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Alterações fisiológicas durante a gravidez: Alteração / Consequência / Medida de conforto

Sistema reprodutor:
Alterações:
 Útero:
- O estrogênio estimula o crescimento uterino (tamanho 20 vezes maior que antes da gravidez).
- Paredes delgadas com o útero passando de um globo sólido para um recipiente oco.
- Aumento do peso e volume uterino (60g para 900g).
- Alongamento dos vasos sanguíneos os tornando mais calibrosos e com novas ramificações, para nutrir o tecido em
crescimento.
- Aumento da contratilidade uterina (contrações involuntárias)
- Alteração da consistência uterina (o colo do útero fica mais amolecido).
- Aumento da produção de muco cervical, pois as glândulas endocervicais aumentam de tamanho e número.
- Sob a influência de progesterona, ocorre a formação de um tampão de muco que bloqueia o óstio cervical e protege contra
invasão bacteriana.
 Vagina:
- Congestão pélvica e hipertrofia da vagina como preparação para a distensão necessária para o parto.
- Aumento da espessura da mucosa vaginal, o tecido conjuntivo começa a se desprender, a musculatura lisa começa a
hipertrofiar e alongamento da abóbada vaginal.
- As secreções vaginais tornam-se mais ácidas, brancas e espessas.
 Ovários:
- Aumento de suprimento sanguíneo para os ovários levando ao aumento de tamanho.
- Interrompimento da ovulação, devido aos níveis elevados de estrogênio e progesterona, que bloqueiam a secreção de FSH e
LH.
 Mamas:
- As mamas se tornam mais volumosas.
- Aumento da sensibilidade.
- Aumento da vascularização fazendo com o que as veias se tornem visíveis sob a pele.
- Aumento dos mamilos, eles se tornam maiores e mais eretos.
- Aumento da pigmentação dos mamilos e aréolas.
- Glândulas sebáceas mais proeminentes (ajudam na lubrificação para a amamentação).
- Aparecimento do colostro no terceiro trimestre da gestação (líquido cremoso e amarelado).
Consequências:
- À medida que o útero cresce, pressiona a bexiga e provoca o aumento da frequência de micção (polaciúria).
- Como o feto empurra o diafragma, muitas mulheres sentem falta de ar.
- Compressão dos órgãos maternos.
- O aumento das mamas pode resultar em estrias em grande parte das gestantes.

Sistema cardiovascular:
Alterações:
- Aumento do volume sanguíneo (cerca de 1500 ml a mais – início em 10 a 12 semanas, em 32 a 34 semanas alcança seu
máximo, diminuindo levemente na 40ª semana).
- Aumento do débito cardíaco.
- Aumento da frequência cardíaca em 10 a 15 bpm.
- Queda da pressão arterial em decorrência da vasodilatação periférica, causada pela progesterona.
- Compressão da veia cava inferior quando a gestante se deita em decúbito dorsal.
- Aumento do número de eritrócitos em cerca de 30% (necessário para transportar o oxigênio adicional necessário durante a
gravidez).
- Aumento do volume plasmático (em decorrência da retenção de água e sódio).
- Redução dos valores de hemoglobina e hematócrito.
- Aumento dos níveis de fibrina e fibrinogênio (aumento da coagulação).

Consequência:
- Hipertrofia ou dilatação discreta do coração durante a gestação.
- O coração passa a bombear mais quantidade de sangue para suprir as necessidades do feto.
- Uma mulher com cardiopatia preexistente pode se tornar sintomática e começar a descompensar durante o período de tempo
que a volemia atinge seu máximo.
- Redução do fluxo sanguíneo para o coração, devido a compressão da veia cava inferior (síndrome da hipotensão em decúbito
dorsal). Sintomas: tontura, pele fria e úmida.
- Anemia fisiológica da gravidez.
- Aumento das necessidades de ferro durante a gestação, devido ao aumento da volemia materna e o crescimento do feto.
- Hipercoagulação na gravidez.
- Menor retorno venoso.
- Represamento de sangue.
- Edema postural.
- Aumento do risco de trombose venosa.

Medida de conforto:
- Colocar a gestante em decúbito lateral esquerdo (torna ideal o débito cardíaco e corrige a síndrome da hipotensão em
decúbito dorsal).

Sistema respiratório:
Alterações:
- Compressão do pulmão.
- O útero em crescimento altera o movimento do diafragma deixando-o aumentado e aumenta a circunferência torácica.
- Aumento da vascularidade do trato respiratório.

Consequências:
- Respiração profunda e mais rápida e volume corrente maior (volume de ar inalado).
- Respiração mais diafragmática que abdominal na gestação.
- Congestão nasal e sinusal, epistaxe e alterações no tônus e no timbre de voz da mulher.

Sistema renal/urinário:
Alterações:
- Aumento da taxa de filtração glomerular e perfusão renal.
- Aumento do comprimento e peso dos rins.
- A pelve renal torna-se mais dilatada, os ureteres (especialmente o direito) alongam-se, alargam-se e tornam-se mais curvos
acima da borda pélvica (na 10ª semana de gestação).
- Aumento do fluxo sanguíneo para os rins.

Consequências:
- Aumento do fluxo e do volume da urina, das substâncias que chegam aos rins e da filtração e excreção de água e solutos.

Sistema musculoesquelético:
Alterações:
- Amolecimento dos ligamentos que estabilizam as articulações sacroilíacas e a sínfise púbica
- As junções entre as articulações ampliamse e tornamse mais móveis
- O centro de gravidade da gestante se desloca para frente
- Ocorre acentuação da curva lombossacral normal (hiperlordose) e o desenvolvimento de uma curvatura compensatória
na área cervicotorácica para ajudar a gestante a manter o equilíbrio.
Consequências:
- Alterações na postura e na marcha (hiperlordose lombar e extensão da parte superior da coluna vertebral para
compensar o abdome em expansão).
- Lombalgia
- Aumentar o tamanho da cavidade pélvica para facilitar o parto
- Marcha anserina

Sistema tegumentar
Alterações:
- Hiperpigmentação da pele durante a gravidez (Essas
alterações ocorrem principalmente nos mamilos, nas aréolas, no umbigo, no períneo e nas axilas).
- Distensão da pele.
- Varizes
- Aparecimento de pequenos vasos sanguíneos chamados de aranhas vasculares.
- Surgimento do eritema palmar, que consiste em uma área rosada bem delineada na superfície palmar das mãos.
- Diminuição do crescimento do cabelo durante a gestação.
- Maior crescimento das unhas durante a gestação.
- Aumento da fragilidade, separação
distal do leito ungueal, coloração esbranquiçada e sulcos transversais nas unhas.
Consequências:
- Linha nigra, melasma facial.
- Estrias principalmente no abdome, nas mamas e nádegas.
- Queda capilar
Medidas de conforto:
- Uso de cremes e loções, como manteiga de cacau e azeite de oliva para evitar estrias.
- Elevar as pernas quando sentar ou deitar.
- Não ficar em pé ou sentada por tempo prolongado, mudando de posição com frequência.
- Deitar em decúbito lateral esquerdo.
- Deambular diariamente para exercitarse.
- Não usar roupas apertadas ou meias na altura do joelho.
- Usar meias elásticas se as varicosidades forem uma condição preexistente à gravidez.

Sistema digestório:
Alterações:
- As gengivas tornamse hiperemiadas,
tumefeitas e friáveis, além de tenderem a sangrar facilmente.
- Saliva mais ácida.
- Algumas mulheres se queixam de salivação excessiva (ptialismo), que pode ser causada pela redução na deglutição
inconsciente pela mulher quando ela está com náuseas.
- A placa dental, o tártaro (cálculo dental) e os depósitos de restos celulares
aumentam durante a gestação.
Consequências:
- Náuseas.
- Gengivite.
Medidas de conforto:
- Algumas mulheres obtêm alívio temporário quando mascam chicletes ou chupam balas duras.

Sistema imunológico:
Alterações:
- Acentuação geral da imunidade inata (resposta inflamatória e fagocitose).
- Supressão da imunidade adaptativa
(resposta protetora contra um antígeno estranho específico).
Consequências:
- Essas alterações ajudam a evitar que o sistema imunológico da mãe rejeite o feto (corpo estranho).
- Aumentam o risco da gestante de desenvolver.
- Determinadas infecções (como as urinárias) influenciam a evolução de condições crônicas, como as doenças autoimunes.
- Piora de doenças crônicas, como diabetes, enquanto outras parecem estabilizarse (asma) durante a gestação.

Sistema endócrino:
Alterações:
Controla a integridade e a duração da gestação, mantendo o corpo lúteo graças à secreção de hCG; à produção de estrogênio,
progesterona, hPL e outros hormônios e fatores de crescimento pela placenta; à liberação de ocitocina (pela neurohipófise),
prolactina (pela adenohipófise) e relaxina (pelos ovários, pelo útero e pela placenta)

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