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Unidade 4

Prof. Aldevir Francisco Brunini


Etapas
1. Planejamento/Formato
1.1 Abordagem: simples, média e grande
complexidade
1.2 Organização do Local
1.3 Físico
1.4 “on line”
1.5 Reunião com o co-mediador
1.6 Definir estratégias – separar
conversações
1.7 Combinar uma linguagem não verbal
Etapas

2. Acolhimento
2.1 Presencial
2.2 Buscar as pessoas/mediandos
2.3 Chamar pelo nome e solicitar que os
acompanhe, sempre com bom humor.
2.4 Acomodar na sala de mediação/conciliação
2.5 Realizar interações amenas de
conversações. (contribui para o rapport/empatia
- deixar as pessoas seguras e tranquilas).
Etapas

2 - ACOLHIMENTO
. Espaço Virtual – “on line”
. Observações e informações realizadas pelo escrevente
de sala. . Ingressar com antecedência de 10 min.
Aguardar o ingresso dos mediandos e advogados.
Apresentação do mediador, dos mediandos e
advogados.
Lembrar que estão em um ambiente “on line” e que cada
um terá o tempo necessário para sua manifestação – Não
interromper ou falar ao mesmo tempo.
Reforçar que não podem gravar a sessão princípio da
confidencialidade.
Etapas
3 – Declaração de Abertura
. Informar os procedimentos da sessão de mediação/
conciliação.
. Mencione seu nome e pergunte o nome dos mediandos e
utilize durante a sessão.
. Recorde os fatos de eventuais sessões anteriores.
. Não é Juiz e não pode impor soluções.
. Imparcial e deve facilitar o diálogo.
. Ajudar os mediandos a examinar metas e interesses.
. Informal ( não existe produção de provas).
. Participação dos mediandos e advogados.
. Oportunidade para os mediandos falarem.
. Realizar sessões privadas/individual. (caucus).
. Explicar as exceções ao princípio da confidencialidade
(sigilo).
Etapas
(continuação)
. Trabalhar em conjunto para encontrar uma solução.
. Escutar sem interrupção, explicar as preocupações.
Escutar a perspectiva do outro mediando.
. Tentar seriamente resolver a questão.
. Revelar informações importantes .
. Indicar que os mediandos devem ter combinado os
honorários com seus advogados.
. Tempo da sessão, logística, regras de condução do
processo.
. Mediandos tem a oportunidade de falarem e exporem seus
motivos.
. Realizar sessões individuais/privadas (caucus).
. Perguntar se tem dúvidas.
. Confirmar se concordam em participar da sessão de
mediação.
Etapas
4 – Reunião de Informações

. Ouvir e escutar atentamente as declarações


dos mediandos.

. Realização de perguntas pelo mediador.


Perguntas esclarecedoras e exploratórias.

5 – Identificação das Questões, Interesses e


sentimentos. (qis)

Questões=problemas
Interesses aparentes = posição e interesses
reais = interesses ocultos.
Etapas

. Resumo:Recontextualizar a fala de “a” e “b” em “c”, com


enfoque prospectivo, voltado para o futuro.
. Resumo auxilia o mediador/conciliador a reorganizar as
ideias, a compreensão dos fatos, e possibilita a correção
destes fatos pelos mediandos, sem criar maiores
constrangimentos.
. Serve para Testar a compreensão do mediador sobre o que
foi dito e permite aos mediandos saber se o mediador os
compreendeu e está escutando atentamente, inclusive
realizar correções.
. Compreender os fatos relevantes trazidos através das falas
dos mediandos, sem preencher lacunas, para reenquadrar
os fatos, organizar os debates, forma neutra, sem julgar e
retirando todo o conteúdo irracional e ofensivo das falas dos
mediandos, filtrando-os.
Etapas

6 – Esclarecer as controvérsias e os interesses,


reconhecer os sentimentos.
. Pauta para discussão dos pontos controvertidos dos
interesses e sentimentos.
. Formulação de perguntas pelo mediador/conciliador.
. Entender e buscar os motivos das necessidades que
levam à controvérsia a fim de atender as necessidades
com a geração de opções “brainstorming”, para
encontrar uma solução ao problema que seja atendida
nas possibilidades e expectativas dos mediandos, ou
seja uma solução satisfatória para ambos.

Pedagogia das Perguntas.


Etapas

7 – Resolução de Questões

▪ Trabalhar os pontos selecionados pelo mediador em


conjunto com os mediandos e advogados.
▪ Sempre começar a discussão dos pontos, elaborados em
pauta, através dos mais convergentes e que foram
observados na fala dos mediandos.
▪ Avaliar com os mediandos possíveis alternativas para
solução das questões abordadas.
▪ Analisar as opções com critérios objetivos e práticos de
conhecimento dos mediandos e com sua aceitação.
Etapas

7 – Resolução de Questões

▪ As técnicas/ferramentas são utilizadas em todas as


etapas, mas na etapa de resolução de questões as
ferramentas são usadas com mais intensidade, pois suas
aplicações são maiores na fase de negociação,
propriamente dita.

S = Separar as pessoas do problema.


I = Focar nos interesses e não em posições.
G = Geração de opções de ganhos mútuos.
O = Critérios objetivos
Etapas
8 – Aproximação do Acordo
Testar as soluções apontadas, e sua execução.
Confirmar o acordo, ou em caso de impasse, retomar os pontos de
discussão do diálogo objetivando a resolução ou verificar as
alternativas ao não acordo.
Redação do acordo.
9 – Encerramento da Sessão: Leitura, confirmação e
assinatura.
Agradecer a participação dos mediandos, mesmo em caso de não
acordo, o esforço realizado até aquele momento.
Em caso de não acordo, deve constar no termo que a sessão foi
infrutífera e nenhuma observação dos fatos discutidos, a não ser por
concordância dos mediandos, o relato de uma proposta, mas a regra
é não mencionar nada em caso de não acordo, justamente para
assegurar o principio da confidencialidade.
Etapas
9 – Encerramento da Sessão: Leitura, confirmação e
assinatura.

. Mencionar que o Cejusc está a disposição dos


mediandos para futuros esclarecimentos e ou outras
orientações.

10 – Monitoramento
1.Verificar e constatar a qualidade da gestão dos conflitos e
suas estatísticas de acordo e não acordo, bem como a
satisfação do usuário do sistema (pesquisa impressa ou no
sítio do TJSP).
2.Segundo dados do TJSP apenas 6% dos acordos
realizados voltam para serem executados.
Quadro Comparativo Etapas
 1- Acolhimento/ Abertura 1- Planejamento/Formato
2- Acolhimento/Presencial/ “on line”
3- Declaração de Abertura
 2- Declarações 4- Reunião de Informações
Iniciais dos
Mediandos
 3- Planejamento 5- Identificação das Questões, Interesses e Sentimentos
(resumo e pauta) (resumo e pauta)
 4- Esclarecimentos 6- Esclarecer as Controvérsias, Interesses e reconhecer os
dos Interesses Sentimentos
Ocultos
 5- Negociação do Acordo 7- Resolução de Questões
Encerramento 8- Aproximação do Acordo
9- Encerramento
10- Monitoramento
Ferramentas para provocar mudanças

1. Recontextualização - parafraseamento
2. Audição de propostas implícitas
3. Afago (ou reforço positivo)
4. Silêncio
5. Sessões individuais - caucus
6. Troca de papéis
7. Geração de opções
Ferramentas para provocar mudanças

8. Normalização
9. Organização de questões
10. Enfoque prospectivo
11. Testes de realidade
12. Apresentar perguntas orientadas
para soluções
13. Validação de sentimentos
14. Escuta Ativa
I – Reenquadramento/Recontextualização (ou
parafraseamento)

1.em uma perspectiva nova, mais clara e compreensível;


2.com enfoque prospectivo (voltado para o futuro) e
construtivo
3.Objetiva encontrar soluções (tendo como base os
interesses);
4.filtrar os componentes negativos que eventualmente
possam conter;
Compreender o que precisa ser discutido para
resolver a controvérsia e repassar essa visão aos
mediandos de modo que eles vejam o conflito de
forma mais SIMPLES, OBJETIVA e POSITIVA.
I- Recontextualização (ou parafraseamento)

É o processo de mudança a que um


pensamento ou questão é apresentado de forma
que mantenha o seu significado fundamental,
mas que também ofereça aberturas para a
solução do conflito
Estimula-se os conflitantes a considerar ou
entender uma questão, um interesse, um
comportamento ou uma situação de forma mais
positiva – para que assim possam extrair
soluções também positivas.
I - Recontextualização (ou parafraseamento)

Mãe para filha: “Minha filha, você ainda é uma criança.


Tem só 14 anos de idade. Em hipótese alguma vou
permitir que você permaneça na festa até as três horas
da manhã. Eu já havia estabelecido que o horário limite é
até a uma hora da manhã – pode não parecer, mas
nossa cidade fica muito perigosa depois de meia-noite.
Eu já estou te dando uma colher de chá de uma hora!”

Mediador para ambas: “D. Helena, a senhora está


indicando então que se preocupa com o bem-estar da
sua filha e que, como mãe zelosa, tem o interesse que
sua filha se divirta e gostaria de garantir que ela esteja
em segurança ao sair a noite”.
I - Recontextualização (ou parafraseamento)

Mãe irritada :“Você não vê as crianças o suficiente”


Pai: “Eu os verei mais vezes” “se você permitir horários
mais flexíveis”(As pessoas respondem à reprovação com
outra reprovação. É uma lei universal!).
Recontextualização:
Mãe: “” Você não vê as crianças o suficiente.”
Mediador (aqui o mediador intervém antes que o pai possa
responder e então muda a reprovação em solicitação):
"Você gostaria que o pai visse seus filhos mais
frequentemente, não é?”
Mãe: "Sim".
Mediador ao pai: “O que você pensa e como podemos
organizar isso?”
Pai: "Vejamos o que meu horário permite.....".
II - Audição de propostas implícitas
Os mediandos de uma disputa normalmente
propõem soluções sem perceber que, na verdade,
estão fazendo isso.

Magali diz: “Eu deveria ficar com a coleção de discos de


ópera , pois, afinal, fui eu quem pagou por ela quase toda.”
Alberto diz: “A coleção é minha. Fui eu que comprei muitos
discos e garimpei em lojas de discos usados toda vez que
eu estava em uma das minhas viagens de negócios. Eu
tenho uma pretensão igualmente legítima de ficar com a
coleção”.

Proposta implícita: ----------------------------------------------------


III - Afago (ou reforço positivo)

O afago consiste em uma resposta positiva do(a)


mediador(a) a um comportamento produtivo, eficiente
ou positivo dos conflitantes ou do próprio advogado.
É uma espécie de feedback e, portanto, deve conter
elementos tangíveis e sinceros
Pode ser realizado por meio de uma expressão facial
ou com linguagem corporal.
“Interessante essa sua forma de ver esta questão”.
Falar em tom bem humorado para advogado:
“Doutor, bom ponto, foi por isso que na declaração de
abertura foi indicado que bons advogados são
importantes na mediação. Percebo que os dois
advogados sugeriram soluções que não tinham me
ocorrido.”
IV - Silêncio

O silêncio pode servir como um aliado no


aprofundamento das respostas dos
mediandos/conciliandos.
O silêncio atende à necessidade de reflexão e
ponderação. Alguns interessados ou terceiros
facilitadores, desconfortáveis com o silêncio,
muitas vezes apresentam novas perguntas, ou
complementam a pergunta anterior.

Respeitar o silêncio! Não apresentar novas


perguntas ou complementos à pergunta anterior.
V - Sessões privadas, individuais ou CAUCUS

São encontros realizados entre os conciliadores


ou mediadores e cada um dos interessados
(mediandos) sem que esteja presente o outro
lado.

FINALIDADES:
1.Permitir a expressão de fortes emoções sem
aumentar o conflito
2.Eliminar comunicação improdutiva
3.Oportunidade para identificar e esclarecer
questões
V - Sessões privadas, individuais ou CAUCUS –
ocasiões em que a prática é recomendada:
4. Como uma contra-medida a fenômenos psicológicos que
impedem o alcance de acordos, tal como a reação desvalorizadora.
5. Para realizar afagos (ou reforços positivos);
6. Para aplicar a técnica de inversão de papéis;
7. Para evitar comprometimento prematuro com propostas ou
soluções;
8. Para explorar possíveis desequilíbrios de poder;
9. Para trabalhar com táticas e/ou habilidades de negociação dos
mediandos.
10.Para disponibilizar um ambiente propício para o exame de
alternativas e opções
11. Para quebrar um impasse;
12. Para avaliar a durabilidade e viabilidade das propostas;
13. Nas situações em que se perceber riscos à ocorrência de atos de
violência.
V - Sessões privadas, individuais ou CAUCUS

Passos:

▪ Explicar a reunião individual para ambos


▪ Reiterar a confidencialidade na abertura
Criar um ambiente que deixará os mediandos mais à
vontade para tratarem de pontos delicados, esclarecendo
a reunião individual novamente para ambos e antecipando
que, se ela desejar, nada será revelado a conhecimento
do outro interessado/mediando ou a quem quer que seja.
▪ Controlar o tempo
▪ Pedir para compartilhar informação no encerramento
Perguntar ao final da sessão qual informação que o
interessado deseja que não seja revelada posteriormente.
VI - Inversão ou troca de papéis
(espelhamento/empatia)

É uma técnica voltada a estimular a empatia entre os


mediandos, por intermédio de orientação, para que cada um
perceba o contexto também sob a ótica da outra pessoa
com a qual se encontra em situação de conflito.

Obs.: recomenda-se ser usada prioritariamente em sessões


privadas e que, ao se aplicar a técnica, o mediador indique:

i) que se trata de uma técnica de mediação;


ii) que esta técnica também será utilizada com o outro
mediando.
VI - Inversão ou troca de papéis
(espelhamento/empatia)
Vejamos uma situação:

“Sr. Sebastião, o senhor apesar de ser proprietário de


oficina mecânica também é consumidor. Nesse sentido,
eu vou aplicar uma técnica de mediação que é a
inversão de papéis, e faço isso apenas porque gostaria
de ver ambos se entendendo bem e percebendo de
forma clara como cada um viu e viveu essa situação.
Naturalmente, quando tiver com a Sra. Gabriela vou
aplicar essa inversão de papéis com ela também. Então,
voltando à pergunta, como você gostaria de ser tratado,
como consumidor, no que se refere a orçamentos?”
VII - Geração de opções/Perguntas orientadas
a geração de opções
Formulação de perguntas que ajudem os mediandos a
pensar em uma solução conjunta:
 Estimular a elaboração de sugestões, sem analisar
mérito(razões de um e de outro)
 Levar cada um dos interessados a pensar nos interesses
do outro
Exemplos:
“Na sua opinião, o que poderia funcionar?”
“O que você pode fazer para ajudar a resolver esta questão”
“Que outras coisas vocês poderiam tentar?”
“Para você, o que faria com que esta ideia parecesse mais
razoável?”
“Levando em consideração os interesses de ambos, o que
poderíamos entender como uma solução satisfatória?”
VIII – Normalização

Estimular os conflitantes a perceber o conflito como uma


oportunidade de melhoria da relação entre eles e com
terceiros.
 Retirar estigma de culpa e sentimento de
constrangimento

“Srs. Manoel e Gilmar, estou percebendo que os dois estão


muito aborrecidos com a forma pela qual aquela conversa
sobre orçamento se desenvolveu. Vejo isso como algo natural
entre duas pessoas que gostariam de ter bons
relacionamentos e que gostariam de adotar soluções justas às
suas questões do dia a dia. Vamos então conversar sobre
essa questão da comunicação?”
IX - Organização de questões e interesses

Estabelecer relação entre as questões a serem


debatidas e os interesses reais das partes.

“Srs. Mauricio e Márcio, vamos conversar sobre a


questão da comunicação entre consumidor e
comerciante considerando que o Sr. Mauricio tem
interesse de prestar um bom serviço, atender bem
ao consumidor e ser reconhecido por isso e que o
Sr. Márcio tem o interesse de ser bem atendido e
apreciar quando lhes são prestados bons serviços.
Inicialmente me parece que ambos concordam que
a comunicação entre consumidor e comerciante não
atendeu às expectativas de ambos. É isso mesmo?”
X - Enfoque prospectivo
Análise de fatos e direitos X Procurar Culpados (Sentença)
Interesses Reais (lide sociológica) X Enfoque voltado para o
futuro
(o que podemos construir de agora para frente para atender aos nossos
interesses e até manter a relação/parceria).

Forma não prospectiva : “o que o senhor acredita ter feito


equivocadamente nessa situação?” ou “o senhor acha correto
proceder a consertos sem apresentar orçamento prévio?”

Forma prospectiva: “caso essa situação volte a se repetir no


futuro com outro cliente, que procedimento o senhor alteraria para
que essa situação não venha a se repetir?”
“diante desse contexto concreto em que nos encontramos, quais
são as soluções que melhor atendem às suas necessidades e
interesses reais”.
XI - Teste de realidade

Estimular o mediando a proceder com uma


comparação do seu “mundo interno” com o
“mundo externo”- como percebido pelo mediador

 Investigar os “valores” trazidos pelas partes

 Avisar a parte que o mediador está aplicando uma


técnica de mediação.

 Aplicar prioritariamente em sessões privadas.

 Mediador como agente de realidade, fazer perguntas.


XII – Apresentar perguntas orientadas para
soluções

 Orientar os trabalhos para o futuro. Sair


do passado, da culpa para uma conversa
construtiva e colaborativa.

 Perguntas para avançar no processo –


mesmo que não tenha acordo.

 Ativar o processo de acordização


XII – Apresentar perguntas orientadas para soluções

Perguntas abertas - auxiliam a identificar o que de mais


caro (interesse) está encoberto por defesas (posições)
acirradas.
Começam por: Quem?;Qual?;Por quê?; Como?;
Onde?; Quando? Quanto?; O que?; Para que?.
Por que, para que, o que é mais importante para você
nesta negociação, o que você quer preservar, cuidar...

 Permite trazer informações sobre os mediandos, para


que se amplie a visão do conflito e dos fatos.
Encoraja o mediando a falar
Gera abertura no diálogo
XII – Apresentar perguntas orientadas para soluções

Perguntas hipotéticas permitem que os mediandos


falem sem comprometimento. Permitem que as
pessoas pensem qual seria a sua atitude em
situações hipotéticas.

Exemplo:
Se ele fizesse X, o que você faria?
Se a questão não existisse, o que a Sra. faria ?
E se ela concordasse em pagar, devolver, desistir,
você consideraria....?
XII – Apresentar perguntas orientadas para soluções

Perguntas Estratégicas:
São perguntas que pretendem ampliar a visão dos
envolvidos para solucionar a questão. (conflito)

Exemplo:
- O que você pretende fazer agora?

- Por que você não fala para ele (ou ela) das
suas preocupações?

- Como deseja que seja no futuro?


XII – Apresentar perguntas orientadas para soluções

Perguntas Circulares: São elaboradas para que os


mediandos envolvidos no conflito, pensem estarem falando
do outro, quando na realidade estão falando de si próprio,
assim as perguntas circulares facilitam aos mediandos que
compreendam e entendam as diferenças nas
relações, inter-relação e interdependência, antes e depois
de começar o problema.

Exemplo:
- Como eram as coisas anteriormente?
- Como deseja que seja no futuro?
- Na sua opinião, como deveria ser o convívio nos
condomínios?
XII – Apresentar perguntas orientadas para soluções

Perguntas reflexivas: Refletir o


comportamento do outro – criando
empatia/abertura para diálogo e acordo.
- Que ações você já tentou frente a isso?

- Se você fizesse de outra forma, como imaginaria que


o outro reagiria?

- O que nesta situação o preocupa mais que em


outras, se nada mudar o que você espera que
aconteça?
XIII – Validação de Sentimentos

 Aplicada principalmente em uma sessão


individual para sentimentos que somente
uma parte venha a manifestar.

 Em sessões conjuntas somente se as


partes estiverem com sentimentos
semelhantes.
XIII – Validação de Sentimentos
“Sr. Jorge, do que acabo de ouvir, me parece que o senhor ficou
muito irritado [sentimento] em razão de ter o interesse de se
relacionar bem com consumidores [interesse real], especialmente a
Taís, por ser esta a prima de um amigo seu, e ao mesmo tempo ver a
comunicação se desenvolver da forma que os dois narraram, é isso
mesmo?”
(para as duas partes) “Sr. Joaquim e D. Marta, vejo que ambos estão
muito aborrecidos e frustrados [sentimentos] por tentarem há algum
tempo ter um bom relacionamento entre vizinhos [interesse real] e
por ainda não conseguirem resolver a questão do cachorro.
Ao mesmo tempo, não vejo como essa forma de comunicação, com
interrupções e ironias, vai ajudar a sairmos daqui com uma solução
que seja aceitável para ambos. Entendo que ambos estejam irritados
porque querem muito resolver essa situação. Posso contar com o
apoio de ambos quanto a interrupções e quanto ao uso da
linguagem”.
XIV – Escuta Ativa

Escutar e entender os fatos relatados pelos mediandos,


demonstrar através de linguagem corporal que esta
prestando atenção nas colocações dos mediandos. (o que
não quer dizer que deva concordar)
Ser ouvido = ser levado a sério/respeitado.
Ouvir de forma atenta – contínua – isento de julgamento.
Esvaziar de si mesmo - Mediador/Conciliador
Para que: Neutralizar comunicações improdutivas.
Fortalecer as positivas e Contribuir para o diálogo prospectivo.
Identificar as emoções dos mediandos.
Observar relações de poder entre os mediandos.
Encerramento da Sessão

Quando não há solução à vista...

Percorrido o caminho até aqui e depois de o


mediador se valer de muitos instrumentos,
há casos em que as partes permanecem
inconciliáveis

O QUE FAZER?
Encerramento da Sessão

Explicar claramente o que a conciliação ou


mediação pode e o que não pode fazer por
elas demonstrando sempre as experiências
positivas que foram tiradas do processo,
ainda que não tenha saído um acordo.

O Mediador deve agradecer às partes pelo


esforço em obter o acordo, deixando claro
que o acordo não é o único resultado possível
e satisfatório dentro da mediação.
Redação do Termo de Acordo

Lei nº 13.105 de 16/03/2015 - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o


caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de
conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias,
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.

§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e


homologada por sentença.

Somente o acordo homologado garante a efetiva


satisfação das partes?
Redação do Acordo
● Redigir com clareza e objetividade
● Utilizar informações e linguagem dos interessados
● Escrever seus termos na presença dos interessados e advogados
● Verificar o entendimento dos interessados para validação do
pactuado
● Realizar a leitura do Termo
● Conferir as assinaturas de todos

● Se prever pagamento: definir claramente quem paga e quem recebe,


especificar o montante e a forma de quitação, presencial: no
comércio, empresa, na residência do credor, mediante recibo,
depósito em conta corrente ou poupança, pix, com os dados
suficientes das contas, criando cláusula de eventual insuficiência no
fornecimento de dados.
Redação do Termo
● Cláusula penal em caso de inadimplência
deve seguir as orientações do Juiz
Coordenador do Cejusc, geralmente fica entre
10 a 20%.
• Qualificação dos interessados, representantes
legais e advogados. (art. 334, §10).
• Termo de Quitação do Avençado.
• Renúncia ao direito de recurso com a
homologação do acordo em 1º grau, em 2º
grau a desistência do processo recursal.
Redação do Termo
● ACORDO CÍVEL: Despejo; Condomínio;
Cobrança de Títulos, Reparação de Danos
Materiais, Pessoais, Morais e etc.;

● ACORDO FAMÍLIA: Divórcio; União Estável -


Declaração e Extinção; Partilha de Bens; Guarda
e Regulamentação do Direito de Convivência
(Visitas); Alimentos – Cobrança, Revisão,
Exoneração, etc.
Redação do Termo - Divórcio
Deve constar no Termo:
❑ Casamento: regime de bens, data, número da certidão de casamento
ou número do registro, indicando as respectivas folhas e Livro, o
Cartório de Registro de Pessoas Naturais, o Município/Comarca,
Estado e país onde foi celebrado o matrimônio.

❑ Dados dos Imóveis e veículos conforme constam nas documentações


pertinentes.

❑ Filhos menores ou maiores: guarda; visitação; moradia; fixação de


alimentos.

❑ Pensão entre os divorciandos; valor; reajuste; data; forma e local de


pagamento e etc.;
Redação do Termo - Divórcio

❑ Pagamento de pensão alimentícia – positivo ou negativo;


valor; critério de reajuste; data, local e forma de
pagamento;

❑ Partilha de bens; descrição dos bens móveis e imóveis; a


quem caberá o quê; dívidas; despesas, honorários;

❑ Nomes após o divórcio (se voltarão a manter os nomes


de solteiros ou se continuarão a adotar os nomes de
casados).
Redação do Termo

● Em caso de impasse, revisão das questões e


interesses dos mediandos e discussão das
opções
● Agradecer e reforçar o comportamento de
negociação dos mediandos e advogados
● Parabenizá-los pela mediação bem sucedida
(frutífera) ou não (infrutífera)
● Disponibilizar o órgão para eventuais
esclarecimentos ou orientações futuras
Referências Bibliográficas

1. Azevedo, Andre Gomma (org.) et alii, Manual de


Mediação Judicial. Ministério da Justiça. Brasil, 6ª
ed. 2016.
2. Fischer, Roger . Como chegar ao sim: negociação
de acordos sem concessões Rio de Janeiro, imago
Ed. 2005
3. Martins, José Celso. Arbitragem e Mediação.
Conceitos e Prática. 1. Ed. Amelie Editorial, 2020.

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