulher até ao esgotamento total que determina a menopausa. O
processo é designado também poratrésia até hoje são desconhecidas as suas
razões.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Vida- da célula ao universo- 1ª ediç. Texto editora, Lisboa -
Prtugal

KAWAMOTO, EMILIA – Anatomia e fisiologia humana – São Paulo:


E.P.U – 1988

MANUELA MONTEIRO & MILICE RIBEIRO DOS SANTOS –


Psicologia 1ª parte – Porto Editora – 2002

SINGI, GLENAN – Fisiologia Dinâmica – São Paulo – Editora


Atheneu – 2001
COSTA CESAR – Fundamentosde Anatomia para estudantes de
Odontologia – São Paulo: Editora Atheneu – 2003

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DA ETPS – LUBANGO ( 2008)
COLABORADOR: DR. DAVID DOMINGOS LUÍS: DIRECTOR GERAL DA EFTS E DOCENTE ( 2008).
REVISTO PELOS DOCENTES : DR DOMINGOS KANEPA E JOAO CALUDUNGO ( 2017/20

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