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Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI/IEM

1o RELATÓRIO DE EME−705
MÁQUINAS DE FLUXO

ENSAIO DE BOMBA CENTRÍFUGA

COM ROTAÇÃO CONSTANTE

(n=1200 rpm)

Nome: Paulo Cesar da Cruz Lourenço


Nº de Matrícula: 2019006942
Turma: 01 Horário: 15:45
Data de Entrega: 26/10/2023
Professor: Ramiro G. Ramirez

ITAJUBÁ, Outubro 2023


ENSAIO DE BOMBA CENTRÍFUGA COM ROTAÇÃO CONSTANTE

1. Introdução

O conhecimento do comportamento real de uma Máquina de Fluxo – MF, quando


submetida a determinadas condições de carga, somente pode ser obtido através de testes ou
ensaios. Os objetivos destes testes permitem classificá-los em três tipos:

(a) Testes Contratuais: quando são realizados para verificar se o que foi especificado,
de comum acordo entre as partes, será atendido pela MF. Estes testes, quando
realizados em laboratórios específicos, denominam-se ensaios de modelos e
quando realizados no local da instalação, denominam-se ensaios de recepção;

(b) Testes Científicos: quando são realizados para verificar hipóteses estabelecidas em
estudos que permitem fabricar a MF e prever seu comportamento em situações
preestabelecidas de carga;

(c) Testes Didáticos: quando realizados como auxiliar e complementar ao estudo das
MF.

Este laboratório tem a finalidade de apresentar os procedimentos necessários para a


realização de ensaio na bomba centrífuga de 1 estágio do Laboratório Hidromecânico
Didático-Científico da Universidade Federal de Itajubá (LHDC–UNIFEI), para a obtenção das
curvas características da bomba na rotação constante especificada para cada turma. Este tipo
de ensaio é conhecido como Ensaio de Recepção e interessa ao comprador da máquina, para
que se verifiquem as condições reais no recebimento da mesma.
A norma brasileira para este tipo de ensaio é a NB 6397/80–MB: Ensaio de Bombas
Hidráulicas de Fluxo.

2. Objetivos

(a) Levantamento dos gráficos altura total de elevação (H), rendimento total (ηt),
potência hidráulica (Ph) e potência de eixo (Pe) versus vazão da bomba (Q);

(b) Determinação das condições ótimas de funcionamento.

3. Descrição do Banco de Ensaio

O banco de ensaio é constituído de uma bomba centrífuga de 1 estágio (3), acionada


diretamente por um motor elétrico de rotação constante (1), com possibilidade de variação da
rotação da bomba através de um acoplamento hidráulico denominado hidrocinético (2).
A bomba centrífuga permite a sucção da água do reservatório (4), recalca para a
tubulação de pressão, onde se encontra um medidor Venturi (6) para a medida da vazão (Q) e
retorna para o reservatório (4) através de uma válvula de gaveta (8) e um canal de vidro de
retorno (9) que estão no plano da Figura 1.
(1) Motor elétrico (6) Medidor Venturi
(2) Acoplamento hidrocinético (7) Manômetro de colunas de água (invertido)
(3) Bomba centrífuga de 1 estágio (8) Válvula gaveta
(4) Tanque de sucção (9) Canal de retorno
(5) Reservatório de amortecimento (3º Ensaio)

Figura 1. Esquema do banco de ensaio do LHDC−UNIFEI.

4. Procedimento Operacional

O seguinte procedimento operacional deve ser adotado durante o ensaio na bomba:

● Fechar a válvula de gaveta de saída (8) da bomba;


● Partir a bomba com o mínimo de óleo no acoplamento hidrocinético (2);
● Sangrar os manômetros de colunas;
● Colocar a bomba na rotação específica, através do hidrocinético;
● Variar a abertura da válvula de gaveta (8), iniciando a partir da menor abertura;
● Para cada abertura da válvula de gaveta, na rotação nominal e constante, fazer as
seguintes leituras: (a) rotação n (rpm) da bomba; (b) potência elétrica Pel (kW); (c)
pressão h1 (mmHg); (d) pressão h2 (mmHg); (e) variação Δh=h4−h3 (mmH2O) e (f)
temperatura da água tágua (ºC).

● Anotar as seguintes condições ambientais (valores no início e valores no final do


ensaio): temperatura do ar tar (ºC), umidade relativa do ar ψ (%) e pressão
barométrica (mmHg).
5. Roteiro para a Obtenção das Grandezas

5.1. Massa específica da água (fórmula empírica)

ρágua = 1000,5 – 0,0762439 tágua – 0,00349823 t2 (kg/m3) (1)

5.2. Altura total de elevação da bomba centrífuga de 1 estágio do LHDC–UNIFEI

manômetro em U na saída da bomba; h1 (mHg) representa a pressão no manômetro em U na


entrada da bomba; D1 corresponde ao diâmetro interno da tubulação no ponto 1; D2
corresponde ao diâmetro interno da tubulação no ponto 2; Q (m3/s) corresponda à vazão
volumétrica e g = 9,785 (m/s2) para a cidade de Itajubá (MG).

Desprezar o segundo termo do lado direito da equação (2), pois D1 ≅ D2 e desprezar as


perdas ente os pontos 1 e 2, pois a tubulação é de aço inoxidável.

5.3. Vazão de água pelo medidor Venturi

onde h3 (mH2O) representa o nível inferior da água no manômetro e h4 (mH2O) representa o


nível superior da água no manômetro.

5.4. Potência de eixo da bomba centrífuga de 1 estágio do LHDC–UNIFEI

Pe = ηel ηhc Pel (kW) (4)

onde o rendimento elétrico é considerado constante durante o ensaio e igual a ηel = 0,84 e o

rendimento do hidrocinético é considerado constante e igual a ηhc = 0,93.

5.5. Potência hidráulica da bomba centrífuga de 1 estágio do LHDC–UNIFEI

Ph = ρágua g Q H 10-3 (kW) (5)


5.6. Rendimento total da bomba centrífuga de 1 estágio do LHDC–UNIFEI
5.7. Pressão barométrica

5.8. Massa específica do ar ambiente (equação de estado para os gases perfeitos)


6. Valores Lidos

Tabela 1. Valores lidos durante o ensaio.

Data: Turma: Horário: Local: LHDC/UNIFEI

Ordem n Pel h1 h2 h3 h4 tágua


rpm kW mmHg mmHg mmH2O mmH2O ºC

01 1200 18,9 1320 740 510 1880 24,2
02 1200 18,9 1332 730 585 1895 24,2
03 1200 18,9 1349 711 645 1916 24,2
04 1200 18,9 1386 677 810 1960 24,5
05 1200 18,9 1405 655 890 1978 24,5
06 1200 18,8 1430 632 995 1989 24,5
07 1200 18,2 1475 585 1190 1984 24,5
08 1200 18 1486 573 1260 1978 24,5
09 1200 17,6 1508 552 1335 1963 24,5
10 1200 17,01 1531 530 1410 1956 24,6
11 1200 16,5 1550 511 1485 1939 24,6
12 1200 15,9 1564 495 1545 1918 24,8
13 1200 15 1580 481 1625 1894 24,8

Condições Ambientais
Definição t hb
ar ψ
ºC % mmHg

Iniciais
Finais
7. Valores Calculados

Tabela 2. Valores calculados.

Ordem H Q Pe Ph
ρágua Δh=h4−h ηt
3
3
kg/m mH2O m m3/s kW kW
− [−]
01 996,0791 1370 7,308 0,0975738 14,7646 6,950032 0,4707
02 996,0791 1310 7,5852 0,0954133 14,7646 7,053922 0,4777
03 996,0791 1271 8,0388 0,0939823 14,7646 7,363630 0,4987
04 995,9919 1150 8,9334 0,0893968 14,7646 7,783155 0,5271
05 995,9919 1088 9,45 0,0869536 14,7646 8,008224 0,5423
06 995,9919 994 10,0548 0,0831125 14,6865 8,144353 0,5545
07 995,9919 794 11,214 0,0742819 14,2178 8,118219 0,5709
08 995,9919 718 11,5038 0,0706375 14,0616 7,919423 0,5631
09 995,9919 628 12,0456 0,0660622 13,7491 7,755294 0,5640
10 995,9627 546 12,6126 0,0615984 13,2882 7,571435 0,5697
11
995,9627 454 13,0914 0,0561695 12,8898 7,166238 0,5559
12 995,9040 373 13,4694 0,0509128 12,42108 6,682736 0,5380
13 995,9040 269 13,8474 0,0432363 11,718 5,834397 0,4979
14
995,9040 188 12,8142 0,0361453 10,9368 4,513589 0,4126
Condições Ambientais
Definição ρ t ψ pb
ar

a
r
k ºC % Pa

g
/
m
3

Médias
8. Cálculos Necessários (20 pontos)

a) (20 pontos) Apresentar todos os cálculos necessários para o preenchimento de uma linha
da Tabela 2 (utilizar unidades do S.I.).

● Massa específica da água

Para o cálculo do ρágua é necessário utilizar a seguinte fórmula que relaciona a massa
específica da água com a temperatura em que ela se encontra:

ρá𝑔𝑢𝑎 = 1000, 5 − 0, 076243 * 𝑡 á𝑔𝑢𝑎 − 0, 00439823 * (𝑡 á𝑔𝑢𝑎)²

Onde, “t água” é a temperatura da água, que se encontra na oitava coluna da tabela de valores
lidos.

● Δh = h4 - h3

Para esse cálculo, a própria tabela já apresenta o que deve ser feito, basta subtrair a altura
h3 da altura h4:

Δℎ = ℎ4 − ℎ3

Onde h4 e h3 são, respectivamente, as alturas medidas na garganta e na entrada do medidor de


venturi, encontradas na sexta e sétima coluna da tabela de valores lidos.

● Altura de Bomba

Para o cálculo da altura de bomba (H), é necessário utilizar a seguinte fórmula:

𝐻 = 12, 6 * (ℎ1 − ℎ2)/1000

Onde h1 e h2 são, respectivamente, as alturas manométricas da saída e da entrada da bomba,


encontrados na quarta e quinta coluna da tabela de valores lidos, e o fator 12,6 é resultado de uma
simplificação da massa específica da água e do mercúrio que são utilizados para esse cálculo.

● Vazão volumétrica

Para o cálculo da vazão volumétrica (Q), utilizaremos novamente os valores medidos h3 e


h4, da seguinte forma:

𝑄 = 0, 083363 * √(ℎ4/1000 − ℎ3/1000)

● Potência de Eixo

Para o cálculo da potência de eixo (Pe), utiliza-se a seguinte fórmula:

𝑃𝑒 = 𝑃𝑒𝑙 * η𝑒𝑙 * ηℎ𝑐

Onde 𝑃𝑒𝑙 é a potência elétrica fornecida à bomba, que pode ser encontrada na terceira coluna da
tabela de valores lidos. Já os fatores η𝑒𝑙 e ηℎ𝑐 são, respectivamente, o rendimento elétrico da
bomba e o rendimento do acoplamento, que são valores conhecidos para cada bomba. No caso
estudado, esses valores são:
η𝑒𝑙 = 84% = 0,84
ηℎ𝑐 = 93% = 0,93

● Potência Hidráulica

Para o cálculo da potência hidráulica (Ph), utiliza-se a seguinte fórmula retirada da


literatura:

𝑃ℎ = ρá𝑔𝑢𝑎 * 𝑔 * 𝑄 * 𝐻 * 0, 001

Onde, g é a gravidade local, e os demais fatores da fórmula já foram encontrados anteriormente


nesse mesmo estudo.

● Rendimento Total

Para calcular o rendimento total da bomba (ηt), basta calcular a razão entre a Potência de
Eixo da bomba e a Potência Hidráulica:

η𝑡 = 𝑃ℎ / 𝑃𝑒
9. Gráficos (40 pontos)

Construir os gráficos: altura total de elevação (H), rendimento total (ηt), potência
hidráulica (Ph) e potência de eixo (Pe) versus vazão da bomba (Q). Indicar os valores (com
pontos no gráfico) de Potencia hidráulica (Ph) e potência de eixo (Pe) que correspondem com
a máxima eficiência. Os gráficos devem ser feitos em uma única folha de papel milimetrado
A4, que deverá ser numerada como página 12 e anexada neste relatório.

É necessário que na construção dos gráficos sejam utilizadas as seguintes regras


gerais para a construção de gráficos: (a) escolha de papel adequado; (b) traçado e
identificação dos eixos; (c) divisão e graduação dos eixos compatíveis com as dimensões; (d)
marcação dos pontos; (e) manter variável dependente na vertical; (f) as escalas não podem ser
muito expandidas; (g) traçados de curvas uniformes e suaves; (h) indicar os pontos e passar
uma curva suave. (veja o exemplo do gráfico na Figura no anexo )

ATENÇÃO: (a) Não utilizar títulos de legenda contendo as palavras: gráfico,


diagrama, relação, função e os nomes das variáveis; (b) O título da legenda deve
informar sobre o que se referem os dados, como foram obtidos.
Instrução: Substituir está página pelo gráfico H, ηt, Ph , Pe versus Q.
10. Verificação de Conceitos (40 pontos)

a) (10 pontos). Determinar as condições ótimas de funcionamento da bomba centrífuga


de um estágio do LHDC-UNIFEI, considerando a rotação do ensaio.

b) (10 pontos) De uma maneira bem objetiva e utilizando apenas o espaço que está
disponível neste relatório:
i) Calcular a rotação específica (utilizar os valores numéricos correspondentes ao
ponto de rendimento máximo) e explicar o resultado encontrado;
ii) Com base no digrama de Cordier, determinar o diâmetro aproximado do rotor
iii) Conceituar as seguintes grandezas – massa específica, altura total de elevação,
vazão volumétrica, potência de eixo, potência hidráulica, rendimento total e
pressão barométrica;

c) (10 pontos ) Deduzir detalhadamente a Eq (2), com base na equação da energia, se


necessário utilizar desenhos explicativos.

d) (10 pontos) Apresentar uma análise técnica do comportamento das curvas de altura
total de elevação (H), rendimento total (ηt), potência hidráulica (Ph) e potência de eixo
(Pe) versus vazão da bomba (Q). Discutir o comportamento de cada curva.
11. Referências

Benedict, R.P., 1966, Fundamentals of Temperature, Pressure and Flow Measurements.


McGraw-Hill.

Davies, O.L. and Goldsmith, P.L., 1972, Statistical Methods in Research and Production.
Hafner Publishing Company – N.Y., USA.

Pfleiderer, C. and Petermann, H., 1979, Máquinas de Fluxo. Livros Técnicos e Científicos S/A.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Souza, Z., 1967, Máquinas de Fluxo – Comportamento e Regulagem. I.E.I. – Itajubá, MG.

NORMA NB 6397/80–MB – Ensaio de Bombas Hidráulicas de Fluxo.

NORMA NBR 6445 – Turbinas Hidráulicas, Turbinas-Bombas e Bombas de Acumulação –


Associação Brasileira de Normas Técnicas (Outubro de 1987).
Este texto faz parte do material didático preparado para o curso de EME-705P
O texto tem como objetivo a apresentação das instruções necessárias para a realização
do Ensaio de Bomba Centrífuga com Rotação Constante. Todas as instruções contidas para
a preparação deste relatório devem ser cumpridas rigorosamente.
O conteúdo deste texto é de uso exclusivo dos alunos do sétimo semestre do curso
Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI/IEM).

PROGRAMA GERAL DO LABORATÓRIO

● Nº 01 – Ensaio de Recepção em Bomba Centrífuga com Rotação Constante

● Nº 02 – Campo Básico de Funcionamento de Bomba Centrífuga, junho.

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