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Resumo do filme 100 metros

Baseado na história real de Ramón Arroyo, o filme 100 Metros conta a história de
um publicitário sedentário que é diagnosticado com esclerose múltipla aos 35 anos,
quando já está em estado avançado, no início do tratamento ouve de outro paciente
que em pouco tempo não conseguiria sequer caminhar 100 metros. Dedicado à sua
família e ao seu trabalho, não consegue imaginar-se como dependente de cuidados
de quem quer que seja. Porém, o seu corpo não para de lhe dar sinais de
debilidade. A jornada de sofrimento e as limitações nos movimentos e na fala são
vencidas com a ajuda do esporte. A cereja do bolo de sua recuperação é a
conclusão de um Ironman, a mais famosa e desafiadora prova de triathlon do
mundo, que compreende 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,195 km de
corrida. o filme aborda a esclerose múltipla como a doença das mil caras, por
apresentar sintomas tão diferentes, que dificultam o seu diagnóstico. Além de
retratar as dificuldades não só do doente, mas também de toda a sua família e
sociedade no qual está inserido.

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica e progressiva do sistema


nervoso central, mais frequente nas mulheres, que se inicia habitualmente entre os
20 e os 40 anos. Embora a sua etiologia permaneça desconhecida, sabe-se que
resulta de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, que
determina alterações imunológicas, mais propriamente quebra da tolerância imune,
desencadeando fenómenos de autoimunidade que têm por alvo a mielina. Inserindo-
se, assim, no vasto grupo de doenças autoimunes humanas, a esclerose múltipla é
a patologia desmielinizante primária mais frequente do sistema nervoso central e a
causa mais frequente de incapacidade por doença neurológica não traumática do
adulto jovem. O processo lesional subjacente à esclerose múltipla, de natureza
inflamatória, afeta múltiplas regiões do neuro-eixo, o que explica a diversidade de
manifestações clínicas. As lesões comprometem predominantemente as vias longas
da substância branca, mas também podem atingir regiões corticais e subcorticais.
Além da perda da mielina, há evidência de que a doença provoque dano axonal,
responsável pela persistência dos défices e conferindo-lhe um carácter também
neurodegenerativo. Clinicamente, a doença cursa, na maioria dos casos, com
recorrências e remissões e determina um grau de incapacidade variável de doente
para doente, e conforme a fase em que o mesmo se encontra. Os estudos sobre a
história natural da doença indicam que, aproximadamente, 50% dos doentes
requerem ajuda de marcha 15 anos após o início dos sintomas, valor que aumenta
para cerca de 80% decorridos mais 15 anos. A esclerose múltipla é, atualmente,
uma doença tratável com medicamentos que modificam a história natural, mas
permanece incurável, e caracteriza-se pela imprevisibilidade do seu curso. Apesar
de não condicionar um efeito negativo significativo na longevidade, a esclerose
múltipla tem um impacto relevante em termos socioeconômicos e de morbidade
uma vez que é uma doença progressiva que atinge predominantemente o adulto
jovem.

Sintomas da esclerose múltipla

A fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil. Os sintomas são transitórios,


podem ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana.
Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras
manifestações da doença que é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e
voltam independentemente do tratamento.
Os sintomas são divididos entre três grupos conforme o tipo de nervos que são mais
afetados.
Sintomas sensoriais:
Sensações de dor, ardume, comichões, e parestesia, perturbações visuais,
cegueira parcial, visão embaçada e perda da visão central
Sintomas motores:
Dificuldade em caminhar e manter o balanço, dificuldade em coordenar os
movimentos dos olhos, problemas em controlar urinação e a defecação, tremores e
por vezes até prisão de ventre.
Sintomas psicológicos e neurológicos:
Depressão, variedade de estados alegre e triste, dificuldade em controlar as
emoções: rir, chorar, certas dificuldades mentais

Tratamento da esclerose múltipla

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento tem dois objetivos


principais abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um
surto e outro. No primeiro caso, os corticosteroide são drogas úteis para
reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, imunossupressores e
imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o
impacto negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose
múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.

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