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DE ARRENDAMENTO
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OBJECTIVOS DAS ALTERAÇÕES À
LEI DO ARRENDAMENTO URBANO
O Programa do XIX consagrou o objectivo de proceder à revisão do regime do
arrendamento urbano no sentido de criar um mercado de arrendamento
eficiente.
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5. Breve caraterização do mercado de arrendamento 2011 vs. 2001
2001 2011
* Em 2011, do total de alojamentos vagos foram indicados como estando “para
arrendar” um total de 110.207 alojamentos (±1,9% do total de alojamentos) . Contratos até 1990 Total de contratos
Fonte: INE, Censos 2001 e 2011.
50-64
31%
+65 +65
Antes 1990 50-64 +65 50-64
60% 19%
0% 34% 18%
0% 11% 0%
2006-2011 47% 33%
362.605 255.536 Contratos por renda (€/mês)
Antes 1990 1991-2005 2006-2011
20% 300- 400-
50-100
154.559 200-
400 500 >500 100- 300-
200 200- 400
300 <50 300
7% 11%
1991-2005 6% <50 31%
100- 15% 22%
200 >500 22%
16% 44%
5% 100-
* Ano de celebração do contrato de arrendamento. 6% 23% 200
10% 13%
Fonte: INE, Censos 2011. 26% 400- 18% 2% 19% 400-
500 3% 500
200- 50-100 <50
50-100 300- >500
300
400
Contratos pré-RAU – com regime vinculístico - têm ainda peso significativo (33% do total)
Contratos pré-RAU têm rendas baixas (70% abaixo dos € 100 - 44% abaixo do € 50)
Contratos novos têm rendas elevadas (32% acima dos € 400) 7
6. Diagnóstico
• Procura crescente de
arrendamento
A REFORMA DO
ARRENDAMENTO
URBANO É
PRIORITÁRIA
• Ausência de oferta de
arrendamento a preços acessíveis
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7. Reforma do regime do arrendamento urbano
Objetivos Impactos Vetores da Reforma
Dinamização do
mercado de A.
Flexibilização do regime Alteração ao regime
arrendamento
do contrato de substantivo
arrendamento
REFORMA DO
Aumento da oferta de
ARRENDAMENTO habitações a preços B.
Promoção de acessíveis Revisão do sistema de
URBANO mecanismos expeditos transição dos contratos
de cessação do contrato antigos para o novo regime
+ e desocupação da
habitação Aumento da segurança
Reabilitação jurídica para senhorios C.
Agilização do procedimento
Urbana de despejo
Conjugação do regime
do arrendamento com a Renovação das cidades D.
reabilitação urbana (em conjunto com Melhoria do enquadramento
reabilitação) fiscal
- Prevê-se a transição dos contratos antigos para o novo regime num curto período,
através de um mecanismo de negociação da renda. Regras especiais:
Carência económica - período transitório de 5 anos
B.
Idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau de incapacidade
Revisão do sistema
superior a 60% - pode existir atualização de renda, mas inquilinos mantêm o
de transição dos
contrato
contratos antigos
- Em caso de necessidade de demolição do imóvel ou obras profundas que obriguem à
para o novo regime
desocupação, o contrato cessa com indemnização, salvo no caso de idade igual ou
superior a 65 anos ou de incapacidade superior a 60%, em que há sempre lugar a
realojamento em condições análogas
C. É criado um mecanismo especial de despejo célere que corre, tanto quanto possível,
Agilização do por via extrajudicial. Há apenas recurso ao tribunal para acautelar o direito do
procedimento de inquilino que se oponha ou quando seja necessária autorização para entrada forçada
despejo na habitação
D.
Melhoria do Enquadramento programático da tributação das rendas de prédios urbanos em sede de
enquadramento IRS - regime fiscal objeto de diploma próprio
fiscal 10
8. Principais alterações
Antes Depois
Duração dos contratos:
- Regra geral: As partes podem acordar
prazo entre 5 e 30 anos; se nada
estipularem, os contratos
consideram-se celebrados por duração Duração dos contratos :
indeterminada Não existe um prazo mínimo para
- Excepção: Os contratos a prazo certo os contratos;
só podem ter duração inferior a 5 Se as partes nada estipularem,
anos quando celebrados para consideram-se celebrados com
A. habitação não permanente ou para prazo certo pelo período de 2 anos
Alteração fins transitórios especiais
ao regime Nota: Na prática os contratos são,
substantivo informalmente, celebrados com duração inferior
à exigida na Lei.
Antes Depois
12
8. Principais alterações (cont.)
Antes Depois
A. Duração: Duração:
Alteração - As partes podem livremente - Mantém-se a liberdade das partes na
ao regime estabelecer regras quanto à duração determinação da duração do contrato,
substantivo do contrato, mas se as partes nada mas se as partes nada estipularem,
estipularem, considera-se celebrado considera-se celebrado por 5 anos
Contratos por 10 anos
para fins não
habitacionais
Regime de transição e atualização de
rendas:
B. - Contratos anteriores a 1990 celebrados
Revisão do por duração indeterminada não podem Regime de transição e atualização de
sistema de ser cessados por livre vontade do rendas:
transição dos senhorio (“contratos para a vida”) - Estabelecimento de um mecanismo de
contratos antigos negociação da renda, que assenta no
para o novo - O senhorio só pode promover a diálogo entre as partes.
atualização da renda se o imóvel: (i) - Duas exceções:
regime
estiver avaliado fiscalmente há menos Carência económica
de 3 anos; e (ii) estiver em estado pelo Idade igual ou superior a 65 anos ou
Contratos para fins menos médio de conservação. deficiência com grau de
habitacionais incapacidade superior a 60%
celebrados antes da - Atualização faseada (2/5/10 anos) até
vigência do RAU 4% do valor da habitação.
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8. Principais alterações (cont.)
Antes Depois
B.
Revisão do
sistema de Denúncia para demolição ou obras
Denúncia para demolição ou obras profundas:
transição dos
profundas: - Senhorio pode denunciar o contrato
contratos antigos - Denúncia em ação judicial; por mera comunicação.
para o novo - O senhorio é obrigado a realojar o - O senhorio é obrigado a realojar, no
regime inquilino independentemente da sua mesmo concelho em condições
idade. análogas, o inquilino com idade ≥ 65
Contratos para fins anos ou deficiência com incapacidade
habitacionais > 60%.
celebrados antes da
vigência do RAU
8. Principais alterações (cont.)
Antes Depois
Antes Depois
B. Regime de transição:
Revisão do Regime de transição:
sistema de Não há livre denúncia pelo senhorio. - O senhorio pode denunciar livremente
transição dos o contrato com uma antecedência não
contratos antigos
para o novo inferior a 2 anos;
regime - Exclui-se a possibilidade da livre
denúncia nas situações de inquilinos
Contratos para fins com:
habitacionais Idade igual ou superior a 65 anos;
celebrados na ou
vigência do RAU Deficiência com grau de
(pós 1990) incapacidade superior a 60%.
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9. Conclusões
18
BALCÃO NACIONAL DO ARRENDAMENTO
Memorandum of understanding
on specific economic policy
conditionality (MoU)
6.1.
Procedimento de despejo:
Procedimento de despejo:
- É criado um mecanismo especial de
despejo, que corre, tanto quanto
- Constituindo-se o título executivo o
possível, por via extrajudicial, e que
senhorio pode instaurar ação executiva
Procedimento de assegure meios de reação mais céleres
para a entrega da habitação – Há
despejo e eficazes para efetivar a desocupação
sempre processo judicial.
da habitação, v.g., no caso de
incumprimento do contrato por parte
do inquilino.
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8. Principais alterações (cont.)
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O BALCÃO NACIONAL DO ARRENDAMENTO terá a natureza de
secretaria judicial, nos termos e com a estrutura a definir em decreto-
lei (DGAJ + DGPJ)
Ex.mª Senhor,
1. A nossa constituinte, Teresa de Albuquerque Pereira, é dona e legítima possuidora da fracção autónoma
designada pela letra "D", correspondente ao primeiro andar direito do prédio urbano sito na Rua Alexandre
Herculano, n.º 75, freguesia e concelho de Soure, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 5812 - Doc.
n.º 1.
2. Em 01.11.2009 foi celebrado contrato de arrendamento para habitação entre a nossa constituinte e V. Ex.ª,
respeitante à fracção acima identificada - Doc. n.º 2.
3. Com a celebração de tal contrato ficou V. Ex.ª obrigado a pagar a renda mensal
de 230 €, montante este sujeito a renovações nos termos legais - Doc. n.º 2.
6. Pelo que, tendo decorrido mais de três meses sobre a data em que V. Ex.ª
omitiu o primeiro pagamento devido, tornou-se inexigível à nossa constituinte a
manutenção do contrato de arrendamento supra mencionado, assistindo-lhes, por
tal fundamento, o direito à sua resolução (art. 1083.º, n.º 3 do Código Civil).
7. Sendo que a dita resolução carece de ser efectuada por um dos meios referidos
no art. 9.º, n.º 7 da Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, entre os quais o ora
utilizado, e com observância do disposto no art. 1084.º, n.º 1 do Código Civil.
8. Assim, a nossa constituintes declara resolvido o contrato de arrendamento
em apreço, devendo a fracção ser – lhe entregue livre e devoluta de pessoas e
bens até ao final do terceiro mês seguinte à presente resolução, sob pena de
execução judicial (art. 1087.º do Código Civil).
O Advogado
Carlos Matias
REQUERIMENTO DE DESPEJO
O requerimento é apresentado em modelo próprio, no BNA, devendo o requerente:
a) identificar as partes, indicando os seus nomes e domicílios, bem como os respetivos números de identificação civil;
b) Indicar o seu endereço de correio eletrónico se pretender receber comunicações por meios eletrónicos;
c) Indicar o tribunal competente para apreciação dos autos se forem apresentados à distribuição;
d) Indicar o lugar onde deve ser feita a notificação, o qual, na falta de domicílio convencionado por escrito, deve ser o local
arrendado;
e) Indicar o fundamento do despejo e juntar os documentos previstos no n.º 2 do artigo 15.º;
f) Indicar o valor da renda;
g) Formular o pedido e, no caso de pedido para pagamento de rendas, encargos ou despesas, discriminar o valor do capital,
juros vencidos e outras quantias devidas;
h) Juntar comprovativo do pagamento do imposto do selo;
i) Indicar que pretende proceder ao pagamento da taxa devida ou, sendo o caso, indicar a modalidade de apoio
judiciário concedido, bem como juntar documento comprovativo da respetiva concessão;
j) Designar o agente de execução ou o notário competente para proceder à desocupação do locado;
k)Designar agente de execução para proceder à execução para pagamento das rendas, encargos ou despesas em
atraso, nos casos em que seja designado notário para proceder à desocupação do locado ou este venha a ser
competente;
l) Assinar o requerimento.
Entre os documentos que o requerido tem que apresentar, sob pena de
a aplicação não permitir o envio do requerimento para o BNA, está
o comprovativo de pagamento de imposto do selo. Há situações de
isenção do imposto do selo em que o requerente pode indicar que
está isento.
O REQUERIMENTO DE DESPEJO PODE SER APRESENTADO PELAS SEGUINTES VIAS:
Em todas as comarcas deverá haver secretarias competentes para receber os requerimentos de despejo. Os funcionários
terão que se autenticar (nome de utilizador e password).
Quando o requerente pretende cumular com o pedido de despejo o pedido de pagamento
de rendas, encargos ou despesas, terá que preencher um conjunto de campos adicionais,
que correspondem aos campos do requerimento executivo que sejam relevantes para a
execução para pagamento de quantia certa e que não tenham correspondência nos
campos já existentes no requerimento de despejo.
1 – O requerido pode opor-se à pretensão de despejo no prazo de 15 dias a contar da sua notificação.
2 – A oposição não carece de forma articulada, devendo ser apresentada no BNA apenas por via eletrónica, sob
pena de pagamento imediato de uma multa no valor de 2 unidades de conta processuais.
3 – Com a oposição, deve o requerido proceder à junção do documento comprovativo do pagamento da taxa de
justiça devida e, nos casos previstos nos n.os 3 e 4 do artigo 1083.º do Código Civil, ao pagamento de uma
caução no valor das rendas, encargos ou despesas em atraso, até ao valor máximo correspondente a seis
rendas, salvo nos casos de apoio judiciário.
4 – Não se mostrando paga a taxa ou a caução previstas no número anterior, a oposição tem-se por não deduzida.
5 – A oposição tem-se igualmente por não deduzida quando o requerido não efetue o pagamento da taxa devida
no prazo de cinco dias a contar da data da notificação da decisão definitiva de indeferimento do pedido de
apoio judiciário, na modalidade de dispensa ou de pagamento faseado da taxa e dos demais encargos com o
processo.
A oposição seguirá automaticamente para o tribunal, pelo que a análise à validade da mesma
(nomeadamente se foi paga a taxa de justiça ou a caução – art. 15.º-F n.º 4) será efetuada já no
tribunal.
Uma vez que a constituição de mandatário é sempre obrigatória
para a dedução de oposição, nos termos do n.º 3 do art. 15.º-S, a
multa de 2 unidades de conta prevista no n.º 2 do art. 15.º-F é
aplicável quando a oposição tenha sido entregue em papel (e não
quando não tenha a menção da existência do mandato e do
domicílio profissional do mandatário).
O pagamento da caução no valor das rendas, encargos ou despesas em
atraso previsto no n.º 3 do art. 15.º-F é efetuado através da emissão de
DUC no sistema do IGFIJ, com a designação de “depósito autónomo”.
Não obstante, em virtude do n.º 1 do art. 15.º-H, o BNA terá que notificar
o requerente que foi apresentada oposição, remeter-lhe cópia da mesma e
informar que foi remetida para tribunal.
Sempre que seja necessária intervenção do tribunal – nos casos de oposição,
pedido de diferimento da desocupação do imóvel, pedido de suspensão do
despejo, autorização para entrada no domicílio ou impugnação – a peça
processual que determina essa intervenção dará entrada no BNA (seja através da
sua aplicação informática, seja, eventualmente, em papel) e é este que remete o
processo para tribunal (sendo que quando a peça dê entrada via aplicação
informática, esse envio pode acontecer de modo automático).
Nos casos em que seja o senhorio a indicar o seu advogado é necessário que essa
indicação, quando seja realizada na aplicação do BNA, seja efetuada através de
formulário próprio que permita que os dados do advogado sejam apresentados de
forma estruturada e, nomeadamente, introduzidos de forma automática no
requerimento executivo que o BNA criará para enviar para tribunal, juntando a
procuração.
Quando o BNA, nos casos de execução para pagamento de rendas,
encargos ou despesas, remete para o tribunal o requerimento
executivo, o que seguirá em PDF é o requerimento de despejo que
deu início ao processo no BNA, assinado eletronicamente pelo
requerente ou pelo seu advogado.
No entanto, para ser designado o notário tem previamente que se inscrever na lista do
BNA, por forma a que o sistema informático o possa reconhecer automaticamente.
Nos casos em que o notário se inscreva na lista poderá recusar a realização de despejos
com base no disposto nos artigos 7.º (territorialidade) e 14.º (extensão de
impedimentos).
Uma vez indicado o notário este receberá o título ou a decisão judicial, devendo aquele
dar início à desocupação do locado – artigo 15.º - J.
Artigo 15.º - J
Desocupação do locado e pagamento de rendas em atraso
Havendo título ou decisão judicial para desocupação do locado, o agente de execução, notário ou oficial
de justiça, desloca-se imediatamente ao locado para tomada de posse do imóvel, lavrando auto da
diligência.
O agente de execução, o notário ou o oficial de justiça podem solicitar diretamente o auxílio das
autoridades policiais sempre que seja necessário o arrombamento da porta e a substituição da
fechadura para efetivar a posse do imóvel, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
n.º 5 do artigo 840.º do Código de Processo Civil.
Quando a desocupação do locado deva efetuar–se em domicílio, a mesma só pode realizar -se entre as 7
e as
21 horas, devendo o agente de execução, o notário ou o oficial de justiça entregar cópia do título ou
decisão judicial a quem tiver a disponibilidade do lugar em que a diligência se realiza, o qual pode assistir
à diligência e fazer–se acompanhar ou substituir por pessoa da sua confiança que, sem delonga, se
apresente no local.
O senhorio indica o agente de execução ou notário que pretende que realize o
despejo no requerimento mas a validade dessa nomeação só é confirmada no
momento de emissão do título de despejo (ou quando o BNA é notificado da
decisão judicial referente à oposição).
Caso nesse momento a nomeação não seja válida, por ex. porque o agente de
execução/notário está suspenso, o sistema automaticamente designará um novo
responsável pelo despejo, não sendo solicitado ao senhorio que indique novo
agente de execução/notário.
A)
Artigo 15.º -J
O senhorio e o arrendatário podem acordar num prazo para a
desocupação do locado com remoção de todos os bens móveis, sendo
lavrado auto pelo agente de execução, notário ou oficial de justiça.
B – AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA ENTRADA NO DOMICÍLIO
Artigo 15.º -L
Autorização judicial para entrada imediata no domicílio
1 – Caso o arrendatário não desocupe o domicílio de livre vontade ou incumpra o acordo previsto no
n.º 2 do artigo 15.º -J e o procedimento especial de despejo não tenha sido distribuído a juiz, o agente
de execução, o notário ou o oficial de justiça apresenta requerimento no tribunal judicial da situação do
locado para, no prazo de cinco dias, ser autorizada a entrada imediata no domicílio.
2 — O requerimento previsto no número anterior assume caráter de urgência e deve ser instruído com:
a) O título para desocupação do locado;
b) O documento comprovativo do pagamento da taxa de justiça devida.
Só há lugar a este requerimento nos casos em que não houve oposição, já que, nos termos do n.º7 do
artigo 15.º, sempre que os autos sejam distribuídos, o juiz deve pronunciar-se sobre todas as questões
suscitadas e, independentemente de ter sido requerida, sobre a autorização de entrada no domicílio.
O agente de execução/notário/oficial de justiça apenas deverá apresentar o
requerimento para ser autorizada a entrada no domicílio, após pagamento
efetuado pelo senhorio no valor da taxa de justiça.
Sendo que:
- O requerimento de autorização é apresentado pelo agente de execução/notário/oficial
de justiça;
- Este não terá em sua posse esses documentos;
- Os documentos constam do processo no BNA,
será possível, na plataforma informática, ao agente de execução/notário/oficial de justiça
“anexar” ao seu requerimento documentos do processo de modo expedito.
2 — O diferimento de desocupação do locado para habitação é decidido de acordo com o prudente arbítrio
do tribunal, devendo o juiz ter em consideração as exigências da boa fé, a circunstância de o arrendatário
não dispor imediatamente de outra habitação, o número de pessoas que habitam com o arrendatário, a
sua idade, o seu estado de saúde e, em geral, a situação económica e social das pessoas envolvidas, só
podendo ser concedido desde que se verifique algum dos seguintes fundamentos:
a) Que, tratando -se de resolução por não pagamento de rendas, a falta do mesmo se deve a carência de
meios do arrendatário, o que se presume relativamente ao beneficiário de subsídio de desemprego, de
valor igual ou inferior à retribuição mínima mensal garantida, ou de rendimento social de inserção;
Artigo 15.º -O
Termos do diferimento da desocupação
1 — O requerimento de diferimento da desocupação assume carácter de urgência e é indeferido liminarmente
quando:
a) Tiver sido apresentado fora do prazo;
b) O fundamento não se ajustar a algum dos referidos no artigo anterior;
c) For manifestamente improcedente.
2 — Se o requerimento for recebido, o senhorio é notificado para contestar, dentro do prazo de 10 dias,
devendo logo oferecer as provas disponíveis e indicar as testemunhas a apresentar, até ao limite de três.
3 — O juiz deve decidir o pedido de diferimento da desocupação por razões sociais no prazo máximo de 20
dias a contar da sua apresentação, sendo, no caso previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior, a decisão
oficiosamente comunicada, com a sua fundamentação, ao Fundo de Socorro Social do Instituto de Gestão
Financeira da Segurança Social.
4 — O diferimento não pode exceder o prazo de cinco meses a contar da data do trânsito em julgado da
decisão que o conceder.
Nos casos de diferimento do despejo o tribunal envia a decisão para o
BNA que, por sua vez, remete para o agente de execução/notário/oficial
de justiça.
Nos casos de diferimento em que não tenha havido oposição, o BNA emite
o título assim que se esgotar o prazo para a oposição, sendo que o título
de desocupação e a decisão de diferimento devem ser enviados para o
agente de execução/notário/oficial de justiça em conjunto e em
simultâneo.
DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL E AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
Nos casos em que o imóvel arrendado não constitua domicílio, a entrada imediata no mesmo para
tomar posse, ainda que haja resistência em desocupar o imóvel, não carece de prévia autorização
judicial.
• Não tendo o arrendatário abandonado o locado o senhorio dá início ao PROCEDIMENTO DE DESPEJO mediante
requerimento a apresentar no BALCÃO NACIONAL DO ARRENDAMENTO.
• O arrendatário é notificado para em 15 dias desocupar o locado e pagar as rendas em atraso ou deduzir oposição,
prestando caução no valor máximo correspondente a 6 rendas.
• Não tendo sido deduzida oposição, não tendo sido prestada caução ou não tendo sido efectuado o pagamentoo
das rendas entretanto vencidas é constituído automaticamente TÍTULO PARA DESOCUPAÇÃO DO LOCADO.
• Em caso de dedução de oposição com prestação da caução e pagamento da taxa de justiça há lugar a ACÇÃO
ESPECIAL DECLARATIVA, devendo a audiência realizar-se no prazo de 20 a contar da distribuição.
• Havendo resistência física do arrendatário, o senhorio deve efectuar o pedido de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL para
entrada forçada e pedido de auxilio de forças policias, que deve der proferida em 10 dias.
Requerimento e
Não tendo havido
notificação via Balcão do
oposição do arrendatário
Arrendamento para, em
2 meses em falta de considera-se o contrato
15 dias, desocupar o
pagamento de rendas há resolvido TÍTULO PARA
locado e pagar as rendas
lugar à comunicação para DESOCUPAÇÃO DO
ou deduzir oposição.
resolução do contrato e LOCADO
para a desocupação do (Dentro deste prazo o
Em caso de oposição, com
locado em 30 dias arrendatário pode provar
prestação de caução,
que as rendas já tinham
haverá lugar a ACÇÃO
sido pagas ou
ESPECIAL DECLARATIVA
depositadas)
FIM DO PROCEDIMENTO
3 meses 3 meses 10 meses (tempo médio actual)
R Desocupação do imóvel
E ACÇÃO EXECUTIVA DE DESPEJO
Rendas em atraso Artigo 1087.ºº do C.C.
G • Competência do Agente de Execução (art.
Artigo 1083.º C.C., n.º3 808.º do C.P.C.)
A
Pagamento da renda
C Artigo 1084.º do C.C., • Oposição à execução no prazo de 20 dias
T n.º 3 (artigo 813.º e 816.º do C.P.C.)
U Comunicação obrigação incumprida Título Executivo
A
Artigo 1084.º, n.º1 do C.C. Artigo 15.º, n.º1, al. e) do NRAU
L
Por esta via pretende-se colocr a informática ao serviço da justiça com ganhos
substanciais de simplicidade, celeridade e eficácia no procedimento do despejo.