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MALÁRIA

1. Anamnese

febre acompanhada ou não dos seguintes sintomas: cefaleia, calafrios, sudorese, cansaço,
mialgia.

2. Aspectos epidemiológicos da malária

A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium e, no Brasil, três espécies são
responsáveis pelos casos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.

Os mosquitos vetores da malária pertencem ao gênero Anopheles e são popularmente


conhecidos por “carapanã”, “muriçoca”, “sovela”, “mosquito-prego” e “bicuda”.

O principal vetor de malária no Brasil é o A. darlingi, cujo comportamento é extremamente


antropofílico, sendo o mais encontrado picando no ambiente domiciliar e peridomiciliar. Esta
espécie cria-se em águas de baixo fluxo, profundas, sombreadas e limpas, com pouco aporte
de matéria orgânica.

Esses mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao


amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em
menor quantidade em algumas horas da noite.

O homem é o único reservatório com importância epidemiológica para a malária, e o mosquito


é infectado ao sugar o sangue de uma pessoa com gametócitos circulantes.

Os gametócitos surgem na corrente sanguínea de uma pessoa infectada em um período que


varia de poucas horas para o P. vivax e de 7 a 12 dias para o P. falciparum.

Na malária por P. falciparum, o indivíduo pode ser fonte de infecção por até um ano; em casos
de P. vivax, por até três anos, chegando a mais de três anos em casos de P. malariae, não
tratados adequadamente.

Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa.

Deve-se considerar como caso suspeito de malária:

 Toda pessoa que seja residente, ou tenha se deslocado para área, onde haja
transmissão de malária, no período de 8 a 30 dias anterior à data dos primeiros
sintomas, e
 que apresente febre acompanhada ou não dos seguintes sintomas: cefaleia,
calafrios, sudorese, cansaço, mialgia.
 Existe a possibilidade de aparecimento de sintomas em período maior de 30
dias, após contato com áreas de transmissão de malária, e casos de malária
decorrentes de transmissão não vetorial, devendo estes casos também serem
notificados.
 Considera-se caso confirmado de malária toda pessoa com exame laboratorial
identificando a presença do parasita no sangue.

Raramente pode ocorrer a transmissão por meio de transfusão de sangue contaminado ou do


uso compartilhado de seringas.

A transmissão congênita também é rara.

O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio, sendo de 8 a


12 dias para P. falciparum, e aproximadamente 15 dias para P. vivax, 13 a 17, e 18 a 30 dias
para P. malariae.

Orientações sobre os cuidados incluem:

 evitar frequentar os locais de transmissão nos períodos crepusculares;


 a utilização de roupas que protejam pernas e braços;
 a colocação de telas em portas e janelas;
 o uso de repelentes e mosquiteiros.

3. Caso clínico

Edgar, 38 anos, residente na comunidade de Vila Formosa, procura


atendimento na Unidade de Saúde da Família, queixando-se de febre alta,
mialgia e cefaleia de início recente.

O enfermeiro Pedro Henrique, responsável por seu acolhimento e avaliação


inicial, identifica que Edgar havia voltado há dez dias de uma viagem para a
Amazônia.

Pedro Henrique lembrava-se de que, antes da viagem, Edgar havia procurado


a Unidade de Saúde para receber a vacina contra febre amarela.
Na avaliação clínica feita pela Dra. Renata, a hipótese de malária é levantada,
pois Edgar havia visitado alguns familiares que residiam por lá, e mencionando
que as casas tinham mosquiteiro, e que a doença era muito frequente na
região

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