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Exame Antecipado de 2015

1.a) Diga, sucintamente, quem pode realizar as análises de etanol em ar expirado.


O exame de pesquisa de álcool no teste de ar expirado é realizado por autoridade ou agente
de autoridade, designadamente, elementos da PSP ou da GNR, através da utilização de
aparelho aprovado para o efeito.

b) Diga, sucintamente, quem pode realizar as contraprovas sanguíneas de etanol e


em que casos podem ser requeridos.
O Serviço de Química e Toxicologia Forenses do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências
Forenses é o serviço responsável pela realização das contraprovas sanguíneas de etanol.
A contraprova em apreço pode ser requerida mediante a verificação de uma de duas situações
– sempre que a realização do texto de ar expirado não seja possível; e sempre que o
examinado solicite a contraprova sanguínea de etanol, sendo que realçar que o resultado
desta contraprova prevalece sobre o resultado do teste de ar expirado.

c) No decorrer da autópsia, que exames complementares são requeridos pelo


patologista? Justifique.
Os exames complementares requeridos pelo patologista num cenário de acidente de viação
são o exame de presença de substâncias psicotrópicas e o exame de alcoolémia, sendo que a
realização destes exames é prevista como obrigatória por disposição legal.

d) A análise químico-toxicológica remeteu uma alcoolémia de 0,48g/l. O Procurador


do Ministério Público solicita, perante os resultados obtidos, que seja realizado o
cálculo retrospetivo de alcoolémia. Face ao exposto, explique o que significa este
cálculo e diga se o mesmo deve ou não ser realizado.
O cálculo retrospectivo de alcoolémia realiza-se pela fórmula Co=Ct+Bt, correspondendo Co a
concentração de álcool extrapolada para a hora pretendida, Ct a concentração de álcool no
sangue no momento da extracção, B o coeficiente de etiloxidação do sangue e t o período de
tempo decorrido, visando determinar a concentração de álcool no sangue num determinado
momento prévio. Destaca-se o coeficiente de etiloxidação do sangue, que indica a capacidade
metabólica do indivíduo, contudo esta apresenta uma grande inter e intra variabilidade – ou
seja, há uma série de factores que influenciam a passa da fase de absorção para a fase de
eliminação, nomeadamente o tipo de bebida e sua dose ingerida, o peso, a idade e o sexo do
indivíduo, entre outros.
O cálculo exponencial utilizado em fórmulas como a apresentada leva a uma multiplicação do
erro da própria determinação, aumentando a possibilidade de desvios inaceitáveis – ainda
para mais, tendo em conta que esta fórmula apenas é aplicável na fase de eliminação, sendo
que para maior fidedignidade se exigem diversas determinações da taxa de álcool no sangue e
tão próximas quanto possível da ingestão.
Consequentemente, caso o patologista pretenda consolidar alguma ideia sobre o caso, esta
fórmula poderá ser utilizada de um ponto de vista teórico, mas deverá ser rejeitada, para
efeitos de limites legais, em acidentes de trabalho e acidentes de viação.
Nestes casos, prefere-se a análise do sangue periférico do cadáver, uma vez que, embora não
seja necessariamente a mesma, a concentração de etanol é, teoricamente, mais representativa
da concentração existente no momento da morte. Em caso de impossibilidade, pode-se
recorrer à análise do sangue central, desde que se verifiquem determinados pressupostos: não
pode haver putrefação, realização da análise dentro do intervalo de tempo post-mortem
inferior a 18 horas, ausência de traumatismos tóraco-abdominais severos, ausência de
aspiração de vómito e ausência de etanol no conteúdo gástrico. Porém, no não preenchimento
dos referidos pressupostos ou na inexistência de amostra de sangue, poder-se-á́ proceder à
determinação indireta da alcoolémia utilizando o humor vítreo (que é o líquido
anatomicamente muito protegido, que se localiza por detrás do olho, ausente de fenómenos
putrefativos). Contudo, esta amostra também tem um grande problema: é que não tem uma
correlação com a taxa de álcool no sangue, sendo muito vantajoso para determinar a ausência
de álcool. Já para a positividade de álcool no sangue temos de utilizar a taxa de conversão do
humor vítreo.
Um outro problema em relação à determinação da presença de álcool em cadáveres é a
formação e destruição de etanol. Efetivamente, o etanol pode ser sintetizado ou destruído
post mortem. A destruição não traz qualquer problema, porque leva à diminuição da
concentração do álcool. Mas a sintetização é importante, porque temos muitas bactérias nos
intestinos que levam à putrefação e que produzem álcool. Apesar disso, tal pode ser evitado
através da refrigeração do cadáver e das amostras. Também por este motivo se realiza sempre
a repetição do exame no mesmo dia ou um a dois dias depois.

2. Direito Penal e Violência Doméstica – Quais as conclusões “típicas” que pode


encontrar no modelo actual de relatório de avaliação do dano corporal pós-
traumático no âmbito do direito penal?
No relatório de avaliação do dano corporal pós-traumático em caso de violência doméstica no
âmbito do direito penal, o patologista deve proceder à descrição pormenorizada do dano e das
suas consequências para o ofendido (sua natureza e extensão); verificar os efeitos para o
corpo e a saúde do ofendido; determinar sobre a eventual criação de perigo para a vida;
prestar informação sobre a influência da conduta do agente na produção do resultado;
verificar da adequação da agressão à produção do resultado; e justificar, numa perspectiva
científica, a orientação das conclusões médico-legais.
No Direito Penal são valorizados os danos corporais – nunca os danos futuros. Daí que as
conclusões do relatório digam respeito à natureza do instrumento e da sua forma de actuação;
às consequências temporárias da agressão, através da indicação dos dias de doença; e às
consequências permanentes, pela conclusão da sua existência, pela verificação de perigo de
vida do examinado e pela aferição da necessidade de medidas psicossociais.
Deverá, portanto, o patologista, em primeiro lugar, abordar sobre o agente externo utilizado
para provocar os danos, identificando-os como agentes químicos, físico, biológicos ou
mecânicos. Os agentes químicos resultam da acção de substâncias químicas, produzindo
alterações desorganizativas ou de destruição celular, nomeadamente as substâncias cáusticas
e as corrosivas. Os agentes físicos podem ser resultantes da acção do frio, do calor, da
electricidade, de ondas electromagnéticas ou de substâncias radioctivas ou nucleares. Os
agentes biológicos, por outro lado, correspondem à acção dos seres vivos, como o são as
medusas. Já os agentes mecânicos podem ser de natureza contundente (através da utilização
de objectos duros, partes do corpo humano ou superfícies de embate, que podem causar
lesões traumáticas externas e lesões traumáticas internas), cortante (através da utilização de
armas brancas que causa feridas incisas), perfurante (através do contacto puntiforme ou
circular de um objecto no corpo humano) ou mista (através de instrumentos corto-
perfundantes como o punhal, a faca e a tesoura; ou corto-contundentes como o machado e o
sabre) – sendo estes os agentes mais comuns no âmbito dos casos de violência doméstica.
De seguida, deverá abordar sobre os danos temporários, traduzindo-os em dias de doença até
ao momento da cura, nos casos de recuperação total, ou da consolidação, nos casos de
recuperação com sequelas. Por último, deverá abordar sobre os danos permanentes que
resultam do evento e da existência ou não de perigo para a vida do ofendido.
É de salientar que não compete ao perito médico a presunção da intenção de matar, devendo
apenas pronunciar-se sobre a adequabilidade de determinado facto ou agressão e respectiva
consequência de resultado, estabelecendo, desta forma, o nexo de causalidade. Porquanto, é
fundamental que o perito médico seja capaz de descrever o dano corporal de forma
pormenorizada e sintetizada, fundamentando as suas conclusões, sem enquadrar a ofensa
num qualquer tipo legal de crime ou presumindo a intenção de matar – permitindo, assim, às
autoridades judiciárias e judiciais competentes uma sustentada apreciação jurídica do caso,
através da descrição das consequências médico-legais do facto praticado. Para o efeito, é
também exigível que o relatório seja devidamente completo, para a compreensão do prejuízo
real.
O relatório também deve indicar a entidade requerente, a autoria do mesmo e a identificação
completa da pessoa do ofendido.
Por último, são quatro os momentos em que o relatório se organiza, designadamente a
informação dos danos e reporte sobre os antecedentes, através da sua identificação,
descrição, interpretação e valorização; estado actual; discussão e conclusões.

3. O exame pericial do hábito externo pode revelar-se fundamental para a decisão


judicial. Comente, justificando e referindo que elementos devem constar no
respectivo relatório pericial.
O exame pericial do hábito externo refere-se ao exame realizado a cadáveres, podendo
revelar-se essencial para a decisão judicial, dado que dele se podem retirar informações que
permitam concluir, com segurança, pela inexistência de suspeita de crime e consequente
dispensa de realização de autópsia. O relatório associado a este exame exige uma descrição
detalhada e rigorosa, pois, na possibilidade de exigência de autópsia, poderão haver alterações
do estado do corpo, devido à actuação de fenómenos cadavéricos face ao decorrer do tempo
até o cadáver chegar à sala de autópsias.
Do relatório pericial deverão constar vários elementos, tais como os dados quanto à entrada
do cadáver no serviço médico e a sua identificação, a data e hora do óbito, informação sumária
da ocorrência, antecedentes da vítima, descrição dos dados obtidos pela observação do
cadáver, descrição do vestuário e dos objectos que acompanham o cadáver, sinais de certeza
de morte e sinais relativos à causa de morte, indicação das colheitas efectuadas com
especificação do seu tipo, volume, localização e hora da sua realização, sendo também
importantes os sinais relativos ao meio em que o cadáver foi encontrado.
Devem constar do relatório elementos identificadores do cadáver, como o sexo, o peso, a
altura, a descrição do cabelo, particularidades da dentadura, impressões digitais,
malformações, cicatrizes, idade aparente, a cor da íris, tatuagens, entre outros. Caso a vítima
não esteja identificada e se verifiquem danos corporais e manchas, é também necessário o
exame do vestuário e de objectos pessoais do cadáver, nomeadamente o seu estado de
conservação e sinais de compostura ou desalinho, bem como arranjos ou estragos e a sua
correspondência com eventuais lesões na superfície cadavérica.
De grande relevância são os sinais relativos à causa de morte, devendo o relatório indicar as
lesões traumáticas quanto à sua natureza, localização, forma, dimensão e características; os
processos patológicos espontâneos (como edemas, desnutrição, colorações anormais, entre
outros); a cor dos livores e a posição do cadáver.

4. A repercussão das sequelas para o exercício da actividade profissional de um


sinistrado é valorada de forma idêntica na avaliação do dano corporal pós-
traumático em direito civil e em direito do trabalho. Comente.
A afirmação em apreço é falsa. A avaliação do dano corporal pode ocorrer em diversas áreas
do direito, nomeadamente em direito civil e em direito do trabalho.
Em direito do trabalho, o objectio é a compensação da perda da capacidade de trabalho e
respectivo ganho, não sendo contemplados os danos subjectivos. A avaliação do dano é
traduzida em percentagem para aproveitar ao cálculo da indemnização, para efeitos de direito
de reparação – sendo esta reparação exclusivamente relacionada à incapacidade para o
trabalho, nos moldes concretos da sua realização diária, gerada por acidentes de trabalho dos
quais resultem lesões corporais, doença ou perturbações, verificação de morte ou redução da
capacidade de trabalho ou de ganho. Porquanto, as avaliações do dano corporal em direito do
trabalho são realizadas de forma quantitativa, graduando através da Tabela Nacional de
Incapacidades – cuja utilização padece de algumas desvantagens. Desde logo, ao valorizar as
sequelas de forma imprecisa, por não ter em consideração a capacidade restante da vítima e
pela sujeição de muitos peritos de forma passiva e acrítica aos valores indicativos nesta tabela
arbitrados. No caso de lesões múltiplas, o coeficiente global da incapacidade é obtido segundo
o princípio da capacidade restante, isto é, pela soma dos coeficientes parciais.
Por contraposição, em direito civil, o objectivo é a reparação integral do dano – sendo, para
tanto, tido em conta quer os danos subjectivos, quer os danos objectivos –, prevalecendo o
princípio da reparação integral do dano. Esta reparação integral, pelo seu cariz utópico, traduz-
se em repor a situação em que a vítima se encontraria se o facto gerador das lesões não
tivesse ocorrido, às expensas do responsável, restabelecendo o equilíbrio destruído pelo dano.
Pela contemplação dos danos subjectivos para efeitos de indemnização em direito civil, a
avaliação terá de ser ponderada, concreta e duplamente subjectiva, pois não só o doente terá
de determinar graus de dor, como também o médico o terá de fazer. Desta forma, no âmbito
civil podem ser reparados dano patrimoniais e danos não patrimoniais, sendo que a sua
avaliação é feita de forma qualitativa e caso a caso, sendo que nos danos temporários é
necessário precisar durante quanto tempo as lesões em evolução impediram a vítima de
exercer total ou parcialmente a sua actividade profissional.

5. Refira o interesse do estudo do cromossoma Y e do ADN mitocondrial em genética


forense.
Um dos cromossomas responsável pela determinação do sexo masculino é o cromossoma Y.
O ADN mitocondrial é transmitido pela mãe, sendo que as mitocôndrias se localizam no
citoplasma do óvulo. Ambos são marcadores genéticos e encontram-se na mesma localização,
o que significa que em laboratório são estudadas zonas específicas conhecidas.
É no âmbito dos crimes sexuais e da genética forense – nomeadamente a investigação
biológica da paternidade, identificação genética individual e criminalística biológica – que o
estudo do cromosso Y se demonstra relevante.
Quanto aos crimes sexuais, é muito importante, pois ao trabalhar exclusivamente com o
cromossoma Y, no estudo de uma colheita vaginal, estará o perito a lidar apenas com material
do agressor. De todo o modo, o cromossoma Y implica uma grande limitação: tendo este
cromossoma informação genética unicamente transmitida entre pai e filho, se nessa
transmissão não ocorreu qualquer tipo de alteração genética, poder-se-á não estar perante o
verdadeiro agressor – será, contudo, um dos homens da família em causa.
Quanto à genética forense, o cromossoma Y é passado pelos pais aos filhos, revelando grande
relevância na investigação biológica da paternidade.
Por sua vez, o estudo do ADN mitocondrial revela grande potencial no âmbito da genética
forense, principalmente perante amostras degradas e escassas. Altamente resistente à
degradação, é muitas vezes utilizados para o estudo de células sem núcleo (como o cabelo e a
pele escamada), para a investigação da maternidade e, também, para o estudo de tecidos
antigos e até arqueológicos, como o são os dentes e os ossos. No entanto, também o ADN
mitocondrial implica uma grande limitação, à semelhança do cromossoma Y: o ADN
mitocondrial apresenta um padrão de herança materno, sendo, portanto, idêntico para todos
os familiares maternos – dando uma identidade directa entre irmãos e parentes, informação
muito importante para a identificação de indivíduos e para o estudo da evolução da espécie
dado que a integridade genética é mantida, apesar das suas mutações.
Conclui-se, desta forma, que o cromossoma Y e o ADN mitocondrial são considerados
marcadores de linhagem.

6. Descreva quais os objectivos do exame do local e que elementos devem ser


registados relativamente ao local e ao cadáver que sejam relevantes para atingir os
objectivos propostos.
O principal objectivo do exame do local é verificar se está em causa uma morte natural ou
violenta, constituindo o exame um elemento auxiliar colocado ao dispor das autoridades
judiciárias competentes na averiguação da existência de suspeita de crime e,
consequentemente, da necessidade de realização de autópsia médico-legal.
Revela-se essencial e de extrema importância a realização deste exame, pois o corpo poderá
modificar-se por acção de fenómenos cadavéricos no intervalo de tempo entre a saída do
corpo do local e a sua chegada à sala de autópsias, consubstanciando-se, desta forma, o exame
do local na primeira e fundamental fase da autópsia médico-legal.
O exame do local tem como principais finalidades a verificação do óbito; a identificação da
vítima e do agressor; a estimativa da hora da morte (cronotanatognose); a elaboração de uma
hipótese sobre a causa, natural ou violenta, e etiologia médico-legal, designadamente
homicídio, suicídio ou acidente; bem como outras observações do caso concreto.
Relativamente ao local, o perito deverá registar o local, a data, a hora e a via de acesso; avaliar
as condições climatéricas e características concretamente relevantes do local; registar através
de fotografia a posição e o estado em que encontrou o cadáver; recolher a identificação e
contacto do principal responsável pelo local; identificar as pessoas presentes, nomeadamente
a que encontrou o cadáver, para a obtenção de informação preliminar que lhe permita avaliar
se, no intervalo de tempo decorrido, houve a produção de alterações, artefactos ou
contaminações; documentar fotograficamente e eventual colheita de vestígios físicos e
biológicos; registar as vias de acesso disponíveis; relatar os elementos sugestivos de possível
mudança ou alteração do corpo no local; registar a presença de objectos ou armas que possam
corresponder à origem das lesões verificadas no cadáver.
Relativamente ao cadáver, em primeiro lugar, o perito deverá efectuar um exame preliminar e
sumário das diferentes regiões do corpo, bem como da natureza e descrição das lesões,
seguido do registo do exame ao vestuário e dos sinais identificativos do cadáver, bem como de
eventuais sinais de tratamento e de reanimação. Para além disto, deverá também ser
registada a posição em que o cadáver é encontrado e suas condições, nomeadamente o
arrefecimento, os livores, o grau de decomposição, o estado de putrefação e sinais de
desidratação. Quanto aos sinais identificativos do cadáver, o perito deve proceder ao registo
das características identificativas, como cor do cabelo, cor da íris, tatuagens, cicatrizes,
deformações ou próteses, entre outras, mediante o estado em que encontra o cadáver.
Exame Normal de 2016

1.Descreva quais os objectivos do exame do local e que elementos devem ser


registados relativamente ao local e ao cadáver que sejam relevantes para atingir os
objectivos propostos. (resposta igual à pergunta 6 do exame antecipado de 2015)

2.Quais os objectivos do Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO) e que


vantagens trouxe relativamente à certificação de óbito em papel?
O SICO proporciona uma interacção electrónica das diversas entidades envolvidas na
certificação do óbito, nas respectivas fases de intervenção.
Tem como principais objectivos a desmaterialização dos certificados de óbito e a comunicação
electrónica dos dados respectivos às entidades públicas interessadas e devidamente
autorizadas, promovendo uma adequada utilização dos recursos, a melhoria da qualidade e do
rigor da informação e a facilidade e rapidez do acesso aos dados em condições de segurança.
Para além disto, verificam-se outros objectivos associados ao SICO, de entre os quais se
exemplifica a incorporação da informação obtida a posteriori dos resultados da autópsia; o
registo informatizado dos certificados de óbito, normal e ou fetal ou neo-fetal, directamente
pelos médicos; e a contribuição para o tratamento estatístico sobre as causas de morte.
Com efeito, o SICO gerou várias vantagens relativamente à certificação de óbito em papel.
Designadamente, permitiu o conhecimento do número de óbitos por dia, bem como o
conhecimento mais rápido das causas de morte, o que, consequentemente, levou a um melhor
tratamento estatístico. Para além disto, possibilitou a incorporação da informação obtida a
posteriori do resultado da autópsia e permitiu a actualização da base de dados de utentes com
os óbitos ocorridos e devidamente validados. Por último, destaca-se a contribuição para o
aumento da privacidade dos cidadãos, visto que a Conservatória não tem acesso à causa de
morte, nem ao número da autópsia; e para a preservação de informação importante em
investigação criminal.

3.A entrevista forense sobre um suposto abuso sexual deve ser efectuada com
cautela, particularmente, no caso de crianças. Diga o que entende sobre os
procedimentos aconselhados para a realização desse tipo de entrevistas.
A entrevista forense sobre um suposto abuso sexual necessita sempre de cuidado na sua
realização e forma de abordagem da vítima – caso a vítima seja uma criança, deverão ser
adoptados procedimentos e cuidados especiais atendendo às suas especificidades.
O ponto de partida do exame médico-legal é a entrevista, isto é, o relato do evento e das
circunstâncias que rodeiam o entrevistado. Através da entrevista, a actuação pericial será
orientada, determinando a necessidade de exame físico, quais as amostras biológicas, e
outras, a recolher e a necessidade de acompanhamento médico posterior.
A entrevista deverá ocorrer uma única vez, sem interrupções, e o mais próxima possível do
evento que a gerou, sendo que os pais ou outros acompanhantes da criança deverão estar a
par do sucedido. Também o local onde decorre a entrevista deverá ser o mais adequado
possível à idade da vítima, oferecendo privacidade, conforto e tranquilidade.
De modo a evitar a vitimização secundária, o médico deverá respeitar o pudor das crianças,
efectuando a entrevista na presença de um psicólogo para avaliação da credibilidade do
discurso, bem como na presença do Ministério Público em sala anexa, com contacto por janela
unidireccional.
Deverão ser abordados, durante a entrevista, os antecedentes pessoais, os antecedentes
familiares e o contexto social da criança, valorizando a situação de terceiros e os riscos de
recidiva.
A linguagem utilizada terá de ser adequada à idade da vítima, abordado o assunto de modo
neutro e do geral para o particular, isto é, fazendo uma abordagem em túnel. Será também
benéfico assegurar a criança de que nada será dito aos seus pais, convidando-a à narrativa
através de perguntas abertas e aceitando ocultação nas respostas.
Para além dos procedimentos comuns em entrevistas forenses sobre suposto abuso sexual –
designadamente, manter a imparcialidade e a objectividade, bem como a mente aberta e
evitar o carácter julgador, considerando todas as alternativas possíveis e cautelando a
interpretação de elementos aparentemente inexplicáveis –, é de extrema importância, nos
casos em que a vítima é uma criança, cultivar a capacidade de compreender a criança,
percebendo as suas resistências derivadas do medo e da vergonha, transmitir um sentimento
de confiança e assegurá-la de que vai ser ajudada.

4.Refira em que consiste o Likelihood Ratio em genética forense.


O Likelihood Ratio (LR) surge no âmbito das perícias de criminalística biológica, para uma mais
segura identificação do autor do crime.
Nestas perícias são realizadas comparações entre as características genéticas das amostras
biológicas presentes a exame e as mesmas características de amostras biológicas colhidas à
vítima e suspeito. Quando há concordância de perfis genéticos é efectuada a valorização
estatística dos resultados, através do teorema de Bayes, determinando que é possível concluir
pela exclusão ou pela coincidência entre a mancha encontrada e o material genético do
suspeito. No entanto, nem sempre se revela possível atingir uma probabilidade de 100% de
certeza nessa correspondência, dando origem a várias interpretações de resultados,
nomeadamente, as falácias de acusação – segundo as quais se determina uma percentagem de
probabilidade de o suspeito ser culpado – e as falácias de defesa – que se traduzem na
determinação de baixas percentagens da probabilidade de culpa do suspeito. É então, no
combate destas falácias, que se recorre ao cáculo do LR.
Com efeito, LR é a razão de verosimilhança, isto é, a comparação entre dois resultados – o do
indivíduo suspeito com outro indivíduo qualquer da população –, entre a probabilidade do
resultado se a mancha for do suspeito e a probabilidade do resultado se a mancha for de
outrem. Quanto mais baixa for a frequência do genótipo na população, maior é a
probabilidade de o sujeito ser o culpado, sendo a população de referência determinada pelo
tribunal.
No âmbito do LR, Evett elaborou uma escala que determina que um resultado superior a 1000
é muito forte e um resultado entr 1 e 33 tem uma força fraca.

5.Diga qual a importância da cadeia de custódia em toxicologia forense, que passos


deve incluir e como se verifica.
Em toxicologia forense, a cadeia de custódia constitui o princípio básico de assegurar que tudo
o que é analisado pelo laboratório é fiável, credível e não pode ser posto em causa. Desde a
recolha da amostra até ao seu processamento, há que respeitar uma série de cuidados
específicos que são garante da não violação da amostra.
Com efeito, a primeira coisa verificada assim que a amostra dá entrada é se a cadeia de
custódia foi cumprida, pois qualquer procedimento efectuado sem os devidos cuidados e a
devida observação pelas condições de segurança exigidas pode provocar danos irreparáveis à
amostra, comprometendo a idoneidade do processo, o que leva à falta de integridade da
prova.
Desta forma, devem ser observados especiais cuidados relativamente à recolha de amostras –
quanto à adequabilidade da colheita para o tipo de análise, bem como a utilização de luvas e a
elaboração de um documento com a descrição da história da colheita –; relativamente ao seu
acondicionamento – a respectiva etiquetagem, a utilização de tubos próprios fornecidos pelo
STF do INMLCF e seu fechamento hermético, e o envio urgente da colheita para os
laboratórios competentes –; relativamente ao seu armazenamento e transporte – devendo os
contentores ser adequados a cada tipo de amostra e devendo estar fechados e selados, com
fechos especiais que permitam verificar da sua violação, para o envio, estando devidamente
etiquetados com identificação inequívoca sobre o conteúdo, a sua proveniência e a data e hora
da colheita, sendo que devem ser mantidos ao abrigo da luz e a baixas temperaturas –; e
relativamente à sua entrega – esta deve ser feita idealmente em mão no próprio dia da
recolha, devendo o serviço destinatário registar o recebimento da amostra. Para além disto, a
entrada e saída do laboratório é feita mediante cartão, que as registas com a respectiva hora,
devendo as necessárias requisições estar devidamente preenchidas.
Por último, o cumprimento da cadeira de custódia é uma condição de admissibilidade da
amostra como meio de prova, devendo, inclusivamente, o magistrado solicitar os
comprovativos da cadeia de custódia.

6.Refira quais os parâmetros de avaliação do dano corporal usualmente


considerados no âmbito do direito civil, explicitando em que consistem e de que
forma são avaliados.
Os parâmetros usualmente considerados, no âmbito do direito civil, para a avaliação do dano
corporal são os danos temporários e permanentes e os danos patrimoniais e não patrimoniais,
de acordo com o princípio da reparação integral dos danos.
A perícia tem como primeiro momento a determinação da data da cura – recuperação
anatómica, funcional e psiconsensorial integral – ou consolidação – estabilização das lesões,
verificando a não recuperação total, com sequelas para o resto da vida.
Seguidamente, procede-se à avaliação dos parâmetros, sendo que em primeiro lugar são
analisados os danos temporário, seguidos dos danos permanentes.
Nos danos temporários atende-se a quatro parâmetros: o primeiro corresponde ao défice
funcional temporário (total ou parcial) que diz respeito ao período durante o qual se verifica a
perda de autonomia na realização de actos correntes da vida familiar, diária e social; o
segundo corresponde à repercussão temporária na actividade profissional (total ou parcial)
que diz respeito à determinação do tempo durante o qual as lesões em evolução impediram a
vítima de exercer total ou parcialmente a sua vida profissional; o terceiro corresponde ao
quantum doloris que se traduz na valorização da dor física resultante de factores internos ou
subjectivos – respeitantes ao sofrimento psíquico – e de factores externos ou objectivos –
designadamente, as características das lesões traumáticas, as modalidades de tratamento e a
evolução das lesões; o quarto corresponde ao dano estético temporário, utilizando-se a escala
quantitativa de 1 a 7.
Nos danos permanentes, não integrados como quantum doloris, avalia-se a dor dentro da
própria incapacidade permanente da pessoa através de seis parâmetros: o primeiro é o défice
funcional permanente da integridade físico-psíquica (total ou parcial), avaliado de forma
metodologicamente igual em todas as pessoas, independentemente da sua actividade
profissional; o segundo é a repercussão permanente na actividade profissional (total ou
parcial), que não deverá ser confundido com o parâmetro do direito de trabalho valorado em
percentagem, sendo todos estes parâmetros apresentados no âmbito do direito civil valorados
em pontos; o terceiro é o dano estético, tendo em conta o grau de notoriedade e o desgosto
vivenciado e manifestado pela vítima, podendo este ter virtualidade de dano patrimonial
quando tenha reflexos na actividade profissional; o quarto é a repercussão permanente nas
actividades desportivas e de lazer; o quinto é a repercussão permanente na actividade sexual
que corresponde à limitação total ou parcial do nível de desempenho e gratificação sexual
decorrente de sequelas físicas e ou psíquicas; o sexto relativo às dependências actuais e
futuras que decorram da incapacidade permanente e se traduzem nos cuidados médicos,
paramédicos ou próteses após a consolidação para evitar um agravamento do estado sequelar.
Nos terceiro, quarto e quinto parâmetros, utiliza-se uma escala quantitativa de 1 a 7.
Resumidamente, nos danos temporários verificam-se como danos patrimoniais a repercussão
temporária na actividade profissional e como danos não patrimoniais o défice funcional
temporário, o quantum doloris e o dano estético temporário. Já nos danos permanentes,
verificam-se como danos patrimoniais a repercussão permanente na actividade profissional e
as dependências e como danos não patrimoniais o dano estético permanente (excepto nos
casos em que assuma virtualidades patrimoniais), a repercussão na actividade profissional e a
repercussão nas actividades desportivas e de lazer.
Exame Recurso de 2016

1.Refira os principais cuidados a ter na colheita, acondicionamento e transporte de


amostras para identificação genética.

2.O nexo de causalidade médico-legal pode ter natureza diversa, sendo que o nexo
total, directo e certo não deixa dúvidas no seu estabelecimento. Refira e defina
outros tipos de nexo de causalidade que conhece, explicando através de exemplos.
Não se pode confundir o nexo de causalidade médico com o nexo de causalidade jurídico,
sendo que o primeiro não pode avaliar pressupondo coisas que não aconteceram ou das quais
não tem dados.
O nexo de causalidade corresponde, portanto, à relação entre a alteração da integridade
psicofísica de um determinado indivíduo e um determinado facto, sendo o elemento que
permite admitir cientificamente a existência de uma ligação entre um qualquer evento e um
estado patológico – sendo que pode ser certo ou hipotético, directo ou indirecto, total ou
parcial.
Sendo o nexo de causalidade médica certo, directo e total não se oferecem dúvidas, no
entanto quando é hipotético, indirecto e parcial surgem algumas questões.
Quando o nexo de causalidade é hipotético a análise dos critérios relativos ao nexo de
causalidade não consente o seu estabelecimento com segurança, sucedendo, todavia, que o
perito médico também o não pode afastar formalmente – por exemplo, um enfarte do
miocárdio num doente com antecedentes cardíacos.
Quando o nexo de causalidade é indirecto, visa a filiação patogénica entre a causa e o efeito –
por exemplo, a infecção por SIDA na sequência de uma transfusão de sangue necessária na
consequência de uma lesão.
O nexo de causalidade é parcial quando, num estado patológico, intervém mais do que um
único facto etiológico. Ou seja, é parcial, porque há mais do que uma causa que concorre,
entre as quais, o traumatismo, para o resultado do dano – por exemplo, a rotura do menisco
do joelho num indivíduo com alterações degenerativas no joelho prévias ao traumatismo.

3.Que aspectos considera dever ser mencionados nas conclusões de um relatório de


avaliação de dano corporal em direito penal?

4.Mencione os principais objectivos que levam à realização de uma autópsia médico-


legal.

5.Refira o que são livores e qual a sua importância médico-legal.

6. “Os casos de intoxicação por cianeto estão actualmente mais associados a uma
etiologia homicida”. Comente, indicando se considera verdadeira ou falsa a
afirmação, justificando.

Exame Especial de 2016


1.Quais são os objectivos do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO)
contemplados na Lei nº15/2012 e que vantagens trouxe este sistema relativamente à
certificação do óbito em papel? (resposta igual à pergunta 2 do exame normal de 2016)

2. O objectivo, a ponderação dos danos extrapatrimoniais, o ónus da prova e a


valoração do estado anterior são variáveis consoante o âmbito do Direito em que se
processa a perícia médica de valoração do dano corporal. Comente a afirmação,
considerando a avaliação pericial do dano corporal em Direito do Trabalho e em
Direito Civil.

3. Refira, justificando, se é possível atingir uma probabilidade de paternidade de


100%.

4.Quem pode pedir análises químico-toxicológicas ao Serviço de Toxicologia


Forense? Exemplifique um pedido em cada entidade requisitante referida.

5. Suponha que integra uma equipa de investigação que se deslocou a um domicílio


por ter sido encontrado no interior do mesmo um cadáver do sexo feminino com 50
anos de idade posicionado sob os lençóis no interior da cama. A informação inicial
era de que se tratava de uma vítima de aparente causa de morte natural durante o
sono. Contudo, após proceder a um atento exame do cadáver no local fica com uma
forte suspeita de que está perante um provável homicídio por compressão extrínseca
do pescoço (assuma que não estava visível qualquer meio constritor junto à vítima).
Neste contexto, indique alguns possíveis achados susceptíveis de justificarem essa
suspeita.

6. Que aspectos considera importantes na colheita de informação em casos de


exame em suspeita de maus tratos em crianças?

Exame Antecipado de 2016

1.Suponha que estava a ouvir rádio quando o locutor informa que mais uma mulher
foi vítima mortal de Violência Doméstica em Portugal, sendo que as primeiras
informações apontam para homicídio passional por esganadura no próprio quarto do
casal.
Indique, justificando, cinco achados que poderia encontrar no estudo necrópsico.

2. Diga, sucintamente, qual a importância da cadeia de custódia em Toxicologia


Forense, indicando quais os passos cruciais da mesma. (resposta igual à pergunta 5 do
exame normal de 2016)
Critérios de Correção:
 1.5 valores (informação sobre a rastreabilidade, a idoneidade dos resultados, resultados
fidedignos, constituição de prova em tribunal, etc)
 1.5 valores [indicação dos 3 passos fundamentais: 1o - Escolha e colheita das amostras (de
acordo com o tipo de exame a realizar, quantidade, local das colheitas, evitar contaminações,
colheitas das amostras de sangue antes das vísceras, amostras separadas, etc), 2o -
Acondicionamento (em tubos próprios fornecidos pelo STF do INMLCF, etiquetas, informações nas
etiquetas, requisições, colocação em sacos selados e numerados, etc); 3o- Transporte e
Armazenamento (condições próprias, ao abrigo da luz, em condições de refrigeração, etc).

3. O nexo de causalidade pode ter natureza diversa, sendo que o nexo parcial,
indirecto e hipotético não deixa dúvidas no seu estabelecimento. Diga o que entende
por cada um dos tipos de nexo de causalidade mencionados e comente a afirmação.
(resposta dada na pergunta 2 do exame recurso de 2016)
Critérios de Correção:
 O enquadramento das respostas num determinado nível de desempenho contempla aspectos
relativos aos conteúdos, à organização lógico-temática e à utilização de terminologia científica.
Porém, se os elementos adiante referidos revelarem uma contradição entre si, a cotação a atribuir
é de zero pontos. A descrição dos níveis referentes à organização lógico temática e à terminologia
científica é a que se apresenta.
 Referir que a afirmação está incorrecta, na medida em que somente quando a análise dos
critérios relativos ao nexo de causalidade permitir estabelecer-se um nexo certo, direto e total não
existirão dificuldades no seu reconhecimento. (cotação de 1 valor).
 A definição de cada um dos 3 nexos de causalidade. Nexo hipotético – Quando a análise dos
critérios relativos ao nexo de causalidade não consente o seu estabelecimento com segurança,
sucedendo todavia que o perito médico também o não pode afastar formalmente. Nexo parcial -
quando num estado patológico intervém mais do que um único fator etiológico, o nexo é parcial
porque há uma ou mais causas que concorrem, entre as quais o traumatismo, para o resultado
dano. São situações de concausalidade em que o dano é imputável só parcialmente ao
traumatismo. Nexo indirecto - visa a filiação patogénica entre a causa e o efeito. Referência a
exemplos - Nexo de causalidade indirecto - será indirecto para o médico a ligação entre um
traumatismo abdominal e a seropositividade para a SIDA, na sequência de uma laparotomia e da
esplenectomia que necessitou de uma transfusão. É, pois, necessário que o médico explique esta
ligação indirecta, para que o decisor possa compreender e tirar as consequências sobre o plano de
responsabilidade do autor e da reparação do dano sofrido pela vítima. Nexo de causalidade
hipotético – o enfarte do miocárdio em individuo com antecedentes cardíacos. Nexo de
causalidade parcial – rotura do menisco no joelho em indivíduo com alterações degenerativas no
joelho prévias ao traumatismo. (cotação de 1 valor para cada um dos nexos de causalidade
mencionados, sendo no total 3 valores).

4. Refira, justificando, quais os procedimentos que devem ser seguidos por uma
vítima de um crime de natureza sexual por forma a preservar os vestígios biológicos
com vista a uma identificação genética.

5. Refira, justificando, quais os objectivos de um exame do local no âmbito de uma


investigação forense. (resposta dada na pergunta 6 do exame antecipado de 2015)
Critérios de Correção:
 Enumeração correta e completa dos objetivos da atuação do perito médico-legal aquando exame
do local abordadas na aula e contempladas no ficheiro de apoio, não se pretendendo com a
resposta normas de procedimento pericial (cotação de 1,5 valores)
 Justificar, para cada um dos objetivos mencionados, o interesse dos dados a recolher no exame
do local para dar cumprimento ao objetivo estipulado (cotação de 1,50 valores).

6. Descreva quais os elementos que podem constituir particular motivo de suspeita


quanto à possibilidade de se estar perante um caso de abuso/maus tratos em
crianças.

Exame Normal de 2017

1.”A lei nacional relacionada com a condução rodoviária sob efeito de substâncias ilícitas
é uma lei per se”. Justifique a afirmação.

2. De acordo com a lei, os cadáveres que derem entrada nos serviços médico-legais devem
ser sujeitos a um exame pericial do hábito externo. Refira, justificando, quais os objectivos e
interesses desse exame. (resposta dada na pergunta 3 do exame antecipado de 2015)
A cotação a atribuir é a seguinte:
 Descrever os objetivos do exame pericial do hábito externo, previsto no no13 do arto
16o da Lei 45/2004, Não se pretende com a resposta a enumeração dos dados recolhidos durante o
exame do hábito externo, realizado no contexto de uma autópsia médico-legal e fazendo parte
integrante desta (cotação de 1,50 valores)
 Justificar o interesse deste exame e sua importância para a entidade a quem é remetido (cotação
de 1,50 valores).

3. Explique o que entende por abuso sobre mulheres e dê um exemplo, ao longo da vida de
uma mulher, que se enquadre neste tipo de abusos. Descreva também o ciclo de violência
mais comum entre o abusador e a vítima.

4. A repercussão das sequelas para o exercício da profissão de um sinistrado é valorada


através de parâmetros de dano distintos na avaliação do dano pessoal pós-traumático em
Direito Civil, em Direito do Trabalho e em Direito Penal. Comente a afirmação e ilustre de
que forma é valorada essa repercussão em cada âmbito do Direito (Penal, Trabalho e Civil)
em que a perícia se processa.

5. Imagine que integra a equipa da Polícia Judiciária na investigação de um provável


homicídio por arma de fogo de cano curto. Indique os principais aspectos a considerar.

6. No âmbito da identificação genética de vítimas de um desastre de massa, refira os


possíveis modos de comparação das amostras, bem como as respectivas vantagens e
desvantagens.

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