Você está na página 1de 7

Sistema Endócrino

1. As alterações fisiológicas que ocorrem durante a gravidez são controladas pela


alteração de secreção hormonal.
2. As células da trofoblasto produzem a hormona Gonadotrofina Coriônica Humana
(hCG), o qual estimula a secreção pelo corpo lúteo, aumentando a produção de
hormona esteroide ovárica.
3. Durante o desenvolvimento da placenta, há produção da progesterona e do estrogénio
4. A produção do estrogénio depende da cooperação e interação entre a grávida, placenta
e feto
5. A grávida é a fonte dos percursores da produção da progesterona pela placenta e
o feto é a fonte dos percursores da produção dos estrogénios pela placenta
6. A progesterona placentária é utilizada pela síntese fetal de testosterona,
corticoides e mineralocorticoides.
7. Progesterona- conhecida como a hormona da gravidez
Estimula a respiração, relaxa os músculos lisos (útero, intestino e vasos
sanguíneos).
Aumenta a temperatura corporal, a excreção do sódio e cloreto.
Pode atuar como um imunossupressor na placenta.
8. RELAXINA: produzido pelo corpo lúteo e em menor grau pela placenta e miométrio
Os níveis de relaxina estão mais elevados do 1ºTrimestre
Tem um papel importante no amolecimento dos ligamentos elásticos dos ossos
pélvicos
O amolecimento e relaxamento dos ligamentos pélvicos permitem o
crescimento e deslocamento do útero para a cavidade abdominal
9. Atua juntamente com a progesterona para manter a quiescência uterina, suprime a
libertação de ocitocina
10. Algumas grávidas referem dores na região lombar, as quais estão associadas ao
alongamento dos ligamentos

Sistema Reprodutor
Vasos sanguíneos:
1. A vascularização do útero passa por uma série de mudanças únicas e notáveis
2. Aumento: fluxo sanguíneo, diâmetro das artérias espirais;
3. Diminuição: resistência muscular
Útero:
4. Aumento: da sua dimensão e alteração da forma.
5. Provoca hiperplasia (aumento de novas fibras musculares, que inicia após a
implantação e é guiado por fatores de crescimento e estrogénios (miométrio))
6. Crescimento inicial resulta do espessamento da parede uterina (endométrio)
7. Peritoneu- cobre o útero
8. Caduca-Camada da mucosa uterina que se separa do útero, com as membranas do feto
por ocasião do parto
9. Decidua- Parte da mucosa uterina que se hipertrofia (aumento de tamanho) durante a
gestação e que é eliminada após o parto (caduca)
10. Após a saída desta camada, esta região lesada cicatriza até 21 dias após.
11. O endométrio fica mais espesso formando a caduca
12. 3 camadas do miométrio que ficam definidas aquando da hiperplasia inicial e
subsequente hipertrofia (as fibras musculares aumentam de espessura e de
comprimento)
13. Os ligamentos uterinos espessam e amolecem sob influência dos estrogénios
Cérvix:
14. O colo do útero aumenta em massa e diâmetro
15. Os estrogénios fazem aumentar o fluxo sanguíneo- coloração arroxeada e
amolecimento de textura do tecido, também se altera o conteúdo em água
16. Diminui a tensão
17. Mucosa cervical prolifera e as glândulas tornam-se mais complexas e secretam muco
mais espesso, o qual forma um tampão/rolhão mucoso que protege o colo e o útero de
infeções ascendentes
Vagina:
18. Fluxo do sangue aumenta resultando num amolecimento do tecido vaginal tornando-a
mais distensível
19. A vagina e o colo do útero ficam com a cor azulada-arroxeada
20. A secreção vaginal (leucorreia) aumenta tornando-se esbranquiçado e espesso, com
pH baixo (odor inofensivo) ácido sem odor intenso e incomodativo
Sistema Cardiovascular
1. Volume sanguíneo aumenta 30-50% (mais na gravidez múltipla)
2. Estrogénios estimulam a formação de novos vasos e aumentam o fluxo sanguíneo nos
tecidos
3. Progesterona relaxa os músculos lisos dos vasos causando vasodilatação e diminui a
resistência periférica
4. Tanto os estrogénios e a progesterona aumentam a retenção da água afetando o
sistema angiotensina-renina
5. O débito cardíaco aumenta 30-50%: 1,5l/min de 4,5 a 6l/min (mais na gravidez
múltipla)
6. A frequência cardíaca e o volume sistólico aumenta (mais 15l/min e o volume
sistólico 10% de 64ml a 71ml)
7. O coração sobe e roda para a frente, o útero cresce e empurra o pericárdio
8. O coração aumenta em tamanho, cerca de 12%. O aumento é devido à elevação do
débito cardíaco e à hipertrofia do músculo cardíaco causado pela estimulação dos
estrogénios.
9. O coração aumenta a contractilidade, o retorno venoso, o débito cardíaco e os
batimentos cardíacos, ocorre a hipertrofia cardíaca e a diminuição da resistência
periférica (ação da progesterona).
10. A Pressão Arterial Sistólica sofre alterações mínimas. A Pressão Arterial Diastólica
baixa no 1º e 2º trimestre e volta aos valores habituais no 3ºTrimestre da gravidez.
11. Medicações teratogénicas provocam malformações no feto
12. Hipertensão Arterial induzida pela gravidez pode controlar: dieta, exercício,
terapêutica
13. Pré-clâmpsia: HTA, proteinuria; Clâmpsia: convulsões, edema
14. A fadiga, cefaleias e tonturas etsão associadas à hipotensão no inicio da gravidez (não
é indicado conduzir).
15. No final da gravidez algumas mulheres apresentam edemas nos membros inferiores
devido aos efeitos da progesterona (relaxamento do tónus vascular) e à dificuldade do
retorno venoso pela pressão do útero grávida no VCI e forças gravitacionais.
16. Os edemas podem ser devido ao comprometimento venoso; pré-clâmpsia.
17. Na gravidez as mudanças posturais podem causar alterações hemodinâmicas (porque
o centro gravitacional não está no local ideal - postura).
18. O fluxo sanguíneo nos tecidos aumenta por ação dos estrogénios e a sua distribuição é
afetada pela postura.
19. Aumenta a distensabilidade venosa aumenta a incidência de tromboembolismo,
varicosidade e trombose venosa.
20. Varizes vulvares- provoca mal-estar, dói quando anda, se senta, se deita.
Especialmente a partir do 2ºTrimestre
21. -previnem-se com medicação
22. -provocam edema nos grandes lábios
23. Na excitação há uma maior saliência dos vasos sanguíneos, depois no orgasmo há
uma contração do músculo (útero) e de seguida um relaxamento. Quando não há
orgamo, não há contração, fica com estase
24. O aumento de fluxo sanguíneo no útero é de cerca de 500ml/min acima do que ocorre
no útero não grávido. As alteração no fluxo ocorrem mais tardiamente na gravidez.
25. O fluxo sanguíneo nos rins aumentam cerca de 400ml/min desde o inicio da gravidez-
facilita a excreção dos produtos catabolismo.
26. O fluxo sanguíneo nos pulmões aumentam, reflexo do aumento da circulação
sanguínea e do débito cardíaco.
27. A distribuição de sangue na pele aumenta acentuadamente (cerca de 500ml/min),
facilitando a perda de calor (mãos/pés estão sempre quentes). Esta vasodilatação está
mais acentuada nas fumadoras.
28. Na gravidez há hipervolémia. O volume sanguíneo aumenta 1,5l
29. Os eritrócitos e a hemoglobina aumentam 15-18% nas mulheres que não fazem
suplementação de ferro (25-33% dos que fazem).
30. A hemoglobina não deve estar a baixo dos 11g/dL ao longo da gravidez.
31. Na gravidez o diagnóstico de anemia deve ser feito através do nível da ferritina sérica-
abaixo de 50g/dL no inicio da gravidez indica necessidade de suplementação de ferro.
Níveis acima de 80g/dL não.
32. A amenorreia durante a gravidez ajuda a manter as reservas de ferro e a absorção da
dieta aumenta.
Hemóstase:
33. Gravidez-estado de hipercoagulabilidade
34. O tempo de hemorragia diminui cerca de 30%- alteração na coagulação do sangue e
fibrinólise- diminuição do número de plaquetas, aumento da concentração de vários
fatores de coagulação, diminuição dos níveis de proteina S e proteina C ativada e
inibição da fibrinólise (diminuição do tPA- ativador do plasminogénio tecidual).
35. Aumenta o consumo de O2 16-20% no final da gravidez
36. Diafragma aumenta 4cm de diâmetro e torax aumenta 2cm
Sistema Respiratório
1. Na gravidez a frequência respiratória não é alterada. A ventilação por minuto aumenta
cerca de 40% porque o volume corrente aumenta.
2. A progesterona tem efeito local no tónus dos músculos lisos das vias aéreas e vasos
sanguíneos pulmonares e diminui a resistência das vias aéreas( Hiperventilação)
3. Muitas grávidas apresentam dispneia (causa algum desconforto) no início da gravidez
(pensa-se que devido à hiperventilação)

Sistema Urinário/Excretor
1. Na gravidez os rins aumentam a excreção dos produtos do catabolismo altera-se a
retenção dos fluídos e eletrólitos (em resposta às alterações cardiovasculares).
2. O aumento do volume sanguíneo circulante e hemodiluição deve-se ao aumento de
reabsorção tubular da taxa de sódio pelos rins.
3. A retenção do sódio é estimulada pela desocicorticosterona derivada da progesterona.
4. A retenção dos fluídos é facilitada pela ação da angiotensina II.
5. Os estrogénios aumentam a produção quer do angiotensinogénio que da renina
6. Os rins aumentam de tamanho devido ao aumento do fluxo sanguíneo renal e volume
vascular.
7. O aumento do volume sanguíneo nos rins resulta num aumento da taxa de filtração
glomerular.
8. Os cálices renais e os ureteres dilatam-se e perdem parte de atividade peristálica na
gravidez. Ocorre um aumento do número de micções, há perda do peristaltismo,
aumenta o risco de infeções lítiase
9. Os ureteres alongam-se tortuoso, acumulando um aumento de volume de urina-
associado ao risco aumentado de infeção.
10. A função da bexiga também é afetada.
11. A frequência urinária aumenta no início da gravidez- o aumento do útero na cavidade
pélvica faz pressão na bexiga.
12. No final da gravidez ocorre o encravamento da apresentação fetal e o feto aumenta a
pressão na bexiga.
13. Sob o efeito da progesterona o tónus da bexiga diminui e a capacidade aumenta a
podendo ser superior a 1L no final da gravidez.
14. Na diminuição do tónus da bexiga e o deslocamento dos ureteres causado pelo
crescimento do útero pode afetar a competência dos esfíncteres vesico ureterais- pode
haver refluxo de urina da bexiga nos ureteres, aumenta o risco de infeção urinária.
15. As paredes da bexiga fiam hiperemiadas e edematosas, aumenta o risco de trauma e
infeção.
16. O relaxamento das paredes da bexiga podem resultar num esvaziamento incompleto
da bexiga. A estase da urina aumenta o risco de infeção do trato urinário- urina rica
em glucose e aminoácidos na gravidez.
17. As alterações estruturais do sistema renal persistem no puerpério. A mulher que teve
ITU na gravidez tem risco acrescido de infeção recorrente no puerpério.
Sistema Digestivo
1. A nutrição materna é importante durante a gravidez.
2. Mais de 50% das mulheres têm aumento de apetite (e consequente aumento da
ingestão de alimentos) e também aumento de sede.
3. A hCG afeta o hipotálamo diminuindo o limiar osmótico para a sede.
4. Estas alterações estão mais presentes na 1ª metade da gravidez.
5. As modificações no apetite não estão diretamente relacionadas com alterações no
metabolismo materno e crescimento fetal.
6. No 3ºtrimestre de gravidez há uma diminuição quer da ingestão quer do apetite devido
ao deslocamento do estómago para cima e a pressão exercida pelo útero grávido.
7. A grávida compensa esta capacidade limitada do estómago aumentando a frequência
da ingestão de alimentos- pequenas refeições e snacks.
8. Os estrogénios suprimem o apetite e a progesterona estimulam-no, causando uma
mudança no controlo central no equilíbrio energético.
9. As aversões alimentares e desejos são frequentes e podem ser intencionais.
10. O mais comum nos desejos são: frutas, alimentos mais aromatizados-pickles, queijos,
gaiado seco/salmão fumado/arenque.
11. Pensa-se que a sensibilidade das papilas gustativas estão entorpecidas na gravidez.
12. As aversões mais comuns são: chá, café, fritos, carne, ovos, bebidas com cafeína,
bebidas alcoólicas e tabaco.
13. Pica, desejo imperioso, habitualmente por substâncias não nutritivas, como: carvão,
sabão, desinfetantes, pasta dentrífica, naftalina, argila, giz, amido de lavandeira
(goma) e gelo.
14. Normalmente a pica não afeta nem a saúde materna nem a fetal.
15. Boca: as gengivas muitas vezes ficam edemaciadas, esponjosas e hiperemiadas-ação
dos estrogénios. Sangram mais facilmente. Pode ocorrer gengivites e doenças
periodontal.
16. A saliva torna-se mais ácida, mantém-se a quantidade secretada.

Você também pode gostar