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Defesa Sanitária

Prof. Dra. Janaína da Soledad


Objetivos de Aprendizagem do dia
• Conhecer os principios basicos do Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Brucelose e Tuberculose

a Educação que transforma!


Histórico
Instituido em 2000, revisto em 2017 e 2020.
Dificuldade de estruturação que estimulasse os pecuaristas para adoção das
medidas necessárias
A proposta do PNCEBT foi elaborada por um grupo de trabalho instituído pelo
MAPA, com participação de especialistas e pesquisadores em:
• epidemiologia,
• medicina veterinária preventiva
• serviços de inspeção e defesa sanitária animal

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Abrangência
Bovinos e bubalinos
• Brucella abortus e Mycobacterium bovis
Suínos
• Controladas especialmente em reprodutores – por certificação de
granjas
Ovina e Caprina
• A brucelose de importância epidemiológica, causada por Brucella
melitensis, não foi até hoje diagnosticada no Brasil e tuberculose não
justifica

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Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e
da Tuberculose Animal - PNCEBT

• Classificação das unidades federativas quanto ao grau de risco

• Definição e aplicação de procedimentos de defesa sanitária animal,


de acordo com a classificação de risco.

• São também preconizadas um conjunto de medidas sanitárias


compulsórias, associadas a ações de adesão voluntária.

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Brucelose
Zoonose de distribuição universal, de carater infecto contagiosa
provocada por bacteria do gênero Brucella.
Nos animais provocam abortos (terço final da gestação), nascimentos
prematuros, natimortos, retenção de placenta, repetições de cio e
descargas uterinas com grande eliminação de bacteria.

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Etiologia
Gênero Brucella
Características gerais:
• Cocobacilos
• Gram negativo
• Imóveis
• Intracelulares facultativos
• Morfologia colonial lisa ou rugosa
• São antigênicamente diferentes – importante para vacina RB51

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Etiologia
Lisas X Rugosa
• O que difere é a presença de cadeia O. A lisa possui a cadeia O e a
rugosa não possui.
• LPS (liposacarídeo) – principal fator estimulador do sistema imune, logo
se o LPS é diferente a resposta imune gerada também será diferente.
LISAS – B. melitensis; B. abortus; B.suis; B.neotomae
RUGOSAS – B. ovis; B.canis

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Vacinação
É obrigatória (Exceto Estados classificados como A) – Quais animais?
Quem vacina?
• A vacinação deve ser realizada por médico veterinário cadastrado (MVC) ou
seus vacinadores auxiliares cadastrados sob sua supervisão e
responsabilidade.
• Excepcionalmente, em algumas UF o SVE pode assumir a responsabilidade
técnica pela vacinação a fim de atender à demanda do PNCEBT

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Vacinação
Quais animais devem ser vacinados?
• Fêmeas das espécies bovina e bubalina – entre 3 e 8 meses, com
B19.
• Utilização RB51 em casos especificos
• É proibida a vacinação contra brucelose de machos de qualquer
idade.
• É proibida a utilização da vacina B19 em fêmeas com idade superior
a oito meses.

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Vacinação
• O leite cru que provém diretamente de propriedades rurais somente
poderá ser recebido por estabelecimentos de leite e derivados
mediante a regularidade da vacinação do rebanho contra a
brucelose.

• Para controle e fiscalização, a comercialização da vacina se dará


somente a partir de emissão de receituário de médico veterinario
credenciado e deve ser arquivada no estabelecimento por ate 1 ano.

• Envio de relatórios semestrais aos serviços veterinários.

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Vacinação

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Vacina B19
A marcação das fêmeas vacinadas no lado esquerdo da cara.
Fêmeas vacinadas com a vacina B19 deverão ser marcadas com o
algarismo final do ano de vacinação.

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Vacina B 19
Patogênica para o homem
Reduzida virulência e estavel
Protege 65-75% das fêmeas
Grau de duração da proteção nas bezerras é igual nas adultas, o problema é a
interferência no diagnóstico.
A vacinação apenas não erradica a enfermidade
Persistência de anticorpos é evitada com vacinação entre 3-8 meses.
Vacinação de infectados não altera o curso da doença.
Pode provocar aborto quando aplicada em fêmeas prenhes.

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Vacina RB51
Fêmeas após 8 meses que por ventura não tenham sido vacinadas com a B19
Fêmeas vacinadas com a amostra RB51 deverão ser marcadas com um
V

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Vacina RB 51
B. abortus cultivado com rifamicina que se tornou atenuada.
É lisa porem com caracteristica rugosa.
Não interfere no teste diagnóstico porque o anticorpo produzido não terá
cadeia O (LPS), mas protege contra B. abortus.
É de reduzida virulência e estável
Protege 75% das fêmeas
Vacinação de vacas com 60 dias não interfere na gestação
Vacinação de infectados não altera o curso da doença
Pode provocar aborto quando aplicado em fêmeas prenhes

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Diagnóstico X Vacinação
Infecção natural Resposta Imune Humoral *
Resposta vacinal Resposta Imune Celular
Maior êxito na resposta imune celular, pois na Humoral os anticorpos
não conseguem se ligar às bacterias, que estão em sua maioria dentro
dos macrófagos
*Estímulo a resposta humoral é mantido e o animal mantem títulos
altos, logo se foi infectado dara reagente ao teste

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Controle de Antigenos para diagnostico
A distribuição de antígenos será controlada pelo serviço veterinário
oficial, devendo os mesmos serem fornecidos somente
• Médicos veterinários habilitados,
• Laboratórios credenciados
• Instituições de ensino ou pesquisa

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Diagnóstico
Os testes sorológicos deverão ser realizados em:
• Fêmeas com idade igual ou superior a vinte e quatro meses, se
vacinadas com a B19;
• Fêmeas com idade igual ou superior a oito meses, se vacinadas com a
RB51 ou não vacinadas;
• Machos com idade igual ou superior a oito meses, destinados à
reprodução.

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Diagnóstico Brucelose
Triagem
• AAT – sensivel e pouco especifico (IgM e IgG) -
https://www.youtube.com/watch?v=EQc3P34oCAk
Confirmatórios
• 2-ME
• Teste de Polarização Fluorescente
• Fixação de Complemento
Monitoramento
• Anel do Leite – sensivel e pouco especifico

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Teste Anel do Leite (TAL)
• Poderá ser utilizado pelo serviço veterinário oficial ou por médico
veterinário habilitado, para monitoramento de estabelecimentos, ou
para outros fins, segundo critérios estabelecidos pelo serviço
veterinário oficial.
• Considera-se o resultado do teste como não reagente quando a
intensidade da cor do anel for menor que a da coluna de leite.
• Considera-se o resultado do teste como reagente quando a intensidade
da cor do anel for igual ou maior que a da coluna de leite; sendo que
nesse caso os animais do estabelecimento de criação deverão ser
submetidos a testes sorológicos individuais para diagnóstico de
brucelose

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Saneamento de Focos - Brucelose
• Realizar testes de rebanho para diagnóstico de brucelose:
• Intervalo de 30-90 dias entre testes
• Primeiro realizado em até 90 dias do abate sanitário ou eutanásia
do(s) positivo(s);

• O saneamento termina ao obter-se um teste de rebanho negativo

• O proprietário é responsável por viabilizar as medidas previstas neste


artigo, arcando com os custos

• O serviço veterinário oficial fiscalizará o processo de saneamento

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Saneamento de Focos - Brucelose
• Recomenda-se a vacinação das fêmeas acima de oito meses com
RB51, em estabelecimento de criação com foco.

• Animais oriundos de estabelecimentos de criação em saneamento


somente poderão transitar quando o destino for o abate imediato ou
mediante atestado negativo de brucelose

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Certificação de propriedades Livres de Brucelose
É voluntária
Todas as fêmeas, entre três e oito meses de idade, devem ser vacinadas contra a
brucelose
Realização de dois testes de rebanho negativos consecutivos, com intervalo de seis
a doze meses, sendo o segundo realizado em laboratório da Rede Nacional de
Laboratórios Agropecuários.
Poderão ser dispensadas da realização dos testes diagnósticos, propriedades sem
bovinos ou bubalinos que venham a ser povoadas exclusivamente com animais
provenientes de propriedade certificada livre de brucelose

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Certificação de propriedades Livres de Brucelose
A detecção de foco em estabelecimento de criação certificado livre de brucelose
resultará na suspensão temporária do certificado.
Para retorno à condição de livre é necessário
Obter dois testes de rebanho negativos consecutivos, realizados com intervalo de
trinta a noventa dias, sendo o primeiro efetuado de trinta a noventa dias após o
abate sanitário ou a eutanásia do(s) positivo(s).

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Para evolução no controle e erradicação da brucelose, deverão
ser adotadas as seguintes medidas:
UFs classe E:
• a) vacinação contra brucelose com cobertura vacinal de animais acima
de 80%;
• b) estudo epidemiológico de brucelose.
UFs classes D e C:
• vacinação contra brucelose com cobertura vacinal de animais acima de
80%;

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Para evolução no controle e erradicação da brucelose, deverão
ser adotadas as seguintes medidas:
UFs classe B:
• a) vacinação contra brucelose com cobertura vacinal de animais acima
de 80%;
• b) saneamento obrigatório dos focos detectados;
• c) vigilância epidemiológica para detecção de focos.
UFs classe A:
• a) saneamento obrigatório dos focos detectados;
• b) vigilância epidemiológica para detecção de focos.

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Tuberculose
Zoonose infecto-contagiosa de evolução cronica, causada pelo
Mycobacterium bovis que acomete bovinos e bubalinos, caracterizada pelo
desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas
tubérculos,principalmente em linfonodos e pulmões.

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Epidemiologia
Introdução da doença no Rebanho
• Aquisição de animais infectados
• Participações em eventos
• Proximidade com rebanho infectado
• Animais domésticos, homem, animais silvestres – aumenta a
possibilidade de fontes de infecção

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Epidemiologia
Manutenção e propagação da doença no Rebanho
• Tipo de exploração – leite ou corte – aglomeração
• Tamanho do rebanho/ densidade populacional
• Práticas sanitárias e zootecnicas – adaptação das instalações,
ventilação.

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Epidemiologia - Transmissão
Fontes de infecção
• Animais doentes ou infectados
• Segundo o PNCEBT toda fonte de infecção deve ser eliminada, logo o
animal reagente deve ser abatido.
• Essa medida se da porque a transmissão se da ate por particulas de
aerossois que podem ser inaladas durante a respiração.
Vias de Eliminação
• Gotículas e secreções respiratórias
• Leite, colostro
• Semen, fezes e urina.

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DA PRODUÇÃO, CONTROLE E DISTRIBUIÇÃO DE TUBERCULINAS

A distribuição de tuberculinas será controlada pelo serviço veterinário


oficial, devendo as mesmas serem fornecidos somente:
• Médicos veterinários habilitados,
• Instituições de ensino ou pesquisa
• Responsáveis técnicos de Granjas de Reprodutores Suínos Certificadas

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DIAGNÓSTICO INDIRETO DA TUBERCULOSE
Os testes de rotina para o diagnóstico de tuberculose são:
Teste cervical simples,
Teste da prega caudal
Teste cervical comparativo, sendo também utilizado como teste confirmatório.

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Tuberculinização - PNCEBT
Teste intradermico de hipesensibilização de resposta ao Mycobacterium
A prova determina uma reação inflamatória no animal positivo
Para realização do teste tem que ser um Médico veterinário habilitado –
margem de erro quanse nula de interpretação.
Fatores que podem diminuir a sensibilidade do teste
• Infecção recente; dessensibilização temporária, pré e pos parto; desnutrição;
forma de aplicação e uso de corticóides.

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Tuberculinização - PNCEBT
Realizado com a PPD – Proteina Derivada Purificada
PPD bovina – incolor
PPD aviária – vermelha
Conservação – refrigerada com validade de 1 ano – se congelar perde a
sensibilidade

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Teste da Prega Caudal
Triagem
Rebanho de corte (exclusivamente) pois é mais facil de realizar – rebanho de
dificil manejo
PPD bovina intradémica
Leitura 72+- 6h
Interpretação por avalização visual e palpação

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Teste Cervical Simples
Pecuária de corte ou leite
So usa PPD bovina
Mesmo procedimento do Teste da prega caudal
So pode repetir apos 2 meses.

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Teste Cervical Comparativo
Pecuária de corte ou leite
https://www.youtube.com/watch?v=OqJUsTORZwo

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DIAGNÓSTICO INDIRETO DA TUBERCULOSE
Animais inconclusivos ao teste:
• Segundo teste cervical comparativo, num intervalo de sessenta a noventa dias
• Ou podem ser considerados positivos e destinados ao abate sanitário ou à eutanásia;
Animais que apresentarem dois resultados inconclusivos consecutivos serão
classificados como positivos.

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Certificação de propriedades Livres de Tuberculose
É voluntária
Condicionada à realização de dois testes de rebanho negativos consecutivos
realizados em bovinos e bubalinos a partir de seis semanas de idade, num intervalo
de seis a doze meses.
Poderão ser dispensadas da realização dos testes diagnósticos, propriedades sem
bovinos ou bubalinos que venham a ser povoadas exclusivamente com animais
provenientes de propriedade certificada livre de tuberculose

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Certificação de propriedades Livres de Tuberculose
A detecção de foco em estabelecimento de criação livre de tuberculose resultará na
suspensão temporária do certificado.
Para retorno à condição de livre é necessário obter dois testes de rebanho
negativos, realizados com intervalo de noventa a cento e vinte dias, sendo o
primeiro realizado de sessenta a noventa dias após o abate sanitário ou a eutanásia
do(s) positivo(s).

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Classificação das Unidades da Federação e Medidas Sanitárias
a Serem Adotadas

Com base na classificação de risco das unidades federativas, o


saneamento de focos dessas doenças será obrigatório e deverá ser
realizado por médico veterinário habilitado e fiscalizado pelo serviço
veterinário oficial.

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Para evolução no controle e erradicação da tuberculose,
deverão ser adotadas as seguintes medidas:
UFs classe E:
• estudo epidemiológico de tuberculose;

UFs classes D a A:
• a) vigilância para detecção de focos;
• b) saneamento obrigatório dos focos detectados

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Saneamento de Focos - Tuberculose
• Em estabelecimentos mistos ou de pecuaria leiteira:
• Realizar testes de rebanho para diagnóstico de tuberculose em bovinos e
bubalinos a partir de seis semanas:
• Intervalo de 60-90 dias entre testes
• Primeiro realizado em até 90 dias do abate sanitário ou eutanásia
do(s) positivo(s);

• O saneamento termina ao obter-se um teste de rebanho negativo

• O proprietário é responsável por viabilizar as medidas previstas neste


artigo, arcando com os custos

• O serviço veterinário oficial fiscalizará o processo de saneamento

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Saneamento de Focos - Tuberculose
• Em estabelecimentos de pecuaria de corte:
• Realizar um teste para diagnóstico de tuberculose nas fêmeas acima
de vinte e quatro meses e machos reprodutores no prazo de até
noventa dias do abate sanitário ou eutanásia do(s) positivo(s);

• O saneamento termina ao obter-se um teste de rebanho negativo

• O proprietário é responsável por viabilizar as medidas previstas neste


artigo, arcando com os custos

• O serviço veterinário oficial fiscalizará o processo de saneamento

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Animais Reagentes aos Testes de Diagnóstico para Brucelose
ou Tuberculose
Devem ser marcados com ferro ou nitrogênio liquido com a letra P contido em um
círculo no lado direito da cara, conforme figura abaixo

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Animais Reagentes aos Testes de Diagnóstico para Brucelose
ou Tuberculose
Devem ser isolados do rebanho, afastados da produção leiteira
Abatidos no maximo 30 dias apos o diagnóstico em abatedouro dob inspeção ou
eutanasiado na propriedade.
O serviço de inspeção oficial do estabelecimento onde será realizado o abate
deverá ser notificado da chegada dos animais com antecedência mínima de doze
horas.

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Controle de Transito
• A emissão de GTA para trânsito de bovinos ou bubalinos, qualquer
que seja a finalidade, fica condicionada à comprovação de vacinação
obrigatória contra a brucelose no estabelecimento de criação de
origem dos animais, exceto SC.

• Para fins de aglomerações e de trânsito interestadual de bovinos e


bubalinos destinados à reprodução é obrigatória a apresentação de
resultados negativos aos testes de diagnóstico para brucelose e
tuberculose.

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Controle de Transito
• Os atestados de exames negativos para brucelose e tuberculose
serão válidos por sessenta dias, a contar da data da colheita de
sangue para diagnóstico de brucelose e da inoculação para
diagnóstico de tuberculose

• Animais oriundos de estabelecimentos livres e de estados


classificados como risco muito baixo ou risco desprezível para
brucelose ou tuberculose ficam dispensados dos exames para tais
enfermidades, exceto para reprodução.

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Outras Atividades
Vigilância Epidemiológica
Educação Sanitária

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O que veremos no
próximo encontro? • PNEEB

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