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Laboratório de Citologia e Fisiologia vegetal


Profº J. Aliçandro B. Silva

Emanuela Pinto
Felipe Ribeiro
Isadora Benevides
Lana Moura
Marcus Vinicius Mascarenhas

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS


-BOTÂNICA-

Juazeiro-BA
2011
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Laboratório de Citologia e Fisiologia vegetal


Profº J. Aliçandro B. Silva

Emanuela Pinto
Felipe Ribeiro
Isadora Benevides
Lana Moura
Marcus Vinicius Mascarenhas

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS


-BOTÂNICA-

Relatório apresentado ao
curso de Engenharia Agrícola
e Ambiental da Universidade
Federal do Vale do São
Francisco, como requisito
parcial na aprovação da
disciplina de Botânica, sob
orientação do Prof. DSc J.
Aliçandro B. da Silva.

Juazeiro-BA
2011
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Sumário

Aula Prática II 5
Estudo extra-laboratório sobre classificação dos organismos
1 Introdução 6
2 Objetivo 7
3 Material e metodologia 7
4 Resultados e Discussão 8
5 Conclusão 16
Referências Bibliográficas 17
Aula Prática III 18
Estudo extra-laboratório sobre organografia – morfologia externa das
plantas
1 Introdução 19
2 Objetivo 22
3 Material e Metodologia 22
4 Resultados e Discussão 22
5 Conclusão 38
Referências Bibliográficas 39
Aula Prática IV 40
Estudo dos tecidos a partir de tecidos de caule de melancia e melão

1 Introdução 41
2 Objetivo 44
3 Material e Metodologia 44
4 Resultados e Discussão 45
5 Conclusão 47
Referências Bibliográficas 48
Aula Prática V 49
Estudo dos tecidos foliares: parênquima paliçádico e parênquima lacunoso
1 Introdução 50
2 Objetivo 50
3 Material e Metodologia 51
3

4 Resultados e Discussão 51
5 Conclusão 53
Referências Bibliográficas 54
Aula Prática VIII 55
Determinação do Potencial Hídrico – Método Densitométrico
1 Introdução 56
2 Objetivo 57
3 Material e Metodologia 57
4 Resultados e Discussão 58
5 Conclusão 58
Referências Bibliográficas 59
4

Prefácio
O estudo das plantas tem se desenvolvido por milhares de anos, a exemplo
de todos os ramos da ciência, ela se tornou diversa e especializada apenas durante
os três últimos séculos. Até pouco mais de um século atrás, a botânica era uma
subárea da medicina, a qual de dedicavam principalmente médicos que estudavam
as plantas para fins medicinais e que estavam interessados na determinação de
similaridades e diferenças entre plantas e animais. Todas as ciências biológicas
colaboram estritamente para responder aos problemas básicos comuns. Assim,
cabe à Botânica um papel especial: muitas reações vitais se dão no homem e no
animal de modo bem complicado, ao passo que na planta se observam de maneira
mais simples. A nutrição e crescimento vegetal, bem como a reprodução vegetal,
são exemplos de reações que são estudas dentro da Botânica, por meio da
Fisiologia Vegetal.
O organismo vegetal é formado de órgãos, que se compõem de tecidos, os
quais são conjuntos de células, homogêneas quanto à origem, à forma, à
organização e às funções. O estudo da aparência externa desses órgãos é objeto da
Organografia, já o estudo da organização interna, isto é, da estrutura de um órgão,
recebe o nome de Anatomia. Como esse estudo implica no reconhecimento, na
análise dos diferentes tecidos, chama-se também Histologia.
A partir desses estudos realizados em sala de aula e posteriormente
praticados nos laboratórios de Citologia, Fisiologia Vegetal e Microscopia, foi
possível compreender melhor o que acontece com as plantas interna e
externamente e em diferentes condições ambientais.
5

ESTUDO EXTRA-LABORATÓRIO SOBRE


CLASSIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS
- Aula Prática II-
6

1 Introdução
Desde os tempos de Aristóteles e até mesmo em épocas anteriores, houve
quem se perguntasse como eram identificados os organismos ao nosso redor. Esse
processo de nomear um organismo é parte de um sistema altamente organizado
para o estabelecimento de relacionamentos genéticos e identificação de tendências
evolutivas (Raven, 1999).
Uma vez que as pessoas comumente dão nomes às plantas e outros
organismos na língua de seu país, haverá quase tantos nomes para o mesmo
organismo quanto o número de línguas existentes. Para os botânicos e biólogos,
essa pluralidade de nomes representa uma barreira significativa para o
compartilhamento de informações. Portanto, além dos “nomes comuns” que variam
de país para país, cada organismo também tem um “nome científico” – um nome
latino com duas palavras que o identifica precisamente em qualquer lugar do mundo
(Raven, 1999).
O estudo científico da diversidade biológica e sua história evolutiva é
chamada sistemática. Um aspecto importante da sistemática é a taxonomia – a
identificação, atribuição de nomes e a classificação das espécies. E taxonomia
pretende separar os organismos por espécies, agrupando-os de acordo com o seu
grau de semelhança, descrevendo as características que distinguem uma espécie
da outra e ordenando-as por categorias taxonômicas (Raven, 1999).

Os sistemas de classificação

Sistema de classificação artificial


Linnaeus (e cientistas mais antigos) reconheciam três reinos – animal, vegetal
e mineral. Até recentemente, o reino era a unidade mais inclusiva usada na
classificação biológica. Além dela, várias outras categorias taxonômicas hierárquicas
foram acrescentadas entre os níveis de gênero e reino: os gêneros foram agrupados
em famílias, as famílias em ordens e estas em classes. O botânico franco-suíço
Augustin-Pyramus de Candolle incluiu a categoria divisão para designar grupos de
classes no reino vegetal. No XV Congresso Internacional de Botânica em 1993 o
International Code of Batanical Nomenclature tornou o termo filo
nomenclaturalmente equivalente à divisão.

Sistema de classificação filogenético


As diferenças e semelhanças entre os organismos passaram a ser vistas
como os produtos de sua história evolutiva, ou filogenia. Os biólogos agora
desejavam classificações que fossem não apenas informativas e úteis, mas também
7

que espelhassem as relações evolutivas entre os organismos. Num esquema de


classificação que reflete de modo preciso a filogenia, cada táxon é, nas condições
ideais, monofilético. Isso significa que os representantes de um táxon em qualquer
nível hierárquico, seja ele gênero, família ou ordem, devem ser todos descendentes
de uma única espécie ancestral. Embora esse ideal, que resulta em táxons naturais,
soe de modo relativamente direto, frequentemente se torna difícil consegui-lo. No
entanto, nos casos em que as relações são desconhecidas ou incertas, pode ser
mais prático criar um táxon artificial.

Sistema de classificação natural


A partir de Aristóteles, os biólogos vêm reconhecendo que as semelhanças
superficiais não são critérios úteis para decisões taxonômicas. As folhas normais, os
cotilédones, as escamas das gemas e as peças florais têm funções e aparências
bem diferentes, mas todas são modificações do mesmo tipo de órgão, ou seja, a
folha. Dizemos que tais estruturas, que têm uma origem comum mas não
necessariamente uma função comum, são homólogas. Outras estruturas, que
podem ter uma função semelhante e aparência superficial, têm uma bagagem
evolutiva totalmente diferente. Dizemos que tais estruturas são análogas e que
aparecem por evolução convergente.

Sistema de classificação molecular


Durante a última década a sistemática vegetal foi revolucionada pela
aplicação de técnicas moleculares. As técnicas mais largamente usadas são aquelas
para determinar tanto a sequência de aminoácidos em proteínas quanto a dos
nucleotídeos nos ácidos nucléicos. Dados moleculares são diferentes de dados
obtidos de fontes tradicionais sob vários aspectos: em particular, eles são mais
fáceis de quantificar, fornecem potencialmente muito mais caracteres para análises
filogenéticas e permitem a comparação de organismos que são morfologicamente
muito distintos. Com o desenvolvimento de técnicas moleculares, tem sido possível
comparar organismos no nível mais básico possível – o gene.

2 Objetivo
Estudar de forma geral os sistemas de classificação das plantas.

3 Metodologia
Para a realização desse estudo, foram escolhidas seis espécies de plantas:
Milho, Sisal, Ipê-roxo, Laranjeira, Mamoeiro e Maconha. As mesmas foram
classificadas e caracterizadas de forma geral.
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4 Resultados
Milho

Um dos cereais básicos na alimentação humana, como o trigo e o arroz, o


milho foi cultivado durante séculos no continente americano, de onde é originário,
até ser levado pelos descobridores para a Europa e disseminar-se por todo o
mundo.
O milho pertence ao grupo das angiospermas, ou seja, produz as sementes
no fruto. A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora haja
variedades bem mais baixas. O caule tem aparência de bambu, e as juntas estão
geralmente a 50 centímetros de distância umas das outras. A fixação da raiz é
relativamente fraca. A espiga é cilíndrica, e costuma nascer na metade da altura da
planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras regulares
presas no sabugo, que formam a espiga. Eles têm dimensões, peso e textura
variáveis. Cada espiga contém de duzentos a quatrocentos grãos. Dependendo da
espécie, os grãos têm cores variadas, podendo ser amarelos, brancos, vermelhos,
azuis ou marrons. O núcleo da semente tem um pericarpo que é utilizado como
revestimento. Seu ciclo, desde a semeadura até a maturação, é de
aproximadamente 160 dias, ou 120 dias no caso de algumas variedades híbridas e
no milho de pipoca.
Diversamente do que ocorre com outros cereais, cujos grãos são produzidos
em panículas (cachos de flores) ou espigas terminais, de flores hermafroditas, no
milho os grãos se desenvolvem nas inflorescências femininas que surgem na parte
mediana da planta. A panícula terminal, chamada flecha ou pendão, só tem flores
masculinas. A espiga tem estrutura admiravelmente adequada para produzir grande
quantidade de grãos, bem protegidos pela palha, de fácil colheita e transporte. A
planta, por sua vez, é de crescimento rápido e de grande eficiência fotossintética.
Um grão de milho, que pesa aproximadamente 0,3g, em poucos meses gera uma
planta adulta, que produz de quinhentos a mil grãos.
Os grãos de milho apresentam grande diversidade de colorações e formatos,
o que dificulta bastante a classificação botânica das muitas variedades, cerca de 150
em todo o mundo. A classificação comercial mais comum, baseada na textura dos
grãos, distingue cinco tipos principais: milho indentado ou dentado, milho indurato ou
duro, milho amiláceo, milho doce e milho de pipoca. Todos esses tipos de milho se
cruzam naturalmente entre si, o que pode muitas vezes inviabilizar a produção e o
valor genético da semente. Não se deve portanto, cultivar diferentes variedades em
locais próximos.
O cultivo é idealmente mecanizado, e se beneficia bastante da técnica de
plantio direto. A utilização de discos de plantio é adequada para a sua peneira. O
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plantio de milho é feito tanto na chamada safrinha quanto na safra principal (ou seja,
a safra de verão). Na Região Sudeste do Brasil, o mês de plantio mais indicado
geralmente é setembro, mas o plantio pode ser feito até em novembro. Dependendo
do mês de plantio, o espaçamento entre as linhas e a quantidade de sementes por
metro deve variar. O ciclo do plantio varia entre 115 e 135 dias. A adubação deve
ser feita conforme a análise do solo. O controle de pragas e ervas daninhas só deve
ser feito se necessário. Nem sempre há necessidade de irrigação intensiva: pelo
menos nas regiões tradicionalmente produtoras, a precipitação é suficiente para as
necessidades hídricas da planta.
.

Figura 1: Milho

Classificação científica
Reino:Plantae
Filo: Anthophyta
Classe: Monocotydelonae
Ordem: Commelinales
Família: Poaceae
Gênero: Zea
Espécie: Zea mays

Sisal
O sisal é uma planta originária do México. Os primeiros bulbilhos da Agave
sisalana foram introduzidos na Bahia, em 1903, pelo Comendador Horácio Urpia
Júnior nos municípios de Madre de Deus e Maragogipe, trazidos provavelmente da
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Flórida, através de uma firma americana, foi difundido inicialmente no estado da


Paraíba e somente no final da década de 30 na Bahia.

Algumas das fibras de melhor qualidade utilizadas no fabrico de cordas,


esteiras e produtos afins são obtidos de diversas espécies de agave, como o sisal-
verde, o sisal–branco ou henequém e a pita. As espécies classificadas no gênero
Agave são plantas perenes que se caracterizam por formar rente ao solo uma
grande roseta de folhas grossas, carnudas e coriáceas, providas em geral de
espinhos nas bordas. A cor das folhas muda de espécie para espécie e até nas
diferentes variedades de uma mesma espécie. Do centro de cada planta, com o
passar dos anos, ergue-se um caule que não raro chega a mais de dez metros de
altura e em cujo ápice desabrocham as flores. Após uma única floração a planta
morre, emitindo ao mesmo tempo inúmeras mudas que a perpetuarão como
espécie.
O ciclo de transformação do sisal em fios naturais tem início aos 3 anos de
vida da planta, ou quando suas folhas atingem até cerca de 140 cm de comprimento
que podem resultar em fibras de 90 a 120 cm. As fibras representam apenas 4 a 5%
da massa bruta da folha do sisal. As folhas são cortadas a cada 6 meses durante
toda vida útil da planta que é de 6/7 anos. Ao final do período é gerada uma haste
(inflorescência), a flecha, onde surgem as sementes de uma nova planta.
O sisal pode ser colhido durante todo o ano: para isto ser possível, não são
destacadas do caule as folhas mais novas. É uma planta resistente à aridez e ao sol
intenso do sertão nordestino. É a fibra vegetal mais dura que existe.

Figura 2: Plantação de sisal e as fibras prontas para uso


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Classificação científica:
Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Agavaceae
Gênero: Agave
Espécie: Agave sisalana

Ipê-roxo
Ao entrar em floração, o ipê perde as folhas, e como uma grande mancha de
cor, impõe sua exuberância à paisagem. Conhecido em todo o Brasil, é a árvore
nativa que representa a nacionalidade

Árvore da família das bignoniáceas, a mesma da peroba-do-campo e outras


madeiras de lei, o ipê pertence ao gênero Tabebuia, palavra tupi que significa “o que
bóia, o que flutua”. Cresce devagar e começa a florir antes dos cinco anos, ainda
com pouca altura. A madeira, dura, pesada e resistente, é usada em obras de
marcenaria. Há três espécies mais conhecidas, todas com cinco a dez metros de
altura, comumente plantadas para efeito paisagístico nas regiões tropicais e
subtropicais do país.
O ipê-roxo (T. heptaphylla), também chamado de ipê-uva ou ipê-piranga,
freqüente no Centro-Oeste e no Sul, é o primeiro a florir: de maio a julho, nos
lugares mais frios, ou de junho a agosto, nos mais quentes. O ipê-amarelo (T. alba),
também chamado de ipê-tabaco ou pau-d’arco, freqüente em Minas Gerais e do
Espírito Santo ao Paraná, floresce entre agosto e setembro. O ipê-branco (T.
odontodiscus), freqüente nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, floresce de
setembro a outubro. Todas as espécies exigem plena exposição ao sol, adaptam-se
a solos de tipo argilo-arenoso e propagam-se por sementes, contidas em vagens
cuja formação se processa após a queda das flores e durante a brotação
progressiva de uma nova folhagem.
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Figura 3: Ipê-roxo

Classificação científica:
Reino: Plantae

Filo: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales

Família: Bignociacea
Gênero: Tabebuia
Espécie: T. heptaphylla

Laranjeira
Originária do sul da Ásia e levada para a península ibérica pelos árabes, é
uma das frutas mais apreciadas. Consumida em estado natural ou em sucos e
doces, seu cultivo estendeu-se a todos os continentes. Laranja é o fruto da laranjeira
(Citrus sinesis e C. aurantium), árvore do gênero Citrus e da família das rutáceas,
espinhosa, de altura mediana – de três a seis metros de altura, embora possa ser
mais alta. Suas folhas são aromáticas, semicoriáceas, brilhantes e de cor verde-
escura. As flores são brancas, pequenas e de suave fragrância. A laranja é uma
fruta arredondada, carnuda, de tamanho variável e formada por gomos de polpa
sumarenta e doce. Apresenta grande variedade de formas, resultante do cultivo e da
hibridação de diferentes espécies. O sabor e a cor da laranja são mais ou menos
intensos, conforme sua variedade.
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Há muitas variedades, ou subespécies, algumas bem diferentes da espécie


original, como: laranja-de-umbigo, laranja-da-terra ou laranja-azeda, laranja-lima,
laranja-pêra e toranja ou grape-fruit.
O cultivo da laranja exige clima temperado ou quente, livre de geadas, e
terrenos profundos, de terra fofa. A laranjeira começa a dar frutos três anos após o
plantio, mas seu pleno rendimento só é alcançado muito mais tarde.

Figura 4: Laranjeira

Classificação científica:
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Sapindales
Família:Rutaceae
Gênero:Citrus
Espécie: C. sinensis

Mamoeiro

De origem incerta, mas provável fusão espontânea de espécies do México e


América Central, o mamão é produzido o ano inteiro e cultivado em todo o mundo
tropical e áreas quentes dos subtrópicos. Mamão é fruto do mamoeiro, planta da
família das caricáceas (Carica papaya), que atinge, não raro, altura de mais de cinco
metros, porém de caule fibroso e não lenhoso. O mamoeiro cresce rapidamente: em
um ano chega à fase adulta. Em geral não ramificado, o caule é coroado por
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grandes folhas lobadas, com pecíolos ocos de até sessenta centímetros, que ao
caírem deixam fundas cicatrizes.

Normalmente o mamoeiro é dióico, com flores masculinas e femininas


produzidas em pés distintos. Há, porém, plantas hermafroditas ou monóicas, com
flores de ambos os sexos. Nos pés tipicamente masculinos, as flores afuniladas,
com cerca de 2,5cm de comprimento, agrupam-se na extremidade de pedúnculos
com quase um metro de extensão e dão origem a frutos de gosto pouco apurado, os
mamões-machos, mamões-de-cabo ou mamões-de-corda. Os que dão melhores
frutos são os pés femininos, cujas flores, brancas como as outras mas bem maiores,
se apóiam em pedúnculos curtos formados nas axilas das folhas. Nas plantações de
pés femininos, é preciso haver pelo menos dez por cento de mamoeiros-machos,
para a fecundação. Já os pés hermafroditas, de flores pequenas em pedúnculos
curtos, não dependem do pólen de outros pés para fecundarem. O mamoeiro
propaga-se por sementes e não tolera o frio. As condições ideais de cultivo estão na
faixa de 22º a 26ºC e altitudes de até 200m acima do nível do mar.
O mamão, quando ainda verde, produz um suco leitoso em que se encerra a
papaína, enzima semelhante, na ação digestiva, à pepsina, de origem animal. A
papaína hidrolisa ou digere proteínas e é usada em vários remédios contra a má
digestão e em preparados para amaciar carnes.

Figura 5: Mamoeiro

Classificação científica:

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Brassicales
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Família: Caricaceae
Gênero: Carica
Espécie: C. Papaya

Maconha
Mencionada num livro de botânica chinês do ano 2700 a.C., a maconha foi
utilizada durante muito tempo como anestésico ou analgésico. Modernamente
tornou-se uma das drogas de uso mais generalizado, em virtude do baixo preço e da
relativa facilidade de obtenção.
Maconha é o nome vulgar do cânhamo (Cannabis sativa) quando usado para
dele se extrair a droga de mesmo nome, preparada por secagem e trituração de
suas folhas e flores. Todas as partes da planta, seja ela feminina ou masculina,
contêm o princípio ativo, o tetraidrocanabiol (THC). Da resina das flores da planta
feminina, onde há maior concentração de THC, se extrai o haxixe, droga mais
potente.
A planta exige pouca manutenção e pode ser cultivada na maioria dos climas,
não reduz os nutrientes do solo e seu sistema radicular profundo pode ajudar a
evitar erosão. Alcançando de 2 a 5 metros de altura em 110 dias, assegura sua
própria proteção; dá sombra às sementes e reduz o uso de herbicidas caros. Produz
sete e meio a vinte toneladas de caule seco por hectare, dependendo do clima e da
variedade.

Seu florescimento é mais tardio se comparado com uma Cannabis indica. As


plantas de Cannabis sativas são originárias de regiões equatoriais e mais difíceis de
criar em ambiente interior devido à maior necessidade de luz e um clima mais
quente. É possível identificar a planta de Cannabis sativa por ter folhas longas e
finas.
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Figura 6: Maconha

Classificação científica:
Reino: Plantae

Filo: Magnoliopsida
Ordem: Urticales

Família: Cannabaceae
Gênero: Cannabis
Espécie: Cannabis sativa

5 Conclusão

Os animais e plantas já foram classificados de acordo com diferentes critérios,


essas classificações deram origem à classificação biológica atual, onde existem as
seguintes categorias taxonômicas hierárquicas: Reino – Filo – Classe – Ordem –
Família – Gênero – Espécie.

A taxonomia permite identificar e classificar as espécies e através do nome


científico estabelece as relações de um organismo com o outro bem como sua
origem em qualquer parte do mundo, já que a linguagem é universal.
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Referências Bibliográficas

Cultura – laranja. Disponível em <http://www.seagri.ba.gov.br/Laranja.htm>

Cultura – mamão. Disponível em <http://www.seagri.ba.gov.br/Mamao.htm>

Cultura – sisal. Disponível em <http://www.seagri.ba.gov.br/Sisal.htm>

Ipê-roxo. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ip%C3%AA-roxo>

Laranjeira. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Laranjeira>

Mamão. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3o>

Raven, P.H., Evert, R.F. & Eicharm, S. E., 1999. Biology of Plant. 6 ed., Copyright,
New York, 1999, 944.

Robinson, Rowan. O grande livro da Cannabis: guia completo de seu uso industrial,
medicinal e ambiental. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. 1. ed.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1999.
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ESTUDO EXTRA-LABORATÓRIO SOBRE


ORGANOGRAFIA – MORFOLOGIA EXTERNA DAS
PLANTAS
- Aula Prática III-
19

1 Introdução
O campo de estudo da Botânica é muito amplo e diversificado. Por meio da
investigação descritiva e comparativa da morfologia dos vegetais, procura-se chegar
à compreensão da história evolutiva de todo o Reino Vegetal, nos diferentes
períodos geológicos, durante o desenvolvimento do nosso planeta (Vidal & Vidal,
2006).

A organografia vegetal, que se dedica ao estudo da morfologia externa das


plantas, representa não só um plano básico para o conhecimento da Botânica no
seu mais amplo sentido, como também constitui-se num campo fecundo para o
trabalho botânico (Vidal & Vidal, 2006).

Raiz
A raiz é o órgão da planta que geralmente cresce dentro do solo fixando a
planta, bem como, absorvendo a água e os sais minerais em solução. As raízes
podem ainda, realizar funções especiais, tais como armazenamento de reservas
nutritivas e aeração, divergindo dos tipos mais comuns. As raízes são
caracterizadas como órgãos cilíndricos, subterrâneos e aclorofilados que
apresentam geotropismo positivo e fototropismo negativo. Suas ramificações
originam-se internamente (endógenas) e estão distribuídas irregularmente em toda a
sua extensão. Externamente, a raiz distingue-se do caule por não apresentar nós e
internós, nem gemas laterais ou folhas, salvo poucas exceções como, por exemplo,
as raízes gemíferas (raízes subterrâneas superficiais que apresentam gemas,
capazes de regenerar a parte aérea) (LIMA, C.C.A.; SILVA, L.J.; CASTRO, W.S. ,
2006).

No interior da semente há uma planta em miniatura – o embrião – que


consiste do eixo hipocótilo-radicular. Este eixo possui na sua porção superior, um ou
mais cotilédones mais a plúmula, o primórdio do sistema caulinar, e na porção
inferior está a radícula, o primórdio do sistema radicular, já revestida pela coifa, que
é um tecido de proteção. Os primórdios do sistema caulinar e radicular podem se
apresentar apenas como um conjunto de células meristemáticas indiferenciadas ou
já podem formar um sistema caulinar embrionário (caule e folhas em miniatura) e
uma raiz embrionária (radícula). Após a germinação da semente a radícula se
distende por alongamento e divisão de suas células, formando a raiz primária (LIMA,
C.C.A.; SILVA, L.J.; CASTRO, W.S. , 2006).
20

Caule
O caule é o órgão da planta que fornece o suporte mecânico para folhas,
flores e frutos, e também é responsável pela disposição destas partes na planta. As
folhas ficam em posição adequada à recepção de luz e ar, as flores em posição que
facilite a polinização e depois a dispersão das sementes. Além de sustentar a parte
aérea da planta, o caule pode desempenhar outras funções, tais como: condução de
água e sais minerais das raízes para a copa; condução dos açúcares, aminoácidos,
hormônios e outros metabólitos aí produzidos para as demais partes da planta;
armazenamento de reservas nutritivas; e às vezes participar na propagação
vegetativa da planta. A organização básica de um caule consiste num eixo com nós
e entrenós (ou internós). Nos nós existem folhas e gemas, sendo esta a diferença
fundamental entre o caule e a raiz. A gema existente no ápice de um eixo caulinar é
a gema terminal, enquanto aquelas localizadas nas axilas das folhas (uma ou mais
por axila) são denominadas gemas laterais ou axilares (LIMA, C.C.A.; SILVA, L.J.;
CASTRO, W.S. , 2006).

Folha
A folha é um apêndice caulinar presente em quase todos os vegetais
superiores, salvo exceções, como por exemplo, em algumas espécies das famílias
Euphorbiaceae e Cactaceae, onde nesta última é comum a transformação em
espinhos. A folha é o órgão vegetativo que apresenta grande polimorfismo e
adaptações a diferentes ambientes e funções. Em geral são estruturas planas
(finas e amplas), de modo que o tecido clorofiliano, responsável pela fotossíntese,
fica próximo à superfície. Se a forma da folha facilita a captação da luz, as aberturas
necessárias para a absorção do gás carbônico levam ao mesmo tempo à perda de
água. As folhas são as principais fontes de perda de água das plantas. Tendo-se em
conta que a transpiração excessiva pode levar à desidratação e, até mesmo, à morte
das folhas ou das plantas, em sentido amplo, a forma e a anatomia da folha devem
possibilitar uma relação que permita a captura de luz e absorção de gás carbônico,
evitando a perda excessiva de água (LIMA, C.C.A.; SILVA, L.J.; CASTRO, W.S. ,
2006).

Além da fotossíntese, outros processos fisiológicos importantes para as


plantas têm lugar nas folhas, tais como: respiração, transpiração e reserva de
nutrientes. Para os seres vivos é importante na alimentação, sendo amplamente
utilizada pelo homem na indústria e no comércio. As folhas originam-se a partir de
protuberâncias formadas por divisões periclinais das células nas camadas mais
superficiais localizadas próximas ao meristema apical caulinar. Estas protuberâncias
dão origem aos primórdios foliares, os quais têm, assim, origem exógena. No
21

desenvolvimento da folha estão envolvidas as atividades de vários meristemas, e na


maioria das folhas, o crescimento apical tem pouca duração (LIMA, C.C.A.; SILVA,
L.J.; CASTRO, W.S. , 2006).

Raiz primária
O crescimento primário ocorre na região apical e corresponde ao crescimento
em comprimento da raiz. Essa região é recoberta por uma estrutura chamada de
coifa. A coifa forma uma espécie de capa, que protege o meristema apical da raiz
enquanto esta cresce e penetra no solo. O meristema apical da raiz corresponde a
uma região de intensa proliferação celular. Logo acima do meristema apical há uma
zona na qual as células se tornam alongadas, promovendo o crescimento em
comprimento da raiz: é a chamada região de alongamento. E, por fim, há a zona
pilífera, ou região de maturação. Nela ocorre a diferenciação celular e a formação
dos pelos radiculares.

Raiz secundária
Na maioria das espécies de dicotiledôneas as raízes podem crescer também
em espessura, é o chamado crescimento secundário da raiz. Na estrutura
secundária a epiderme é substituída pela periderme. A periderme é formada por três
tecidos. O mais externo é o súber, composto por células mortas revestidas por
suberina, substância lipídica que evita a perda de água. O mais interno é a
feloderme, composta por tecido parenquimático. Entre os dois há o felogênio (ou
câmbio da casca) que é responsável pela produção dos dois anteriores. O xilema e
floema secundários se originam a partir da divisão e diferenciação de um tecido
meristemático chamado câmbio. O câmbio produz feixes de floema para fora e de
xilema para o interior.
Caule primário

O crescimento primário corresponde ao crescimento em comprimento do


caule. O caule, assim como a raiz, possui um meristema apical onde ocorre uma
intensa proliferação celular e a formação dos tecidos primários. O meristema apical
produz estruturas que originam as folhas, chamadas de primórdios foliares, e
estruturas que originam caules laterais, chamadas de primórdios de gemas. Quando
examinado em corte transversal, o caule primário apresenta as seguintes camadas:
epiderme, córtex e sistema vascular.
Caule secundário

Em muitas espécies de plantas os caules podem crescer também em


espessura: é o chamado crescimento secundário. As espécies que apresentam
crescimento secundário são chamadas de plantas lenhosas. O crescimento
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secundário se dá através do surgimento de novos tecidos vasculares e não


vasculares. Estes tecidos secundários são formados a partir da proliferação e
diferenciação de células meristemáticas do câmbio vascular e o câmbio da casca,
respectivamente.

2 Objetivo
Estudar de forma geral sobre a Organografia – morfologia externa das plantas.

3 Metodologia
Para a realização desse estudo foram escolhidas dez espécies de plantas:
Milho, Sisal, Ipê-roxo, Laranjeira, Mamão, Maconha, Cebolinha, Pingo de Ouro, Nim
e Ingazeira. Essas espécies foram classificadas quanto à raiz, o caule e a folha.

4 Resultados

Milho

Sistema radicular: No inicio da germinação, a parte do embrião


correspondente à radícula desenvolve-se em uma raiz, rompendo as camadas
externas da semente, aprofunda-se no solo, em sentido vertical. Logo em seguida
surgem as raízes secundárias que se ramificam intensamente e a raiz primária se
desintegra. Posteriormente, há o aparecimento das raízes adventícias que partindo
dos primeiros nós do colmo orientam-se no sentido de atingir o solo. Essas quando
chegam a alcançar o solo, ramificam intensamente contribuindo par melhor fixação
da planta. As raízes secundárias e adventícias intensamente ramificadas num
sistema radicular denominado fasciculado, esse sistema raramente penetram mais
que 40 cm no solo e plenamente desenvolvido atinge um raio de cerca de 50 cm em
torno da planta.
23

Figura 7: Sistema radicular de milho.

Sistema caulinar: É constituído pelo colmo que é ereto, via de regra, não
ramificado, apresentando nós e inter-nós também denominados meritalos, de
natureza esponjosa, relativamente rico em açúcares.

Figura 8: Caule de milho.

Sistema foliar: As folhas dispõem-se em alternadamente e inserem-se nos


nós. São constituídas de uma bainha invaginante, pilosa de cor verde-claro e limbo
verde-escuro, estreito e de forma lanceolada, possuindo bordos serrilhados com
uma nervura central vigorosa e em forma de canaleta.
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Figura 9: Folha de milho.

Mamoeiro

Sistema radicular: Pivotante, com a raiz principal bem desenvolvida, de


coloração esbranquiçada com grande ramificação nos primeiros 30 cm do solo. As
raízes laterais mais velhas são encontradas mais próximas da base da raiz (onde a
raiz e o caule se encontram), e as mais novas, mais próximas do ápice radicular.
Nesse sistema de raízes, existe uma raiz principal, geralmente maior que as demais
e que penetra verticalmente no solo. Da raiz principal partem as raízes laterais, que
também se ramificam. As raízes de sustentação e absorção são vigorosas e
profundas.

Figura 10: Raiz de mamoeiro


25

Sistema caulinar: Caule herbáceo-lenhoso, direito, simples, mais ou menos


cilíndrico, não raro com brotos laterais ou ramificado, oco, de casca fina,
acinzentado-esverdeado, encimado por uma grimpa de folhas que deixam cicatrizes
ao caírem.

Figura 11: Caule de mamoeiro jovem Figura 12: Caule de mamoeiro adulto

Sistema foliar: As folhas são grandes de 20 a 60 cm, glabras, de contorno


suborbicular, partidas em sete lóbulos oblongos, sinuosos ou lanciniados, com
longos pecíolos fistulosos. Estes ora são verde-pálidos ora vermelho-vinosos.

Figura 13: Folha de mamoeiro Figura 14: Mamoeiro


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Maconha
Sistema radicular: Raiz axial, profunda, perpendicular e branca.

Figura 15: Raiz da maconha

Sistema caulinar: Caule herbáceo, tipo haste, fino, ereto, com ramificação
monopodial; coloração verde-escuro, podendo apresentar pigmentação bordô em
algumas regiões, devido à presença de antocianina; anguloso, com estrias
longitudinais bem evidentes; áspero, deixando odor característico nos dedos;
fistuloso e fibroso, com camada exterior rígida.

Figura 16: Caule da maconha

Sistema foliar: Folhas simples, longo-pecioladas, palmatissectas, com


segmentos ímpares (3 a 11), lanceolados, com ápice acuminado e base atenuada a
cuneada; bordos serreados; de tamanho variável, podendo atingir mais de 15 cm;
27

consistência membranácea a papirácea; levemente ásperas, podendo deixar odor


característicos nos dedos; discolores, com face adaxial verde-escuro e face abaxial
verde-claro; palminérveas, com nervuras secundárias partindo obliquamente das
nervuras principais e terminando nas extremidades dos “dentes” das margens
serreadas; estípulas persistentes na base do pecíolo; filotaxia variável de oposta
cruzada à alterna helicoidal em qualquer terço da planta, dependendo das condições
de iluminação em que a planta se desenvolve.

Figura 17: Folha da maconha

Laranjeira

Sistema radicular: As raízes laterais mais velhas são encontradas mais


próximas da base da raiz (onde a raiz e o caule se encontram), e as mais novas,
mais próximas do ápice radicular. Nesse sistema de raízes, existe uma raiz principal,
geralmente maior que as demais e que penetra verticalmente no solo. Da raiz
principal partem as raízes laterais, que também se ramificam. As raízes de
sustentação e absorção são vigorosas e profundas do tipo pivotante.
28

Figura 18: Raiz de laranjeira adulta

Sistema caulinar: Tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando novo


apresenta coloração verde e à medida que a planta envelhece esta coloração passa
para o marrom. Os galhos e os ramos menores suportam a copa. A madeira é dura,
compacta e de coloração amarelo-claro.

Figura 19: Caule de laranjeira


29

Sistema foliar: São persistentes, verde-claro quando novas e passam para o


verde mais escuro à medida que envelhecem. Variam de simples a compostas,
unifoliatas, com limbos inteiros. Sua forma é elíptica, oval ou lanceolada e, de
aspecto coreácea.

Figura 20: Folha de laranjeira

Ipê - roxo

Sistema radicular: As raízes laterais mais velhas são encontradas mais


próximas da base da raiz (onde a raiz e o caule se encontram), e as mais novas,
mais próximas do ápice radicular. Nesse sistema de raízes, existe uma raiz principal,
geralmente maior que as demais e que penetra verticalmente no solo. Da raiz
principal partem as raízes laterais, que também se ramificam. As raízes de
sustentação e absorção são vigorosas e profundas do tipo pivotante.

Figura 21: Raiz de ipê-roxo


30

Sistema caulinar: As árvores possuem cerca de 30 metros de altura. Tronco


roliço revestido de casca parda-acinzentada, rugosa, finamente fissurada vertical e
transversalmente, gerando placas persistentes, com 40 a 80 cm de diâmetro. Os
ramos dicotômicos, tortuosos e grossos formam uma copa moderadamente ampla e
globosa. Ramos novos cobertos de pêlos.

Figura 22: Caule de ipê-roxo

Sistema foliar: Folhas digitadas, opostas, longamente pecioladas, 5 a 7


folíolos oblongos, coriáceos, com margem com pequenos dentes e ápices agudos,
de coloração verde-escura.

Figura 23: Folhas de ipê-roxo


31

Sisal
Sistema radicular: Fibroso, fasciculado, emergindo da base do pseudo-caule
(roseta) e possui dois tipos de raiz: as fixadoras e as alimentadoras.

Figura 24: Raiz de sisal

Sistema caulinar: A planta de sisal não tem caule aéreo e, portanto, é


acaulescente, mas em seu lugar há um tronco (pseudocaule) ou eixo principal, sobre
o qual se acham inseridos as folhas e o broto terminal. É a principal estrutura da
planta que dá origem e sustentação às folhas. O sisal produz rizomas de gemas
situadas na base da planta, abaixo do nível do solo, e seu diâmetro varia de 1,5 a 3
cm; desenvolve-se em forma longitudinal, com diferentes comprimentos e a uma
profundidade que varia entre 5 e 15 cm. São caules subterrâneos de cor branca,
com pequenos primórdios foliares que protegem as gemas.

Figura 25: Pseudocaule de sisal


32

Sistema foliar: As folhas são sésseis, rígidas, de forma linear lanceolada, de


cor verde escuro, de comprimento entre 120 a 160 cm e de 10 a 15 cm de largura na
sua parte média. A superfície é côncava, desprovida de espinhos nas bordas,
possuindo um único acúleo de 2 cm na extremidade da folha. A inserção da folha no
caule é em forma de espiral ascendente, formando rosetas. As mais jovens são
verticais, mas à medida que amadurecem, amplia-se o ângulo de sua inserção no
caule até as folhas inferiores, que são horizontais.

Figura 26: Folhas de sisal

Cebolinha

Sistema radicular: Raízes adventícias, fasciculadas, não se originam da


radícula do embrião ou da raiz principal por ela formada (que não se desenvolve
significativamente, e geralmente, se degenera).

Figura 27: Raiz da cebolinha Figura 28: Raiz da cebolinha


33

Sistema caulinar: Produz pequeno bulbo cônico, envolvido por uma película
rósea, com perfilhamento e formação de touceira.

Figura 29: Bulbo da cebolinha

Sistema foliar: Folhas cilíndricas e fistulosas, com 0,30 a 0,50 m de altura,


coloração verde-escura.

Figura 30: Folhas da cebolinha


34

Ingazeira
Sistema radicular: As raízes laterais mais velhas são encontradas mais
próximas da base da raiz (onde a raiz e o caule se encontram), e as mais novas,
mais próximas do ápice radicular. Nesse sistema de raízes, existe uma raiz principal,
geralmente maior que as demais e que penetra verticalmente no solo. Da raiz
principal partem as raízes laterais, que também se ramificam. As raízes de
sustentação e absorção são vigorosas e profundas do tipo pivotante.

Figura 31: Raízes da ingazeira

Sistema caulinar: O tronco é reto ou um pouco acanalado. O fuste mede até


10 m de comprimento. A superfície da casca externa ou ritidoma é lisa, com as
lenticelas distribuídas de forma ordenada; a casca interna é rosada.

Figura 32: Caule da ingazeira


35

Sistema foliar: São paripinadas, pilosas, medindo de 8 cm a 20 cm de


comprimento, com a raque e o pecíolo curtos e alados. Os folíolos apresentam de
três a seis pares, geralmente quatro a cinco, são lanceolados, pontiagudos, medindo
de 3 cm a 12 cm de comprimento por 1,5 cm a 4 cm de largura, com uma glândula
entre cada par.

Figura 33: Folhas da ingazeira

Nim

Sistema radicular: A raiz é de origem normal, desenvolve-se a partir da


radícula; do tipo subterrânea, axial, com raiz principal. Atinge até 15m de
profundidade, o que lhe confere resistência à seca. Suas raízes laterais são bem
desenvolvidas e apresentam rápido crescimento.

Figura 34: Raiz de nim


36

Sistema caulinar: É uma árvore de crescimento rápido, podendo alcançar de


10 a 20 m de altura, com tronco semi-ereto a reto, marrom-avermelhado, duro e
resistente, de 30 a 80 cm de diâmetro.

Figura 35: Caule de nim

Sistema foliar: Folhas compostas alternas, imparipinadas, de 10-38 cm de


comprimento, com 3-8 pares de folíolos opostos ou quase opostos, lanceolados, de
3-6 cm de comprimento, acuminados, com margem serreada e base assimétrica.

Figura 36: Folhas de nim


37

Pingo de Ouro
Sistema radicular: Raízes adventícias, fasciculadas, que não se originam da
radícula do embrião ou da raiz principal por ela formada (que não se desenvolve
significativamente, e geralmente, se degenera).

Figura 37: Raiz de pingo de ouro

Sistema caulinar: Planta arbustiva lenhosa, espinhenta, de altura em torno


de 1,50 metros, formato irregular.

Figura 38: Caule de pingo de ouro

Sistema foliar: Folhas verdes na espécie típica, coriáceas, de tamanhos


diversos, pecioladas.
38

Figura 39: Folhas de pingo de ouro

5 Conclusão
Com a especialização evolutiva, surgiram diferenças morfológicas e
fisiológicas entre as várias partes do corpo das plantas vasculares, acarretando a
diferenciação em raiz, caule, folhas e estruturas de reprodução. O corpo vegetal é
composto por dois conjuntos básicos de estruturas, vegetativas e reprodutivas. As
estruturas vegetativas dispõem-se e atuam, objetivando garantir a forma e a
manutenção do indivíduo como uma unidade dentro de uma população ou nicho
ecológico. As estruturas reprodutivas, por sua vez, são responsáveis pela
propagação deste indivíduo e consequente manutenção do estoque genético da
espécie a qual pertence.
A formação e conformação destas estruturas aliadas a sua função no corpo
da planta são temas de estudos morfológicos e fisiológicos, adicionais ao
estabelecimento de uma compreensão global da planta e sua interação com o
ambiente que habita. A organografia é um ramo descritivo da botânica que classifica
e nomeia as estruturas vegetais e suas variações. Estar familiarizado com seus
conceitos é condição primordial para a Taxonomia Vegetal.
39

Referências Bibliográficas
Caule: conheça as características do sistema caulinar. Disponível em
<http://educacao.uol.com.br/ciencias/caule-conheca-as-caracteristicas-do-sistema-
caulinar.jhtm.

NIM (Azadirachta indica A. Juss). Disponível em


<http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/Nim/nim.htm>

PERÍCIA FEDERAL. Brasília, ano VII, n. 24, maio a agosto. 2006

Raiz: órgão vegetal absorve nutrientes. Disponível em


<http://educacao.uol.com.br/ciencias/raiz.jhtm>

VIDAL, W.N.; VIDAL, M.R.R. Botânica: organografia. Viçosa: UFV, 4.ed., 124 p.
2006

LIMA, C.C.A.; SILVA, L.J.; CASTRO, W.S. Apostila de Morfologia Externa Vegetal.
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. 2006
40

Estudo dos tecidos a partir de tecidos de caule de


melancia e melão
- Aula Prática IV-
41

1 Introdução
O processo da embriogênese estabelece o eixo apical-basal da planta, com o
meristema apical caulinar em uma extremidade e o meristema apical radicular em
outra. Durante a embriogênese, o padrão radial dos sistemas de tecidos no interior
do eixo é também determinado. A embriogênese é, no entanto, apenas o início do
desenvolvimento do corpo da planta. A maior parte do desenvolvimento ocorre após,
por meio da atividade dos meristemas. Estes tecidos ou populações de células,
permanentemente jovens, retêm a potencialidade para divisões após o término da
embriogênese. Com a germinação da semente, os meristemas do embrião
conhecidos como meristema apical da raiz e do caule geram células, que darão
origem às raízes, caule, folhas e frutos da planta adulta (Raven, 1999).
Para entender como os meristemas apicais funcionam, é preciso considerar
as mudanças que ocorrem tanto no tempo como no espaço. Nos meristemas, as
células dividem-se produzindo novas células meristemáticas e também as células-
filhas, que se acumulam e aumentam em comprimento, “empurrando” as células
meristemáticas que são deixadas para atrás” então começam a ter modificações –
diferenciam-se – primeiro nos tecidos parcialmente diferenciados (os meristemas
primários) e mais tarde, nos tecidos maduros da planta (Raven, 1999).

Segundo Raven (1999), as células, unidades fundamentais da vida, estão


associadas de diferentes maneiras, umas com as outras, formando massas
coerentes, ou tecidos. Além disso, os principais tecidos das plantas vasculares estão
agrupados em unidades maiores, baseados em sua continuidade através do corpo
da planta. Os tecidos compostos por apenas um tipo de célula são denominados
tecidos simples, enquanto aqueles tecidos formados por dois ou mais tipos de
células são denominados tecidos complexos. Os tecidos fundamentais –
parênquima, colênquima e esclerênquima – são tecidos simples; xilema, floema e
epiderme são tecidos complexos.

Parênquima
As células parenquimáticas se formam a partir do crescimento e diferenciação
das células do meristema fundamental, que ocorre no ápice do caule e da raiz.
Ainda nos tecidos condutores, floema e xilema, ocorrem células parenquimáticas
provenientes do corpo primário ou do secundário da planta. No caso dos órgãos que
apresentam crescimento secundário, o parênquima se origina a partir do câmbio
(parênquima do xilema e do floema) ou do felogênio (feloderme) (Salamoni, 2010).
As células do parênquima são capazes de retomar a atividade meristemática
e de diferenciarem-se novamente em células semelhantes ou em outros tipos de
42

células. Em certos casos, as células parenquimáticas podem formar paredes


secundárias lignificadas (Salamoni, 2010).

O tecido parenquimático é encontrado em todos os órgãos da planta,


formando um tecido contínuo, como ocorre no córtex e medula do caule, córtex da
raiz, tecido fundamental do pecíolo, mesofilo das folhas, entre outros. Pode ainda,
fazer parte dos tecidos condutores da planta (xilema e floema) (Salamoni, 2010).

Tipos:
 Parênquima de preenchimento
As células são aproximadamente isodiamétricas, com espaços
intercelulares pequenos (meatos). É o tecido encontrado no córtex e medula do
caule e córtex da raiz.

 Parênquima clorofiliano ou clorênquima


A função deste tecido é converter energia luminosa em energia química
e armazenar a energia em forma de carboidratos, portanto a morfologia das células
é adequada a tais funções. Assim a forma das células favorece uma superfície de
contato, facilitando a absorção do gás carbônico. Esse tipo de tecido ocorre no
mesofilo das folhas, constituindo o parênquima clorofiliano paliçádico e lacunoso.
Ocorrem também em caules jovens ou outros órgãos que realizem fotossíntese.
Parênquima paliçádico e lacunoso geralmente ocorre em dicotiledôneas.

 Parênquima de reserva ou armazenador

Neste tipo de tecido, as células geralmente acumulam amido


(amiloplastos), proteínas (proteoplastos), óleos (elaioplastos), entre outros. As
células desse tipo de tecido são freqüentemente preenchidas com o material de
acúmulo (reserva), levando em muitos casos ao desaparecimento do vacúolo e
outras organelas. Nestas células a relação núcleo-citoplasma é relativamente
grande, porque durante o processo de acúmulo e saída do produto, o metabolismo é
ativo e está sob controle nuclear.

 Aerênquima
Parênquima com grandes espaços intercelulares, que têm a função de
facilitar a circulação de gases e a flutuação; ocorre principalmente no mesofilo,
raízes, caules e pecíolos de plantas aquáticas. Pode ter células isodiamétricas,
retangulares ou braciformes.

 Parênquima de transporte

Formado por células de transferência, que apresentam protusões da


parede, voltadas para o interior; a membrana plasmática acompanha a parede,
43

aumentando a área e facilitando o transporte de grande quantidade de material a


uma curta distância.

 Esclerênquima
Tecido vegetal morto que tem como função principal a de suporte
mecânico, suas células apresentam paredes muito espessas e lignificadas. Esta
lignificação impermeabiliza as paredes celulares impedindo as trocas metabólicas.
As células que formam o esclerênquima estão sujeiras a grandes esforços,
normalmente são distendidas, curvadas, torcidas. Apresentam como característica
intrínseca a capacidade de suportar grandes pressões e tensões. Se não fosse este
tipo de tecido, com propriedades “mecânicas” com células altamente diferenciadas,
as demais células seriam incapazes de suportar tais esforços. Romper-se-iam ou
seriam esmagadas, conforme as circunstâncias.

 Colênquima

Este é um tipo de tecido vivo, que juntamente com o esclerênquima,


morto, constitui o sistema principal de suporte das estruturas vegetais, enquadrando-
se também, neste sistema, elementos de tecidos condutores. O colênquima e um
tecido simples do ponto de vista morfológico, pois, é constituído por um único tipo de
célula, constituída por parede celular muito espessa, em particular nos ângulos, às
vezes em toda a extensão da parede.
Xilema

É pelo xilema que é transportada (para cima) a seiva mineral (erroneamente


chamada de bruta) contendo água, sais e hormônios. Essa seiva não é apenas
mineral, pois nela há hormônios, substâncias nitrogenadas e orgânicas, e muito
menos bruta, pois seu conteúdo é determinado pelas raízes. Muitas vezes ocorre a
citação de que o xilema é composto de células mortas, mas isso não é verdade. O
xilema possui algumas células que são mortas na maturidade, mas na verdade o
xilema é um tecido complexo, com diversos tipos de células (fibras, células
secretoras, células de preenchimento). Acontece que as células condutoras do
xilema, essas sim, são mortas, e não possuem mais conteúdo celular, sobrando
apenas as paredes celulares. Existem dois tipos de células condutoras no xilema: as
traqueídes e os elementos de vaso. Os elementos de vaso são as células
condutoras mais importantes para as angiospermas. Elas são características
exclusivas desse grupo de plantas (o primeiro xilema que surge na planta deriva de
meristema apical. À medida que a planta cresce, novos elementos de xilema são
formados por atividade intrínseca a este tipo de tecido. Durante a formação de uma
planta existe a formação do xilema primário no início do crescimento e
44

desenvolvimento dos órgãos das plantas. Quando as plantas crescem em


espessura, com formação de novos tecidos, o xilema que então se formará receberá
o nome de xilema secundário (Sano et al., 2011).

Floema

O floema é formado por conjuntos de células vivas, mas com grandes


especializações. A seiva orgânica (elaborada), contendo água, açúcares,
aminoácidos e hormônios, é transportada dentro de uma célula viva, por isso há uma
grande modificação nas células condutoras. As células condutoras do floema
também são células alongadas, perdem o núcleo na maturação e sempre possuem
outras células acessórias vivas intimamente associadas a elas. Acredita-se que
essas células acessórias exerçam função de controle das células condutoras. As
células condutoras do floema podem ser células crivadas das gimnospermas ou os
elementos de tubo crivado que ocorrem nas angiospermas. Imagine uma
organização parecida com a do xilema. Os elementos de tubo crivado se conectam
um ao outro pela extremidade, e o conjunto formado é denominado tubo do floema.
As células de floema são chamadas de crivadas por possuírem regiões de conexão
umas com as outras, com uma grande concentração de poros nas paredes
celulares. Por essas paredes passam plasmodesmas, que são conexões de
membrana com citoplasma entre células. Pelos plasmodesmas é que são
transferidas as substâncias contidas na seiva (Sano et al., 2011).

2 Objetivo
Estudar as diferentes formas celulares e suas inserções nos diferentes tecidos
formadores dos órgãos das plantas.

3 Material e Metodologia

3.1 Material
 Amostras de tecidos caulinares de plantas de melancia e melão
 Lâmina
 Lamínula
 Microscópios
 Placa de isopor
 Papel Toalha
 Pipeta de Pasteur
 Lâmina (“Tipo de Barbear”)
45

 Pisseta
 Água deionizada
 Azul de metileno

a. Metodologia
Foram realizados cortes transversais do caule de plantas de melancia e
melão cultivadas em viveiro, para uma melhor observação das células formadoras
dos tecidos, é importante que as secções dos tecidos sejam bem finas. Após o corte,
as amostras foram colocadas em vidro de relógio e foram adicionadas duas gotas de
azul de metileno. Após aguardar entre um a dois minutos, foi lavado o tecido em
água deionizada, em seguida as amostras foram colocadas em lâminas pingando
uma gota de água com a pipeta de Pasteur. Em seguida uma lamínula foi colocada
sobre o corte do tecido umedecido. Para visualização dos tecidos foi utilizado o
microscópio de luz.

4 Resultados e Discussão

Após o preparo das lâminas, foram observados o parênquima, xilema e


floema. Fotos foram tiradas para melhor observação e análise.

Figura 40: Amostra de tecido parenquimático de caule de melancia.

Na figura 1 observa-se:
A: Película de água
B: Xilema
C: Floema
46

D: Parênquima lacunoso
E: Câmara subestomática

Figura 41: Secções transversais do caule de melão.

Na figura 2 observa-se:

EP: Epiderme
CT: Córtex

FV: Feixes vasculares


Fe: Floema externo
Fi: Floema interno

PL: Parênquima lacunoso


47

C: Câmbio
PX: Protoxilema

MX: Metaxilema
: Elemento de tubo crivado com placa crivada simples

Nas amostras pode ser observada a região do xilema e floema, bem como o
parênquima lacunoso. Entretanto, não há presença de parênquima paliçádico, que
tem grande responsabilidade na atividade fotossintética, realizada pelas folhas,
tornando-se aceitável a sua ausência já que o tecido utilizado é da região caulinar.
Já o parênquima lacunoso – que participa do processo de absorção de luz, pois
apresenta difusão luminosa – é importante nas folhas, mas também pode ocorrer no
ápice caulinar, por isso é natural que exista esse tecido na amostra coletada e
preparada para observação.
No tecido caulinar do melão é possível ver também o protoxilema – primeiro
elemento condutor formado, que acompanha o crescimento do vegetal – e o
metaxilema, que ocorre depois da instalação do protoxilema e geralmente atinge a
maturidade depois que o alongamento do vegetal já se completou.

Como os cortes foram feitos manualmente, a qualidade das imagens foi


afetada; é recomendado o uso de equipamentos especializados para se obter
imagens mais nítidas. Para analisar os cortes de melão, foram utilizadas imagens
retiradas do Álbum didático de Anatomia Vegetal das autoras Denise Oliveira e Silvia
Machado, já que as imagens feitas em laboratório não ficaram nítidas o suficiente
para a análise.

5 Conclusão
Com a realização dessa aula prática, foi possível analisar de perto as
estruturas presentes nos tecidos caulinares e sua distribuição. Como as duas
espécies pertencem à mesma família – Cucurbitaceae – suas características são
bem semelhantes. Apesar de não ter uma nitidez tão boa, a primeira figura
consegue mostrar o parênquima lacunoso, que é responsável pelo processo de
difusão luminosa.
48

Referências Bibliográficas

Oliveira, Denise M. T.; Machado, Silvia R. Instituto de Biociências de Botucatu,


novembro. 2009

Raven, P.H., Evert, R.F. & Eicharm, S. E., 1999. Biology of Plant. 6 ed., Copyright,
New York, 1999, 944.

Salamoni, Adriana Tourinho. Aulas teóricas e práticas de morfologia vegetal (célula,


tecidos e órgãos). 2010

Sano, P. T.; Mori, L.; Ceccantini, G. & Medonça, F. B. Editora USP, São Paulo. 2007,
48 p.
49

Estudo dos tecidos foliares: parênquima paliçádico


e parênquima lacunoso
- Aula Prática V-
50

1 Introdução
As células parenquimáticas se formam a partir do crescimento e diferenciação
das células do meristema fundamental, que ocorre no ápice do caule e da raiz.
Ainda nos tecidos condutores, floema e xilema, ocorrem células parenquimáticas
provenientes do corpo primário ou do secundário da planta. No caso dos órgãos que
apresentam crescimento secundário, o parênquima se origina a partir do câmbio
(parênquima do xilema e do floema) ou do felogênio (feloderme) (Salamoni, 2010).
As células do parênquima são capazes de retomar a atividade meristemática
e de diferenciarem-se novamente em células semelhantes ou em outros tipos de
células. Em certos casos, as células parenquimáticas podem formar paredes
secundárias lignificadas (Salamoni, 2010).
O tecido parenquimático é encontrado em todos os órgãos da planta,
formando um tecido contínuo, como ocorre no córtex e medula do caule, córtex da
raiz, tecido fundamental do pecíolo, mesofilo das folhas, entre outros. Pode ainda,
fazer parte dos tecidos condutores da planta (xilema e floema) (Salamoni, 2010).
A epiderme é revestida pela cutícula e suas células são compactadas, com
estômatos em ambas as faces (folha anfiestomática), apenas na face superior ou
adaxial (folha epiestomática) ou apenas na face inferior ou abaxial (folha
hipoestomática). Podem ocorrer vários tipos de tricomas (pêlos). O mesofilo
compreende o tecido interno à epiderme e contém parênquima clorofiliano; em
muitas plantas, principalmente dicotiledôneas, distingui-se dois tipos de parênquima
clorofiliano: o paliçádico e o lacunoso. As células do parênquima paliçádico são
alongadas e formam uma espécie de cerca, quando observadas em corte
transversal. Esse parênquima é localizado, geralmente, próximo à superfície
superior da folha, mas pode ocorrer em ambos os lados, principalmente em
ambientes xerofíticos, para evitar excesso de transpiração. As células do
parênquima lacunoso têm formas variadas e espaços intercelulares acentuados.
Certas monocotiledôneas possuem o mesofilo homogêneo (sem distinção entre
parênquima paliçádico e lacunoso).

2 Objetivo

Estudar as diferentes formas celulares e suas inserções nos diferentes


tecidos formadores dos órgãos das plantas.
51

3 Material e Metodologia

3.1 Material
 Amostras foliares de Agave angustifólia
 Lâmina
 Lamínula
 Microscópios
 Placa de isopor
 Papel Toalha
 Pipeta
 Lâmina (“Tipo de Barbear”)
 Pisseta
 Água deionizada

a. Metodologia
Inicialmente foram realizados cortes transversais da folha de Agave
angustifolia, e também foram retiradas as películas da parte adaxial e abaxial. Para
uma melhor observação das células formadoras dos tecidos, é importante que as
secções dos tecidos sejam bem finas. Após os cortes, as amostras foram colocadas
em vidro de relógio e foram adicionadas duas gotas de azul de metileno. Após
aguardar entre um a dois minutos, foi lavado o tecido em água deionizada, e em
seguida as amostras foram colocadas em lâminas pingando uma gota de água com
a pipeta de Pasteur. Uma lamínula foi colocada sobre o corte do tecido umedecido e
a lâmina foi colocada no microscópio de luz para a visualização dos tecidos.

4 Resultados e discussão

Após o preparo das lâminas e observações ao microscópio, foram tiradas


fotos para uma melhor análise dos parênquimas.
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Figura 1: Amostra de tecido parenquimático de A. angustifolia

Na figura 1 observa-se:
A: Película de água

B: Parênquima paliçádico
C: Parênquima lacunoso
Através da figura é possível observar a região do parênquima lacunoso (C) e
do parênquima paliçádico (B) e as demais estruturas do tecido; o primeiro possui
células alongadas, em secção transversal aparece na forma de barras dispostos em
fileiras, com espaços intercelulares reduzidos. É rico em cloroplastos, o que o torna
de grande importância no processo da fotossíntese. Em geral está do lado adaxial
da folha. O parênquima paliçádico permite a entrada de luz para o interior da folha.
Devido ao efeito peneira e à canalização da luz, mais luz do que o esperado penetra
na primeira camada desse tecido.
O efeito peneira acontece porque a clorofila não está uniformemente
distribuída nas células, mas, sim, confinada aos cloroplastos, onde a luz não é
absorvida. [...] Devido ao efeito peneira, a absorção total de luz por uma certa
quantidade de clorofila em uma célula paliçádica é menor do que a luz absorvida
pela mesma quantidade de clorofila em uma solução (TAIZ & ZEIGER, 2004).

Já o parênquima lacunoso apresenta células com formatos variados


(isodiamétricas, alongadas, com projeções braciformes), com muitos espaços
intercelulares (do tipo lacunas). Tem como característica marcante os espaços
intercelulares em toda a sua estrutura, que possibilitam a realização das trocas
gasosas.
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O parênquima lacunoso, também observado na amostra é responsável pela


difusão luminosa, que é especialmente importante em folhas. Os comprimentos das
trajetórias de fótons dentro das células são comumente, no mínimo, quatro vezes
mais longos do que a espessura da folha (RICHTER & FUKSHANSKY, 1996).

5 Conclusão
As amostras feitas no laboratório com o tecido foliar de Agave angustifolia,
permitiram visualizar os parênquimas paliçádico e lacunoso e estudar sua
disposição. Foi percebido que a folha de A. angustifolia apresentou os dois tipos de
parênquima, sendo que na parte adaxial há uma maior presença do paliçádico.
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Referências Bibliográficas

RICHTER, T., and FUKSHANSKY L. (1996) Optics of a bifacial leaf: 2. light regime
as affected by leaf structure and the light source. Photochem. Photobiol. 63: 517-
527

Salamoni, Adriana Tourinho. Aulas teóricas e práticas de morfologia vegetal (célula,


tecidos e órgãos). 2010

Sistema caulinar. Disponível em

<http://professores.unisanta.br/maramagenta/SISTEMA%20CAULINAR.ASP>

TAIZ, Lincoln; ZEIGER, Eduardo. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed,
2004
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Determinação do Potencial Hídrico – Método


Densitométrico
- Aula Prática VIII-
56

1 Introdução
A água executa papéis cruciais na vida da planta. Para cada grama de
matéria orgânica feita pela planta, cerca de 500 gramas de água são absorvidas
pelas raízes, transportada através do corpo da planta e perdida para a atmosfera.
Ela representa de 80 a 95% da massa dos tecidos em crescimento, sendo, portanto,
o principal constituinte do protoplasma. É neste ambiente aquoso que as reações
metabólicas ocorrem, com a água sendo reagente ou produto de muitas destas
reações (Apostila Relações Hídricas).
A alta capacidade da água de absorver calor (alto calor específico) contribui
para que as plantas não sofram tanto com as flutuações de temperatura do
ambiente. É também o solvente em que os nutrientes minerais penetram nas raízes
e são transportados através da planta e em que os fotoassimilados e outros
compostos orgânicos são translocados. A entrada de água na célula é responsável
pela manutenção da turgescência e, portanto, do crescimento e, também, pela forma
e estrutura dos tecidos que não possuem rigidez (Apostila Relações Hídricas).
O movimento da água é função de alguns componentes que resultam no que
se denomina potencial hídrico, indicado pela letra grega psi (ψ ), que é uma
indicação da energia livre disponível no sistema. O potencial hídrico da água pura é
igual a zero, no entanto, quando a água é misturada com um soluto (por exemplo,
um sal) o potencial hídrico é menor que zero e há nas moléculas de água na solução
uma menor quantidade de energia livre. O potencial hídrico é a soma dos efeitos da
pressão física (potencial de pressão) (ψp), o potencial osmótico (ψo) e o potencial
matricial (ψm), sendo este último de pouca influência sobre o movimento da água em
células vegetais após a embebição de sementes, tal que:
ψ = ψp – ψo

Dependendo do potencial hídrico do meio podemos imaginar duas situações.


Se o potencial hídrico externo à célula vegetal (ou tecido) é menor que a do seu
interior, a água no interior da célula (ou tecido) tende a sair tornando a célula
plasmolisada. Verifica-se uma retração da membrana celular. Ao contrário da
plasmólise, haverá entrada de água na célula (ou tecido) quando o meio externo
tiver um potencial hídrico maior que o suco celular. As células nesta situação estão
túrgidas. O turgor das células e, consequentemente, dos tecidos, caracteriza uma
planta murcha ou normal (O Potencial Hídrico na Planta).
Existem vários métodos que podem ser utilizados para determinação do
potencial hídrico em vegetais, sendo os mais utilizados o psicrométrico, o
densitométrico, o volumétrico e o da câmara de pressão. O densitométrico foi
desenvolvido pelo fisiologista russo V. S. Chardakov. Trata-se de um método de fácil
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execução que se baseia no estabelecimento de um equilíbrio dinâmico da água


entre o tecido e o meio (Marenco & Lopes, 2005).

2 Objetivo

Estudar o potencial hídrico em tecidos de batata (Solanum tuberosum)


utilizando o método densitométrico.

3 Material e Metodologia

3.1 Material
 Batata
 Pera
 Pipeta
 Tubos de ensaio
 Estilete
 Estante para tubo de ensaio
 Solução de sacarose em diferentes concentrações
 Azul de metileno
 Plástico filme

a. Metodologia

Para a realização dessa prática uma batata foi cortada em cubos com
dimensões de 1,0cm x 1,0cm x 1,0cm, essas amostras de tecido de batata foram
imersas em tubos de ensaio contendo 10mL de solução de sacarose com as
concentrações de 0,05 a 0,50M (0,05; 0,10; 0,15; 0,20; 0,25; ... ; 0,50). Os tubos
foram identificados e lacrados com plástico filme por um período de três horas. Outra
bateria de tubos foi preparada com os mesmos valores dos tubos iniciais para servir
de solução controle.
Após as três horas os tecidos foram retirados e descartados, e três gotas do
corante azul de metileno foram adicionadas em cada tubo, agitando-os até ocorrer
uma homogeneização. A adição de corante não muda significativamente o potencial
hídrico da solução. Em seguida, uma gota colorida é transferida para o meio do tubo
com solução controle, tomando cuidado para que essa gota seja colocada
lentamente e centralizada. Assim, se a gota descer significa que ela é mais densa do
que a solução controle, indicando que o tecido ganhou água e que o potencial
hídrico do tecido é menor que o da solução. Caso a gota suba, evidencia-se que é
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menos densa, portanto, o potencial hídrico do tecido é maior que o da solução. O


ponto de equilíbrio é aquele em que a gota não sobe e nem desce, mostrando que
os potenciais são iguais e que o tecido não ganha e nem perde água.

4 Resultados e Discussão
No primeiro tubo com concentração de 0,05M a gota desceu, indicando que o
potencial hídrico do tecido é menor que o da solução controle e que houve um
ganho de água pelo tecido, tornando a solução mais concentrada e densa. No
segundo tubo com concentração de 0,10M a gota não subiu e nem desceu,
mostrando que o potencial hídrico do tecido é igual ao da solução controle, e que é,
portanto, o ponto de equilíbrio, no qual o tecido não ganha e nem perde água. A
partir da concentração seguinte – 0,15M – a gota sobe cada vez mais rápido
conforme mais concentrada é a solução controle. Nesses casos, onde o potencial
hídrico do tecido é maior que o da solução, há perda de água do tecido para o meio,
produzindo diluição da solução, tornando-a menos densa.

5 Conclusão
Após os testes realizados, concluiu-se que o potencial hídrico da batata é ψ= -
0,10, pois nessa concentração não houve diferença entre os potenciais do tecido e
da solução. É nesse ponto que o tecido atinge sua turgidez máxima.
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Referências Bibliográficas

Apostila Relações Hídricas. Disponível em:


<http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/RELACOES_HIDRICAS.pdf>

Marenco, R.A.; Lopes, N.F. Fisiologia Vegetal: Fotossíntese, respiração, relações


hídricas e nutrição mineral, Editora UFV. Viçosa, MG. 2005. 451p.

O Potencial Hídrico na Planta. Disponível em:


<http://pt.scribd.com/doc/57007712/12/O-potencial-hidrico-na-planta>

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