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Primeira avaliação de NEPE – Medieval

Alunos: Bruno Barbosa, Eduarda Grossi, Gabriel Fagundes e Rodrigo Felix.


Analisamos dois livros para a NEPE; são eles o livro História, de ensino
médio, da editora Divalte de 2002 e o livro História nos dias de hoje, do 7º ano,
da editora Leya de 2012.
No que tange a história medieval, ambos são bem similares, começando
pelo livro de ensino fundamental que tem os capítulos 1 e 2 voltados para a
idade média, onde cada capítulo tem aproximadamente 30 páginas. No
capítulo 1 do livro de fundamental temos temas como os reinos germânicos,
Bizâncio e o Islã. No capítulo 2 se fala da sociedade feudal e a expansão
feudal, sendo que no final da parte de expansão feudal o livro fala de cruzadas
e a reconquista ibérica.
Já o livro de ensino médio tem uma unidade sobre idade média com
apenas 21 folhas, menos que a metade do livro de ensino fundamental. E
aborda os mesmos tópicos que o livro de ensino fundamental.
Apesar de ser contra intuitivo, o livro de ensino fundamental é mais
completo e rico que o livro de ensino médio, isso se deve provavelmente ao
fato do livro de ensino médio ser um volume único para os três anos do ensino
médio enquanto o livro de ensino fundamental é seriado do sétimo ano.
Outra diferença notável entre os livros é a idade deles, são distantes 10
anos entre si e o livro de ensino médio foi escrito antes da lei 10.639/2003 que
obriga o ensino da África, portanto é notável um apagamento da história da
África no livro de ensino médio enquanto o livro de fundamental aborda
diversos reinos africanos no capítulo de expansão marítima europeia.
No que tange a história medieval africana, o livro de ensino médio não
aborda absolutamente nada enquanto o livro de fundamental destina sua última
folha da parte do islã para falar dos muçulmanos na África. Infelizmente nessa
página traz a imagem de um comércio de escravos onde os negros são
retratados como escravos, corroborando com a ideia de que negros nasceram
para ser escravos e ignorando que os muçulmanos escravizavam qualquer um
que não fosse muçulmano independentemente da cor de pele.
Há mais um mapa na parte de África no Islã, que mostra como estava a
situação da África no ano mil. Há um destaque na região entre os rios Limpopo
e Zambeze como uma região aurífera, mas não se tem nenhuma nota sobre o
que se passava na região que através de fontes de fora do livro didático eu
poderia afirmar se tratar do Zimbábue. Que foi um reino medieval africano em
contato com a roda da seda chinesa que foi completamente ignorado em
ambos os livros.
Não só o grande Zimbábue é ignorado na história medieval de ambos os
livros, como a rota da seda também o é, sendo o capítulo de idade média de
ambos os livros uma história basicamente europeia com um pequeno lapso de
história do Islã tamanha foi a importância do Islã na história europeia.
A falta de informações sobre a região do Zimbábue e seu contato com a
rota da seda chinesa, evidencia o apagamento de uma história africana
medieval importante e suas influências globais. A exclusão dos países não
europeus na história medieval dos livros didáticos destaca como a narrativa
europeia domina o campo de estudo, minimizando a ou tentando de alguma
forma apagar a contribuição de outras culturas e civilizações para o
desenvolvimento histórico global.

A ênfase excessiva na história, europeia assim como entendemos o


eurocentrismo histórico e a minimização do papel do Islã na história, medieval
também levantam a questão da valorização de determinadas, narrativas em
detrimento de outras, resultando na marginalização de importantes eventos e
civilizações não europeias. Esses pontos mostram a necessidade de uma
abordagem mais inclusiva e abrangente da história, que reconheça a
diversidade de influências e contribuições ao longo dos tempos dando mais
ênfase a uma historiografia, didática mais globalizada.

Bibliografia:
História. Rio de Janeiro: Divalte, 2002.
CAMPOS, Flavio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam. História nos
dias de hoje. Rio de Janeiro: Leya, 2012.

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