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22/05/2023

1º Semestre

FUNDAMENTOS DO DIREITO

UNIDADE 2
NORMA
JURÍDICA

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22/05/2023

NORMAS SOCIAIS E JURÍDICAS


“O estudo das normas, em geral, não é uma exclusividade ou um privilégio dos
juristas.
Na Teologia, estudam-se normas religiosas.
Na Ciência Política, estudam-se normas políticas.
Na Filosofia, estudam-se normas éticas e normas lógicas.
Na Sociologia, estudam-se normas sociais.
Na Antropologia, estudam-se normas culturais.
Nas Ciências Naturais, estudam-se leis naturais e normas técnicas.
Portanto, a norma jurídica é apenas espécie de um gênero: norma.
Mais ainda, a norma jurídica convive dinamicamente com as demais normas
sociais e, por vezes, assume o seu conteúdo, quando a norma religiosa se torna
conteúdo da norma jurídica, quando a norma moral se torna conteúdo da norma
jurídica, quando a norma econômica se torna conteúdo da norma jurídica,
quando a norma política se torna conteúdo da norma jurídica, e assim por diante,
considerando as várias esferas normativas coexistentes.” (BITTAR, 2021, p. 156)

CONCEITO DE NORMA JURÍDICA

• “Direito é ordem normativa da


conduta humana, inerente à
sociabilidade do homem e
requisito da convivência em
sociedade.” (TELLA, 2011, p. 41).

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CONCEITO DE NORMA JURÍDICA

Direito

Norma
Ética
Costumes
Moral (sociais)

CONCEITO DE NORMA JURÍDICA

Insere-se Insere-se Insere-se


no plano no plano no plano
dos valores das normas dos fatos
DIREITO
MORAL

USOS SOCIAIS

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NOTAS DISTINTIVAS ENTRE DIREITO E MORAL


DIREITO MORAL
SUJEITO Bilateralidade ou Unilateralidade ou
alteridade imanência
OBJETO Aspecto externo dos atos Motivos internos do atuar
VALORAÇÃO Objetiva Subjetiva (honestidade)
CARÁTER (NÃO) COATIVO Coatividade Liberdade
CARÁTER AUTÔNOMO OU Heterônomo Autônoma
HETERÔNOMO
TIPO DE NORMA Hipotética Categórica
FIM PERSEGUIDO Temporário “Finalidade última”

NOTAS DISTINTIVAS ENTRE DIREITO E USOS


SOCIAIS
DIREITO USOS SOCIAIS/USOS
CONVENCIONAIS/REGRAS DE
TRATO SOCIAL
SUJEITO Bilateralidade ou alteridade Multilateralidade

OBJETO Aspecto externo dos atos Regulam a conduta externa

VALORAÇÃO Objetiva Objetiva (Decoro)

CARÁTER (NÃO) COATIVO Coatividade Liberdade

CARÁTER AUTÔNOMO OU Heterônomo Heterônomo


HETERÔNOMO

TIPO DE NORMA Hipotética Categórica

FIM PERSEGUIDO Temporário Impessoalidade

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Norma Jurídica

Normas Éticas
(a) O Direito exerce sua pressão (a) Na moral e nos costumes sociais a
social a partir do centro ativo do pressão social é exercida pelo grupo
Poder. social não organizado.
(b) No caso de violação às regras (b) No caso de violação às regras
Jurídicas, o Direito tem morais ou costumeiras, é a reação
previamente estipulada a pena social sempre fortuita e dependente
contra a violação. de circunstâncias imprevisíveis.

Norma Jurídica

Normas Éticas
A importância da existência e do cumprimento de
A moral, contudo, difere do costume em imperativos morais está relacionada a duas
outro aspecto. A regra moral exige não só questões: a) a de que tais imperativos buscam
uma conduta conforme o seu conteúdo, mas sempre a realização do Bem — ou da Justiça, da
também simultaneamente uma intenção Verdade etc., enfim valores positivos;
conforme o mesmo conteúdo, isto é, o b) a possibilidade de transformação do ser —
indivíduo só cumpre o imperativo moral se o comportamento repetido e durável, aceito
fizer a partir de uma aceitação interior, amplamente por todos (consenso) — em dever ser,
íntima. pela verificação de certa tendência normativa do
real.

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• O que diferencia as normas jurídicas das


demais normas? Afinal, qual é o traço
distintivo entre a norma jurídica e as demais
espécies de normas?
Norma • O traço distintivo está em que na norma
Jurídica jurídica existe a possibilidade de
aplicação forçada da sanção ou o uso da
força para obrigar alguém ao
cumprimento da norma ou à reparação
do dano e pagamento de certa pena.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS EVENTUAIS DA


NORMA JURÍDICA
• “Muitas características que foram reputadas no passado como
inerentes às normas jurídicas passaram a apresentar relevância
apenas eventual ou foram superadas pela evolução do
pensamento jurídico”. (JUSTEN FILHO, 2020, p. 66)

Generalidade e abstração;

Coercitividade ou não;

Previsão de uma sanção.

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ALGUMAS CARACTERÍSTICAS EVENTUAIS DA


NORMA JURÍDICA
• “Muitas características que foram reputadas no passado como inerentes às normas jurídicas passaram a
apresentar relevância apenas eventual ou foram superadas pela evolução do pensamento jurídico”.

1) Generalidade e abstração

a) Generalidade – consiste na aplicação a um número


indeterminado de pessoas;

b) Abstração – se relaciona com a disciplina para uma quantidade


indeterminada de situações. (JUSTEN FILHO, 2020, p. 66)

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS EVENTUAIS DA


NORMA JURÍDICA
• “Muitas características que foram reputadas no passado como inerentes às normas jurídicas passaram a apresentar relevância
apenas eventual ou foram superadas pela evolução do pensamento jurídico”. (CONT.)

2) Coercitividade ou não – “entendia-se que somente existia norma


jurídica quando [o] comando fosse respaldado pelo uso da força estatal.
A coerção estatal consiste na possibilidade de o Estado impor o
comando e, em especial, a sanção pela infração por meio da força.”
(JUSTEN FILHO, 2020, p. 66).

3) Previsão de uma sanção – “[...] uma consequência punitiva para a


infração da determinação veiculada na norma”. (JUSTEN FILHO, 2020,
p. 66).

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NORMA JURÍDICA
Norma

Norma
Jurídica

Regra Medida

NORMA JURÍDICA

Lei
Norma jurídica uma das formas de
expressão das
normas

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NORMA JURÍDICA

imaterial

Norma é um
cultural
Jurídica objeto

heterônomo

NORMA JURÍDICA

“Norma jurídica é um
provimento integrante de um
ordenamento jurídico e
objeto de tutela pelo Estado,
destinado a disciplinar a
conduta intersubjetiva e que
apresenta cunho bilateral ou
plurilateral atributivo”. (JUSTEN
FILHO, 2020, p. 64).

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Definição
“A norma jurídica é um comando, um
imperativo dirigido às ações dos
Norma indivíduos — e das pessoas jurídicas e
demais entes. É uma regra de conduta
Jurídica social; sua finalidade é regular as
atividades dos sujeitos em suas
relações sociais. A norma jurídica
imputa certa ação ou comportamento
a alguém, que é seu destinatário.”
(RIZZATTO NUNES, 2016, p. 238).

Norma Jurídica
INSTITUTO JURÍDICO
“Instituto Jurídico é a reunião de normas jurídicas afins,
que rege um tipo de relação social ou interesse e se
identifica pelo fim que procura realizar. É uma parte
da ordem jurídica e, como esta, deve apresentar algumas
qualidades: harmonia, coerência lógica, unidade de fim.
Enquanto a ordem jurídica dispõe sobre a generalidade
das relações sociais, o instituto se fixa apenas em um
tipo de relação ou de interesse: adoção, poder familiar,
naturalização, hipoteca etc. Considerando-os análogos
aos seres vivos, pois nascem, duram e morrem, Ihering
chamou-os de corpos jurídicos, para distingui-los da
simples matéria jurídica. Diversos institutos afins
formam um ramo, e o conjunto destes, a ordem jurídica.”
(NADER, 2018).

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Norma Jurídica

Regras

Normas
Jurídicas

Princípios

Norma Jurídica
• não se pode reduzir os
ordenamentos jurídicos a
meras estruturas
Dworkin normativas;
• regras (rules) + princípios
(principles).

• referem-se a fins ou a valores;


• “padrão que deve ser observado
não por provocar ou manter uma
Princípios situação desejada, mas por ser uma
exigência de justiça, ou de retidão,
ou de qualquer outra dimensão
moral.”

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“Os principles [princípios] são realidades


heterogêneas em relação às (regras), mas
são complementares a elas no
Norma Jurídica ordenamento jurídico: as regras são
válidas enquanto normas estabelecidas, e
podem ser mudadas somente por força de
uma deliberação, enquanto os princípios
são válidos enquanto correspondem a
exigências morais sentidas num período
específico, e seu peso relativo pode mudar
no decorrer do tempo. Os tribunais devem
recorrer a estes últimos para resolver os
casos difíceis (hard cases), aos quais não
seria possível aplicar uma regra sem
cometer uma injustiça.” (FARALLI, 2006, p. 4-5).

Norma Jurídica

(i) de proibição;
(ii) de
a norma jurídica obrigatorie-
opera com dade;
Pertence ao modais
deônticos. (iii) de permissão
mundo da ética,
daquilo que
“deve ser”

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Muitas vezes tais modais surgem misturados,


no amplo complexo de normas jurídicas que
compõem o ordenamento. Por exemplo: é
permitido casar, mas é obrigatório que os
Norma nubentes sejam maiores ou, nos limites
legais, tenham autorização dos pais ou
Jurídica responsáveis, sendo proibido o casamento
entre menores absolutamente incapazes,
entre irmãos etc. Veja-se, pelo exemplo, que
a permissão para casar (isto é, faculdade de
casar) surge se não estiver dentro das
proibições e após supridas as obrigações.
(RIZZATTO NUNES, 2016, p. 238).

Norma Jurídica: estrutura lógica

Razão

Norma
Jurídica
Conse-
Hipótese
quência do Fato
Jurídica

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Norma Jurídica e enunciado normativo

normas jurídicas - atos-de-linguagem,


que correspondem a uma reunião de
enunciado normativo - é a forma pela ideias, experiências, organização
qual se expressa a norma jurídica, no social, negociações políticas, arranjos
momento em que adquire existência institucionais, encontrando na
enquanto ato-de-linguagem linguagem uma forma de expressão
racional, lógica, imperativa e
vinculante

Norma Jurídica: estrutura lógica

A RAZÃO
Ratio legis = finalidade
Anima legis = princípio
= é o animus = para Objeto da lei – o que =
que serve de
que?
fundamento à lei = é o interesses juridicamente
Finalidade do legislador “anima legis” ou protegidos
(subjetiva) ou da lei (TELLA, 2011, p. 52-53)
(objetiva) “medula legis” – porquê

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Norma Jurídica: estrutura lógica

Ratio hipotética =
Razão histórica ou supostamente a vontade do
legislador histórico que
“ratio real” = vontade dos elaborou a lei de se situar nas
legisladores concretos que a circunstâncias específicas do
elaboraram instante, na qual a referida lei
tem de ser aplicada.

Fonte: TELLA, 2011, p. 53

Norma Jurídica: estrutura lógica

RATIO DECIDENDI
1ª parte da sentença = os
“obter dita” – partes 2ª parte da sentença = o “fallo”, no
A ratio decidendi concernentes aos “resultados” qual se contém a solução
corresponde à razão – ou antecedentes de fato – e raciocinada em argumento – “ratio
decidendi” -, consequência de
pela qual o juiz decide “considerações” – ou aplicar aos fatos as normas de
ao elaborar a fundamentos de Direito. direito.(TELLA, 2011, p. 52-53)
sentença.

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Norma Jurídica: estrutura lógica

“[...] 1) ratio decidendi ("enunciado jurídico a


partir do qual é decidido o caso concreto", em que
o Judiciário justifica a decisão e tal enunciado deve
corresponder à faticidade jurídica que ele
solucionou);

2) obter dictum (manifestação jurídica presente na


decisão judicial, "cujo conteúdo e presença não se
apresentam como condição de possibilidade para a
solução final da demanda“ [...] (STRECK apud
FROTA, 2021. Disponível em: ConJur - Precedente
vinculativo e persuasivo e a ratio decidendi)

Norma Jurídica: estrutura lógica

Formulação
Norma
Lógica da
Jurídica
Norma jurídica

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Norma Jurídica: estrutura lógica

O imperativo hipotético, relativo às


Imperativo categórico, próprio normas jurídicas, técnicas, políticas,
dos preceitos morais, obriga de impõe-se de acordo com as condições
especificadas na própria norma, como
maneira incondicional, pois a meio para alcançar alguma outra coisa
conduta é sempre necessária. que se pretende.
Exemplo: deves honrar a teus pais. Exemplo: se um pai deseja emancipar o
filho, deve assinar uma escritura pública.

Norma Jurídica: estrutura lógica

Tipos de normas jurídicas quanto às condições de


aplicação – Kelsen (NINO, 2010, P. 95-96)
Normas jurídicas categóricas Normas jurídicas hipotética
a execução do ato coercitivo a execução do ato coercitivo
não está submetida a está submetida a alguma
alguma condição. condição.
Ex: Sentenças judiciais Ex: Leis

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Norma Jurídica: estrutura lógica

Tipos de normas jurídicas – Kelsen


(NINO, 2010, p. 96)

Normas jurídicas particulares Normas jurídicas gerais


Especifica-se um ou alguns Referem-se a tipos de
indivíduos ou alguma ocasião indivíduos e tipos de ocasiões
determinadas. indeterminadas.
Ex: Sentenças judiciais Ex: Leis

Norma Jurídica: estrutura lógica

Conteúdo das normas jurídicas – Kelsen


(NINO, 2010, p. 96)

Atos coercitivos Embora destinem-se


diretamente aos juízes e
As normas jurídicas têm como servidores da justiça, as
destinatários os juízes e/ou normas jurídicas constituem
servidores da justiça uma técnica indireta de
encarregados de determinar motivar a conduta dos
sua execução ou executá-las. cidadãos.

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Norma Jurídica: estrutura lógica

As normas jurídicas – Kelsen


(NINO, 2010, p. 97)

Norma primária
Norma secundária
São as que prescrevem, em certas
condições ou não, a privação dos bens São meros derivados lógicos das
de um sujeito por meio da força. São as normas primárias, e sua
normas jurídicas genuínas, o que enunciação só tem sentido para
significa que uma ordem jurídica é uma explicação clara do direito.
integrada apenas por elas.

Norma Jurídica: estrutura lógica

As normas jurídicas – Kelsen


(NINO, 2010, p. 97)

Norma primária
Aborto provocado pela gestante ou Norma secundária
com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma É proibido à gestante provocar
ou consentir que outrem lho aborto em si mesma ou permitir
provoque: (Vide ADPF 54) que outra pessoa o faça
Pena - detenção, de um a três anos.

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Norma Jurídica

Norma Proposição
Jurídica Normativa

Norma Jurídica

Norma versus Proposição - Kelsen

Norma Jurídica Proposição Normativa


(i) a proposição jurídica é produto da ciência do
(i) Quem formula a norma jurídica é a direito;
autoridade competente; (ii) o sentido da proposição jurídica é descritivo;
(ii) O sentido da norma jurídica é (iii) As normas jurídicas são o objeto de estudo da
prescritivo; ciência do direito, que para descrevê-lo formula
proposições normativas;
(iii) Uma norma jurídica pode ser válida (iv)a proposição jurídica pode ser verdadeira ou
ou inválida. falsa.

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Norma Jurídica
“Hans Kelsen distinguiu proposição normativa de norma
jurídica. A primeira é um juízo hipotético o qual enuncia
que, “sob certas condições ou pressupostos fixados por
esse ordenamento, devem intervir certas consequências
pelo mesmo ordenamento determinadas”. Em outras
palavras, a proposição jurídica é a linguagem que
descreve a norma jurídica. Esta não foi considerada juízo
lógico, conforme alguns autores apontam, mas um
mandamento ou imperativo: “As normas jurídicas, por
seu lado, não são juízos, isto é, enunciados sobre um
objeto dado ao conhecimento. Elas são antes, de acordo
com o seu sentido, mandamentos e, como tais,
comandos, imperativos”. (NADER, 2018).

Norma Jurídica

“A sanção jurídica, segundo Kelsen, constitui um ato


coercitivo – de força real ou potencial -,que consiste
na privação de algum bem (por exemplo, a vida, a
propriedade, a liberdade, a honra etc.), executado por
um indivíduo autorizado para tal, em decorrência de
determinada conduta.” (KELSEN apud NINO, 2010, p. 94)

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Norma Jurídica
Normas Jurídicas: têm por característica imputar determinada
ação ou comportamento a alguém.
Sanção
Sanção
Sanção Simultaneamente, para tentar
Pode-se dizer, portanto, que as
faz parte da estrutura da garantir que as proibições e
obrigações sejam cumpridas, as normas jurídicas fixam uma ação
norma jurídica, imputando normas jurídicas fixam sanções, que ou comportamento
outra ação ou implicam nova ação ou primeiramente queridos: uma
comportamento (em forma comportamento ou, ainda, certo prestação; e, também, ao mesmo
de pena, punição) àquele que efeito jurídico em forma de tempo, outra ação,
descumpre o comando punição, imposta aos que comportamento ou efeito jurídico
descumprirem suas determinações. imputados aos que não
primário da norma jurídica. cumprirem a prestação: a sanção.

Norma Jurídica
Normas Jurídicas: têm por característica imputar determinada
ação ou comportamento a alguém.

Coerção
Coação
Sanção
é a consequência jurídica — “Medo das consequências da “aplicação efetiva de
imputação de certa ação, violação da norma jurídica uma sanção pelo poder
comportamento ou efeito jurídico
— que atinge o destinatário da
que reside na consciência e competente segundo os
norma jurídica, ou o ato jurídico exerce pressão sobre a processos legais contra o
praticado, quando ele descumpre a vontade livre do obrigado.” violador da norma.”
prestação prevista. (DINIZ, 1998, v. 1, p. 636)
(DINIZ, 1998, v. 1, p. 622)

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Norma Jurídica
Tanto a coação como a coerção são, assim, elementos
intrínsecos da sanção e agem em momentos diferentes.

Há uma função preventiva, a de agir sobre o destinatário como


um aviso: se ele não cumprir a norma jurídica, poderá sofrer os
efeitos concretos da sanção.

Note-se que o elemento coercitivo exerce influência psicológica


admoestadora em relação à sanção, mas também em relação à execução
concreta da sanção, que é o último estágio de aplicação da sanção prevista
na norma: trata-se da aplicação forçada, contra a vontade do agente que
descumpriu o comando normativo.

Norma Jurídica

Exemplos de Espécies de sanções

Direito do Trabalho
Direito Direito do As penalidades
Direito Penal Consumidor aplicadas pelo
Administrativo empregador:
Direito Civil as sanções são as nulidades, multas,
multas, penas apreensão de advertência – verbal ou
próprias penas: escrita; suspensão;
nulidade, perda disciplinares, mercadorias, demissão (no caso
detenção, inutilização de
de direitos etc.; como suspensão, dos atletas
reclusão, multa produtos, interdição profissionais cabe,
perda de cargo
etc.; de estabelecimento ainda, pena de multa);
etc.; etc. dispensa por justa
causa.

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Norma Jurídica

Norma jurídica sem sanção – Kelsen


(NINO, 2010, p. 99)

Kelsen – efetivamente,
Ao examinarmos o(s) Constituição/constituições Direito Civil – traz normas todos esses enunciados não
são normas, mas partes de
sistema(s) jurídicos, – grande parte composta que estabelecem normas genuínas. Assim, a
verificaremos que por normas que procedimentos e maioria dos enunciados
é/são composto(s), asseguram direitos e condições para firmar integram um sistema
prevalentemente, de garantias, procedimento contratos, contrair jurídico formaria o
para eleger matrimônio, adquirir antecedente das autênticas
normas jurídicas sem normas, em cujo
representantes... bens...
sanção. consequente deve figurar
sempre uma sanção.

Norma Jurídica

cumprem uma função


“não estritamente CDC - definições
normativa”, de consumidor e
Norma Jurídica consideradas
meramente formais, fornecedor (arts.
sem sanção 2o, caput, e 3o,
cuja finalidade é
orientar ou dificultar caput)
certos atos

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• Quanto à natureza de suas disposições


• (a) Normas Jurídicas Substantivas = as
substantivas ou materiais, são as que criam,
declaram e definem direitos, deveres e relações
jurídicas. São, por exemplo, as normas do Código
Classificação das Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de
Defesa do Consumidor etc.
Normas Jurídicas • (b) Normas Jurídicas Adjetivas = as adjetivas ou
processuais, são as que regulam o modo e o
processo, para o acesso ao Poder Judiciário. São,
por exemplo, as normas do Código de Processo
Civil, do Código de Processo Penal, as normas
processuais da Lei do Inquilinato, as normas
processuais da Consolidação das Leis do
Trabalho etc.

• Quanto à obrigatoriedade
• Normas de ordem pública (ou imperativas
ou cogente) = aquelas como as que não
podem ser modificadas por convenção
Classificação das dos particulares; como imperativas,
Normas Jurídicas aparecem as normas proibitivas e
obrigatórias.
• Normas de ordem privada (ou
permissivas) = as que permitem aos
particulares estabelecer regras por ato de
vontade.

ATENÇÃO - em rigor toda norma jurídica é de “ordem


pública”, porque emana do Estado, com suporte no
sistema jurídico constitucionalmente estabelecido.

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• Quanto ao número e às características dos


destinatários
Classificação das • Normas gerais = abrange grupos mais
Normas Jurídicas amplos, cujos integrantes não são
conhecidos no momento da criação da
norma.
• Normas individuais = destinam-se a
pessoas previamente conhecidas.
Dependendo da norma, o destinatário
pode ser um único indivíduo ou um grupo,
cujos membros são conhecidos. (DIMOULIS,
2016, p. 108).

• Quanto ao modo de enunciação


• Normas escritas = abrange a maioria das Classificação das
normas. Atende a dois requisitos: (i) Normas Jurídicas
segurança jurídica; (ii) publicidade.
• Normas orais = são raras e pertencem
sempre aos escalões inferiores das
hierarquias normativas, ou seja, referem-se
à execução de normas escritas em casos
individuais.
• Normas expressas de modo não verbal =
imagens (placas de sinalização); gestos
(fiscal de trânsito); aparelhos (semáforo).
(DIMOULIS, 2016, p. 109).

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Classificação das Normas Jurídicas

• Segundo o jurista português António Santos Justo (apud BITTAR, 2021,


p. 158), as normas jurídicas podem ser classificadas, quanto à sanção
jurídica em:
1) leis mais que perfeitas (invalidade do ato mais sanção);
2) leis perfeitas (invalidade do ato);
3) leis menos que perfeitas (apenas a produção de alguns efeitos do
ato).

Classificação das Normas Jurídicas

• Quanto à forma de sanção


• Sanção negativa (ou repressiva ou punitiva) = consequência
jurídica gravosa que deve ser aplicada quando se verifica a
violação da norma, ou seja, conduta contrária àquela imposta
pela norma.
• Sanção positiva (premial ou recompensatória) = consequência
jurídica favorável para quem adota a conduta descrita na norma
permissiva promocional (ou de recomendação, que não se
limitam a autorizar uma conduta, mas também encorajam o
destinatário a adotá-la. (DIMOULIS, 2016, p. 112-113).

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• Quanto à esfera do Poder Público de que


emanam

Classificação
• Normas Federais
das Normas
• Normas Estaduais
Jurídicas
• Normas Municipais

Classificação das Normas Jurídicas


• Quanto à hierarquia (Betioli, 1995, p. 127; Dimoulis, 2016, p. 175-178; Rizzatto Nunes, 2016, p. 252)

1) Normas constitucionais - versam sobre a organização e e estrutura do Estado e do governo, bem


como prescrevem os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo Poder Público, prevendo
para tal fim garantias para assegurá-los.
2) Leis complementares - complementam a Constituição, particularizando e detalhando matéria que
ela abordou apenas genericamente.
3) Leis ordinárias - são as leis comuns, oriundas do Poder Legislativo no exercício de sua função
primordial: legislar.
4) Leis delegadas - são aquelas que emanam do Poder Executivo mediante delegações de competência
feita pelo Poder Legislativo.
5) Medidas Provisórias - são normas editadas pelo Poder Executivo, com força de lei formal, em caso
de relevância e urgência.

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Classificação das Normas Jurídicas


• Quanto à hierarquia (Betioli, 1995, p. 127; Dimoulis, 2016, p. 175-178) (cont.)
6) Decretos Legislativos - é o instrumento formal de que se vale o Congresso Nacional para praticar atos de
sua exclusiva competência.
7) Resoluções - são atos normativos utilizados em assuntos de exclusiva competência da Câmara dos
Deputados, do Senado (arts. 51, 52, 155, § 2º, IV e V da CF/88) ou do Congresso Nacional (art. 68, § 2º da
CF/88), independentes da sanção do Chefe do Executivo, tendo por base finalidades específicas do seu
peculiar interesse.
8) Decretos e regulamentos – normas elaboradas pelo Presidente da República com o objetivo de
concretizar as leis no sentido formal, providenciando o necessário para a sua aplicação (art. 84, IV da CF/88).
9) Instrução – norma emitida por um Ministro de Estado para regulamentar a execução de leis, decretos e
regulamentos (art. 87, parágrafo único, II da CF/88).
10) Normas de hierarquia inferior: portarias, circulares, ordens de serviço, posturas – normas criadas por
autoridades do Poder Executivo para orientar a atividade da administração na execução das leis.

Classificação das Normas Jurídicas

• Quanto à sistematização - (FERRAZ JÚNIOR, 2017, p. 195-6).


• (a) “Códigos são conjunto de normas estabelecidos por lei. Às vezes, esta vem
separada do código, num diploma especial (lei que estatui o Código tal), às
vezes estão ambos contidos no mesmo diploma.”
• (b) Consolidações, “espécie de compilação de leis preexistentes, mas
retirando-lhes as normas de seu contexto, reformulando-as num todo.”
• (c) Esparsas (extravagantes) - leis não incorporadas às codificações ou
consolidações; são as editadas isoladamente.
• Compilações, “repertórios de normas que, em geral, obedecem a critérios
cronológicos, com divisões, às vezes, por matéria, e que conhecemos
sobretudo quanto às decisões jurisprudenciais.”

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Classificação das Normas Jurídicas


A ideia de legalidade
(H.L.A. Hart)

Considerando-se uma divisão basilar segundo a qual as normas jurídicas exercem um papel para fora do
sistema jurídico (i) ou para dentro do sistema jurídico (ii), temos:
a) Quando exercem um papel para fora do sistema jurídico (i), as normas jurídicas estão diretamente
efetuando comandos de conduta direcionados aos cidadãos.
b) Quando exercem um papel para dentro do sistema jurídico (ii), as normas jurídicas estão efetuando
comandos de conduta voltados para tarefas internas do sistema jurídico, quais sejam, tarefas ligadas
a encargos dos funcionários públicos por competências legais ou tarefas de alteração do próprio
sistema jurídico.
Essa tipologia classificatória permite uma aproximação da distinção clássica feita por Herbert L. A. Hart,
segundo a qual as normas jurídicas se dividem em normas jurídicas primárias (i) e normas jurídicas
secundárias (ii).
Essa distinção é importante, no sentido de apontar que: (i) certas regras estão prioritariamente voltadas
para a direção da conduta dos cidadãos, fornecendo um modelo de conduta [Regras Primárias]; (ii) certas
regras estão prioritariamente voltadas para ações internas do sistema jurídico, fornecendo poderes,
atribuições e competências a atores jurídicos [Regras Secundárias]. (BITTAR, 2021, p. 158)

Classificação das Normas Jurídicas


A ideia de legalidade
(H.L.A. Hart)

• Para um sistema jurídico existir e se diferenciar de um sistema pré-legal,


uma regra especial distinta das regras primárias, que não impõe
obrigações ou deveres, deve também existir e ser aceita pelos oficiais
encarregados de cumprir as normas jurídicas: as regras secundárias, que
se apresentam em três tipos:
Regra de reconhecimento: serve para identificar quais regras
primárias são jurídicas e quais não são (problema da incerteza);
Regras de modificação: são regras que empoderam grupos de
pessoas a modificarem as regras primárias (problema da
OBS - Slide adaptado da
estaticidade); apresentação realizada
por Flávio Jardim e
Regras de julgamento: identificam os indivíduos que devem apresentada no minicurso
“Legalidade e
solucionar as disputas, o procedimento que deve ser observado precendentes na Common
Law”
por eles e os critérios de julgamento (problema da ineficiência).

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22/05/2023

Classificação das Normas Jurídicas

• Quanto à VARIAÇÃO DE MODELAGEM DA DISCIPLINA JURÍDICA (JUSTEN FILHO,


2020, p. 80)
• (a) Hard law
• (b) Soft law

• No âmbito do direito internacional, existe uma distinção entre os tratados e a declaração. Em regra, os
tratados (hard law) são documentos jurídicos com força cogente, enquanto que as declarações (soft law)
são recomendações sem força impositiva.

Norma Jurídica

Vigência

Norma
Jurídica

Validade Eficácia

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22/05/2023

Norma Jurídica

Validade

Norma Jurídica
Validade

pode referir-se ao
aspecto técnico-jurídico
ou formal

pode referir-se ao
aspecto da legitimidade

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Norma Jurídica
a) respeito à hierarquia,
que tem como ponto
hierárquico superior a
Constituição Federal

b) aprovação e
promulgação pela
Validade autoridade
quando criada segundo
os critérios já
competente
técnico-jurídico ou estabelecidos no sistema
jurídico
formal c) respeito a prazos e
quorum;

d) conteúdo de acordo
com as designações de
competências para
legislar.

Norma Jurídica

incidência ética seria a


condição que daria
Validade como fundamento
legitimidade à norma
legitimidade axiológico jurídica, tornando-a
válida.

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Norma Jurídica
Validade – Kelsen
(NINO, 2010, p. 109-110)

Na teoria de Kelsen uma norma é


válida, ou seja, existe como tal,
quando tem força obrigatória,
Para Kelsen, a validade quando o que ela dispõe deve ser.
Para Kelsen, a condição constitui a existência Essa força obrigatória, segundo
decisiva na sua teoria, para específica das normas ele, deriva da norma fundamental
que uma norma exista é a sua jurídicas. ou básica que os juristas supõem
validade. de forma hipotética, sem que essa
pressuposição implique uma
adesão ideológica ao sistema [...]

Norma Jurídica

Validade
Validade das normas é uma
propriedade das mesmas que
permite identificar seu O estudo da validade do
pertencimento ao sistema direito cabe à dogmática
jurídica (MESTRINER, 2014,
jurídico (compatibilidade e p. 45)
pertencimento a um
ordenamento jurídico)

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Norma Jurídica

Vigência

Norma Jurídica

Vigência no tempo

A vigência temporal é
Com a publicação oficial, supre-se
uma qualidade da A vigência implica a condição da publicidade e
As normas jurídicas norma, relativa ao tempo que a norma jurídica conclui-se o ciclo para que a
têm “vida” própria, de sua atuação. Está seja obrigatória, e norma jurídica entre em vigor.
ligada à validade, mas Uma vez posta em vigor, a norma
nascendo, existindo, isso só se dá com a
com ela não se confunde, jurídica passa a viger. Portanto,
alterando-se porque uma norma publicação oficial. A ela age do presente em direção
promulgação torna a ao futuro. Mas não se deve con-
parcialmente e válida pode ser fundir a vigência com a eficácia,
morrendo. promulgada, porém não lei existente, mas não pois esta, como se verá no item
estar ainda em ainda obrigatória. próprio, atua tanto do presente
em direção ao futuro como pode
vigor/vigência. atingir o passado.

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22/05/2023

Norma Jurídica
Vigência no tempo: quando, então, a norma jurídica entra em vigor?
A decisão sobre se a norma jurídica principia a viger na data da publicação ou em data
posterior é do órgão que a elaborou.

Após publicação oficial = 45 dias após sua 3 meses após sua


A norma jurídica entra em publicação oficial (art.
vigor após a publicação publicação oficial 1o, §1o da LINDB) -
Na data em que ela
oficial, que no plano
própria determinar
(art. 1º, caput da nos Estados
federal se dá no Diário
Oficial da União — DOU, e LINDB) - território estrangeiros que
no estadual no Diário nacional admitem a norma
Oficial do Estado - DOE jurídica brasileira
DOE. como obrigatória

Norma Jurídica

“Vigor normativo é a qualidade do preceito legal relativa à força


vinculante, pois não haverá, então, como subtrair-se ao seu comando. O
vigor decorre da vigência da norma, uma vez que sua obrigatoriedade só
surgirá com seu nascimento, perdurando enquanto a norma tiver
existência específica.
[...] uma norma não mais vigente, por ter sido revogada, poderá
continuar vinculante, tendo vigor para casos anteriores à sua revogação,
produzindo seus efeitos, ante o fato de que se deve respeitar o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.” (CF/88, art. 5º,
XXXVI LINDB art. 6º, §§ 1º a 3º)(DINIZ, 1999, p. 49-50)

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Norma Jurídica

Vacatio legis

Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação


oficial da norma jurídica visando unicamente a corrigir
erros materiais e falhas de ortografia, os prazos de 45
O período de tempo existente dias (do art. 1o, caput) e de 3 meses (do § 1o do art. 1o)
entre a publicação oficial da começam a contar-se novamente, por disposição do §
3o do art. 1o da LINDB: “Se, antes de entrar a lei em
norma jurídica e sua entrada em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
vigor é denominado vacatio legis. correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos
anteriores começará́ a correr da nova publicação.

Norma Jurídica

vigor, quando LINDB


A contagem dos prazos para a entrada em
a norma jurídica não
determinar vigência imediata, far-se-á́
incluindo-se o dia da publicação, iniciando-
se a contagem por esse dia, e incluindo-se o
último dia do prazo, sendo o dia seguinte a
este o primeiro de vigência da norma
jurídica. O fato de o dia seguinte à
publicação, bem como de o último dia da
contagem do prazo, cair num domingo ou
feriado é irrelevante para a contagem.
Contam-se todos os dias, e a norma jurídica
entra em vigor mesmo em domingo ou
feriado..

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22/05/2023

Norma Jurídica
LINDB
A forma de contagem do prazo para entrada
em vigor das leis que estabeleçam período
de vacância faz-se com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo,
entrando em vigor no dia subsequente à sua
consumação integral (Lei Complementar nº
95, de 1998, com as alterações da LC 107, de
2001, art. 8º, § 1º). Na contagem do prazo
são computados domingos e feriados, de tal
maneira que, no termo certo, inicia a sua
obrigatoriedade, sem interrupção ou
suspensão. (PEREIRA, Caio Mário da Silva.
Instituições de Direito Civil, 2020, p. 95).

Norma Jurídica
LINDB
L13964, de 24 de dezembro de 2019 (planalto.gov.br)

Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta)


dias de sua publicação oficial.
Brasília, 24 de dezembro de 2019; 198o da Independência
e 131o da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
José Vicente Santini
André Luiz de Almeida Mendonça
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.12.2019 - Edição
extra

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22/05/2023

Norma Jurídica

Eficácia

Norma Jurídica
Eficácia – Kelsen
(NINO, 2010, p. 109)

Uma norma é eficaz se for


Para Kelsen, a aplicação
obedecida pelos cidadãos ou,
judicial das normas jurídicas
em caso de desobediência,
determina a sua eficácia.
aplicada pelos juízes.

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22/05/2023

Norma Jurídica

Eficácia

Uma norma é eficaz se é


Objetiva a análise da obedecida de forma O estudo da eficácia
conduta social jurídica generalizada da norma é objeto da
e as interrelações (majoritariamente) ou se Sociologia Jurídica
entre direito e é aplicada (aplica-se a (MESTRINER, 2014, p.
sociedade sanção correspondente 45)
caso seja violada)

Norma Jurídica

Efetividade

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Norma Jurídica

Efetividade

Mesmo sendo válida “Provavelmente esta norma está


mal desenhada porque a conduta
Referência aos fins: as e eficaz, pode ser social ajustando-se ao prescrito
normas pretendem que a norma não pela norma não tem como
resultado o objetivo que pretende o
conseguir alguns consiga seu objetivo. legislador.” Ou seja, a norma não é
objetivos (MESTRINER, 2014, efetiva porque o meio não era
adequado para alcançar o fim.
p. 45) (CALSAMIGLIA, 1997, p. 65-66)

Norma Jurídica

Eficiência

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22/05/2023

Norma Jurídica

Eficiência

Pode ser tomada como


componente da justiça, na
Eficiente é aquela “lei, medida em que “é um critério
decisão ou meio que que permite formular propostas
Referência ao meio atinge um objetivo normativas de resolução de
mais adequado ao conflitos”, ou seja, é uma forma
determinado com o de escolher entre normas
mínimo custo social. mínimo custo”. jurídicas quando existem custos
de transação. (MESTRINER,
2014, p. 45)

Norma Jurídica

Eficiência – ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

Esta escola defendeu a tese de que a intervenção governamental deve ser


limitada em casos que tornem o mercado menos eficiente, isto é, apenas
para corrigir falhas de mercado. Em razão disto, o Direito, e de maneira
particular o Common Law, deveria ter como finalidade ser eficiente.
Tanto a redação das leis como a própria interpretação do direito deveriam
ser guiadas por tal finalidade. (MACEDO JR., 2013, p. 225)

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22/05/2023

Norma Jurídica

Eficiência – LINDB

Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei
nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis
alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências
jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)

Norma Jurídica
Teoria da Norma Jurídica –
Norberto Bobbio (2001)

Justiça Correspondência ou não da norma aos


valores últimos ou finais que inspiram um
determinado ordenamento jurídico. (real
(Juízo de Valor; Deontologia Jurídica;
e ideal)
Teoria da Justiça)

Validade Remete à existência da regra. Trata-se de


constatar se uma regra jurídica existe ou
não, ou melhor, se tal regra assim
(Juízo de Fato; Ontologia Jurídica;
determinada é uma regra jurídica.
Teoria Geral do Direito)

Envolve o problema de ser ou não seguida


Eficácia pelas pessoas a quem é dirigida (os
chamados destinatários da norma jurídica) e
no caso de violação, ser imposta através de
(Questão empírica; Fenomenologia meios coercitivos pela autoridade que a
Jurídica; Sociologia Jurídica) evocou.

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Teoria da Norma Jurídica – Norma Jurídica


Norberto Bobbio (2001)

(a) Se a autoridade de
quem ela emanou tinha o
poder legítimo para tal

Validade - verificação (b) Se não foi ab-rogada

(c) Se não é incompatível


com outras normas do
sistema

Norma Jurídica
(a) Norma justa e
inválida
Teoria da Norma Jurídica –

(b) Norma válida


Norberto Bobbio (2001)

e injusta
(c) Norma válida e
Independência ineficaz
dos três critérios (d) Norma eficaz e
inválida
(e) Norma justa e
ineficaz
(f) Norma eficaz e
injusta

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22/05/2023

REFERÊNCIAS
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. Bauru: Edipro, 2001.
DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito. 7. ed. rev., atual.
e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito : técnica,
decisão, dominação. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 40. ed. São Paulo: Gen, 2018.
NINO, Carlos Santiago. Introdução à análise do direito. São Paulo: WMF Martins
Fontes, 2010.
RIZZATTO NUNES, Luiz Antonio. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 13.
ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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