Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
51
Exemplos de reportagem
Para compreender melhor esse gênero textual, segue abaixo dois exemplos de
reportagem: escrita e em vídeo.
1. Exemplo de reportagem escrita
Biomassa já responde por quase 10% de toda a matriz energética do Brasil
Biomassa é a matéria de origem vegetal ou animal que pode virar energia.
Entre os resíduos usados, está o bagaço de cana e os resíduos florestais.
A biomassa já responde por quase 10% da matriz energética brasileira e hoje é
uma das principais linhas de pesquisa no país. Inclusive, já tem empresa
produzindo a própria energia a partir da casca de arroz e de aveia.
A maioria dos brasileiros pode até não saber o que é biomassa, mas ela está
pertinho da gente, todo santo dia.
"Biomassa é toda matéria de origem vegetal ou animal que inclui resíduos,
inclui plantações energéticas, inclui plantações de árvores, que podem ser
também aproveitadas energeticamente e, até mesmo, resíduos sólidos
urbanos, como, por exemplo, o lixo das cidades, resíduos rurais e resíduos de
animais", explica Suani Coelho, coordenadora do Centro Nacional de
Referência em Biomassa da USP (Universidade de São Paulo).
É difícil imaginar um país com mais biomassa que o Brasil e com tanto
potencial. A biomassa responde por 9,53% da matriz energética brasileira.
Destaque para o bagaço de cana, resíduos florestais, lichivia, que é um
subproduto da indústria papeleira, biogás do lixo e de resíduos agropecuários,
casca de arroz, entre outras fontes. Mas, segundo os cientistas, o potencial de
exploração energética da biomassa do nosso país equivaleria em uma conta
conservadora a pelo menos quatro hidrelétricas de Itaipu.
Apenas a queima do bagaço de cana gera 10 mil megawatts. "Metade disso é
para consumo próprio das usinas, mais ou menos metade é usada para ser
exportada para a rede. Mas nós temos um potencial para dobrar essa
exportação para a rede, portanto podemos ter mais de uma Itaipu sendo
produzida e sendo injetada na rede", aponta Suani Coelho.
(Trecho da reportagem do Jornal da Globo - 30/10/2014, por André Trigueiro)
2. Exemplo de reportagem em vídeo
Assistir: Série especial Energias: biomassa
(Série especial Energias: biomassa, exibida em 15/01/2019 pela TV Brasil)
Diferença entre reportagem e notícia
Geralmente, as reportagens são textos mais longos, opinativos e assinados
pelos repórteres.
Por esse motivo, a reportagem é um texto que precisa de mais tempo para ser
elaborado pelo repórter. Nela, se desenvolve um debate sobre um tema, de
modo mais abrangente que a notícia.
Já as notícias são textos relativamente curtos e impessoais que possuem o
intuito de somente informar o leitor de um fato atual ocorrido.
Logo, podemos dizer que a notícia faz parte do jornalismo informativo,
enquanto as reportagens fazem parte do chamado jornalismo opinativo.
APOSTO
O aposto é uma palavra ou expressão que explica ou especifica outro termo
da oração.
52
Geralmente, a pausa entre um termo e outro vem separado dos demais termos
da oração por vírgula, dois pontos ou travessão.
Exemplos de aposto:
1. explicativo
2. distributivo
3. enumerativo
4. comparativo
5. resumidor ou recapitulativo
6. especificativo
7. aposto de oração
1. Aposto explicativo
O aposto explicativo oferece uma explicação sobre o termo anterior.
Exemplos:
53
Aquela mãe, uma guerreira na selva, conseguiu criar os filhos sozinha.
Do doce, manjar dos deuses, não tinha sobrado nada.
O homem, um general, só sabia mandar.
5. Aposto resumidor ou recapitulativo
O aposto resumidor ou recapitulativo resume os termos anteriores do
enunciado.
Exemplos:
54
Professora, queremos saber as notas. (início da frase)
Não diga dessa forma, Manuela! (final da frase)
Oh, meu amor, isso não se faz. (acompanha interjeições)
Veja, meu querido, que lindo lugar. (após o verbo no imperativo)
Nesse momento, Luiz Paulo, deixe a luz acesa. (antes do verbo no
imperativo)
Tivemos azar, amiga, de ninguém nos encontrar. (nome e
complemento)
Amanhã será, Dona Elisa, dia da festa (verbo e complemento)
Aposto x Vocativo
Enquanto o aposto explica um termo anterior dito no enunciado, o vocativo, é
um chamamento, uma invocação, ou pode caracterizar uma pessoa que chama
pela outra no enunciado.
Além disso, o vocativo corresponde a um termo que não possui relação
sintática com outro termo da oração, de forma que não faz parte nem do sujeito
e nem do predicado. Enquanto isso, o aposto mantém relação sintática com
outros termos da oração.
Exemplos:
Moisés, venha jantar! (Vocativo)
Moisés, o profeta religioso, é considerado o grande libertador dos judeus.
(Aposto)
PRATIQUE!
1. Aponte as principais características do gênero textual reportagem.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Quais os suportes em que as reportagens aparecem geralmente?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. Qual a principal diferença entre os gêneros textuais: reportagem e notícia?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. (UNESP) "Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição
da família, célula da sociedade." O trecho destacado é:
a) complemento nominal
b) vocativo
c) agente da passiva
d) objeto direto
55
e) aposto
56
VOCÊ ESTÁ NESTE CAPITULO -> 08
CARTA ABERTA E MORFOSINTAXE DO SUJEITO
CARTA ABERTA
A carta aberta é um gênero textual de caráter
argumentativo que tem a função principal de se
posicionar ou solicitar alguma medida em relação a
determinado tema social.
A carta aberta é um gênero textual público com
função de se posicionar sobre um tema.
A carta aberta é um gênero textual com função de
direcionar alguma mensagem, questionamento ou
solicitação de determinado indivíduo ou grupo para
alguma pessoa ou organização de reconhecimento
público. Por meio desse texto, o autor procura defender um ponto de vista e
convencer não apenas o destinatário, como também o público que tiver acesso
à carta.
A estrutura desse gênero se assemelha às das cartas pessoais, mas possui um
caráter argumentativo, tendo em vista que sempre defende uma opinião. Desse
modo, a carta aberta se estrutura de modo estratégico, para convencer o autor
e demais leitores a respeito da sua opinião, configurando-se, assim, em um
gênero textual público.
O que é carta aberta?
A carta aberta é muito semelhante a uma carta comum, possui remetente e
destinatário, data, local e assinatura, bem como uma mensagem direta,
direcionada objetivamente do autor para o leitor. Entretanto, esse gênero é
produzido em contextos e com funções diferentes, voltando-se primordialmente
para uma função social.
O adjetivo “aberta” serve para marcar seu caráter público, pois ela é utilizada
para se posicionar, questionar ou solicitar algo a alguma pessoa ou instituição
que possua visibilidade e reconhecimento social. Assim, com esse gênero,
pode-se exercer funções cidadãs, por meio da publicização do seu
posicionamento crítico, solicitação e sugestão de medidas políticas.
Diferente da carta pessoal, a carta aberta é necessariamente pública, ou seja,
é divulgada em meios de comunicação, no intuito de compartilhar a mensagem
e posicionamento exposto no texto. Desse modo, além do destinatário
específico, a carta aberta também se dirige a um grande público, pretendendo,
com isso, participar discursivamente de questões sociais.
Além dessas características, o gênero carta aberta também é marcado pelo
seu caráter argumentativo, pois, diante da discussão de temáticas sociais e
apresentação de solicitações, é necessário fundamentar seu pedido e
fortalecer seu ponto de vista e sugestões apresentadas, baseando-se em
argumentos sólidos.
Estrutura e características da carta aberta
57
A carta aberta é estruturada e dividida em seis partes essenciais:
título;
introdução
desenvolvimento
conclusão;
despedida;
assinatura.
Todas elas são necessárias para construir um bom texto do gênero, bem como
é necessário respeitar a ordem estabelecida, já que ela é responsável por
garantir a fluidez e organização da carta. Abaixo segue uma explicação de
cada um dos tópicos da estrutura.
Título
O título é o nome que você dará a sua carta aberta. Comumente, o título é
objetivo e pontual (por exemplo, “Carta Aberta ao Ministério da Educação”),
indicando tanto o gênero quanto o destinatário. Deve vir centralizado no topo
do texto.
Introdução
A introdução é o início da sua carta, é o momento das apresentações sobre as
ideias e temáticas que serão discutidas, do remetente da carta e, diversas
vezes, até mesmo do destinatário. A função principal da introdução é situar o
leitor a respeito do que será abordado. Nesse sentido, é importante lembrar
que, por não ser direcionada somente ao destinatário mas também ao grande
público, muitas vezes o autor pode apresentar informações direcionadas aos
diversos leitores, no intuito de contextualizá-los a respeito de detalhes que
possam não ser conhecidos por todos.
A carta aberta é utilizada principalmente para criticar, solicitar ou sugerir algo
de caráter social, desse modo, é comum que a introdução também apresente
as primeiras informações a respeito do problema detectado, de modo que, ao
final da leitura dessa parte, o leitor consiga identificar as informações principais
do texto.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte do texto em que as questões apresentadas na
introdução são aprofundadas. É o espaço no qual se pode explicar melhor os
conceitos apresentados ou a situação do problema abordado, aprofundar em
como isso interfere na vida das pessoas ou por que isso é um problema.
Além disso, nessa parte, é essencial que se apresentem e se desenvolvam os
argumentos que embasam o posicionamento crítico defendido, podendo, para
isso, lançar mão de outros textos, como dados estatísticos, gráficos,
reportagens, pesquisas, entre outros, no intuito de fortalecer seu ponto de vista.
Conclusão
Na conclusão, encerram-se os debates a respeito da questão apresentada e se
encaminha a um desfecho, no qual comumente se apresenta uma sugestão
para o problema identificado. Além disso, é possível também fazer uma
conclusão crítica, sugerindo, ao destinatário e a todos os leitores, uma reflexão
a respeito do assunto.
Despedida
58
A despedida é uma pequena frase na qual o remetente agradece pela atenção
e se despede do destinatário com certo grau de formalidade. Comumente,
utiliza-se a forma “Atenciosamente,”. Essa pequena frase fica separada do
grande texto e situada na lateral esquerda da folha.
Assinatura
A assinatura é a identificação oficial do remetente e pode se referir a uma
pessoa ou a um grupo ou instituição. Assim, escreve-se o nome que identifica
quem endereça a carta, abaixo da linha de despedida e na lateral direita da
folha.
Como se faz uma carta aberta?
Para fazer uma carta aberta, é necessário, antes da produção textual:
identificar e pontuar o destinatário exato ao qual se destinará o texto;
definir a questão que será abordada e os argumentos que serão apresentados.
Além disso, é importante refletir sobre a organização desse material,
selecionando o que será apresentado e em qual ordem.
Primeiro, inicie a carta assinando data e local no canto esquerdo do início da
folha, pois toda carta necessita da marcação espaço/temporal. Em seguida, dê
um espaço para baixo e, no centro da folha, insira o seu título. Na linha
seguinte, inicie o seu grande texto pela introdução.
No grande texto, apresente as ideias principais, as perguntas provocativas e os
problemas identificados no início do texto, seguidos do aprofundamento dessas
questões, no desenvolvimento, e encerrados com uma possível proposta de
melhoria ou de reflexão, na conclusão.
Encerrando-se a fase anterior, dê um espaço para a linha abaixo e, na lateral
esquerda, insira uma pequena marca de despedida, indicando a finalização da
carta. Na próxima linha, na lateral direita, insira a sua assinatura ou a do grupo
do qual faz parte.
Exemplo de carta aberta
59
MORFOSINTAXE DO SUJEITO
A Morfossintaxe é a análise feita às orações em termos morfológicos e em
termos sintáticos. Recorde-se que:
A análise morfológica analisa as palavras de uma oração individualmente, ou
seja, independentemente da sua ligação com as outras palavras.
A análise sintática, por sua vez, analisa conjuntamente a relação das palavras
de uma oração, ou seja, a função que as palavras desempenham na sua
formação.
Análise Morfológica
Analisa, individualmente, as classes de palavras, que são: substantivo, artigo,
adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.
60
PRATIQUE!
1. Sobre a carta aberta, assinale V ou F nos parênteses:
( ) É um gênero diretamente ligado com o direito que cada cidadão tem de se
manifestar diante dos problemas que o afligem.
( ) Pode ser escrita com qualquer linguagem: gírias, expressões populares,
etc..
( ) Estrutura: organizada em: local, data, destinatário, texto, despedida e
assinatura.
( ) Tem a função de alertar, persuadir, protestar.
( ) na despedida pode-se usar qualquer expressão, como por exemplo,
“valeu”, “abraços” e etc..
61
VOCÊ ESTÁ NESTE CAPITULO -> 09
ROMANCE, CRASE, CARTA, PONTUAÇÃO NO
PERIODO SIMPLES, USO DA VIRGULA NO
PERIODO SIMPLES E VIDEOCLIPE
ROMANCE
Romance é a forma literária pertencente ao gênero narrativo e que apresenta
uma história completa composta por narrador, enredo, temporalidade,
ambientação e personagens definidos de maneira clara.
O romance teve origem com as epopeias, textos que narravam fatos
grandiosos de um herói ou de um povo. A obra clássica da literatura Dom
Quixote, de Miguel de Cervantes, é uma epopeia e é considerada a obra
inaugural do romance moderno.
Características do romance
narrativa longa
narrativa composta por: narrador, enredo, temporalidade, ambientação e
personagens
história em torno de uma trama
linguagem de acordo com a proposta do ambiente narrado
história fictícia ou mesclando ficção e realidade
Tipos de romance
Romance histórico: o romance histórico destaca a vida e costumes em
determinada época e lugar na história. Está entre os que mais utiliza a união
entre ficção e realidade.
Romance romântico: o romance romântico é caracterizado pelo idealismo,
heroísmo, amor a alguém ou à pátria. O amor romântico é bastante explorado
e, em geral, o desfecho está no final feliz após a saga dos personagens
principais. Além disso, o romance romântico explora a idealização do homem,
herói e cavalheiro, e da mulher romântica, em geral, submissa a ele.
Romance realista: a principal característica do romance realista é a crítica
social e às instituições, sejam elas políticas, religiosas ou familiares. Tem como
marca o determinismo e a crueza dos personagens, sem maquiagem e sem
idealismo.
Romance naturalista: ainda mais incisivo que o realista, o romance naturalista
aponta os aspectos patológicos dos personagens e suas características
irracionais, por vezes grotescas. É uma proposta de revolução às convenções
sociais e explora personagens comuns à natureza humana.
Romance modernista: é um protesto, uma revolução, uma inquietação social. A
forte crítica à sociedade e suas convenções é explorada ao extremo.
CRASE
Crase (`) é a junção da preposição a com o artigo definido a. Também pode ser
a junção da preposição a com pronomes que começam com a (aquela, aquele,
aquilo).
A junção a + a resulta no a com crase, ou seja, em à, àquela, àquele, àquilo.
62
Regras de quando usar crase
A crase pode ser usada nas seguintes situações:
antes de palavras femininas;
quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir);
nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas;
antes dos pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele;
antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida;
na indicação de horas exatas.
ATENÇÃO AO USO DA CRASE NA INDICAÇÃO DAS HORAS
Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas:
Termino meu trabalho às cinco horas da tarde.
Saio da escola às 12h30.
Entro à uma.
Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após,
perante, com), não se utiliza a crase, por exemplo:
Ficamos na reunião desde as 12h.
Chegamos após as 18h.
O congresso está marcado para as 15h.
Regras de quando NÃO usar crase
A crase não deve ser usada nas seguintes situações:
antes de palavras masculinas;
antes de verbos;
antes de pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, nós, vós, eles) e do
caso oblíquo (me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o, lhe);
antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa.
ATENÇÃO!
63
CARTA
64
VIDEOCLIPE
Um videoclipe é um curta-metragem audiovisual, que integra uma música com
imagens e é produzido para fins promocionais ou artísticos.[1] Os vídeos
musicais modernos são produzidos e usados principalmente como um
dispositivo promocional destinado a fomentar a venda de gravações musicais.
Há também casos em que canções são utilizadas em campanhas promocionais
que permitem que elas se tornem mais do que apenas uma música. Embora as
origens do vídeo musical remontam a curtas-metragens musicais que surgiram
pela primeira vez na década de 1920, eles ganharam destaque novamente nos
anos 1980, quando a emissora estadunidense MTV (originalmente "Music
Television") baseou seu formato no meio. Por essa época, em Portugal usava-
se o termo "teledisco", que progressivamente deu lugar ao termo internacional
videoclip.
PRATIQUE!
1. (ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios de São Paulo) Das
frases abaixo, apenas uma está correta, quanto à crase. Assinale-a:
a) Devemos aliar a teoria à prática.
b) Daqui à duas semanas ele estará de volta.
c) Dia à dia, a empresa foi crescendo.
d Ele parecia entregue à tristes cogitações.
e) Puseram-se à discutir em voz alta.
65
VOCÊ ESTÁ NESTE CAPITULO -> 10
ARTIGO DE OPINIÃO E PERIODO COMPOSTO
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo onde o autor
apresenta seu ponto de vista sobre determinado tema e, por isso, recebe esse
nome.
A argumentação é o principal recurso retórico utilizado nos textos de opinião,
que tem como característica informar e persuadir o leitor sobre um assunto.
Geralmente os artigos de opinião são veiculados nos meios de comunicação de
massa - televisão, rádio, jornais ou revistas - e abordam temas da atualidade.
Características do artigo de opinião
66
Atualmente, o problema das drogas tornou-se muito recorrente em diversas
partes do mundo. O surgimento de novas substâncias entorpecentes tem
levado ao aumento do número de dependentes químicos.
No Brasil, fica difícil mencionar o problema das drogas e não pensar na cidade
de São Paulo, onde a Cracolândia se expande cada vez mais.
O crack tem demonstrado a forte dependência que causa nos indivíduos e os
problemas estruturais que geram, dentre eles, a pobreza, o desemprego e a
proliferação de doenças.
Em relação a isso, a negligência do governo é notória. Ou seja, o foco maior
está em acabar com o problema do crack, ao invés de oferecer melhoria na
vida dos viciados.
Sendo assim, os viciados em crack continuam vivendo em péssimas condições
e infelizmente, ainda são tratados como "bandidos".
Exemplo 3: trecho de artigo de opinião sobre racismo
Embora grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o
problema do racismo está longe de ser resolvido no país.
No período colonial, os negros foram trazidos da África para trabalharem no
país em condição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na
mente de muitos brasileiros.
Embora a Lei Áurea tenha libertado os africanos do trabalho escravo em 1888,
a população negra apresenta os maiores problemas ainda hoje no país.
Destacam-se, as condições de vida, acesso ao trabalho, a moradia, dentre
outros.
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de
negros é sem dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo
persistirá no nosso país?, pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos
deparamos com um racismo velado no Brasil.
Como fazer um artigo de opinião
Uma dica muito importante que pode ajudar na escrita de um artigo de opinião
é estar familiarizado com sua estrutura. Para isso, leia diversos artigos desse
gênero em jornais e revistas, por exemplo.
Contudo, não basta ler, é muito importante fazer uma leitura racional e atenta.
Analise os títulos, as introduções, os desenvolvimentos (argumentos, opiniões)
do texto e as finalizações. Se necessário, faça notas sobre algumas coisas que
irão te ajudar na produção desse tipo de texto.
1. Escolha o tema
Para fazer um artigo de opinião, o tema deve estar definido. Ele é o assunto
sobre o qual o autor dissertará. Para isso, o artigo será feito para um meio de
comunicação; já existe uma pauta definida, ou é um tema livre de um trabalho
escolar?
Obs.: tema e título são duas coisas diferentes. O primeiro está relacionado com
o assunto, e o segundo é o nome que será dado ao texto.
2. Pesquisa e busca de argumentos
Não basta saber qual o tema, e não possuir argumentos sobre ele. Sendo um
texto opinativo, é importante sustentar o ponto de vista baseado em
argumentos. Por isso, a pesquisa profunda e atualizada, seja nos livros da
biblioteca, ou nos sites da internet, deve ser o próximo passo para escrever um
artigo de opinião.
67
Anote tudo o que for interessante e vá, gradualmente, construindo e dando
corpo ao texto. Mas, não se esqueça: você deve formar sua opinião sobre o
assunto e não copiar a de outros, pois isso é considerado plágio!
3. Recorte do tema
Imagine que o artigo de opinião para fazer é um tema dado pela professora e
que é super abrangente: racismo no Brasil. Note que podemos falar muitas
coisas sobre o racismo no Brasil, por exemplo, a origem, a história, alguns
casos, o racismo na atualidade, etc.
Assim, é essencial fazer um “recorte” para focar somente em alguns aspectos
do tema. Isso facilita a escrita do texto, evitando se perder em tanta
informação.
4. Seleção do material
Agora que o “recorte” já foi definido, a seleção do material que será utilizado
fica mais clarificada. Não se esqueça de selecionar tudo para depois utilizar, se
necessário, a bibliografia, no final do texto. Importante ressaltar que a seleção
feita deve conter dados atualizados sobre o tema.
5. Produção de texto
De acordo com a estrutura do texto de opinião - introdução, desenvolvimento e
conclusão - é a hora de produzir o texto em linguagem formal. A coesão e a
coerência são dois mecanismos fundamentais na construção de um texto
inteligível.
A coesão está relacionada com a utilização correta das palavras na ligação
entre frases, períodos e parágrafos, os chamados conectivos. Já a coerência,
faz referência à lógica das ideias expostas no texto.
PERIODO COMPOSTO
Período Composto - apresenta duas ou mais orações.
Exemplos:
Conversamos quando eu voltar.
É sua obrigação explicar o que aconteceu.
Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias.
O número de orações depende do número de verbos presentes num
enunciado.
Classificação do Período Composto
Conforme a sua formação, o período composto é classificado em: período
composto por coordenação ou período composto por subordinação
O período composto por coordenação contém orações independentes entre si,
ou seja, cada uma delas têm sentido completo.
Exemplos:
Levantou e começou a trabalhar.
Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos.
O período composto por subordinação contém orações que se relacionam
entre si.
Exemplos:
Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar.
Fiz a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava.
Quando há a presença de orações coordenadas e subordinadas, o período é
misto.
Exemplos:
68
Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono.
Enquanto ele falar, nós vamos escutar.
Orações Coordenadas
As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas,
respectivamente, conforme são utilizadas ou não conjunções.
Exemplos:
Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo uso da
conjunção “ora...ora”).
As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à
determinação. (orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os
deveres começaram”, oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à
determinação”.)
As orações coordenadas sindéticas podem ser:
Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mas
também gosta de campo.
Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava
do curso, contudo não havia vaga na sua cidade.
Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou
vou eu.
Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de
acordo, então vamos.
Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o
trabalho hoje porque tivemos tempo.
PRATIQUE!
1. (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar,
nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula
está mal colocada, pois separa:
a) o sujeito e o objeto direto
b) o sujeito e o predicado
c) a oração principal e a oração subordinada
d) o sujeito e o seu adjunto adnominal
e) o predicado e o objeto direto
69
expandir a visão sobre o tema explorado e entender a abordagem utilizado pelo
autor.
Como fazer uma boa resenha crítica: passo a passo
1. Conheça muito bem a obra
Para começar uma resenha crítica é necessário ler/assistir atentamente à obra
analisada.
Se necessário, pode-se fazer isso mais de uma vez para que nenhuma parte
passe despercebida. Assim, se ficou alguma dúvida, não hesite em ler/ver
novamente.
2. Faça anotações sobre a obra
Durante a fase inicial, é importante ir fazendo algumas anotações sobre o
tema, a estrutura da obra, o autor/autora.
Qual o nome da obra?
Quem é o autor/autora?
Qual a temática explorada pelo autor/autora e sua relevância?
Qual a opinião defendida pelo autor/autora?
Quando ela foi publicada, lançada ou apresentada?
Qual a estrutura e divisão apresentada (partes, capítulos, seções)?
A obra faz parte de outras, por exemplo, é uma trilogia?
3. Pesquise sobre o autor/autora
Para fazer uma resenha crítica é importante saber mais sobre o autor ou autora
da obra, por exemplo:
Qual o nome completo do autor/autora?
Qual o local e data de nascimento/morte do autor/autora?
O tema da obra produzida é recorrente em outras obras do mesmo
autor/autora?
4. Crie sua opinião sobre a obra
Para produzir sua opinião sobre a obra analisada, responder algumas questões
podem ajudar a definir melhor o caminho a ser seguido:
Gostou da obra?
Qual parte foi mais interessante?
Que relações ela pode ter com outras obras?
Quais as principais considerações e apreciações sobre o tema?
Sentiu que teve alguma parte que não ficou muito bem explicada?
Quais as emoções geradas depois de ler/assistir a obra?
5. Produza a resenha crítica
Analisando as informações coletadas acima, chegou a hora de produzir o texto.
Por isso, recorra a todas as anotações feitas, pois elas serão valiosas e
servirão de guia e apoio para desenvolver melhor a resenha crítica.
A estrutura da resenha crítica segue o modelo dos textos dissertativos-
argumentativos, ou seja: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Sendo assim, confira abaixo o que será contemplado em cada parte da
resenha:
Introdução
Para começar a resenha, é necessário fazer uma exposição inicial sobre a
obra, o tema e o autor.
70
Essa parte inicial é mais informativa e tem como intuito situar o leitor para que
ele saiba o que vai encontrar no texto.
Esse resumo inicial pode ser feito da seguinte maneira:
A obra: título, subtítulo (se houver) e ano de publicação.
O autor: nome, nacionalidade, data de nascimento e morte, algumas
características que o destaque.
O tema: o tema central levantado pelo autor da obra e que será apresentado na
resenha.
No caso de ser uma resenha crítica acadêmica é obrigatório citar a obra nas
normas da ABNT e isso deve estar antes da introdução.
Nas normas da ABNT, as citações das obras são feitos da seguinte maneira:
sobrenome e nome do autor, título da obra, edição, local, editora e ano da
publicação.
Exemplo: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 38 ed. São
Paulo: Cultrix, 1994.
Desenvolvimento
O desenvolvimento da resenha envolve a maior parte do texto, que inclui os
argumentos e as apreciações do resenhista sobre o objeto analisado.
Nesse momento, as ideias e as opiniões que surgiram na análise anterior
devem estar bem fundamentadas, explicadas e coerentes.
Isso porque as resenhas críticas pretendem influenciar os leitores e o
resenhista deve utilizar esse espaço para argumentar, indicar os pontos
positivos e negativos da obra, sempre explicando o porquê da sua constatação.
Se a resenha crítica não tiver a posição do resenhista, ela pode ser
considerada uma síntese ou um resumo.
Em alguns casos, pode-se recorrer a outras obras que apresentem temas
semelhantes para contrapor alguns argumentos do autor, comparar conceitos e
ideias, apresentando assim, outro ponto de vista.
Conclusão
O final da resenha contempla o fechamento das ideias e não é
necessariamente uma parte muito grande.
Embora no desenvolvimento a opinião do resenhista tenha sido exposta, aqui é
hora de sintetizar e opinar sobre alguns aspectos da obra:
A obra e o tema são relevantes no contexto atual?
A linguagem e a abordagem utilizada facilita o entendimento?
Quais os pontos positivos e negativos da obra?
Quais as principais contribuições da obra para o público?
Comparando a obra com outras do mesmo autor, quais as principais
conclusões?
REDAÇÃO/PRODUÇÃO TEXTUAL
Siga as instruções para elaborar um texto de opinião
1. Crie um texto de opinião com o livro de literatura do ano/unidade
2. Para ser feito individualmente.
71
VOCÊ ESTÁ NESTE CAPITULO -> 11
ECA, TEMPOS E MODOS VERBAIS E
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
ECA
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho
de 1990, que regulamenta o artigo 227 da Constituição Federal, define as
crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos, em condição peculiar de
desenvolvimento, que demandam proteção integral e prioritária por parte da
família, sociedade e do Estado.
Como consequência da doutrina de proteção integral à criança e ao
adolescente, o ECA prevê a integração operacional dos órgãos e instituições
públicas e entidades da sociedade civil, visando à proteção, à
responsabilização por ação ou omissão de violação dos direitos, à aplicação
dos instrumentos postulados pelo sistema e à interação entre os atores desse
sistema.
Site de acesso: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/publicacoes/o-estatuto-da-crianca-e-do-
adolescente
72
Observe a conjugação de verbos regulares do presente do indicativo, na 1º, 2º
e 3º conjugações.
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
eu amo eu como eu parto
tu amas tu comes tu partes
ele ama ele come ele parte
nós amamos nós comemos nós partimos
vós amais vós comeis vós partis
eles amam eles comem eles partem
Pretérito perfeito
O pretérito perfeito é utilizado para indicar uma ação que ocorreu no passado e
já foi concluída.
Exemplos:
Ela viajou para o México.
Meus vizinhos reformaram a casa deles.
O bebê tomou a mamadeira.
Os professores chegaram atrasados.
Nós conseguimos alcançar a nossa meta.
Observe a conjugação de verbos regulares do pretérito perfeito do indicativo,
na 1º, 2º e 3º conjugações.
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
Pretérito imperfeito
O pretérito imperfeito indica uma ação passada contínua, ou seja, uma ação de duração
prolongada no tempo, que pode ter sido concluída ou não.
Exemplos:
73
Ela fazia bolos deliciosos.
Pretérito mais-que-perfeito
O pretérito mais-que-perfeito é um tempo verbal que indica uma ação passada que
aconteceu antes de outra ação passada.
Além disso, também é usado para fazer referência a uma ação que ocorreu em um
passado distante ou a uma ação passada ocorrida em um período impreciso.
Esse tempo verbal é pouquíssimo usado no cotidiano. É mais comum observar o seu uso
na linguagem poética, em histórias de contos de fadas, etc.
Exemplos:
74
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
Futuro do presente
O futuro do presente é o tempo verbal que expressa uma ação que acontecerá no futuro,
ou seja, em um momento futuro em relação ao da fala ocorrida no presente.
Exemplos:
Futuro do pretérito
Embora seja designado de “futuro”, o futuro do pretérito, na verdade, indica uma ação
que poderia ter acontecido depois de uma ação ocorrida no passado.
Ele também é usado para expressar uma ação que está condicionada à outra; que é
consequente dela.
75
Além disso, pode indicar incerteza, surpresa, indignação, e é uma forma educada de
expressar desejo, pedido ou sugestão.
Exemplos:
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal
flexionado no particípio passado.
Eu tinha estudado.
Nós teríamos estudado.
Eles terão estudado.
76
Veja que o verbo principal “estudado” se mantém em todas as pessoas verbais.
Exemplos:
Exemplos:
77
As crianças tinham se comportado melhor antes da troca de professor.
O bebê tinha tido crises alérgicas antes de começar a medicação.
Exemplos:
78
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
Exemplos:
Modo subjuntivo
O modo subjuntivo é utilizado para indicar situações que expressam incerteza, hipótese,
desejo, condição ou suposição.
79
Trata-se de um modo cujos tempos verbais geralmente são utilizados em orações
subordinadas, pois costumam precisar de uma oração principal com outro tempo verbal
para fazerem sentido.
Sendo assim, ela está subordinada à oração principal "compraria uma casa de praia",
pois precisa dela para fazer sentido.
Assim como ocorre no modo indicativo, os tempos verbais simples do modo subjuntivo
só precisam da conjugação do próprio verbo, ou seja, não precisam de um verbo auxiliar
na sua estrutura de formação.
Veja a diferença:
Presente do subjuntivo.
Pretérito imperfeito do subjuntivo.
Futuro do subjuntivo.
Presente do subjuntivo
O presente do subjuntivo é um tempo verbal utilizado para expressar ações no presente
ou no futuro.
Exemplos:
80
Para que nós consigamos participar da palestra, precisamos reservar nossos
lugares.
Não quero que ele finja algo que não sente.
Querem que eles cantem no palco principal do festival.
As ações expressas por esse tempo verbal podem ter ocorrido ou não; trata-se de algo
incerto, impossível de ser definido.
Exemplos:
81
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
Futuro do subjuntivo
O futuro do subjuntivo é um tempo verbal utilizado para expressar ações que
eventualmente ainda podem acontecer em um tempo futuro. A estrutura de formação
que indica essa ideia é quando + pronome + verbo.
Exemplo: Quando eu visitar os meus pais, levarei um presente para cada um.
Ele também pode ser utilizado para expressar ideias condicionais. Nesse caso, a
estrutura utilizada é se + pronome + verbo.
82
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
A formação dos tempos verbais compostos é feita com um verbo auxiliar e um verbo
principal flexionado no particípio passado.
"Tenha feito" é um verbo composto do subjuntivo, pois tem em sua estrutura um verbo
auxiliar (ter > tenha) e um verbo principal flexionado no particípio passado (fazer >
feito).
Lembre-se de que nas formas verbais compostas, apenas o verbo auxiliar é flexionado; o
verbo principal sempre é flexionado no particípio passado, independentemente da ideia
de tempo indicada (presente, passado ou futuro).
Exemplos:
O modo subjuntivo possui três tempos verbais compostos: pretérito perfeito composto,
pretérito mais-que-perfeito composto e futuro composto.
Exemplos:
83
Queremos que você já tenha aprendido as preposições em inglês quando o
curso acabar.
Ele prefere acreditar que ela tenha dito a verdade.
que ele tenha amado que ele tenha comido que ele tenha partido
que nós tenhamos amado que nós tenhamos comido que nós tenhamos partido
que vós tenhais amado que vós tenhais comido que vós tenhais partido
que eles tenham amado que eles tenham comido que eles tenham partido
Ele também pode ser usado para indicar situações irreais do passado.
A estrutura de formação desse tempo verbal é composta pelo verbo "ter" flexionado no
pretérito imperfeito do subjuntivo + particípio passado do verbo principal.
Exemplos:
84
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
Exemplos:
85
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
quando ele tiver amado quando ele tiver comido quando ele tiver partido
ou ou ou
se ele tiver amado se ele tiver comido se ele tiver partido
quando nós tivermos quando nós tivermos quando nós tivermos
amado comido partido
ou ou ou
se nós tivermos amado se nós tivermos comido se nós tivermos partido
quando vós tiverdes quando vós tiverdes quando vós tiverdes
amado comido partido
ou ou ou
se vós tiverdes amado se vós tiverdes comido se vós tiverdes partido
quando nós tivermos quando nós tivermos quando nós tivermos
amado comido partido
ou ou ou
se nós tivermos amado se nós tivermos comido se nós tivermos partido
Modo imperativo
O modo imperativo é um modo verbal utilizado para indicar ações onde o receptor da
mensagem recebe um pedido, uma ordem, uma sugestão, um conselho, um aviso, uma
orientação e outros tipos de indicação.
Imperativo afirmativo
Exemplos:
Esse tempo verbal não é conjugado na primeira pessoa do singular pelo fato de
expressar a ideia de que alguém se comunica com um outro alguém.
86
amar (1ª conjugação) comer (2ª conjugação) partir (3ª conjugação)
- - -
Imperativo negativo
Exemplos:
- - -
Formas nominais
87
Embora não façam parte nem dos modos e nem dos tempos verbais, as formas nominais
são de grande importância na conjugação dos verbos.
A designação de “forma nominal” dá-se pelo fato de, por vezes, elas apresentarem
função de nome.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te,
vos, se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a
mesóclise e a ênclise.
Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra
é: a colocação pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem
mais prioridade é a próclise, e se nenhuma das situações satisfizer o seu uso,
é utilizada a ênclise. Lembrando que a mesóclise somente é utilizada com
verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a
oração contém palavras que atraem o pronome:
1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:
Não o quero aqui.
Nunca o vi assim.
2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém,
tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):
Foi ela que o fez.
Alguns lhes deram maus conselhos.
Isso me lembra algo.
88
3. Advérbios ou locuções adverbiais:
Ontem me disseram que havia greve hoje.
Às vezes nos deixa falando sozinhos.
4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:
Oxalá me dês a boa notícia.
Deus nos dê forças.
5. Conjunções subordinativas:
Embora se sentisse melhor, saiu.
Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.
6. Palavras interrogativas no início das orações:
Quando te deram a notícia?
Quem te presenteou?
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com
verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja
palavras que atraiam a próclise:
Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente:
orgulharei)
Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito:
orgulharia)
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a
oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:
1. Verbos no imperativo afirmativo:
Depois de terminar, chamem-nos.
Para começar, joguem-lhes a bola!
2. Verbos no infinitivo impessoal:
Gostaria de pentear-te a minha maneira.
O seu maior sonho é casar-se.
3. Verbos no início das orações:
Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
Surpreendi-me com o café da manhã.
PRATIQUE!
1. Indique a alternativa em que há erro de colocação pronominal.
a) Ninguém viu-o sair para o trabalho.
b) Alguém o viu sair esta manhã.
c) Não o vejo desde ontem.
d) Foram eles que o viram.
e) Certamente o viram sair esta manhã
89
3. Relacione as colunas:
MODOS VERBAIS
a) indica uma certeza em relação a um estado ou uma ação no presente, no
passado ou no futuro.
b) indica uma incerteza em relação a existência ou não do fato, considerando-o
como incerto, duvidoso, eventual ou, mesmo, irreal.
c) indica uma exortação ao interlocutor para que este cumpra a ação expressa
pelo verbo, podendo ser um conselho ou um convite.
( ) modo subjuntivo
( ) modo imperativo
( ) modo indicativo
90
VOZES VERBAIS
91
PRATIQUE!
1. Indique as vozes verbais das orações abaixo:
a) Até que enfim os vistos foram obtidos!
b) Cortei-me quando fazia o jantar.
c) Diversos funcionários foram demitidos pela empresa.
d) Invadiu a casa à procura do refém.
e) Eles nos venceram…
f) O chefe não me chamou para a reunião.
92
Exemplos:
A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Na tirinha acima, o amor é comparado a uma flor e a um motor. Neste caso foi
utilizado o conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o
motor do carro".
Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo,
autor pela obra.
Exemplos:
Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)
Na tirinha acima, uma parte (cabeças de gado) tem o significado do todo (boi).
Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir
outra mais específica.
Exemplo:
Embarcou há pouco no avião. (Embarcar é colocar-se a bordo de um barco,
mas como não há um termo específico para o avião, embarcar é o utilizado.)
93
Na charge acima, ocorre a catacrese, porque foi usada a expressão "bala
perdida" por não haver outra mais específica.
Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos
diferentes.
Exemplos:
Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. (A frieza
está associada ao tato e não à visão.)
94
Na charge acima, foi usada a perífrase, uma vez que "Terra da Garoa" é uma
forma de identificar a "cidade de São Paulo".
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são usadas para tornar os textos mais bonitos ou
expressivos através da utilização de ideias e pensamentos.
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero de uma ideia feito de maneira intencional.
Exemplos:
Quase morri de estudar.
95
Na charge acima, "produtora de biografias orais não autorizadas" foi uma forma
delicada de dizer que a mulher é, na verdade, uma fofoqueira.
Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido,
assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplos:
— Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe. (Pelo discurso,
percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não
são boas.)
Na tirinha acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você
deveria aperfeiçoar essa técnica".
Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplos:
É tão inteligente que não acerta nada.
96
Nota-se o uso da ironia na charge acima. O personagem está zangado com
alguém, a quem ele chama de "inteligente" de maneira irônica.
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos
humanos a objetos ou aos seres irracionais.
Exemplos:
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
97
Na tirinha acima, há várias antíteses, ou seja, termos que têm sentidos
opostos: positivo, negativo; mal, bem; paz e guerra.
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas
de termos (tal como no caso da antítese).
Exemplos:
Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como é possível alguém
estar cego e ver?)
98
Na tirinha acima, o personagem foi explicando de forma crescente como foi
trazida pela cegonha (decolou; fizemos uma escala; trocaram uma pena;
finalmente ela me deixou aqui).
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplos:
Ó céus, é preciso chover mais?
Na tirinha acima, notamos a ênfase no segundo quadrinho: "Ai meu Deus!!! Ele
vai me matar! O que faço!? É o fim!"
Figuras de sintaxe
As figuras de sintaxe são usadas para tornar os textos mais bonitos ou
expressivos através da construção gramatical das frases e orações.
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplos:
Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)
99
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplos:
Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
100
A charge acima é um exemplo de polissíndeto, porque o conectivo "se for" esta
sendo repetido muitas vezes ("se for eleitor", "se for deputado", "se for
assessor).
Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do
polissíndeto.
Exemplos:
Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
Anacoluto
O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplos:
Eu, parece que estou ficando zonzo. (A estrutura normal da frase é: Parece
que eu estou ficando zonzo.)
Magali, comer é o que ela mais gosta de fazer. (A estrutura normal da frase é:
O que a Magali mais gosta de fazer é comer.)
101
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o
significado.
Exemplos:
A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo
"sair" já significa "para fora".
Silepse
A silepse é a concordância com a ideia que se pretende transmitir, e não com o
que está implícito. Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de
pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na
bonita e agitada cidade de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de
número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso
concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)
102
Na tirinha acima, há silepse de pessoa em "mais da metade da população
mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos".
Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplos:
Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”,
eu estarei aqui sempre para você.
103
Na tirinha acima, ocorre aliteração, porque a letra "r" é repetida muitas vezes
em "O rato roeu a roupa do rei de Roma."
Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.
Exemplos:
O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que
anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil)
Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a"
em: "massa", "salga", "amassa".
Onomatopeia
104
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
Exemplos:
Não aguento o tic-tac desse relógio.
PRATIQUE!
1. (UNITAU) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura
denominada:
a) sinestesia
b) eufemismo
c) onomatopeia
d) antonomásia
e) catacrese
105
Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de construção textual que
consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa
mesma unidade de significação.
A figura de linguagem acima caracterizada é:
a) metonímia
b) paradoxo
c) hipérbole
d) sinestesia
e) sinédoque
TEXTO TEATRAL
106
VOCÊ ESTÁ NESTE CAPITULO -> 15
PREFIXOS E SUFIXOS
PRATIQUE!
1. Indique quais das seguintes palavras da lista são formadas por derivação
prefixal, derivação sufixal e derivação parassintética.
a) lealdade d) sobre-humano g) livraria
b) folhagem e) entardecer h) sobrenome
c) entristecer f) desfazer i) contra-ataque
107