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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE


PROGRAMA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
BACHARELADO EM DIREITO

VICTÓRIA THEREZA AGUIAR SIQUEIRA


2023007660

RESENHA

SANTARÉM- PA
2023
Resenha do vídeo: “Ciganos: Um Povo Invisível”
O vídeo, disponível no canal do Ministério Público Federal, traz à tona um
conhecimento aprofundado na cultura cigana no Brasil, partindo desde a chegada desses
povos, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. As etnias Rom, Calon e Sinti são
as mais encontradas e catalogadas no país, e estima-se que existam mais de 500 mil ciganos
vivendo nos limites do território brasileiro.
Apesar de possuir cultura e uma vasta população no país, os ciganos são alvos de
diversos preconceitos que criam estigmas profundos no seu modo de viver, fazendo com que
não ocorra a execução de direitos constitucionais básicos que possam modificar o cenário de
necessidade vivida por essa população. É preciso analisar que esse problema deixa essas
pessoas desamparadas e sem o suporte para poder praticar sua cultura.
A princípio, a falta de apoio governamental no século passado foi um dos motivos para
a marginalização e preconceitos da população brasileira. Em decorrência disso, grande parte
dos ciganos acima de 30 anos são analfabetos, muitas famílias não possuem acesso a
saneamento básico ou eletricidade e outras são obrigadas a viver como nômades, vítimas da
falta de amparo nas cidades. Entretanto, com o início desse novo século e com a busca de
atividades de amparo social para povos no Brasil, tivemos uma mudança no quadro dos
ciganos.
Em 2015, tivemos a criação da Lei 4 (PL 248/2015), que propôs um “Estatuto do
cigano”, esse estatuto foi de extrema importância para a execução dos direitos dos povos
ciganos, que até então estavam sendo ignorados pela população brasileira. Especialmente seu
Artigo 3, que especifica a importância da participação da população cigana em todas as
esferas, com igualdade e oportunidades, assim como o combate à discriminacão e a adoção de
medidas e políticas de ação afirmativas.
Mas essa não foi a primeira vez que tivemos políticas afirmativas voltadas à
visibilidade da vida cigana. No dia 24 de maio de 2006 foi criado o Dia Nacional do Cigano
no Brasil e o evento foi marcado também pelo lançamento da cartilha Povo Cigano: o direito
em suas mãos. Essa cartilha foi de extrema importância para o conhecimento popular dos
ciganos. Nela, temos a discussão da falta de amparo da União sobre as condições de vida desse
povo, assim como análises sociais dos direitos que não chegam à eles.

"Nenhuma política terá sucesso se não contar com a


participação da comunidade cigana e suas lideranças. Em
todas as Conferências de Direitos Humanos, a comunidade
cigana esteve presente, participando ativamente,
denunciando e propondo ações."

- Povo Cigano: o direito em suas mãos. Perly


Cipriano (2006, p.5)

Dessa forma, podemos observar que, apesar de lento, as leis brasileiras estão buscando
mudanças e se modificando para atender a todas as camadas sociais do povo brasileiro,
procurando servir como o instrumento de proteção social, não perdendo seu caráter igualitário.
Referências Bibliográficas:

BRASIL. Projeto de Lei do Senado n° 248, de 2015. Dispõe sobre a criação do Estatuto do
Cigano. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2015.

STANESCON, Mirian. Cartilha Povo cigano: o direito em suas mãos. Brasília: Presidência da
República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH).

Canal MPF. Documentário - CIGANOS: Povo Invisível. Youtube, 25 de maio de 2018.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yOROSBwaIh4

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