Você está na página 1de 4

Os 6 passos para o

autoperdão
Perdoar a si mesmo pode ser o início de uma longa e importante jornada
de autoconhecimento e libertação

Lembra quando falamos sobre os benefícios do perdão ?Pedir desculpas ou


desculpar alguém pode ser positivo não só para a sua mente, como
também para seu corpo físico e suas relações interpessoais.

E quando esse alguém é você mesmo? Nesse caso, o processo pode ser
mais longo e intenso do que se imagina. Isso porque precisamos entender,
primeiramente, da onde vem essa culpa. “Tratar de culpa no processo
psíquico não é algo simples, onde basta dizer “estou sentindo culpa então
preciso parar” e ela cessa. Temos que entender primeiramente o que
causou tudo isso e, a partir daí, dar os devidos pesos”. Esse peso que a culpa
traz sobre nós afeta nossa autoestima, nossa capacidade de se relacionar
e de enxergar as coisas com clareza e equilíbrio. Afeta também todas as
nossas emoções, nos fazendo visitar os extremos, como raiva, angústia,
apatia e ansiedade.

Essas emoções nos colocam em situação desconfortável, que acaba


refletindo para os outros de uma forma ou outra. Muitas vezes, nada de tão
grave aconteceu, mas a forma como lidamos com essa culpa intensifica
todo esse processo.

“Algumas pessoas podem ter uma tendência de híper responsabilização. E


aí qualquer ato dela vai ter um peso muito maior. Quando eu faço esse
movimento, eu acabo inconscientemente tirando da via o espaço da outra
pessoa. Especialmente nas relações, a gente não pode esquecer que existe
um outro alguém ali” .

E é por isso que esse processo de autoperdão é composto por pequenos


passos interdependentes entre si, e necessários como um todo. Confira
quais são eles.

Reflita sobre seus porquês

Toda ação demanda uma reflexão, tanto prévia quanto posterior. Muitas
vezes, quando cometemos um erro, não paramos para pensar antes de
fazê-lo. Você pode pensar “agora que já errei, não há mais nada que possa
ser feito”. Mas a chave para a redenção pode morar justamente aí, na
compreensão dos seus atos.

Por que eu fiz o que fiz? O que me levou a fazê-lo? Quais foram meus
motivos, minhas dúvidas e meus anseios? “Às vezes entramos em um modo
automático de não questionarmos nossas próprias ações e relações e
lógicas onde estamos inseridos. Quando ficamos atentos a isso,
entendemos melhor o que de fato está sendo necessário que eu nem sabia.
Essa falta pode ser a resposta que eu procurava para o porquê de minhas
ações”.

Aprenda com seus erros e peça desculpas


Não há mal em errar quando se está disposto a aprender. Parece clichê,
mas o grande trunfo que a reflexão sobre seus atos pode te trazer é,
justamente, essa expansão de consciência sobre o certo e o errado, o que
funciona para você como indivíduo, e quais são seus limites morais.

“Eu posso pecar se eu pedir o perdão, mas esse perdão tem que ser
autêntico, você tem que entender o que aconteceu. Você tem que enxergar
esse fato que já aconteceu e nada mais pode ser feito, mas como eu posso
ser uma pessoa diferente a partir disso? Como isso vai me ajudar a não
cometer o mesmo erro?”.

Pedir desculpas a quem quer que possa ter sido atingido por algum ato seu
também irá tirar um peso de suas costas, fazer com que você se sinta mais
leve e pronto para então pedir desculpas a si mesmo.

Se livre de culpas e responsabilizações exageradas

Culpas são sinais que dizem mais respeito a si mesmo do que ao mundo
que te cerca. Quando você sente culpa, é porque acredita ter errado
segundo suas próprias morais, segundo o que você acredita ser o correto.
Mas o que é certo ou errado afinal? Existe um consenso universal sobre essa
questão?

Antes de se livrar dessa culpa, é preciso entender o que a ocasionou e como


ela opera sobre você e seus atos. Uma alta responsabilização também
pode ser muito nociva. “Estou errando demais ou estou me híper
responsabilizando? Acho que essa pergunta é fundamental. Se existe um
excesso, então tem algo que parece estar fora do lugar. Acho que vale
pensar 'será que estou sendo o causador de tanta coisa errada mesmo?'. E
parar pra ver se o chicote não está sendo forte demais”.

“Errar aponta que temos que aprender algo, erraremos a vida inteira, quase
que todos os dias. O importante é cometer erros de naturezas diferentes.”

Faça acordos consigo mesmo

Esses acordos já fazem parte da série de diálogos internos que você terá
nessa jornada. Eu errei e pedi perdão, mas o que posso fazer para mudar a
vida de alguém? Ou eu errei e estou profundamente triste, mas não consigo
lidar com esse tema hoje.

É importante ressaltar que mesmo as concessões não podem ser


exageradas ou visitar os extremos. “Há o escapismo rápido para pequenas
satisfações, como gastar ou comer muito. Quando você confunde os
agrados com os exageros, faz com que você lide com suas situações
pessoais direcionando-as ao mundo externo. No fundo, você não está
lidando com a situação frente a frente, você está terceirizando para um
objeto externo. Existe uma diferença, e é nela onde mora o escapismo”
comenta o psicólogo.

Busque ajuda profissional

Uma escuta capacitada é tudo que você precisa para lidar com seus
problemas, sejam esses ou os que virão - pois a vida é feita de momentos
de aprendizado, por vezes, um pouco duros. O indivíduo que conhece a si
mesmo, sabe se perdoar, pois, entende o que o levou a cometer
determinados atos e como lidar com eles posteriormente. “Conversa
constante, reflexão sobre o mundo ao seu redor e como ele te influencia,
sobre seu ecossistema mais delimitado, tudo isso são temas debatidos em
uma sessão de psicoterapia, que vai levar o seu contexto pessoal em
consideração com o distanciamento que a prática pede”. Porque perdoar-
se não é tarefa fácil, mas é necessária.

Você também pode gostar