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ELIANA GALUPPO RODRIGUES LIMA ELIZABETH REZENDE BARRA

DIREITO ELEITORAL
PARA CONCURSOS

1ª Edição

Belo Horizonte

Editora Educar LTDA.

2011

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A Editora Educar compõe o grupo especializado em ensino a distância Educar


Virtual. Os cursos virtuais estão disponibilizados no site www.educarvirtual.com.br,
inclusive aulas ministradas pela autora Eliana Galuppo Rodrigues Lima.

Aproveite mais esta oportunidade para melhorar sua capacitação e adquirir o


conhecimento exigido pelos editais para concursos públicos.

Bons Estudos!

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APRESENTAÇÃO

Com a intenção de contribuir com aqueles que pretendem prestar concurso para
ingresso na Justiça Eleitoral, elaboramos a versão virtual da 1ª edição da Apostila
―DIREITO ELEITORAL PARA CONCURSOS‖.

Como servidoras do quadro do TRE de Minas Gerais há mais de trinta anos e


professoras na matéria de Direito Eleitoral em vários cursos preparatórios para
concurso público, na capital do Estado de Minas Gerais, procuramos elaborar um
material de forma didática, de fácil compreensão, objetivo, abordando os principais
temas, possibilitando um estudo completo àqueles que se estão se preparando para
ingresso nos quadros da Justiça Eleitoral, para o nível superior ou para o 2º grau, e
em qualquer um dos Tribunais Eleitorais do País,

Elaborada em conjunto, a apostila contém, além da legislação atualizada até


novembro de 2011, sínteses para estudo, exercícios, fluxogramas, quadros
explicativos e comentários sobre temas como: princípios constitucionais de Direito
Eleitoral; organização e competência da Justiça Eleitoral;alistamento eleitoral e
serviços eleitorais mediante processamento eletrônico; sistema eleitoral e atos
preparatórios; Lei das Eleições, dos Partidos Políticos, de Alimentação e Transporte
de Eleitores, das Inelegibilidades e, ainda, ações e recursos eleitorais; disposições
penais e procedimento penal eleitoral. E para tornar menos cansativo o estudo
entremeamos a legislação com comentários.

Eliana Galuppo Rodrigues Lima, Elizabeth Rezende Barra

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Rua Timbiras, 1940 - salas 807 / 1513


Lourdes - Belo Horizonte / MG
CEP: 30140-061
Telefone: (31) 3271-4428
Email: sac@educarvirtual.com.br
www.educarvirtual.com.br

Diretor Editorial: Roberto de Carvalho Santos


Gerente de Produção Editorial: Jaqueline Pio Fernandes
Revisor: José Maria Do Rosário Campos
Preparação de originais, arte, diagramação: Suelen Karoline Corrêa
Capa: Suelen Karoline Corrêa

LIMA, Eliana Galuppo Rodrigues e BARRA, Elizabeth Rezende -


Direito Eleitoral para Concursos - Belo Horizonte : Editora Educar , 2011.

ISBN: 978-85-65728-00-3

1.Direito Eleitoral 2. Legislação 3.Brasil

Índice para catálogo sistemático:

1.Brasil: Direito Eleitoral

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DIREITO ELEITORAL PARA CONCURSOS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 6
CAPÍTULO I................................................................................................................................ 7
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO ELEITORAL ................................... 7
EXERCÍCIOS 01 ......................................................................................................................... 26
GABARITO............................................................................................................................. 37
CAPÍTULO II .............................................................................................................................. 39
ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL .................................... 39
CAPÍTULO III............................................................................................................................. 58
ALISTAMENTO ELEITORAL .............................................................................................. 58
EXERCÍCIOS 02 ..................................................................................................................... 87
GABARITO......................................................................................................................... 92
CAPÍTULO IV ............................................................................................................................ 92
SISTEMA ELEITORAL E ATOS PREPARATÓRIOS ......................................................... 92
EXERCÍCIOS 03 ................................................................................................................... 119
GABARITO....................................................................................................................... 132
CAPÍTULO V........................................................................................................................... 133
LEI DAS ELEIÇÕES - LEI N. 9.504/97............................................................................... 133
EXERCÍCIOS 04 ................................................................................................................... 188
GABARITO....................................................................................................................... 201
CAPÍTULO VI .......................................................................................................................... 202
LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ...................................................................................... 202
CAPÍTULO VII ........................................................................................................................ 223
LEI DAS INELEGIBILIDADES .......................................................................................... 223
EXERCÍCIOS 05 ................................................................................................................... 235
GABARITO....................................................................................................................... 248
CAPÍTULO VIII........................................................................................................................ 249
LEI DE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE ELEITORES .......................................... 249
CAPÍTULO IX .......................................................................................................................... 253
AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS ................................................................................. 253
CAPÍTULO X........................................................................................................................... 274
DISPOSIÇÕES PENAIS ....................................................................................................... 274
EXERCÍCIOS 06 ................................................................................................................... 289
GABARITO....................................................................................................................... 297
CÓDIGO ELEITORAL ............................................................................................................. 298

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INTRODUÇÃO

Ao iniciar o estudo do direito eleitoral, é necessário esclarecer o que é esse ramo


do direito e qual a sua abrangência. No Brasil, é o ramo autônomo do direito público,
encarregado de regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo eleitoral. É o
direito eleitoral que regulamenta a capacidade eleitoral ativa, que é o direito de votar – que
é a maior expressão do exercício da cidadania, e a capacidade eleitoral passiva – quem tem
o direito de ser votado.

O Direito Eleitoral é um dos poucos ramos do Direito que, em nosso estado,


dispõe de uma justiça especializada, a Justiça Eleitoral. Surgiu diante da necessidade da
existência de normas de modo a garantir a manifestação soberana da suprema vontade
política de um povo. O seu estudo fascina na medida em que propicia à nação exerci tar a
soberania popular, por meio do exercício do voto, na escolha de seus representantes no
Poder Executivo e no Legislativo.

As regras de direito eleitoral organizam, principalmente, o corpo de eleitores,


agrupando-os em circunscrições eleitorais, fixando condições e disciplinando o alistamento
para que o nacional se inscreva como eleitor.

Cabe ainda ao direito eleitoral traçar as normas e os procedimentos que


organizam e disciplina o voto popular, os sistemas eleitorais, o processo de registro de
candidaturas, as regras para a campanha eleitoral, a participação dos partidos na
fiscalização das eleições, o financiamento de campanha, as garantias eleitorais, os recursos
e crimes eleitorais e, principalmente, as condições de elegibilidade e de inelegibilidade.

O objetivo desse compêndio é fornecer a todos que se interessam pelo estudo do


direito eleitoral um material didático e de fácil compreensão acerca da legislação eleitoral.

Breve histórico da Justiça Eleitoral

A Justiça Eleitoral no Brasil foi instaurada em consequência e após a Revolução de


1930. Até então, o processo eleitoral no País servia apenas para manter o poder das
oligarquias, o governo de poucas pessoas. Para votar os cidadãos passaram por
diversas fases. Na época do Império só podiam votar aqueles que possuíam bens
(100 mil réis). Escravos e mulheres não podiam votar nem ser_ eleitos. Apenas 1% da
população era composta de homens livres.

O Código Eleitoral de 1932 estabeleceu a criação da Justiça Eleitoral, retirando do


Poder Legislativo o processo de renovação da Casa Legislativa, introduziu o voto
feminino e o voto secreto. Foi em 1935 que as mulheres votaram pela primeira vez.
Pouco tempo depois, Getúlio Vargas fechou o Congresso e as eleições foram
abolidas.

O Código Eleitoral de 1945 trouxe como grande novidade a exclusividade dos partidos
políticos na apresentação dos candidatos e foi a partir do Código de 1950 que foi
adotada a cédula única de votação, contribuindo para a liberdade e o sigilo do voto.

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De 1960a 1989 o povo brasileiro não pôde votar diretamente para presidente e
somente com a Emenda Constitucional n. 25/1985 as eleições diretas para presidente
e vice-presidente da República foram restabelecidas, entre outros cargos a serem
definidos pelos eleitores. O processo democrático, no entanto, só foi consolidado com
a instauração da Justiça Eleitoral que regularizou, em todo o país, o alistamento
eleitoral e as eleições.

CAPÍTULO I

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO ELEITORAL

É na Constituição Federal que se encontram os princípios fundamentais do


Direito Eleitoral. O sentido democrático proclamado na Carta Magna, de que todo poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, consiste
em que a titularidade dos mandatos – executivo ou legislativo – somente se materializa
mediante um ato concreto de expressão popular.

O inciso I do art. 22 da Constituição Federal dispõe que a norma eleitoral é


criada pela União. No entanto, em seu parágrafo único, prevê a hipótese de lei
complementar que autorize os Estados a legislar sobre matéria eleitoral. Como até hoje o
Congresso não aprovou nenhuma, prevalece a regra geral de que somente a União pode
legislar sobre matéria eleitoral.

A despeito do tempo, outras normas foram elaboradas e ainda vigoram como é o


caso do arcaico Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) e a Lei de Alimentação e Transporte de
Eleitores (Lei n. 6.091/71). Juntamente com institutos tão antigos, temos a Lei
Complementar n. 64/90 – Lei das Inelegibilidades, recentemente alterada pela Lei
Complementar n. 135, de 4.6.2010, denominada popularmente de ―Lei da Ficha Limpa‖; a
Lei n. 9504/97 - Lei das Eleições; a Lei n. 9096/95 – Lei dos Partidos Políticos, que também
tiveram seus dispositivos modificados recentemente pela Lei n. 12.034/2009.

Estado e Nação
Estado e Nação são conceitos que se relacionam, mas não se misturam. Ensina
o grande jurista Dalmo de Abreu Dallari:

“Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo
situado em determinado território”.

Analisando esse conceito, podemos concluir que três elementos devem estar
presentes no Estado: soberania, povo e território.

“Nação resulta da associação de indivíduos de igual origem étnica, que falam a


mesma língua, vinculam-se aos mesmos precedentes históricos, cultivam e preservam os
usos, os costumes, as peculiaridades, as tradições e os sentimentos religiosos e ideológicos
com un s”.

Na nação não temos um dos requisitos básicos de formação do Estado, que é a


soberania. Portanto, não há que se falar em nação soberana, pois quem detém a soberania
é o Estado.

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As pessoas que pertencem a um determinado Estado são unidas por um vínculo


jurídico, ao passo que_ o vínculo entre as pessoas de uma mesma nação é o resultado de
características comuns, ou seja, é um vínculo sociológico-cultural.
Povo e população
Além do território e da soberania, o povo é um dos elementos essenciais à
constituição do Estado, pois é para ele que o Estado se forma.

Povo é a expressão utilizada para indicar o conjunto de pessoas que possuem


um vínculo jurídico com o Estado, e que estão submetidos a uma ordem jurídica soberana
onde quer que se encontrem. Logo, não se pode confundir povo com população. Esta é a
quantidade de pessoas que habitam o território do Estado num determinado momento,
incluindo-se nacionais e estrangeiros. Trata-se de mera estatística e não deve ser usada
como sinônimo de povo.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
[...]
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. [...]

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
. Alínea com redação dada pelo art. 1º da EC no 54/2007.
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano in interrupto
e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
. Alínea com redação dada pela ECR no 3/94.
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade
em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
casos previstos nesta Constituição.
. Parágrafo com redação dada pela ECR no 3/94.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

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V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
. Inciso acrescido pela EC no 23/99.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
. Inciso com redação dada pela ECR no 3/94.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição
de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para exercício de
direitos civis. Alíneas a e b acrescidas pela ECR no 3/94.

C O M E N TÁ R I O

Nacionalidade
Nacionalidade ―exprime a qualidade ou condição de nacional, atribuída a uma
pessoa ou coisa, em virtude do que se mostram vinculadas à Nação, ou ao Estado, a que
pertencem ou de onde se originaram.”

Maria Helena Diniz define nacionalidade como sendo ―o liame jurídico que prende
o indivíduo a um Estado em razão do ius soli ou de ius sanguinis ; o vínculo existente entre
uma pessoa e um país em virtude de naturalização; o caráter jurídico que possuem os
cidadãos de um Estado; o vínculo jurídico que liga o indivíduo ao Estado em razão do local
de nascimento, da ascendência paterna ou da manifestação de vontade do interessado; o
vínculo jurídico-político de direito público interno que faz da pessoa um dos elementos
componentes da dimensão pessoal do Estado.‖Desse vínculo nascem direitos e deveres.

Nacional é o indivíduo que faz parte do povo de um Estado, integrando-o, e


mantendo com ele vínculo jurídico e político.Não se deve confundir nacionalidade com
cidadania. Cidadania indica, desde a época da Roma antiga, a situação política de uma
pessoa e os direitos que essa pessoa possuía ou podia exercer. Somente aquele indivíduo
que atende aos requisitos estabelecidos pelo Estado é cidadão. Ausente algum desses
requisitos o cidadão poderá perder ou ter reduzido os atributos da cidadania, sem, contudo,
perder a nacionalidade.

O inciso XIII do art. 22 da Constituição Federal também diferenciou nacionalidade


de cidadania, estabelecendo a competência da União para legislar sobre nacionalidade,
cidadania e naturalização. Esta regra é prova concreta de que o legislador constituinte quis
diferenciar os conceitos.

Cidadania é um conjunto de prerrogativas constitucionalmente asseguradas e


exercidas pelos nacionais dentro de um determinado Estado.No Brasil, a cidadania
pressupõe a condição de nacional e ainda exige que a pessoa obtenha, por meio do
alistamento eleitoral, a qualidade de eleitor. Logo, os direitos de cidadania se adquirem
mediante a obtenção da inscrição eleitoral, na forma da Constituição e do Código Eleitoral.
Ser nacional é, portanto, um requisito para que o indivíduo possa ser cidadão. Cidadania,
sob o ponto de vista jurídico, pode ser definida como o uso e gozo dos direitos políticos,
distinguindo-se, assim, do conceito de nacionalidade. A cidadania representa um status do
ser humano, um direito fundamental das pessoas e, no sentido lato, qualifica os

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participantes da vida do Estado. Para o Direito Eleitoral, os termos cidadania e cidadãose


restringem tão-somente ao jus sufragi e ao jus honorum, qual seja, os direitos de votar e ser
votado.

O texto constitucional conferiu ao cidadão, e não apenas ao nacional, a


legitimidade para a prática de alguns atos, como a propositura de ação popular (art. 5º,
LXXIII) e a iniciativa popular (art. 61). Assim temos que, privada dos direitos políticos, a
pessoa não pode ingressar em juízo com uma ação popular.

O instituto da nacionalidade é matéria regulada pelo direito interno, em especial


pela Constituição. O direito à nacionalidade é direito fundamental: toda pessoa pelo simples
fato de existir deve ter o direito a uma nacionalidade. A Constituição Federal de 1988
classifica a nacionalidade em:
a) originária: aquela que se alcança pelo nascimento (jus soli ou jus sanguinis);
b) derivada ou adquirida: aquela alcançada pela naturalização.

São brasileiros natos:


a) aqueles nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país.Como nascido na República Federativa do Brasil, deve -
se entender toda pessoa nascida no território brasileiro, que compreende a terra firme, o
subsolo, as ilhas, o território fluvial, lacustre, marítimo (águas territoriais), plataforma
continental, navios, espaço aéreo, navios e aeronaves brasileiras de guerra, onde quer que
se encontrem e os navios mercantes brasileiros em alto mar ou de passagem em mar
territorial estrangeiro;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer destes esteja a serviço da República Federativa do Brasil. A Constituição Federal
exige que apenas um dos pais seja brasileiro. A expressão constitucional "a serviço da
República Federativa do Brasil" tem sentido muito abrangente, compreendendo: serviço
diplomático; serviço consular; serviço público de natureza diferente prestado aos órgãos da
administração centralizada e descentralizada (autarquias, sociedades de economia mista e
empresas públicas) da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira. (Redação da Emenda Constitucional nº 54, de 20.9.2007).

Com a alteração da redação da alínea ―c‖ do inciso I do art. 12 da CF, volta a


vigorar a antiga regra estabelecida antes da Revisão de 1994. Os brasileiros nascidos no
exterior, filhos de pai ou mãe brasileira, já podem ser registrados em repartição diplomática
ou consular brasileira, sendo considerados brasileiros natos, sem precisar residir no Brasil.
Pela nova redação são duas as possibilidades para que filhos de brasileiros, nascidos no
exterior, sejam considerados brasileiros natos:
1ª) efetuando o registro do filho em repartição consular brasileira, a fim de que
ele adquira a condição de brasileiro nato, mesmo que não venha a residir no Brasil;

2ª) para aqueles que, por qualquer motivo, não tiveram seu registro consular
efetuado no exterior, mas que venham a residir no Brasil, antes ou depois de atingida a
maioridade, fazendo a opção, em qualquer tempo, pe la nacionalidade brasileira. Essa
opção, entretanto, somente poderá operar-se depois de atingida a maioridade. A opção

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