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MECÂNICA DOS SÓLIDOS

LEPI

Esforços Axiais
Tração e Compressão
2023/24
Programa

• Princípios e noções fundamentais


 Tração e compressão (domínio elástico)

• Corte puro (domínio elástico)

• Torção simples (domínio elástico)

• Análise de tensões e de deformações

• Flexão plana (domínio elástico)

• Encurvadura. Colunas e Pilares

• Solicitações compostas
Esforços Axiais

 Introdução.

 Estado de tensão e estado de deformação.

 Lei de Hooke. Módulo de Young. Coeficiente de Poisson.

 Ação da temperatura no estado de tensão e de deformação. Tensão térmica.

 Estruturas e sistemas estaticamente indeterminados.

 Deslocamento de um ponto de um sistema articulado.

 Peso próprio.
Esforços Axiais
Alfabeto Grego DIN17100 EN10025(90) EN10025
α alfa ASTM-A36
β beta Estrutural
γ gama -------------------------------------------------------------
δ-Δ delta ST37 Fe360 S235
ε epsílon
ζ zeta ST44 Fe430 S275
η eta
θ teta ST52 Fe510 S355
λ lambda
μ miu
ν niu
ξ xi
ρ ró
σ - Σsigma Tensão de cedência à tracção [MPa]
τ tau
φ - Φ fi
ψ psi
ω - Ω ómega
Introdução

 CONDIÇÕES PARA QUE UMA PEÇA ESTEJA SUJEITA À TRAÇÃO SIMPLES:


a) A peça admitir um eixo de simetria
b) O sistema de forças exteriores atuantes possa ser reduzido a uma resultante que
tenha por suporte o eixo de simetria da peça
c) A peça seja mecânicamente homogénea, isto é, tenha as mesmas propriedades
mecânicas em todas as direções

 NO CASO DA COMPRESSÃO, ALÉM DAS CONDIÇÕES CITADAS:


d) O cociente (comprimento da peça / menor dimensão da secção reta) ser inferior a
um dado valor. Se tal não se verificar => solicitação composta (compressão com
flexão originando o fenómeno encurvadura ou varejamento)
Estado de tensão

 Solicitação de tração - caraterizada pela existência de um esforço axial ou normal


(perpendicular) ao plano da secção recta

A tensão (média) na secção é:

Fx
s= ESTADO DE TENSÃO
A
Estado de deformação

Caso de tração simples – a carga P provoca uma deformação de alongamento

Da equação de lei de HOOKE:

s P
s = Ee e= =
E AE

DL n

åA E
PL Pi Li
e= Þ DL = d = Þ
s = Ee e=
s
=
E AE
P L AE i=1 i i

E – módulo de YOUNG ou módulo de


elasticidade longitudinal
A – área da secção transversal

ESTADO DE DEFORMAÇÃO
Coeficiente de Poisson

Para uma barra sujeita a uma força axial:


sx
ex = sy =sz = 0
E

O alongamento na direção x é acompanhado


por uma contração nas outras direções.
Assumindo que o material é isotrópico:

e y = ez ¹ 0

O coeficiente de Poisson é definido por:

deformação lateral ey ez
n= =- =-
deformação axial ex ex
Generalização da lei de Hooke

 Aplicando a lei de Hooke:


sx sx
ex = e y = ez = -n
E E
Transformando o paralelepípedo retângulo num
cubo e aplicando o princípio da sobreposição dos
efeitos, a deformação (do cubo) traduz-se por:

sx ns y ns z
ex = + - -
E E E
ns x s y ns z
ey = - + -
E E E
ns x ns y s z
ez = - - +
E E E
ESTADO DE DEFORMAÇÃO GENERALIZADO
Generalização da lei de Hooke

A variação específica de volume é dada pela expressão:

( )( )( )
e = 1- éë 1+ e x 1+ e y 1+ e z ùû = 1- éë1+ e x + e y + e z ùû

= e x + e y + ez

1- 2n
=
E
(
s x +s y +s z )
Generalização da lei de Hooke

Exercício: 2

11
Generalização da lei de Hooke

Exercício: 3

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 Acção da temperatura no estado de tensão e de deformação. Tensão térmica

 Corpo impedido de se deformar (dilatar ou


contrair) por ação de ligações ao exterior
 tensões geradas no corpo (tração ou compressão)

Deformação devida à variação de temperatura


dT = a ( DT) L
α – coeficiente de dilatação térmica

Deformação devida ao constrangimento


PL
dP =
AE
Acção da temperatura no estado de tensão e de deformação. Tensão térmica

Como a deformação final, é nula, temos:

( )
PL
d = dT + dP = 0 Û a DT L + =0
AE

( )
P = -AEa DT ü
ï
P ý s = -Ea ( DT)
s= ï
A þ

Ao valor de σ resultante duma variação de temperatura por impedimento da variação


de comprimento, chama-se TENSÃO TÉRMICA
Exercício:4
A barra representada tem um diametro de 5mm e esta fixa em A.
Antes de se aplicar a força P=20KN, há um gap entre a parede em B´e a barra de
1mm.
a) Determine as reações em A e B’.

Considere E=200Gpa.

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Problema 5
A barra rígida BDE é suspensa por duas barras AB e CD. A barra AB é
de alumínio (E=70 GPa) e tem uma secção transversal com a área de 500
mm²; a barra CD é de aço (E= 200GPa) e tem uma secção transversal
com a área de 600 mm². Para a força de 30 KN mostrada na figura,
determine:
a) O deslocamento dos pontos B, D e E.

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Acção da temperatura no estado de tensão e de deformação. Tensão térmica

PEÇA SUJEITA A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA:

Peça sem constrangimentos, isto é: possa variar livremente a sua forma e dimensão

 ESTADO DE TENSÃO não altera


 ESTADO DE DEFORMAÇÃO altera sempre

Peça limitada nas suas possibilidades de deformação:

 ESTADO DE TENSÃO altera sempre (tensão térmica)


 ESTADO DE DEFORMAÇÃO ou não altera, ou altera com limitações
Acção da temperatura no estado de tensão e de deformação. Tensão térmica

Exercicio:6

Calcule as reações em A e B devido ás forças aplicadas na peça.

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Peso próprio

O peso próprio considera-se nos casos em que, pelas suas dimensões ou pelo seu peso
específico, o corpo tiver um peso elevado face às cargas a que está sujeito.

P P A Área da secção recta


g Peso específico do material
l Q Peso total da barra

M M
F+Q
x σ PP
max =
A

F
F+γ A l F
Q=γAl Þ σ PP
max = = +γl
A A
Peso próprio

Numa secção MM afastada x do ponto de aplicação da


carga:
P P
F + Qx F + γAx F
σ MM
x = = = + γx
A A A
l

M M

x Para uma dada tensão admissível do material:

F
Peso próprio

P P Elemento
infinitesimal de O alongamento é dado por:
comprimento dx
l F + g Al
d(Dl) = dx
M M
dx
AE
x Alongamento total da barra = Somatório de todos
os alongamentos infinitesimais
F

F + g Al Fl g l 2 Fl g Al.l Fl Q.l
Dl = ò
l
dl = + Þ Dl = + = +
0
AE AE 2E AE 2AE AE 2AE

Alongamento total = Alongamento devido à carga F + alongamento devido ao peso Q


O alongamento devido ao peso Q corresponde ao alongamento provocado por uma
carga aplicada na extremidade inferior, de valor igual a metade do peso próprio.
Sistemas estaticamente indeterminados
Estruturas e sistemas estaticamente indeterminados

 Sistema estaticamente determinado ou sistema isostático:


-Sistema cuja resolução é possível recorrendo apenas às equações da estática

 Sistema estaticamente indeterminado ou sistema hiperstático:


-Sistema cuja resolução não é possível recorrendo apenas às equações da estática.

Exemplo:
P
M
R2 R4

R1 R3
Estruturas e sistemas estaticamente indeterminados

 Grau de hiperstaticidade de um sistema (GH):


 GH = número de incógnitas (esforços) – número de equações (equações do
equilíbrio estático)
(no caso da figura: GH = 4 incógnitas - 3 equações = 1)

• As 3 equações do equilíbrio estático: åF x


=0 åF = 0
y åM = 0

• Um sistema hiperstático de grau n, tem n+3 incógnitas


• As n equações que faltam são as equações dos deslocamentos ou de
deformações
O processo de calculo baseia-se na análise da deformação da estrutura – razão por
que se chama método da deformação

O número de equações tem de ser igual ao número de incógnitas


Sólidos de igual resistência à tração / compressão
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

 As tensões variam com o peso próprio, podendo atingir valores consideráveis


quando o comprimento é grande e a secção for constante.

 Peças de grande comprimento e secção constante – solução anti-económica

 Material de grande volume justifica, devido ao elevado custo, dimensionamento


com as formas chamadas de igual resistência.

 Característica de um SIR (sólido de igual resistência)


Sólido de secção variável de tal modo que as tensões instaladas em todas as secções
são iguais entre si e iguais à tensão admissível do material

 Solução mais leve e, portanto, mais económica


Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

Determinação da expressão que permite o cálculo da área da secção de um SIR à


distância x da secção de aplicação da força.
Volume elementar: A x dx
Peso deste volume: Axdx g

Área Al
Secção com a mesma tensão:
Secção m¢m¢
dx
l Ax e Ax +dA
Área A x
Secção mm
x g - peso específico do material
Área A 0

Secção m’m’ : Área = Ax +dA


F

dA - acréscimo de área devido ao


aumento infinitesimal dx do comprimento
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

Expressão que permite calcular a área da secção de um sólido de igual resistência à


distância x da secção de aplicação da força, definida por A = F
0
s adm
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

 Perfil de igual resistência = perfil logarítmico


 Expressão comporta uma exponencial
 Realização prática muito difícil

Secção 1 SOLUÇÃO:

Secção 2  Uso de um perfil constituído por troços


de secção constante

Secção 3

 Sólido formado por troços envolventes do


perfil logarítmico
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

1º Troço Q1 = A1l1g
F + A1l1g F
s adm = Þ A1 =
A1 s adm - l1g

2º Troço Q 2 = A 2l 2g
F + A1l1g + A 2l 2g F + A1l1g s adm
s adm = Þ A2 = Þ A 2 = A1
A2 s adm - l 2g s adm - l 2g
F s adm
A2 =
(s adm - l1g ) (s adm - l 2g )

3º Troço Q3 = A 3l 3g
F + A1l1g + A 2l 2g + A 3l 3g F + A1l1g + A 2l 2g s adm
s adm = Þ A3 = Þ A3 = A 2
A3 s adm - l3g s adm - l 3g
F s adm
2
A3 =
(
(s adm - l1g ) (s adm - l 2g ) s adm - l3g )
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

Generalizando, para um sólido de n troços:

F σ n-1adm
An =
(σadm - l1γ) (σ adm - l2 γ) L (σ adm - l n γ )
Sólidos de igual resistência à tracção / compressão

Exemplo:
Pilar de uma ponte formado por 3 troços prismáticos com o mesma altura.
F = 3 MN
Peso específico médio do material do pilar = 20 kN/m3
sadm = 100 N/cm2 F

Tipo de perfil Volume (m3)

Secção constante 386


L=36m

Formado por 3 troços 192

Secção variável 159


.

 FIM

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