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Constitucional – 13 de março
Agenda
Evitar andar em círculo à volta dos vários assuntos sem conseguimos tomar as coisas por uma ordem certa. Evitar
andar de forma pouco eficiente.
Vantagens da Agenda:
É o primeiro momento de acordo/cooperação: acordo sobre o que é importante ser discutido na mediação;
A partir daí vão trabalhar em conjunto (converte preocupações individuais em problemas conjuntos);
É um plano de trabalho: ajuda as partes e o mediador a terem uma sequência logica a seguir;
As partes sentem que o que as preocupa vai ser discutido, mesmo que depois nem seja.
Exemplo: se tivermos um quadro (vantagem: todos tem visibilidade), numa folha (desvantagem: se a letra for
muito pequena as partes não vão conseguir ver a agenda e depois tem a dificuldade de posicionar a folha), em
post-its (aqui a varias formas diferentes – é possível pedir as partes escrever aquilo que acham que deve ser falado
na mediação esta estratégia exige uma grande a vontade do mediador);
Exemplo: O mediador pode sugerir “daquilo que me disseram, para que esta situação teve um grande impacto, por
exemplo” e “irei colocar na agenda o ponto de reputação e que possível solução poderia haver para deduzir esse
impacto”. Depois as partes irão concordar ou não. “Também pelo aquilo que percebi vocês não estão de acordo
com o dia e método de entrega, e se não se importarem vou colocar aqui na agenda este ponto para ser discutido”.
Conteúdo:
– Que questões têm de ser abordadas para o problema ficar resolvido; Exemplo: incumprimento do contrato
– indemnização, destino a dar ao objeto;
– Às vezes durante a fase inicial o mediador identifica questões que aparentemente nem têm nada a ver com
o problema, mas que são essenciais; Exemplo: preço do carro e data de entrega, mas quando chego à
mediação e após a declaração das partes apercebo-me que existem outros problemas. Ou seja, poderá
haver outros assuntos que não tem haver com o objeto da mediação, mas que posso colocar na agenda.
Não vou deixar de resolver o problema por ser uma questão lateral ao objeto da mediação.
Sugestão: tentem sempre fazer a agenda quando estão a assistir às simulações; quando são mediadores podem
fazer um esboço de agenda em casa, mas devem adaptá-lo ao que as partes efetivamente dizem.
27 de Fevereiro de 2020
Declarações inicias
Antes de dar a palavra pode dizer o que se pretende com as declarações iniciais; cada parte deve ter
oportunidade de falar sem ser interrompida (estabelecer um tempo limite). Pode ser necessário relembrar isso à
outra parte se a parte começar a divagar demais o mediador pode orientá-la com perguntas. Nas declarações
inicias pode ser essencial reduzir o número de questões para que as partes se concentrem no presente.
– Técnicas:
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/2020
Escuta ativa – escutar de forma a que a outra parte entende que está a ser ouvida. O que torna alguém um
bom ouvinte? Tem duas vertentes: perceber e fazer com que o outro se sinta escutado.
Como demonstrar: notas. Linguagem corporal, repetição/reformulação do que vai sendo dito. É como um
presente que o mediador oferece – toda a gente quer ser ouvida. Os mediadores formados em direito acham
“ridículos” algumas ideias dos outros mediadores que são formados noutras áreas, porque o mediador de direito
tem a capacidade de ouvir as partes. Exemplo: os idosos, muitas das vezes se sentem sozinhos em casa e tem a
necessidade de falar. E por vezes, para desbloquear a situação o mediador deve fazer com que a parte desabafa
para que a pessoa se sinta melhor.
O Mediador deve ouvir não apenar o que é dito verbalmente, mas também não verbalmente ( e pode por
normas às emoções que observa para as desmistificar). Ou seja, quando a pessoa está 5 min a descrever que o e-
mail foi super mal educada, o mediador tem de ter a capacidade de entender que a parte sentiu-se ignorada. As
vezes não temos a capacidade de forma neutral aquilo que sentimos.
Perguntas
Perguntas abertas – permitem a perceção da realidade da pessoa e de todo o contexto do conflito – ser
curioso.
Perguntas fechadas – perguntas que tem resposta curta – exemplo: sim ou não. Permitem ganhar alguma
ordem na mediação. Exemplo: se sentir que a mediação está a dispensar, se eu fizer 5 perguntas fechadas
sobre o carro a parte irá concentrar-se novamente no objeto da mediação.
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
Nota: quanto mais conseguimos especificar o problema, mas será fácil de resolver.
Tomar notas:
— Escrever demasiado torna-nos menos atentos ao que está a ser dito e à postura das
partes
— Cuidado para manter a neutralidade
— Factos (apenas auxiliares de memória)
— Palavra-chave
— Assuntos que se quer retomar mais tarde
— Assuntos a discutir (em preparação da agenda)
— Interesses
— Soluções
27 de Fevereiro de 2020
Sumário:
O conceito de prova é um conceito que tem várias conceções. E existe 5 que são revelantes:
1. Tema de prova (art. 124º do CPP) – isto é, qual é o assunto que está a ser objeto de
prova. Que facto é esse? O art. 124º do CPP assume este conceito dizendo aquilo que
pode ser objeto de prova. Neste âmbito chamamos tema da prova, e pode ser um
facto sujeito a segredo. Se for um segredo de estado é um assunto privado, mas caso
seja um assunto com advogados pode ser quebrado para tema de prova. Trata o
assunto como objeto de prova. É necessário saber se aquele determinado assunto e
possível ser tratado em matéria penal. Exemplo: agente do CIS entendeu que
precisava que de revelar uma informação que estava em segredo de estado. E o que
foi entendido é se o estado entendia que aquela matéria era ou não segredo de
estado. Caso seja um facto de segredo de estado não podia ser trazido para o
processo. Um certo assunto pode estar excluído da atividade por não ser um tema de
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
prova admissível. Existe aqui uma tensão em resolver entre o interesse de defesa e o
interesse do Estado em manter aquela informação em segredo.
2. Meios de obtenção da prova (art. 177º e ss do CPP) – significa os meios legais de
obtenção de prova. Que atos são praticados que são praticados que permitem legar
prova para o processo. O processo fala das revistas, exames dos vestígios de crime, das
apreensões em geral e da correspondência ou por exemplo das escutas telefónicas. O
que esta aqui em causa é no fundo atos de poderes de autoridade em selecionar
material para entrar no processo como prova. O Código regula esta matéria porque
algum destes casos corresponde a poderes de autoridade e precisam de resolver
assuntos de tensão conflituante. Umas buscas no domicílio de uma pessoa, significa
que os objetos que estavam na disposição de uma pessoa passa a estar na disposição
do Estado.
3. Meios de prova (art. 128º e ss do CPP) – são no fundo, um conjunto de instrumentos
que estão a disposição das autoridades judiciarias e dos demais sujeitos judiciais para
demostrar os factos. Exemplo: uma carta pode ser muito relevante para demonstrar
certos factos, as datas, os dinheiros etc. Esta prova será uma prova documental. No
caso de ser uma carta é correspondência que tem uma determinada tutela. Esta prova
será documental, seja contrato seja carta. A forma como a carta passa da realidade
para o processo é feita através, por exemplo, de uma busca e apreensão num
domicílio de alguém, pode ser uma apreensão de uma correspondência em transito.
Os meios de obtenção de prova são as formas de levar as provas para o processo. O
que há aqui de interessante e que o código será para os meios de prova, através da
prova declarativa pelo arguido, assistente; prova pela constituição do facto estão
tratados num catálogo de obtenção de prova. E por outro lado temos o regime da
Exemplo: escuta telefónica que o meio de obtenção de prova pode dar um regime
específico. Seleciona-se um n.º que está ligado a alguém que esta a ser investigado.
Pede-se a autorização ao juiz e através da operadora faz-se a ligação. E no período de
30 dias são registadas as comunicações – pode haver conversas banais que não
permitam fazer prova. O sistema de intervenção regista tudo, o que significa que o
meio de obtenção de prova é oculto para ser eficaz a pessoa não pode saber e,
portanto, para o meio ser eficaz terá de ser oculto de forma a que o individuo não
perceba que está a ser escutado. Esta matéria é sujeita a controlo do juiz e teremos de
selecionar as conversas relevantes para transcrever. O material tem de ser ouvido
pelos OJP. O CD/Pen que não de ser destruídas e o auto com a transcrição em papel
das conversas tidas temos aqui o meio de obtenção de prova “escutas telefónicas”
que permitiu-nos ter a documentos que são integrados no processo que são prova
documental autónoma. Isto é, vale por isso desde que a escuta telefónica seja legal.
Nota: Não é possível repetir escutas – art. 187º, nº7 do CPP.
Atividade probatória (art. 327º, 355º e 356º do CPP) – isto é atividade que se faz dos
meios de prova para produzir prova. Exemplo: interrogar testemunhas, analisar
documentos. Exemplo: no contrato apreendido temos em primeiro lugar buscas. Após
a busca é apreendido 3 contratos. Quando temos os documentos iremos analisar para
verificar se é legal par
Valoração da prova (art. 127º do CPP) – convicção que o aplicador do direito tem
sobre a prova que se fez daquele facto. A valoração da prova faz-se de acordo com os
critérios que estão enunciados no art. 127º de acordo com a regra da experiência de
quem avalia a prova. Exemplo: uma testemunha chamada a depor, a prova
testemunhal é o meio de prova. Quando estiver a ser inquirida a testemunha –
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
atividade provatória. A convicção que o tribunal tem sobre os factos estarem ou não
provados com as declarações da testemunha está na valoração da prova.
escutas feitas fora do prazo. O tribunal não pode usar escutas ilegais para
fundamentar determinados factos.
Prova material e prova pessoal: a transição da prova entre fases processuais e o regime de
imediação. Prova material é toda a prova feita por objetos. A prova pessoal é feita através da
intervenção declarativa feita por alguém. Exemplo: declarações que de quem disparou a arma.
No processo penal português a regra fundamental é esta: a prova, em regra, é obtida no
inquérito durante a investigação. Toda a prova material transita para as fases subsequentes:
julgamento. A prova pessoal terá de ser produzida em fase de julgamento com contraditório
completo. Existe a diferença entre prova material e prova pessoal. A prova pessoal terá de ser
repetida em fase de julgamento.
Exceção: declarações para memória futura (exemplo: existe uma testemunha que esta
doente o código permite que as declarações transitam de forma a prever que não será possível
na fase de julgamento a testemunha estar presente) e quando o arguido for advertido que as
suas declarações podem ser usadas contra si situação em que a lei permite que as
declarações previas do arguido podem ser utilizadas no julgamento.
Prova direta e prova indireta: distinta aferição da credibilidade do meio de prova e dever
adicional de fundamentação do raciocínio de prova. O facto que se pretende demonstrar
designa-se facto probando. Este facto dará um meio de prova que dará um facto provado.
Exemplo: o copo do café – este copo é feito de papel reciclado? O facto probando é o material
que e feito o copo e de uma maneira mais especifica é se o material usado é reciclado. É isto
que pretendo demonstrar através de uma pergunta. Para isso vou usar um meio de prova –
trova testemunhar: mordo e considero que o copo é de papel. Em que eu declaro que o copo é
de papel. Mas já não consigo dizer se o material é reciclado ou não e para isso é necessária
uma apreciação por parte um perito. O perito ira provar se o copo é de papel reciclado. Na
prova direta o facto probando é relevado ao aplicador do direito s/ qualquer mediação do
aplicador de direito. Exemplo: suponhamos que estou a investigar um homicídio e quero saber
quem deu o tiro na vítima. Facto probando: quem deu o tiro. Meio de prova: quem viu o tiro. A
testemunha 1 viu A a disparar a arma. O aplicador do direito tem de interrogar a testemunha e
no fundo o aplicador terá de apreciação a credibilidade da prova. A prova direta o facto
probando e revelado ao tribunal s/ qualquer mediação desta. Se por outro lado as
testemunhas não viram quem disparou a arma para viram outra situação que podem concluir
o facto probando. Viram um grupo de rapazes em que um deles tinha uma arma, a
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
testemunha não viu o tiro, mas ouviu o tiro. O que revela é um facto que permite uma
inferência que permite tirar uma conclusão do facto probando. A prova indireta não revela o
facto probando, mas revela outro facto que permite tirar a conclusão do facto probando. A
isto chama-se presunção judiciária – ou seja, de um facto conhecido conclui-se um facto
desconhecido. A prova indireta e aquela que se baseia num raciocínio com presunções, com
um facto conhecido conclui-se um facto desconhecido. Isto quer dizer que o raciocínio
subjacente ao juízo de prova para apreciação de prova pode ser diferente. No caso de prova
direta o que a autoridade judiciaria e apreciar a credibilidade da prova e da informação que
esta a ser dada, já na prova indireta tem adicionalmente explicar o raciocínio que permitiu
chegar a uma certa conclusão. A prova indireta é fundamental para estabelecer o domínio dos
factos. Na prova indireta temos de justificar a conclusão que se chega.
A prova direta e o raciocínio judiciário na prova indireta - São duas modalidades de prova e
ambas são legitimas e ambas tem o mesmo valor jurídico. Pode haver prova concreta que
pode ser mais convincente. As duas formas são legitimas para demonstrar a verdade dos
factos. Na prova indireta a autoridade jurídica além de demonstrar para alem do facto
probando, terá de demonstrar o raciocínio para de um facto conhecido tirar uma inferência do
facto desconhecido.
Indícios necessários e indícios possíveis – surge no código com o conceito de fortes indícios ou
indícios suficientes, por exemplo: art. 283º, nº2 do CPP. O que é um indício – elemento que
revela alguma coisa e por isso esta relacionado com a prova indireta. A autoridade judiciária
retira uma certa conclusão através de um meio de prova. A doutrina distingue dois tipos de
indícios através da qualidade probatória:
– Indícios necessários: consente menos inferências alternativas ao facto probatório - é
aquele que permite uma certa segurança quanto a conclusão a retirar, porque as
explicações alternativas são poucos ou não são plausíveis.
– Indícios possíveis –consente diversas inerências quanto ao facto probando.
Exemplo: No dia x, entre o 12h/12:30h foi filmado um rapaz a sair do quarto 111 com
uma arma na mão. A prova releva indícios necessários – aqueles que apontam para uma
conclusão. Isso significa que quem matou a pessoa foi a pessoa que saiu aquela hora. Outro
exemplo, é se não for filmado o rapaz a sair do quarto apenas foi filmando aquela hora a sair
do hotel, não nós dá indícios que foi esse rapaz que matou o homem. Os indícios necessários
são fortes, os indícios possíveis são indícios factos da demonstração do facto probando.
Exemplo: prova do dolo do agente com uma arma de caça na estação de serviço - uma
pessoa sai do carro com uma caçadeira na mão. Será que estamos perante uma tentativa de
roubo? Basta suscitar uma divida razoável sobre a sua intenção e dar uma justificação plausível
para se criar uma situação duvidosa. É claro que se a história avançar e a pessoa entrar na loja
e fizer alguma coisa temos mais indícios que porventura podem ser prova direta. O facto de a
pessoa ter a caçadeira na mão pode ter várias justificações e não posso concluir que este tinha
dolo de roubo. Uma prova com indivíduo de meramente possíveis e uma prova que pode
servir para o inquérito, mas já não pode ser usada no julgamento. A prova indireta pode
ganhar consistência se for multiplicada por várias provas indiretas congruentes entre si. A
prova indireta pode ganhar consistência se houver congruências entre as várias provas
indiretas.
A contraprova e a dúvida razoável após a valoração da prova (direta e indireta) – a prova não
e só a prova dos factos ilícitos é também a contra prova para testar a credibilidade da prova.
Se as dúvidas não forem respondidas podem suscitar a incredibilidade daquela prova. Quando
e que uma duvida é razoável? E quando é que esta duvida razoável e favorável ao arguido?
Não existe nenhum princípio com esta descrição e por outro lado, porque se calhar não e um
princípio.
05 de Março de 2020
Sumário:
10. Conclusão: liberdade dentro da legalidade: taxatividade dos meios de prova e respeito
pelo regime ou disciplina legal dos meios de prova
11. Corolários da legalidade da prova;
12. Transferência de prova entre processos: são admissíveis?
Nós temos de ver os processos nas fases em que estão, na fase do inquérito pode haver
caminhos possíveis para a investigação. A investigação tem de tocar em vários aspetos, e
houve uma coisa relevante, neste caso, que mudou o rumo da investigação. Havia uma
testemunha (depoimento direito) que ve a criança a regressar a casa com um saco de compras.
O homem da mercadoria tinha confirmado que tinha ido lá comprar produtos. Mas a mãe diz
que a criança não volta a casa. Há uma pessoa que tem uma versão diferente da mãe. A
testemunha faz um depoimento e que a prova que a criança voltou a casa e a mãe está a
mentir quanto ao regresso. Este dado muda tudo na investigação. A partir do momento em
que existe uma testemunha que vê a criança a voltar a casa pressupõem-se que a criança
desapareceu em casa. Esta testemunha coloca a criança no possível lugar da sua morte – casa.
A provas relevantes devem ser desenvolvidas para a história, nesta fase, começa-se a
aprofundar a história verdadeira. Verifica-se que todas as sapatilhas da criança estão em casa;
toda a casa estava limpa, menos a sala. Quando se trabalha com a prova direta ou indiciaria, e
quando temos várias provas indiretas que explicam a mesma coisa faz com que a prova
indireta ganhe força, uma vez que os elementos ficam congruentes entre si.
“ouvi dizer” – se a testemunha T dizer “conversei com x e este disse-me que o y tinha dito que
F” – este depoimento é de uma testemunha ? Depende, o art. 129º do CPP, diz-nos que é
obrigatório chamar a fonte – y. Quando T for chamado a depor, o depoimento é direto, mas
quanto a prova de f da prova probando é indireto. O conhecimento de x é indireto quanto ao
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
facto praticado por F. O conhecimento revelado por t não é irrelevante, sendo relevante para
obter mais informações sobre o caso. Neste caso, a fonte – y é arguido. E este invocou o
direito ao silêncio. Só podemos fazer uma livre apreciação da prova quando valoramos a
prova. E neste caso, uma vez que o y não comentou o assunto, o tribunal não pode valorar a
prova.
Neste caso, a prova é sobretudo indireta. Existe muita prova indireta congruente entre si; essa
prova indireta congruente entre si é reforçada pelas explicações dadas pelo arguido perder
credibilidade. Para a prova indireta ser força é necessário que haja indícios congruente entre
si. Quanto mais plausível for, mais forte é a prova indireta e mais fraca é a explicação
alternativa.
Na prova indireta existe vários padrões dos factos que são reforçados pelos vários indícios
congruentes entre si. Como é que o tribunal prossegue? O tribunal notifica a testemunha.
Primeiramente, o tribunal questiona a testemunha para credibilidade da testemunha e se
existe um conflito de interesses. A testemunha descreve os factos que visualizou.
Art. 410º do CPP – possibilidade de se perceber o juízo de prova pelo que é dito na sentença.
Na prova indireta o tribunal tem de demostrar o percurso do seu raciocínio que permitiu
concluir pelo facto probando.
A oposição tradicional: processo inquisitório com prova legal ou tarifada (é a própria lei que
determina a inexistência de prova ao valorizar certos meios de prova) e processo acusatório
com liberdade de prova e livre convicção. No modelo acusatório havia liberdade de prova
como etapa intermedia de convencimento.
O que significa o art. 125º do CPP? O limite da liberdade é só o regime das proibições de
prova? Qual o significado da existência de regulação legal dos meios de prova?
O art. 125º do CPP (norma fundamental para se perceber o problema) diz-nos que “são
admissíveis as provas que não são proibidas por lei” – em regra, são admissíveis todas as
provas que não sejam proibidas. Existe liberdade de prova, mas existe um limite: o regime da
proibição da prova. A prova seria plena e estava limitada pelo regime das provas proibidas. As
provas são admissíveis no processo aquelas que não são proibidas. O art. 125º não consagra,
seriam admissíveis todos os meios de prova que não são proibidos por lei. Este artigo tem de
ser confrontado com o outro problema. No nosso código, os meios de prova estão previstos na
lei com uma regulação individual para os meios de prova. Quais são esses meios de prova?
Estes são os 7 meios de prova. Se falarmos de legalidade da prova, então, é que a prova tem
de corresponder a um destes 7 grupos. Será que posso ter outros meios de prova? Então, de
que é que falamos quando falamos em legalidade de prova? Estávamos a falar de 3 coisas
distintas:
Se o código diz que as escutas têm de ser autorizadas pelo juiz no processo não podemos obter
por particulares.
Legalidade na disciplina da prova – o legislador por vezes coloca uma condição: existe um
processo para obter esse meio de prova (Exemplo: declarações para memoria futura sem
seguir o regime do art. 271º ou perícias s/ seguir o regime das perícias).
Reconhecimento sucessivo (em vez do simultâneo: art. 147º, nº2) – existe uma linha
de reconhecimento em que as pessoas estão todas juntas numa linha. A linha de
Mediação – Técnicas e Processo Iara Câmara – Ano Letivo 2019/202
O problema da legalidade da prova tem haver com . Ou seja, será que o principio da liberdade
de porva pode derrogar a legalidade. Ou temos de articular a liberdade com as condições de
legalidade de prova? O que resulta do art. 125º resulta:
1. O art. 125º no seu conteúdo faz uma defesa do conteúdo da legalidade.
2. Qualquer liberdade de prova pode ser relevante não pode derrogar a legalidade.
04 de Março de 2020
Programa
Avaliação
Contratos
São os contratos que operacionalizam a aquisição dos equipamentos; mas olhando para a
função dos contratos na economia capitalista, estamos a olhar para o aspeto funcional. E
normalmente os juristas não estudam isto nesta expetativa, portanto temos de ver se os
direitos dos contratos é capaz ou é adequado a desempenhar esta função no mercado. Ou
seja, se os contratos estão dentro de uma moldura aceite e se tornam vinculativos através da
execução de um terceiro (tribunal). De um ponto de vista jurídico, o contrato é uma figura não
muito remota. A obrigatoriedade dos acordos, antigamente, resultada da moralidade (palavra
dada).
Erro, dolo, coação (tudo aquilo que pudesse pôr em causa a liberdade dos sujeitos ou da sua
bondade livre) Portanto, os vícios da vontade e os vícios da declaração (casos em que a pessoa
ao exprimir-se não é percetível ou clara) são acautelados. Basicamente, o direito privado (para
os liberais considerava-se direito civil) era o direito dos burgueses.
Contrato de trabalho – não existe igualdade entre os dois contraentes. Surgiram ainda
decretos lei que começaram a impor férias, pausas no trabalho, tempo máximo. No entanto,
não estava aqui em causa a desigualdade social.
“Atuar por conta de” – caraterística necessário do contrato de mandato. O mandatário está a
fazer aquilo pelo interesse do mandante. Significa que tem a noção ou a intenção (animus) de
estar a tratar do assunto de outrem. Significa também que todos os efeitos materiais,
patrimoniais ou jurídicos se destinam ao mandante (atuar por conta do mandante).
A procuração é o título do contrato (art. 262º do Código Civil). Pode haver representação s/
procuração?