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Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas

Agrupamento Rodrigues de Freitas


Escola Básica e Secundária de Miragaia

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE RECEÇÃO

Rotas do Turismo gastronómico em Portugal

Don Die Konde Sanzu - nº4 - 12.º F


Porto, 26 de Julho de 2021
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a mim mesma por acreditar em mim, quero agradecer a mim
mesmo por fazer todo esse trabalho duro, por não ter dias livres, por nunca desistir.

Quero agradecer a mim mesma por sempre dar mais do que recebo e por fazer mais
coisas certas que erradas. Quero agradecer a mim mesma por ser eu, sempre a
Konde Sanzu.

Um agradecimento especial para aqueles que sempre acreditaram em mim e que


sempre me apoiaram H.R.G.A.
Agrupamento de Escolas de Rodrigues de Freitas

Índice
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6
1. Rota da Gastronomia da região Norte ...................................................................................... 7
1.1.Pratos típicos da Região Norte ................................................................................................ 8
1.1.1. Tripas à Moda do Porto .................................................................................................... 8
1.1.2. Bacalhau à Braga .............................................................................................................. 9
1.1.3. Arroz de Cabidela .............................................................................................................. 9
1.2. Doces Tradicionais da Região Norte ................................................................................... 10
1.2.1. Pão de Ló de Ovar .......................................................................................................... 10
1.2.2. Bolo podre......................................................................................................................... 10
1.2.3. Jesuíta ............................................................................................................................... 11
1.3. Produtos Gastronómicos Região Norte ............................................................................... 11
1.3.1. Sal de Aveiro .................................................................................................................... 11
1.3.2. Alheira de Mirandela ....................................................................................................... 12
1.3.3. Azeite de Trás-os-Montes .............................................................................................. 13
2. Rota da Gastronomia da região Centro .................................................................................. 14
2.1.Pratos típicos da Região Centro ............................................................................................ 15
2.1.1.Leitão da Bairrada ............................................................................................................ 15
2.1.2. Sopa dos ossos da cabeça do Porco ........................................................................... 15
2.1.3. Arroz de Carneiro ............................................................................................................ 16
2.2.Doces Tradicionais da Região Centro .................................................................................. 16
2.2.1. Ovos Moles de Aveiro ..................................................................................................... 16
2.2.2. Arroz Doce ........................................................................................................................ 17
2.2.3. A Barriga de Freira .......................................................................................................... 17
2.3. Produtos gastronómicos característicos ............................................................................. 18
2.3.1 Mel da Serra da Lousã..................................................................................................... 18
2.3.2. Azeitona Galega da Beira .............................................................................................. 18
2.3.3. Arroz Carolino do Baixo Mondego ................................................................................ 19
3. Rota da Gastronomia da região de Lisboa e Vale do Tejo .................................................. 19
3.1.Pratos típicos da Região de Lisboa e Vale do Tejo............................................................ 20
3.1.1. Iscas com elas .................................................................................................................. 20
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3.1.2.Bacalhau à Brás ................................................................................................................ 20


3.1.3. Sopa da Pedra de Almeirim ........................................................................................... 21
3.2. Doces Tradicionais da Região de Lisboa e Vale do Tejo ................................................. 21
3.2.1. Tortas de Azeitão ............................................................................................................. 21
3.2.2. Fofos de Belas ................................................................................................................. 22
3.2.3. Pastéis de Belém ............................................................................................................. 22
3.3. Produtos Gastronómicos característicos ............................................................................ 23
3.3.1. Queijo de Tomar .............................................................................................................. 23
3.3.2. Pera Rocha do Oeste ...................................................................................................... 23
3.3.3. Maçã Riscadinha de Palmela ........................................................................................ 24
4.Rota da Gastronomia da região do Alentejo ............................................................................... 25
4.1. Pratos típicos da Região ........................................................................................................ 26
4.1.1. Açorda Alentejana ........................................................................................................... 26
4.1.2. Cozido de Grão Alentejano ............................................................................................ 26
4.1.3. O ensopado de borrego .................................................................................................. 27
4.2. Doces tradicionais................................................................................................................... 27
4.2.1. Bolota de Chocolate ........................................................................................................ 27
4.2.2. Sericaia de Elvas ............................................................................................................. 28
4.3.3. Boleima ............................................................................................................................. 28
4.3. Produtos Gastronómicos característicos ............................................................................ 29
4.3.1. Presunto do Alentejo ....................................................................................................... 29
4.3.2. Queijo de Évora ............................................................................................................... 29
4.3.3. Castanha Marvão - Portalegre ...................................................................................... 30
5.Rota Gastronómica da região do Algarve ................................................................................... 31
5.1. Pratos típicos da região do Algarve ..................................................................................... 32
5.1.1. Muxama............................................................................................................................. 32
5.1.2. Atum................................................................................................................................... 32
5.1.3. Polvo seco ........................................................................................................................ 33
5.2. Doces tradicionais da região do Algarve ............................................................................. 33
5.2.1. Dom Rodrigo .................................................................................................................... 33
5.2.2. O bolo da faca .................................................................................................................. 34
5.2.3. Bolo de Tacho de Monchique ........................................................................................ 34
5.3. Produtos Gastronómicos característicos da região do Algarve....................................... 35
5.3.1. Alfarroba............................................................................................................................ 35
5.3.2. Sal de Castro Marim........................................................................................................ 35
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5.3.3. Medronho do Algarve ...................................................................................................... 36


6. Rota da Gastronomia da região da Madeira .............................................................................. 37
6.1. Pratos típicos da Região ........................................................................................................ 38
6.1.1. Carne de Vinho e Alhos .................................................................................................. 38
6.1.2. Bife de Atum ..................................................................................................................... 38
6.1.3. Peixe-espada ................................................................................................................... 39
6.2. Doces Tradicionais ................................................................................................................. 39
6.2.1. Queijada ............................................................................................................................ 39
6.2.2. Bolo de Mel-de-Cana ...................................................................................................... 40
6.2.3. Rebuçados de Funcho .................................................................................................... 40
6.3. Produtos Gastronómicos característicos ............................................................................ 41
6.3.1. Cuscuz............................................................................................................................... 41
6.3.2. Banana da Madeira ......................................................................................................... 41
6.3.3. Poncha da Madeira IGP ................................................................................................. 42
7.Rota da Gastronomia da região dos Açores ............................................................................... 42
7.1. Pratos típicos da Região ........................................................................................................ 43
7.1.1. Alcatra .................................................................................................................................. 43
7.1.2. Cozido das Furnas .......................................................................................................... 43
7.1.3. Cavacos ............................................................................................................................ 44
7.2. Doces Tradicionais ................................................................................................................. 44
7.2.1. Bolo da sertã .................................................................................................................... 44
7.2.2. Lêvedo ............................................................................................................................... 45
7.2.2. Malassadas....................................................................................................................... 45
7.3. Produtos Gastronómicos característicos ............................................................................ 46
7.3.1. Meloa de Santa Maria Açores ....................................................................................... 46
7.3.2. Manteiga Açoriana........................................................................................................... 46
7.3.3. Queijo São Jorge DOP ................................................................................................... 47
8. Dieta Mediterrânica ........................................................................................................................ 48
8.1. ALGUNS PRATOS DA DIETA MEDITERRÂNICA: ......................................................... 48
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INTRODUÇÃO

No âmbito da minha PAP (Projeto de Aptidão Profissional), pretendo efetuar uma


análise sobre um dos maioríssimos tesouros de Portugal: a nossa vastíssima e rica
gastronomia. Portugal é um segredo bem guardado no que respeita à gastronomia.
Tem tudo para agradar aos paladares mais exigentes porque se baseia em produtos
de genuína qualidade, cozinhados segundo receitas tradicionais ou de acordo com
tendenciais mais inovadoras e inusitadas.

Escolhi o roteiro gastronómico por ser uma área que “domino”, a cozinha.
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1. Rota da Gastronomia da região Norte

O Porto e Norte de Portugal, onde se iniciou o país, são conhecidos pelo


caráter genuíno e franco das suas gentes e pela tradição de bem receber.
Entre os seus atributos está uma gastronomia rica, acompanhada pelos
excelentes vinhos da região.
A gastronomia regional lança mão dos seus recursos naturais, por isso o
caldo verde, apreciado em todo o país, é uma sobe de couve que aqui teve
rias, graças aos férteis campos verdes da região. Na parte oeste, delimitada
pelo mar, a frescura do peixe tem lugar de destaque, como em toda a
gastronomia portuguesa, que se orgulha de ter o melhor peixe do mundo, na
opinião de conceituados chefes e gastrónomos internacionais. Mas o Porto o
e Norte, também nos rios, rápidos e abundantes, se pescam a truta, a
lampreia e o sável que fazem as delícias dos apreciadores.
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1.1.Pratos típicos da Região Norte

1.1.1. Tripas à Moda do Porto

Prato confecionado com vários tipos de carne, tripas, enchidos e feijão branco. Deve
ser acompanhado por arroz branco seco.

As tripas à moda do Porto, possuem uma lenda e são, segundo essa narrativa
tradicional, resultado do profundo envolvimento do burgo na expedição militar
comandada pelo rei D. João I que, em 1415, conquistou a cidade norte-africana de
Ceuta. Segundo a tradição portuguesa, além de todo o trabalho na construção dos
navios, forneceu também tudo o que tinha para os mantimentos da frota a cidade
sacrificada com as miudezas,
nomeadamente as “tripas”, e foi com elas
que tiveram de inventar alternativas
alimentares. Surgiu, assim, o prato das
“tripas à moda do Porto” que acabaria por se
perpetuar até aos nossos dias e tornar-se,
ele próprio, num dos elementos mais
característicos da cidade. De tal forma que,

Figura 1 Tripas à Moda do Porto com ele, nascia também a alcunha de


“tripeiro” para os habitantes do Porto.
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1.1.2. Bacalhau à Braga

Este prato celebrizou-se através do restaurante Narcisa, aberto em 1930 na cidade


de Braga. Contudo, a sua origem poderá ser ainda mais antiga. Com efeito, Alfredo
Saramago, no seu livro “Cozinha do Minho” em 2000.

Na sequência da fama alcançada, esta


receita foi adotada por vários outros
restaurantes da cidade e da região,
passando a ser disponibilizada também
com o nome de “Bacalhau à Braga”.

Figura 2 Bacalhau a Braga

1.1.3. Arroz de Cabidela

O Arroz de Cabidela, muito difundido na região minhota, raízes de uma economia


agrícola associada a criação de aves de capoeira e pequena pecuária, utilizado
como “mimo gastronómico “em dias de festa, ou para superar dificuldades
económicas.

A produção dos ovos era um importante


recurso complementar a criação avícola, a
divulgação do arroz de cabidela deve-se
também ao facto de ser um prato de fácil
execução, que chega para muitos
comensais e por não exigir a compra de

Figura 3 Arroz de Cabidela ingredientes dispendiosos.


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1.2. Doces Tradicionais da Região Norte

1.2.1. Pão de Ló de Ovar

Segundo a tradição oral, no séc. XIX várias famílias de Ovar dedicavam-se à


confeção de doce regional, onde se destacava o afamado Pão de Ló de Ovar. Em
1877, Marques Gomes em “Aveiro e seu Distrito”, relativamente à Vila de Ovar,
constata que “Na confeitaria tornam-se notáveis o pão de ló e os ovos moles, rivais
de Aveiro”. O Pão de Ló de Ovar ganhou
nome no contexto da doçaria tradicional
do País isso ficando a dever-se,
evidentemente, à qualidade do produto e
à sua progressiva comercialização, em
tempos e mercados mais amplos.

Figura 4 Pão de ló de Ovar

1.2.2. Bolo podre

Com a cor exterior castanha, interior


amarelo e textura fofa com alguma
humidade, registada no “Livro de Cozinha”
da Infanta D. Maria de Portugal
manuscrito de finais do séc. XV, é referido
uma receita de biscoitos que muito se
assemelha à receita do bolo podre. Por
imposição dos tempos não levava ovos,

Figura 5 Bolo Podre apenas vinho branco e água-de-flor-de-


laranja.
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1.2.3. Jesuíta

A origem deste doce (Jesuíta) não é consensual e não se sabe ao certo qual será a
sua verdadeira origem. A sua ligação à Companhia de Jesus e aos seus monges
conhecidos como jesuítas é inegável. Porém, algumas pessoas afirmam que essa
ligação provém apenas do facto de a sua cobertura se assemelhar aos trajes usados
pelos monges jesuítas, outros consideram que a origem da receita é conventual.

Há, contudo, informações que levam a crer


que a receita tenha chegado a Portugal pelas
mãos de um pasteleiro espanhol que
trabalhava, na altura, na confeitaria Moura em
Santo Tirso.
Figura 6 Jesuítas

1.3. Produtos Gastronómicos Região Norte

1.3.1. Sal de Aveiro

Sal de Aveiro, o sal marinho obtido por colheita manual, a partir do processo natural
de precipitação da água do Oceano Atlântico.

Esta atividade ocorre, na região de Aveiro, entre a primavera até ao outono, no séc.
XVI, durante os séc. XVII e XVIII, a produção de sal diminuiu devido a problemas de
entrada de água na Ria de Aveiro e a estagnação das mesmas.
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Apenas no séc. XIX, com a inauguração de uma nova entrada de água e um novo
canal para a Ria de Aveiro foram criadas as condições adequadas para a produção
de sal, aumento do número de salinas e revitalização da indústria do sal em Aveiro.

Figura 7 Sal de Aceiro

1.3.2. Alheira de Mirandela

A história e as caraterísticas da Alheira de Mirandela são referência da imprensa


local pelo menos desde 1957, que a identificam como uma especialidade da terra
fabricada em regime de indústria caseira. A notoriedade da Alheira de Mirandela
IGP, sempre esteve associada à sua área
geográfica de produção, como comprovado pelo
artigo da edição do Notícias de Mirandela em 1960
que denunciava à época a imitação noutras áreas
geográficas das “Autênticas Alheiras de Mirandela”,
e da necessidade de travar os abusos, apelando a
“um registo para as denominações locais ou
regionais que se teriam de respeitar”.

Figura 8 Alheira de Mirandela


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1.3.3. Azeite de Trás-os-Montes

O Azeite de Trás-os-Montes DOP é produzido na região


Transmontana, nos concelhos de Mirandela, Vila Flor.
Carrazeda de Ansiães e algumas freguesias dos concelhos
de Valpaços, de Murça, de Moncorvo, do Mogadouro, de
Vimioso e de Bragança.

O consumo de azeite em Trás-os-Montes remota à


Antiguidade. A plantação de olivais em Mirandela deve datar
da primeira metade do século XVI Em 1903 o azeite desta
região ganhou a medalha de prata na Exposição Agrícola.

Figura 9 Azeite de Trás-os-Montes


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2. Rota da Gastronomia da região Centro

No Centro de Portugal deliciamo-nos com os sabores do mar e da montanha


e com doces, tudo condimentado pelo caloroso acolhimento das populações
que gostam de receber com a mesa farta quem os visita. Oferece o mariscos
e peixes frescos que se saboreiam em ensopados e caldeiradas, destacando-
se as enguias na região de Aveiro.
Nos pratos de carne, salienta-se o leitão assado no forno, que atrai gentes de
todo o país aos restaurantes da Bairrada. Mais a norte em Viseu, é a vitela
assada à moda de Lafões que se evidencia nas ementas, e na região de
Castelo Branco o destaque vai para o porco preparado de diversas formas.
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2.1.Pratos típicos da Região Centro

2.1.1.Leitão da Bairrada

Leitão da Bairrada, assado inteiro em forno de lenha aquecido com lenha de vide,
espetado num espeto.

Existe uma teoria que atribui o início do negócio do leitão assado a um tal Ti
Marcelino que, vindo do Brasil, terá tido como sucessor um seu aprendiz, António de
Almeida, O Morcego, que viria a expandir o negócio no concelho de Águeda. No
entanto, outros há que garantem que foi
graças à atividade de Carlos Mega e mais
tarde Álvaro Pedro que divulgaram a
comercialização do leitão no concelho da
Mealhada. No século XVIII (1743), Pedro da
Costa chama a atenção para um manuscrito
conventual onde se faz referência a uma
receita de leitão assado que em quase nada

Figura 10 Leitão da Bairrada difere da atual receita do leitão bairradino.

2.1.2. Sopa dos ossos da cabeça do Porco

A sopa dos ossos da cabeça do Porco,


era confecionada, em todas as matanças
do porco, no dia a seguir à
desmanchadela do mesmo (3º dia). Era
comida à noite, por toda a família,
convidados e o “matador”.

Figura 11 Spa dos ossos da Cabeça do Porco


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2.1.3. Arroz de Carneiro

Na freguesia de Borda do Campo, o prato típico associado ao casamento foi, e


continua a ser, o arroz de carneiro. A sua origem não é por ninguém explicada,
apesar de várias teorias. Contudo, tratando-
se de um território com uma forte influência
dos campos de arroz, não se estranha a sua
utilização, seja em pratos salgados ou na
versão do arroz doce. Acresce ainda o facto
de o arroz ser símbolo de fertilidade e, por
essa lógica, também enraizado nas

Figura 12 Arroz de Carneiro questões antropológicas do ritual matrimonial.

2.2.Doces Tradicionais da Região Centro

2.2.1. Ovos Moles de Aveiro

Ovos Moles de Aveiro é o produto obtido pela junção de gemas cruas de ovos a uma
calda de açúcar.

De origem conventual, a tradição do seu fabrico manteve-se através de senhoras


que haviam sido educadas em conventos e que
transmitiram, de geração em geração, o segredo
do seu fabrico, Os Ovos Moles de Aveiro são
referidos como sobremesa de almoços reais em
1908, são expressamente referidos pelo grande
escritor português Eça de Queiroz em “Os Maias”.

Figura 13 Ovos Moles de Aveiro


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2.2.2. Arroz Doce

Doce de tonalidade amarela, cremoso e


aroma adocicado, arroz e os ovos (arroz
doce) eram produtos que existiam nas
casas rurais e eram confecionados em
datas festiva.

Figura 14 Arroz Doce

2.2.3. A Barriga de Freira

A Barriga de Freira foi um doce originário


do nosso convento, e que era colocado
na mesa quando os reis visitavam a Vila.

Figura 15 Barriga de Freira


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2.3. Produtos gastronómicos característicos

2.3.1 Mel da Serra da Lousã

A confeção do Mel da Serra da Lousã DOP descende de uma antiga tradição em


apicultura, praticada desde tempos imemoriais nas montanhas e vales da Serra da
Lousã. O testemunho do vínculo antigo e indissociável entre o mel e esta região é
evidente nos nomes das cidades e
aldeias locais que muitas vezes
derivam da apicultura e da
produção de mel, como o Colmeal
(enxame de abelhas), Cortiços e
Vale de Cortiços (Colmeias), Vale
de Abelhas e Vale de Colmeias.

Figura 16 Mel da Serra de Lousã

2.3.2. Azeitona Galega da Beira

Entende-se por Azeitona Galega da Beira o produto preparado azeitona de


conserva, obtido a partir da variedade Galega da espécie Óleo europeia.

A Azeitona Galega da Beira Baixa obtida através de processos de fabrico e técnicas


de conservação que vêm sendo transmitidas de
geração em geração e que se mantêm até aos
dias de hoje, é considerada um produto tradicional
nesta região, e ocupa desde há muito um
importante lugar tanto na alimentação dos seus
habitantes como no desenvolvimento da economia
Figura 17 Azeitonas Galega da Beira local.
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2.3.3. Arroz Carolino do Baixo Mondego

As características climáticas do Baixo Mondego são responsáveis pela formação e


maturação mais lenta do Arroz Carolino do Baixo Mondego, o que potencia os
mecanismos fisiológicos associados à
qualidade, maior percentagem de grãos
inteiros, pela formação de menos fissuras
durante o final do ciclo da cultura, ou seja,
na fase de maturação do grão.

Figura 18 Arroz Carolino da Baixo Mondego

3. Rota da Gastronomia da região de Lisboa e


Vale do Tejo

Lisboa tem uma gastronomia tão convidativa como a cidade e a região, a começar
na sardinha assada acabando nos pastéis de Belém.

A sardinha assada come-se em todo país, mas em Lisboa tem especial tradição nas
festas dos Santos Populares, em junho. Sobretudo no verão, é prato obrigatório num
restaurante típico.

Aos portos de pesca de região, fornecem outros peixes e mariscos de suculentas


caldeiradas, sopas de peixe ou simples peixes relhados. Como o salmonete de
Setúbal e o choco frito. Logo passando o Tejo para sul, encontramos as tortas de
Azeitão. A nossa doçaria não acaba, mas há algo que ninguém pode perder numa
visita a Lisboa na zona monumental de Belém, onde também ficam dois expoentes
do Património Mundial, é obrigatório provar os gulosos pastéis de Belém, um ex-
libris da doçaria conventual que faz parte da imagem de marca da gastronomia
portuguesa.
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3.1.Pratos típicos da Região de Lisboa e Vale do


Tejo

3.1.1. Iscas com elas

Iscas com elas, são as finas tiras de fígado


são habitualmente conhecidas por “Iscas”,
enquanto “Elas” são as batatas que as
acompanham. Este prato tem como especial
ingrediente o vinagre. Segundo Albino Forjaz
de Sampaio na obra “Volúpia - A Nona Arte: a
Gastronomia”, era um prato vulgar na Lisboa

Figura 19 Iscas com Elas


do século XIX e princípios do século XX.

3.1.2.Bacalhau à Brás

Bacalhau à Brás, a sua origem, consta, deve-se a um taberneiro de Lisboa, de seu


nome Braz (ou Brás), que misturou bacalhau desfiado, batatas fritas e ovos mexidos.
Talvez seja pela facilidade com que se
pode preparar, é uma das receitas de
bacalhau mais populares em Portugal.

Figura 20 Bacalhau à Brás


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3.1.3. Sopa da Pedra de Almeirim

A “Sopa da Pedra de Almeirim” é uma especialidade cozinhada à base de vegetais,


nomeadamente feijão e batata, e de carne de porco. É parte categórica da cultura
popular de Almeirim”, refere o historiador Eurico Henriques.

Foi só muito mais tarde, no início da


década de 1960, que a receita passa a
ser designada “Sopa da Pedra de
Almeirim”, este nome de ‘batismo’, dado
por comparação às pedras que formavam
o piso das estradas mais antigas desta
cidade ribatejana, passou a designar
comercialmente uma receita tradicional de

Figura 21 Sopa de Pedra de Almeirim sopa rural.

3.2. Doces Tradicionais da Região de Lisboa e


Vale do Tejo

3.2.1. Tortas de Azeitão

As Tortas de Azeitão têm a sua origem em Fronteira, Alentejo e a receita foi trazida
por um familiar do dono da pastelaria O Cego, no início do século. Aí começou o seu
fabrico, primeiro com uma torta grande que
era vendida em fatias. Embora muita gente
fabrique tortas, nenhumas se igualam às
famosas e já conhecidas tortas do Cego,
família que detém o segredo e que o tem
passado de geração em geração.

Figura 22 Tortas de Azeitão


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3.2.2. Fofos de Belas

A Casa dos Fofos de Belas funciona desde 1840, com o pão de ó caseiro e outras
doçarias ali confecionadas e vendidas nas
feiras e romarias de Lisboa. Em 1850, as
proprietárias da casa começaram a
especializar-se, quase que exclusivamente,
nos Fofos, abrindo então o estabelecimento ao
público. A receita dos doces continua na
família e a casa tem sido transmitida de

Figura 23 Fofas de Bela geração em geração mantendo o seu carácter


artesanal.

3.2.3. Pastéis de Belém

Os Pastéis de Belém ganharam esse nome por serem uma especialidade de uma
antiga confeitaria existente nesta zona de Lisboa. Esta casa nasceu em 1837, à
beira do Convento dos Frades Jerónimos. já
fabricavam os referidos bolos, embora outra
versão mais recente da lenda atribua os pastéis
às freiras do Convento de Odivelas.

Todos os pastéis de nata do País aqui vieram


buscar a receita. A verdadeira receita dos
Pastéis de Belém é, ainda hoje, um segredo
bem guardado pelos mestres pasteleiros da

Figura 24 Pastéis de Belém firma.


https://pasteisdebelem.pt/history/
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3.3. Produtos Gastronómicos característicos

3.3.1. Queijo de Tomar

Num artigo intitulado “O Capítulo Perdido dos Queijos”, de autor desconhecido, faz-
se alusão aos queijos de Tomar de diversas quintas da região, que pela sua
qualidade se notabilizaram que os da Casa
Agrícola Joaquim Maria de Almeida. Em
1919, destacam-se um pequeno extrato de
texto onde, mais uma vez, este autor
caracteriza o Queijo de Tomar.

Figura 25 Queijo de Tomar

Este produto foi em tempos alvo de feiras e concursos, demonstrando-se nestes a


sua qualidade e tipicidade.

3.3.2. Pera Rocha do Oeste

A Pera Rocha do Oeste DOP é o fruto da variedade de pereira “Rocha”, obtida na


região do Oeste. A polpa da Pera Rocha do Oeste DOP é caracterizada por ter cor
branca e ser macia, fundente, granulosa, doce, não ácida, muito sucosa e de
perfume ligeiramente acentuado.

Figura 26 Pera Rocha do Oeste


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À cerca de 170 anos (1836), foi identificada no concelho de Sintra, na propriedade


do Senhor Rocha, uma pereira diferente, com frutos de qualidade invulgar. Foi a
partir dessa árvore que a variedade se espalhou. O primeiro reconhecimento oficial
deste fruto data do 2º Congresso Nacional de Pomologia, conforme consta no
Arquivo dos Trabalhos deste Congresso, editado em 1932.

3.3.3. Maçã Riscadinha de Palmela

Designa-se por Maçã Riscadinha de Palmela, a maçã da variedade Riscadinha


pertencente à família Rosaceae, género Malus Miller e à espécie Malus doméstica
Borkh.

Foi nesta zona que pela sua adaptação


ao local e pelas qualidades
organoléticas. A Maçã Riscadinha de
Palmela é um dos ex-libris da região,
sendo conhecida pelo seu excelente e
característico sabor, pela sua utilização
para perfumar as casas, devido ao seu
intenso e inconfundível aroma bem como

Figura 27 Maça Riscadinha de Palmela


pela sua larga inclusão no receituário
gastronómico regional.
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4.Rota da Gastronomia da região do Alentejo

As imaginações na utilização de ingredientes muito simples fizeram da gastronomia


alentejana uma surpresa de sabores e uma prova da hospitalidade dos alentejanos.

Uma das delícias regionais são os pequenos pratos de petisco, seja como entrada
ou para uma degustação de especialidades. Os pimentos assados, os torresmos ou
as migas de vários sabores e combinações são uma tentação.

A que não se pode mesmo deixar de provar é a mais simples de todas: a açorda
alentejana, que se faz com água, azeite, alho, ovo escalfado, pão e coentros
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4.1. Pratos típicos da Região

4.1.1. Açorda Alentejana

Prato característico do Alentejo constituído por alho, sal, azeite, água, pão fatiado e
ervas aromáticas, como o coentro ou o poejo.

Com a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica no início do século VIII, terá
chegado também a açorda, quer entre os seus hábitos culturais e gastronómicos dos
árabes, quer mesmo como costume divulgado
na emulação do Profeta Maomé, na
reprodução da simpatia dele pelo prato em
causa. A açorda é ainda hoje o prato de
referência do Alentejo. Permite poupar
recursos, aproveitando o pão duro, cortado em
fatias ou em cubos com uma faca, ou partido à

Figura 28 Açorda mão, conforme o gosto.

4.1.2. Cozido de Grão Alentejano


Cozido de Grão Alentejano é um prato preparado com grão-de-bico, diversos
legumes e vários tipos de carne. As carnes e as ‘sopas’ (de pão) são servidas em
separado.

Existe uma tradição rural do consumo


desta leguminosa, associado aos
trabalhos no campo. Quando os
trabalhadores pernoitavam no campo,
levavam panelas de barro para a
campanha do trabalho. Havia sempre
alguém responsável por pôr a panela
de cada um “cocaria” ao lume.
Figura 29 Cozido de Grão Alentejana
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4.1.3. O ensopado de borrego

Prato preparado constituído por carne de borrego,


servido sobre fatias de pão e/ou acompanhado de
batata cozida.

O ensopado de borrego, ritual e tradicionalmente


associado à Páscoa e ao Equinócio da Primavera, terá
divergido da primitiva açorda árabe tharîd.

Figura 30 Ensopado de Borrego

4.2. Doces tradicionais

4.2.1. Bolota de Chocolate

Bolota de Chocolate é relativamente mole, de


cor escura, doce pequeno, apresentando a
forma de uma bolota.

Os Alentejanos são muito nostálgicos da sua


terra. Como na sua região predominam o
sobreiro e a azinheira, cujo fruto é a bolota,
iniciou-se há cerca de 80 anos a feitura
deste doce para homenagear o fruto das
suas planícies.
Figura 31 Bolota de chocolate
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4.2.2. Sericaia de Elvas

D. Constantino de Bragança, que no século XVI governou a Índia, trouxe do Oriente


a receita deste doce (Sericaia de Elvas). Antigamente era cozido em forno de
padeiro, de lenha, pois era o único que
garantia a temperatura alta indispensável
para que a cobertura do doce abrisse
fendas.

Uma das pastelarias, citada nos contatos,


fabrica este doce desde os princípios do

Figura 32 Sericaia de Elvas século XX.

4.3.3. Boleima

Boleima é um bolo, porém, de feitura simples e fabricado com ingredientes


modestos, tem certamente uma origem popular.
Em certas regiões, é um bolo muito semelhante é
denominado bolo de fundo do alguidar que significa
que é obtido a partir das raspas e restos de massa
de pão que ficam aderentes às paredes e fundo do
alguidar quando, após a amassadura e
fermentação da massa, se tendem os pães.
Consumido ao pequeno-almoço e ao lanche ou

Figura 33 Boleima durante o dia como suplemento de alimentação.


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4.3. Produtos Gastronómicos característicos

4.3.1. Presunto do Alentejo

O Presunto do Alentejo DOP é obtido a partir dos membros posteriores ou anteriores


de porcos de raça alentejana, respetivamente.

A produção de Presunto do Alentejo DOP


faz parte de um conjunto de práticas
regionais ancestrais relacionadas com a
criação de porcos e com o aproveitamento
das suas carnes. De facto, já Catão
recomendava o presunto alentejano, feito lá

Figura 34 Presunto do Alentejo para o mais longínquo ocidente.

4.3.2. Queijo de Évora

O queijo de Évora DOP é fabricado obtido a partir de leite cru de ovelha, da raça
regional Merina Branca.

O queijo de Évora DOP faz parte da mais


antiga tradição queijeira do Alentejo,
contribuindo para alargar o consumo do leite
de ovelha, largamente produzido na região.

De grande importância na alimentação diária,


sobretudo nas classes mais pobres, cujos
salários eram pagos em queijos e outros

Figura 35 Queijo de Évora géneros alimentícios.


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4.3.3. Castanha Marvão - Portalegre

Designa-se por Castanha Marvão-Portalegre DOP os frutos obtidos a partir do


castanheiro, das variedades Bárea, Clarinha ou Enxerta, e Bravo.

A história da Castanha Marvão-Portalegre DOP encontra-se intimamente ligada à


área geográfica. O castanheiro que vegeta no Nordeste Alentejano constitui a única
mancha a Sul do País.

Os Soutos Alentejanos representavam uma fonte considerável de subsistência para


as populações desta área, pobre em
recursos económicos. A produção de
castanha serve não só de fonte alimentar
humana, quer na sua forma verde como na
sua forma seca, como também para
alimentação dos animais.

Figura 36 Castanhas Marvão - Portalegre


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5.Rota Gastronómica da região do Algarve

Do mar vêm peixes e mariscos fresquíssimos, os principais ingredientes na cozinha


algarvia. Juntam-se-lhes legumes e frutos a que o sol sublimou os sabores, e estão
reunidos os elementos para uma experiência gastronómica que não vamos
esquecer.

podemos começar por aquilo que o oceano fornece. Pelo marisco, muito procurada é
a famosa receita de amêijoas na cataplana, um dos pratos tradicionais mais
apreciados, cujo segredo está na utilização deste recipiente de cobre, de origem
árabe, que retém todo o sabor e aroma dos alimentos nele cozinhados. Para
acentuar os paladares, não há melhor do que um pouco de sal das salinas da
região, sobretudo a sua “nata” - a flor de sal

De facto, o melhor do Algarve serve-se à mesa. Numa simples esplanada de praia


ou nos restaurantes mais requintados liderados por Chefs de gabarito mundial, é
uma experiência a não perder, e a repetir muitas vezes.
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5.1. Pratos típicos da região do Algarve

5.1.1. Muxama

Muxama, supõe-se que a sua origem seja


fenícia ou grega, dado que estes povos
habitaram a zona em épocas em que já era
corrente a salga do peixe.

Figura 37 Muxama

Ao longo dos tempos, e dada a qualidade do produto, foi-se tornando um manjar


apreciado por classes com maiores possibilidades financeiras, sendo hoje bastante
caro.

5.1.2. Atum

Com base nas características de construção dos


tanques de salga e no horizonte arqueológico que
os acompanha, que a atividade da salga era
exercida no período lusitano-romano e,
supostamente também, a preparação deste
produto. O atum nesta região é, na prática,
totalmente aproveitado. Assim, o peixe que não
serve para a moxama, servirá para a estopeta. As
suas partes menos nobres, tais como barrigas,
músculos da cabeça e das barbatanas, servem
Figura 38 Atum
para a simples salga.
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5.1.3. Polvo seco

O Polvo Seco é caracteristicamente um


petisco essencial em todas as feiras e
arraiais do Sul do País. As suas origens
remontam a tempos imemoriais, estando
associado aos primórdios da pesca e à
necessidade de aproveitar o excesso de

Figura 39 Polvo seco peixe para tempos de carência alimentar.

5.2. Doces tradicionais da região do Algarve

5.2.1. Dom Rodrigo

Originários da doçaria conventual, são


citados por Thomaz Cabreira. Os doces do
Algarve podem ser classificados em
diversos tipos. Um deles é o dos doces de
ovos, de que é paradigma o Dom Rodrigo,
pelo seu aspeto e sabor.

Figura 40 Dom Rodrigo


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5.2.2. O bolo da faca

A doçaria algarvia classifica-se segundo os seus ingredientes e a sua origem. Assim,


nas zonas serranas os bolos são, na sua maioria, grandes e feitos à base de massa
de pão. Faz-se também uma pastelaria um
pouco mais fina à base de figo. A doçaria,
chamada de doçaria fina, à base de ovos e
amêndoas, encontra-se sobretudo nas zonas
costeiras. O bolo da faca, como se verifica pela
receita, é um bolo típico da serra.

Figura 41 Bolo da faca

5.2.3. Bolo de Tacho de Monchique

Este bolo liga-se (Bolo de Tacho de Monchique) à tradição culinária das famílias
agrícolas. Tem origem na época medieval. A receita foi aperfeiçoada no Convento
de Nossa Senhora do Desterro e dinamizada
pelos frades Franciscanos. O bolo era
consumido em passeios pelos campos,
sendo também hábito o oferecer a quem se
visitasse.

Figura 42 Bolo de Tacha de Monchique


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5.3. Produtos Gastronómicos característicos da


região do Algarve

5.3.1. Alfarroba

A semente da Alfarroba, devido ao seu baixo


peso e uniformidade, foi utilizada por mercadores
para avaliar joias. é utilizada como “alimento de
gente pobre, e torrada não deixa de ser
saborosa”.

Figura 43 Alfarroba

5.3.2. Sal de Castro Marim

O Sal de Castro Marim é característico da sua origem, sendo resultado do clima


específico do local, da constituição dos solos das salinas e sua riqueza mineral
alcançada pela produção contínua
centenária de sal, do teor de minerais e
pureza da água salgada desta localização e
do processo manual aperfeiçoado
localmente ao longo de séculos utilizado
para o obter e preservar as suas

Figura 44 Sal de Castro Marim características.


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5.3.3. Medronho do Algarve

O Medronho do Algarve é uma bebida alcoólica tradicional do Algarve. A destilação


dos frutos fermentados em alambiques de cobre ter-se-á expandido na bacia
mediterrânica a partir do Egipto.

Esta tecnologia terá sido absorvida pelos


gregos, sendo mais tarde difundida pelos
Árabes no sul da Península Ibérica, por volta
dos séculos IX e X. O alambique artesanal é
ainda hoje usado no Algarve e mantém as
características daquele que foi difundido

Figura 45 Medronho do Algarve pelos Árabes.


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6. Rota da Gastronomia da região da Madeira

Na Madeira, a gastronomia prima pelo tradicional e pelo contemporâneo, numa


subtileza construtiva entre os diversos produtos regionais, de grande qualidade, que
permitem a elaboração de um variado menu de especialidades gastronómicas que
vão desde a cozinha regional até à cozinha internacional, passando ainda pelo
gourmet.

Em pleno Atlântico, os peixes e mariscos do arquipélago são saborosos e


cozinhados com tradição, nas carnes, a famosa espetada de vaca em pau de
loureiro, que lhe dá um sabor inconfundível. Muito procurados são também o cuscuz
de fabrico caseiro, a sopa de trigo, e a carne de vinha d’alhos.
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6.1. Pratos típicos da Região

6.1.1. Carne de Vinho e Alhos

Carne de Vinho e Alhos tal como o nome indica, este prato consiste em pequenos
cubos de carne de porco, marinada e cozida em vinho branco, dentes de alho,
vinagre, louro e pimenta. Serve-se
acompanhado de fatias de pão frito ou em
sandes de bolo do caco. É um prato muito
apreciado sobretudo na época de Natal.

Figura 46 carne de Vinho e alho

6.1.2. Bife de Atum

Neste prato, o atum é cortado em bifes, temperado com sal e marinado num “molho
de vilão”. Este é feito com vinagre, azeite, alho,
orégãos e pimenta. A farinha de milho é cozida e
depois de arrefecida, é cortada em pequenos
cubos. Estes são fritos e servidos como
acompanhamento, típico da herança
gastronómica madeirense.

Figura 47 Bife de Atum


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6.1.3. Peixe-espada

O peixe-espada é um peixe alongado que se encontra disponível em poucos lugares


do Mundo, no entanto é típico da
Madeira.

Os suculentos filetes de peixe-espada,


as bananas descascadas e os filetes de
peixe são servem-se acompanhados de
batata cozida, também conhecida
localmente como “semilha”, salada de

alface e de tomate.
Figura 48 Peixe espada

6.2. Doces Tradicionais

6.2.1. Queijada

Por extrato de um códice manuscrito do Convento da Encarnação, no Funchal,


publicado no Arquivo Histórico da Madeira, em maio de 1937, se ajuíza da
confeitaria monástica. Faz-se referência
a uma grande variedade de doces,
entre os quais está presente a
Queijada, em quantidades medidas por
alqueire, para festejar solenidades
religiosas e suas oitavas (in Ilhas de

Figura 49 Queijadas Zargo).


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6.2.2. Bolo de Mel-de-Cana

É um bolo característico do Natal, de confeção tradicional, sendo indispensável a


sua presença em todas as casas nesta época festiva. Foi “inventado” na Madeira,
com a introdução da cana sacarina.

A sua confeção terá começado nos séculos


XV-XVI, de maneira mais simples que a
usada nos séculos 17 e 18.

Bolo de Mel-de-Cana, evada à regra em


diversas casas madeirenses, dita que este
bolo deve ser preparado no dia 8 de

Figura 50 Bolo de Mel-de-Cana dezembro para que esteja bom no Natal.

6.2.3. Rebuçados de Funcho

Rebuçados de Funcho trata-se da utilização do funcho. Esta planta vegetava em


grande quantidade nas encostas da baía do Funchal, aquando da sua descoberta.
Diz Gaspar Frutuoso: “... Funchal, a que o capitam
deu este nome, por se fundar em um vale fermoso
de singular arvoredo cheio de funcho até o mar”.
Esta planta aromática ainda hoje existe de modo
espontâneo e em pequena quantidade. Deu o
nome ao pico do Funcho.

Figura 51 Rebuçados de Funcho


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6.3. Produtos Gastronómicos característicos

6.3.1. Cuscuz

Cuscuz trata-se de um produto de confeção


mourisca, fabricado principalmente em Marrocos e na
Madeira. É também utilizado como arroz, mas não
em dia em que se sirva este, conforme determinou
para a Madeira o Rei D. Sebastião.

Figura 52 Cuscuz

6.3.2. Banana da Madeira

Banana da Madeira, refere a introdução da bananeira “Anã”. Referência semelhante


é feita por Pereira, nas Ilhas de Zargo, mas indicando como origem a China. Em
1911, exportaram-se 550 toneladas. É uma das
principais riquezas da Madeira. As suas
qualidades naturais vão-lhe conferindo uma fama
quase universal.

Figura 53 Banana da Medeira


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6.3.3. Poncha da Madeira IGP

A Poncha da Madeira IGP é um produto tradicional completamente enraizado na


cultura do povo madeirense, que ao longo de gerações tem dado vida a esta bebida
emblemática. A sua existência remonta ao século
XIX como a adaptação da bebida conhecida por
"panache" trazida da Índia pelos viajantes ingleses
no século XVIII.

Figura 54 Poncha da Madeira

7.Rota da Gastronomia da região dos Açores

As muitas receitas tradicionais da cozinha açoriana fazem as delícias dos


apreciadores de boa comida. Aqui, o peixe e o marisco são abundantes e por isso
para aqueles que gostam de saborear um delicioso peixe acabado de pescar, nos
Açores encontram o paraíso.

Nas carnes, há pratos típicos açorianos: o cozido das Furnas é único por ser
cozinhado debaixo do solo, com o calor que a terra mantém naquele lugar da Ilha de
S. Miguel, na ilha da Terceira o destaque vai para a alcatra, bem apaladada como
manda a tradição e ainda nas restantes ilhas as diversas variações da receita de
inhames com linguiça.
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7.1. Pratos típicos da Região

7.1.1. Alcatra

Alcatra é porventura a peça principal onde se obtém um apontamento, nem cozido


nem assado, mas um guisado aprimorado, que a permanência em formo leva a um
esplendoroso estufado atlântico, num encontro de sabores com participação exótica.

A confeção da alcatra propriamente dita terá a sua origem no povoamento da ilha,


embora a sua proveniência possa não ser
uma certeza. Os primeiros povoadores
eram oriundos das Beiras, onde existia
um prato com muitas semelhanças à
alcatra a chanfana, confecionada com
carne de cabra Velha.

Figura 55 Acatra

7.1.2. Cozido das Furnas

O cozido das Furnas, todos os ingredientes, necessários à confeção desta famosa


iguaria da gastronomia micaelense, são colocados numa panela que depois é
enterrada no solo junto às caldeiras
das Furnas.

Este prato tem assim um sabor


único, devido à peculiar forma
como é confecionado.

Figura 56 Cozidos das Funas


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7.1.3. Cavacos

Cavacos antigamente os Cavacos existiam em grande quantidade, mas não eram


muito apreciados como alimento, sendo até, ao que parece, utilizados como isco
para a pesca. Nos últimos anos, e
contrariando a tradição, os Cavacos
passaram a ser muito apreciados.

Figura 57 Cavacos

7.2. Doces Tradicionais

7.2.1. Bolo da sertã

A origem remota do Bolo da sertã é mourisca,


sendo o seu sistema de fabrico semelhante ao de
várias zonas do continente e da Madeira.

Figura 58 Bolo da sertã


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7.2.2. Lêvedo

Tem nome de bolo, mas pode ser considerado um pão doce. Muito apreciado,
tornou-se numa ótima fonte de receita e divulgação turística para a freguesia das
Furnas e para S. Miguel. Apesar de se confecionar por todo o arquipélago.

Predominantemente na Costa Norte da ilha


de S. Miguel, Capelas, Santo António e
Bretanha, ligado à época quaresmal do
jejum, onde o bolo terá afirmado o seu nome
“lêvedo”, confecionado de forma espalmada
e redonda, em sertã de barro.

Figura 59 Lêvedo

7.2.2. Malassadas

As Malassadas são uma especialidade micaelense, própria da época carnavalesca.

Acerca do seu nome existem duas versões:


segundo uns deveriam chamar-se Malassadas
porque antigamente entrava na sua composição
melaço de cana, outros, versão que parece mais
certa, defendem que o nome Malassadas tem
origem no processo de fabrico do doce.

Figura 60 Malassadas
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7.3. Produtos Gastronómicos característicos

7.3.1. Meloa de Santa Maria Açores

A cultura da meloa foi introduzida pelos colonizadores na ilha de Santa Maria por
volta do século XVI e foi mantida ao longo dos tempos como sendo uma cultura de
quintal.

As características específicas da Meloa de


Santa Maria Açores, resultam das condições
edafo-climáticas da ilha e dos métodos locais
de produção. A estes fatores junta-se o
conhecimento dos produtores sobre o fruto e o
Figura 61 Meloa de Santa Maria Açores respetivo modo de produção.

7.3.2. Manteiga Açoriana

A relação entre os Açores, a manteiga açoriana e a sua notoriedade são hoje


unanimemente reconhecidas, sendo que remontará ao Século XVI, a sua
popularidade. Data de 1896, a primeira
alusão à manteiga embalada nos Açores
conforme refere Vítor Machado Faria e Maia
nas suas publicações “Os lacticínios no
distrito de Ponta Delgada.

Figura 62 Manteiga Açoriana


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7.3.3. Queijo São Jorge DOP

Queijo São Jorge DOP é aproximado à descoberta daquela ilha (meados do século
XV), O seu fabrico foi incentivado pela comunidade
flamenga, experientes produtores de bens alimentares.
Estes encontraram na ilha um clima semelhante ao
das suas origens, ideal à produção do distinto queijo.
Este facto aliado ao patriotismo do povo jorgense faz
com que o queijo de São Jorge conserve as suas
características distintas ao longo dos anos.

Figura 63 Queijo São Jorge DOP


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8. Dieta Mediterrânica

A Dieta Mediterrânica teve a sua origem nos países banhados pelo Mar
Mediterrâneo ou que por ele são influenciados.

a identidade alimentar mediterrânica no nosso país, a qual coexiste com uma


componente identitária atlântica que caracteriza o Norte de Portugal, tendo como
denominador comum a presença do oceano Atlântico, importante fonte de peixe,
recurso central da identidade alimentar portuguesa. Deste património mediterrânico
vivo fazem parte quer os recursos alimentares locais quer os saberes-fazer que lhes
estão associados, daí resultando uma cozinha de grande efeito.

São estes exemplos que devem ser praticados e acarinhados por todos nós, no

sentido de garantir a sua salvaguarda para as gerações vindouras. A partir de agora


a gastronomia portuguesa não pode ser vista isoladamente, mas sim em conjunto
com a natureza e o turismo.

um estilo de vida marcado pela diversidade e conjugado com as características


seguintes:

- Consumo de produtos frescos, pouco processados e locais, respeitando a sua


sazonalidade;

- Consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados,


produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e
oleaginosos);

- Realização de confeções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções


certas;

- Utilização do azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos.

8.1. ALGUNS PRATOS DA DIETA MEDITERRÂNICA:

Caçarola de Coelho com Feijão Branco e Tomilho;


Dióspiros com Nozes;
Sopa de Feijão-Frade com Agrião;

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