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Aula 4
Fases presenciais
Metas
• Apresentar os aspectos relevantes nas fases presenciais de fechamento
e controle de uma negociação.
• Mostrar a aplicação destas fases para a análise de uma interação.
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Julia, gestora de uma escola de formação profissional Logo no início do encontro, o clima estava
para jovens, tinha passado um mês inteiro bastante cordial...
formatando um projeto de treinamento para ser
oferecido à Expert, uma empresa de médio porte da
região; agora, finalmente, encaminhava-se à reunião
final, para a assinatura do contrato com Jorge Agarri,
o responsável pela Expert .
CONTROLE
Figura 4.1: Dê uma olhada novamente nas fases do processo de negociação. Agora estamos chegando ao
final e vamos ver o fechamento e controle.
Bob Smith
Figura 4.2: Imagine uma negociação que vá ter mais de uma rodada. Em uma das reuniões, tudo
transcorre muito bem em 90% do tempo. Todavia, no final, os ânimos se exaltam, as pessoas brigam e
se desacatam. Qual impressão vai permanecer para a próxima rodada? A de discórdia. Agora, imagine
que em determinada reunião as pessoas negociem à italiana, discutam muito, desentendam-se, mas, ao
final, tutti amici (todo mundo amigo). Qual a impressão que vai permanecer para a próxima rodada? A
de empatia, tranquilidade.
O final é importante! Isto porque, pela altura do fechamento, a maior parte dos
dados já estará na mesa, e aí sim, podem haver questionamentos. Quando duas
pessoas sentam-se para negociar, muitas vezes uma delas detém informação a que a
outra não teve acesso ou desconhece. Na fase final, esse conhecimento está melhor
nivelado.
Imagine um arquiteto apresentando a seu cliente um projeto ainda na planta.
Como é arquiteto, tem a experiência de enxergar na própria planta a casa da forma
como deve estar em sua formulação final. Mas o cliente muitas vezes acha que
entendeu; só quando vê a casa pronta, é que pensa: “Ah... será que não dava para esta
parede ser mais para cá?” Muitos dos softwares de arquitetura hoje tentam simular
o melhor possível visualmente, para que os clientes possam ter essa visão ainda nas
fases iniciais do projeto. Também nós, em mesas de negociação, deveríamos perceber
quando o outro lado não está ainda nivelado, em termos de percepção, quanto ao que
estamos mostrando. Muitas vezes, este nivelamento só ocorre na fase de finalização.
Negociadores experientes sabem que, muitas vezes, quando já se acha que está
ganhando, pode haver uma reviravolta ou uma insegurança a mais.
Uma Linda Mulher tornou-se um clássico dos anos 90. Se você não assistiu
a ele, não perca tempo. Além de o filme ser um ótimo divertimento, você
ainda pode prestar mais atenção à negociação que acontece paralelamente
à história de amor.
Preparação
• Objetivo real: manter a empresa funcionando.
• Objetivo ideal: conseguir o investimento de Gere.
• Organizou todas as possibilidades de melhoria da empresa.
• Conhecia previamente os interesses de Gere.
• Reviu negócios que havia realizado no passado com o pai de Gere.
• Comentou a capacidade empresarial do pai de Gere.
Abertura
• Escolheu um ambiente mais pessoal, em um jantar com acompanhante.
• Elogiou sinceramente um atributo positivo de Julia.
Exploração
• O Sr. Morris pede a Gere que diga o que tem em mente.
Proposta e contraproposta
• Gere propõe a compra da empresa.
• O Sr. Morris comenta o contrato da Marinha e seus planos de expansão,
para sinalizar que a empresa vai se recuperar.
• Gere dá uma demonstração de força, insinuando o bloqueio à realização do
contrato, alegando que tem amigos na Marinha, gerando o impasse hostil.
Finalização
•O Sr. Morris declara o impasse e se retira sem agressão.
É claro que teria sido melhor para o Sr. Morris se o investimento de Gere em sua
empresa já tivesse sido decidido no jantar. Mas nem sempre o momento, o tempo ou a
reação do outro são aquilo de que gostaríamos. É frustrante sair de uma negociação sem
concluí-la favoravelmente e, ainda por cima, quando recebemos uma demonstração de
força por parte do outro lado, como aconteceu quando Gere insinuou sua influência na
Marinha. Mas, na prática, qualquer lado sempre pode reconsiderar sua posição de não
vender, de não aceitar ou de não comprar posteriormente, levando em consideração os
nossos argumentos. Por isto, a recomendação: na fase de finalização, manter as portas
abertas, preocupando-se em manter uma imagem cordial.
O que eu sempre sugiro é que você nunca deixe de pensar na interação como um
jogo passível de ter prorrogação. Toda negociação pode ter prorrogação se o outro
lado, no fechamento, ainda não estiver seguro ou satisfeito. Não adianta o time
jogar bem e, na hora da prorrogação, estar completamente sem fôlego, não é? Então,
considere como certo que, depois de tudo apresentado, é como se tudo fosse começar
novamente, com perguntas, reformulações etc. Se chegar a um acordo que atenda a
seus interesses antes, é lucro!
Sectionz
Figura 4.4: A gentileza deste gesto de oferecimento pode frequentemente dissolver uma hesitação de
última hora sobre como chegar ao encerramento.
A distorção da percepção
pessoas. Se a tarefa não era uma responsabilidade pré-acordada, a louça deve ter
ficado, por certo tempo, incomodando a pessoa que efetivamente se mobilizou para
lavá-la. Quando executou o serviço, vamos supor que esta mesma pessoa tenha ficado
em torno de 15 a 20 minutos envolvida com a tarefa. Quando terminou, é bastante
possível que ainda tenha pensado no que fez, algumas vezes, seja para se congratular
de tê-lo realizado, seja para remoer o fato de que estava se sentindo sobrecarregada.
Observe a quantidade de vezes que a ação passou no “processamento mental” da
pessoa que a executou. A outra parte do casal, quando chega à residência, ou nem
percebe que a louça foi lavada – afinal, o incômodo não está mais lá – ou, se o perceber,
pensa, simplesmente: “Legal! O outro lavou!”. Apenas um processamento mental!
Como a primeira pessoa teve diversos processamentos mentais ligados à execução da
tarefa, esta parece mesmo ampliada em importância para o cérebro.
Você tem a sensação de que é sempre você quem tem que abastecer o papel
na impressora? Ou que é sempre você a trocar o rolo do papel higiênico? A não ser
que more sozinho, há boa chance de estar sendo influenciado por esta distorção de
percepção.
E o que tem isso com o fechamento de uma negociação? A mesma diferença de
percepção pode ocorrer em relação às concessões que uma pessoa fez. O negociador
que realiza a concessão, possivelmente, trabalhou-a mentalmente muitas vezes,
questionando se realmente poderia fazê-la ou dimensionando-a, para não ficar
grande demais. Durante a interação, ainda tende a repassá-la mentalmente muitas
vezes, interrogando-se se já é hora de colocá-la na mesa ou não. Quem recebe a
concessão, por sua vez, muitas vezes acha que não fez mais do que a obrigação ou se
alegra rapidamente, mas já tem outra coisa a buscar em mente.
Atenção
Quando o negociador não está autorizado a fechar o acordo na mesa de negociação, porque ela
vai depender de outras aprovações, ele nunca pode dar o ok final para a outra parte. Deve apenas
sinalizar que a negociação teve um bom encaminhamento e que os resultados serão levados para
aprovação.
Bem, com tudo isso, a sugestão final para facilitar seus processos de fechamento
é que você procure reforçar suas próprias concessões já oferecidas, lembrando ao
outro lado tudo o que você cedeu e o quanto você vai ter que se ajustar para conseguir
cumprir o que já foi oferecido. Quanto mais criativo você conseguir ser ao fazer isto,
sem parecer que está meramente se repetindo, melhor. Se o outro lado deixar a
negociação sentindo-se satisfeito e tratado com dignidade, isto certamente pagará
altos dividendos durante a fase de implementação do que foi acordado.
A fase de controle
Mas, se já está “fechado”, não é só levantar da mesa de negociação e ir embora?
Por que é necessária, ainda, outra fase?
A fase de controle começa tão logo se tenha decidido fechar uma negociação. Ao
longo da interação, principalmente nas fases de proposta e contraproposta, os dois
lados já vão delineando o que será seu acordo final, que será considerado “fechado”
quando a concordância for conseguida na etapa de finalização.
Saiba mais
O SENSO POPULAR DIZ “CASAR É FÁCIL; MANTER É QUE SÃO ELAS!”
Pode parecer pouco romântico, mas para algumas pessoas é importante saber exatamente quais
seriam as condições se o relacionamento terminasse. A maior parte dos acordos pré-nupciais são
feitos por causa de diferenças financeiras entre as partes, mas algumas vezes não é só por isto.
Os dois lados apenas decidem aproveitar, já que estão em ótimo relacionamento, para pensar
em todos os aspectos da futura implementação de suas ações. Se um dos lados não estiver
satisfeito, ambos sabem exatamente quais são as condições e a que cada um terá direito. Muitas
pessoas alegam que assim, com tudo “bem combinado”, as chances de frustração diminuem e até
mesmo as chances de término. A sabedoria popular também diz que “o combinado não sai caro.”
O acordo de casamento é um dos poucos existentes de cooperação de longo prazo entre partes que,
de qualquer maneira, envolve bens e dificilmente tem uma “cláusula de saída” pré-acordada.
Você pode dizer que, em 100% das vezes em que você fechou uma negociação, tudo
foi realizado exatamente dentro do prazo e nas condições especificadas? Dificilmente,
não é? Muitas vezes existe um pouco de atraso. O que você vai fazer no dia seguinte?
Você sabe diretamente de quem cobrar? E se quem negociou com você não estiver
acessível por algum motivo (está em férias, mudou de setor, ficou enfermo)? Se algum
atraso acontecer, as implicações desse atraso foram discutidas?
Devido a essa promessa, os primeiros livros de Transcorridos os dois dias, a entrega não foi
Ciências começaram a ser vendidos, mas os pais realizada, e a secretaria comunicou à diretora o
que demoraram um pouco mais a comparecer à ocorrido, porque a impressão ruim dos pais só
secretaria não puderam comprá-los. Mesmo tendo aumentava, pois eles achavam que a secretaria
a justificativa de que foi a editora que atrasou a tinha mentido sobre o novo prazo apenas para
entrega, a reclamação dos pais transparecia que dar-lhes uma satisfação.
atribuía o problema a uma falta de organização da Consultando suas anotações, Marinete ligou
escola. imediatamente para a editora, procurando Lauro,
o representante que há dois anos havia realizado
o acordo. Recebeu a informação de que Lauro
havia se desligado da empresa há alguns meses.
Quando Marinete perguntava que providências
poderia tomar, a atendente apenas repetia que a
editora estava com muita demanda e que ela ia
informar que o pedido não havia sido entregue.
Não havia outro caminho. Com certeza, a
situação já deveria ser normalizada em breve.
Depois desse exemplo, veja se você consegue renegociar a compra dos livros.
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RESPOSTA COMENTADA
Aqui vai a minha sugestão de negociação:
Marinete #1: Bem, agora já estamos bem próximos da finalização. Queria deixar claro que este
deve ser um contrato de longa duração, pois confiamos no conteúdo pedagógico do livro de vocês.
Só falta acertar alguns detalhes operacionais: o que faremos se algum livro vier com defeito?
Lauro #1: Ah! É só ligar para o SAC, que vai ser entregue um novo livro e recolhido o defeituoso
aqui mesmo na escola.
Marinete#2: Ótimo. Mas em quanto tempo? Porque o aluno não pode ficar sem o livro...
Lauro #2: É rápido.
Marinete #3: Acredito que seja, Lauro, mas você compreende que precisamos dar uma resposta
mais precisa para os pais. Está previsto em nosso acordo qual o tempo máximo de devolução?
Lauro #3: Vou confirmar. (pega o telefone para ligar para a editora)
Marinete #4: Ah! Aproveite para perguntar se o aluno pode trocar o livro em caso de defeito,
mesmo que não seja percebida imediatamente, por favor. É que o defeito pode estar nas últimas
páginas e o aluno só perceber quando chegar lá. Ninguém folheia página a página do livro logo
que o recebe, não é?
Lauro #4: (depois da ligação) Não há problema, pode ser incluída uma cláusula a respeito.
Marinete #5: Obrigada! Só mais uma coisa, Lauro. Que garantia temos se os livros não forem
entregues na data acordada?
Lauro #5: Pode ficar tranquila. Nossa editora tem tradição. Isto nunca acontece.
Marinete #6: Não estou duvidando de sua empresa, Lauro, mas respondo por esta compra perante
os pais dos alunos. As garantias são necessárias para vocês também. Veja, eu tenho certeza, pela
tradição da minha escola, de que vamos pagar tudo no prazo. Mas vocês têm explícito no contrato
que se nós, por acaso, atrasarmos o pagamento, incorreremos em multa de 2%. Isto é apenas uma
garantia para vocês. Que garantia eu tenho de que os livros vão ser entregues no prazo?
Lauro #6: Olha! Não vai acontecer de atrasar, mas qualquer coisa é só me ligar. Eu resolvo para
você imediatamente, pode deixar!
Marinete #7: Agradeço novamente sua disponibilidade, Lauro. Por isto estamos fechando este
contrato de fornecimento. Mas este contrato vai ser de longo prazo. O que acontece se você
estiver em férias ou mesmo se arranjar um outro emprego genial em outra empresa? Você parece
um ótimo profissional, talvez nem demore para uma melhoria acontecer! Tenho muitos acordos
diferentes aqui pela escola. Já aprendi que o melhor que posso fazer é deixar tudo isto bem
alinhavado agora que nós estamos aqui tratando do assunto.
É natural que Lauro queira se esquivar das garantias. Neste caso, ele é o vendedor,
está ansioso para conseguir a assinatura do cliente. Fala da credibilidade da empresa,
apela para o famoso “La garantia soy yo” (É só me ligar, a garantia sou eu), mas Marinete
consegue conduzir com simpatia e firmeza suas necessidades. Ainda mais que é ela
quem está comprando, o outro lado tem todo interesse em agradá-la.
Em um senso jurídico, uma negociação se encerra quando os participantes
alcançam um acordo em todos os pontos da negociação e entram em um acordo
legalmente fortalecido um com o outro. Este acordo geralmente é evidenciado por
escrito, com a assinatura de um contrato. Naturalmente, muitas vezes, a situação
não exige uma formalização através de um documento escrito, mas, mesmo assim, é
sugerido que seja mantido algum grau de registro do que foi acordado.
Mais uma consideração a ser feita neste caso de Marinete é que, ainda na
preparação para a primeira negociação com a editora, ela deveria ter ligado para Lúcio,
se sabia que a escola dele tinha já um acordo contratual estabelecido com a editora
para o uso do mesmo livro. Custaria uma ligação e não haveria impedimento nenhum
que ele mostrasse a ela o acordo que tinham celebrado. De qualquer maneira, como
vimos, mesmo que Marinete não conhecesse ninguém para quem pudesse perguntar
previamente, quando estivessem já acordadas as condições básicas de preço e entrega,
deveria ter sido iniciada a fase de controle, ainda na mesma mesa de negociação.
Atenção
Nunca se esqueça de que alcançar um acordo é, de fato, somente o começo da realização do que
foi acordado. As partes terão que trabalhar juntas produtivamente para implementar o que quer
que tenham negociado.
Atividade 2
“FAÇA VOCÊ MESMO”
Agora você deve estar pronto para analisar, você mesmo, uma negociação. Procure uma negociação
em um livro ou filme e relate, no espaço a seguir, trechos dos diálogos que revelam o fechamento
da negociação e o controle da implementação.
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Você acha que o fechamento e o controle foram bem feitos? Se não, o que acha que poderia ter
sido feito melhor?
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Maria queria trocar a folga com Paula, uma amiga De posse desta informação, Maria foi dar
no trabalho, para poder comparecer ao jantar de uma olhada na escalas e compará-las
formatura de seu namorado, que seria em outra com os feriados do mês, para ver se podia
cidade no meio da semana. Antes de ir encontrá-la, encontrar algo que atendesse melhor ao
Maria mencionou a necessidade de troca com Joana, interesse de Paula em visitar a irmã, caso
que era amiga de ambas, e perguntou o que Joana este fosse verdadeiro.
achava, se sabia de algum impedimento que Paula
pudesse ter na semana. Joana disse que não sabia,
só sabia que Paula estava com saudades da irmã dela
e esperando uma folga que estendesse um feriado
para ir visitá-la.
Em vez de fazer o pedido por telefone, passou Perguntou, então, à Paula se ela estaria especial-
uma mensagem para Paula, dizendo que gostaria mente atarefada na última semana do mês. Paula
de encontrá-la, se podiam lanchar juntas no dia respondeu que precisaria averiguar, mas que não
seguinte. Quando se encontraram, Maria foi logo se lembrava de nada especificamente. Joana en-
agradecendo a sugestão de Paula, para que ela tão expôs sua intenção, já dizendo que tinha veri-
lesse o livro A Arte de Ouvir, que ela realmente ficado as escalas e que ela poderia substituí-la
tinha adorado. de volta em um dia colado ao próximo feriado,
para que ela pudesse emendar.
Para terminar, vamos decompor essa negociação nas etapas que estudamos até
agora, da mesma forma que fizemos com a negociação do filme Uma Linda Mulher.
Preparação
• Perguntou para a outra amiga o que achava da ideia.
• De posse da possível intenção de viagem da amiga, viu uma possibilidade na agenda que
atendesse aos dois lados.
Abertura
• Mesmo que pudesse parecer um simples pedido, não o fez por telefone, marcando a
interação e podendo contar com a atenção mais detalhada da amiga.
• Começou a interação agradecendo sinceramente a sugestão anterior de Paula quanto ao livro.
Exploração
• Perguntou para a amiga quais eram as atividades previstas para o dia da folga dela.
O fato de ela responder que não lembrava já poderia ser considerado uma leve indicação
de que não seria nada tão significativo.
Proposta e contraproposta
• Explicou o motivo de precisar da troca, já oferecendo à amiga uma troca que a
interessasse também.
Finalização
• Paula saiu do lanche, dizendo-se interessada na troca.
Controle
• Combinou com a amiga se podia telefonar no final do dia para confirmar a troca.
Bibliografia consultada