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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CRISTOVÃO

SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO


PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

PROJETO ¨MEU PRIMEIRO LANCHINHO¨

¨ALIMENTAÇÃO ESCOLAR PÚBLICA COM QUALIDADE, UM DIREITO DE TODA CRIANÇA¨

Nutr. Andréa Maria Magalhães


CRN 0797 – 5ª Região

São Cristóvão
Agosto de 2018
Sumário

1- INTRODUÇÃO 1
2- OBJETIVOS 2
2.1- Objetivo Geral 2
2.2- Objetivos específicos 2
3- JUSTIFICATIVA 3
4- METODOLOGIA 3
5- PÚBLICO ALVO 4
6- SUGESTÃO DE PREPARAÇÕES
7- CONCLUSÃO 4
1- INTRODUÇÃO

A Alimentação Escolar é uma das áreas da Saúde Coletiva considerada muito


importante para garantir a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), cujo programa da
política pública brasileira, gerenciada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) é considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo no que
se refere ao atendimento universal aos escolares e da garantia ao Direito Humano à
Alimentação Adequada (DHAA) e saudável. Segundo Belik e colaboradores (2009), “A
alimentação escolar desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem e
desenvolvimento do aluno, ao mesmo tempo em que também garante um suprimento
mínimo de alimentos às populações carentes.” Isso é percebido, principalmente, em
comunidades de baixa renda e beneficiárias dos Programas Sociais, como visto em
algumas escolas assistidas pela Casa da Merenda do município de São
Cristóvão/Sergipe.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é um dos programas mais


antigos instituídos visando à suplementação alimentar e diminuição da evasão escolar,
sendo que o público alvo é dividido entre educação infantil (creches e pré-escolas), ensino
fundamental e escolas mantidas por entidades filantrópicas (DANELON et al., 2006). Além
disso, segundo Chaves et al. (2009) “Atualmente o Programa funciona por meio da
transferência de recursos financeiros em caráter suplementar, de forma a garantir, no
mínimo, 15% das necessidades diárias dos alunos do ensino infantil e fundamental e 30%
das necessidades diárias dos alunos das creches, das escolas indígenas e daquelas
localizadas em áreas remanescentes de quilombos.” Essas necessidades colaboram para
a hábitos alimentares saudáveis, por isso é necessária a atuação do profissional
nutricionista para que cuide do planejamento dos cardápios e avalie a execução do
atendimento aos escolares, com a responsabilidade para instruir os gestores e as
merendeiras sobre a importância da Alimentação Escolar no âmbito educacional do ensino
público municipal.

A Lei nº 8913 de 1994, regulamentou a descentralização da merenda escolar,


sendo que os recursos financeiros são de responsabilidade da União com a necessidade
da contrapartida do gestor local e destinado exclusivamente para os programas atendidos
pelo PNAE. O repasse é mensal e distribuído pelas três instâncias (Federal, estadual e
municipal) há a necessidade da existência do Conselho de Alimentação Escola (CAE)
constituído por representantes da comunidade escolar e da sociedade local (STURION,
2002). Segundo Chaves et al. (2013) “A descentralização certamente trouxe mudanças
significativas na operacionalização do Programa, com conseqüências positivas para a
qualidade do serviço”, considerando que os recursos irão diretamente para as escolas ou
para Entidade Executora (Eex) do programa.

Segundo Silva e colaboradores (2013), “Em 2005 foi publicado o “Manual de


Gestão Eficiente da Merenda Escolar”, que reuniu orientações aos membros do CAE,
sistematizando os principais aspectos que devem ser verificados na execução do
programa”, sendo que o dinheiro destinado à merenda deve ser gasto no preparo da
alimentação escolar e os preços devem estar de acordo com os praticados no mercado.
Além disso, é necessário que os alimentos sejam servidos de forma regular e garantam a
sua qualidade e validade, considerando que as refeições coincidam com os cardápios e as
escolas forneçam condições de armazenamento e higiênico-sanitária adequada.

Neste cenário surgiu a proposta de inserção de um lanche extra como primeira


refeição ofertada no ambiente escolar, no horário de entrada dos estudantes,
proporcionando um momento de acolhimento e de suplemento alimentar; auxiliando no
crescimento, aprendizagem, desenvolvimento biopsicossocial, rendimento escolar e
formação de práticas e ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN). É consensual
que uma criança bem alimentada é mais esperta, ativa, aprende com mais facilidade e tem
mais disposição para brincadeiras e outras atividades.

A escola constitui-se num ambiente valioso para o desenvolvimento de ações


educativas na área da nutrição e saúde e, também, por dispor de recursos, como é o caso,
na rede pública de ensino, do Programa de Alimentação Escolar (PAE) que possibilita aos
alunos a oportunidades de acesso a alimentos e incentivo a hábitos alimentares
saudáveis; além de fazer cumprir o disposto no artigo 2º, parágrafo 2º, da Lei 11.947/09,
que contempla ser "dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,
informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação
adequada, bem como garantir os mecanismo os para sua exigibilidade".

2- OBJETIVOS

2.1- Objetivo Geral

Proporcionar aos escolares em situação de vulnerabilidade socioeconômica, no


horário de entrada na Escola, um momento de acolhimento em caráter de suplemento
alimentar, através de uma oferta de um Lanche simples como 1ª refeição no dia no
ambiente escolar, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento biopsicossocial, a
aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes da rede de ensino municipal.

2.2- Objetivos Específicos

 Contribuir para melhoria do estado nutricional dos escolares através da


oferta de uma refeição suplementar;
 Garantir o consumo da primeira refeição do dia aos escolares em situação de
vulnerabilidade social;
 Incentivar práticas alimentares saudáveis – Promover reeducação alimentar;
 Estimular a freqüência escolar;
 Auxiliar no crescimento, no processo ensino-aprendizagem, no
desenvolvimento psicossocial e no rendimento escolar do aluno´

3- JUSTIFICATIVA

Em visitas técnicas as diversas unidades escolares realizadas tanto pela Gestão da


Secretaria Municipal da Educação (SEMED) quanto pela Nutricionista, especialmente nas
regiões consideradas mais carentes do município de São Cristóvão, observou-se a
solicitação freqüente de um lanche por parte dos escolares, no horário de entrada na
escola, situação está respaldada pelas diretoras e merendeiras lotadas nas unidades de
ensino. Diante do exposto e de acordo com a demanda identificada, a Exx do PNAE no
âmbito municipal solicitou a responsável técnica pelo programa (Nutricionista) a
elaboração de um projeto de intervenção, visando à oferta regular de um lanche extra em
caráter de suplemento alimentar em consonância com a viabilidade orçamentária do
tesouro municipal, instituindo-o como uma política pública local do poder executivo e em
garantia a segurança alimentar e nutricional desse grupo, respeitando o preceito do Direito
Humano à Alimentação Adequada (DHAA).

4- METODOLOGIA

Na elaboração do projeto considerou-se para tanto os seguintes tópicos relevantes


para sua execução e sugestão das preparações simples do cardápio proposto:

 Disponibilidade dos gêneros alimentícios oriundos dos Processos Licitatórios


vigentes: Pregão Presencial e Chamada Pública da Agricultura Familiar;
 Custo unitário viável da preparação, segundo recursos orçamentários
disponíveis pela Exx e poder executivo;
 Operacionalidade prática no armazenamento, no preparo e na distribuição da
refeição extra pelas merendeiras no horário de entrada do turno escolar;
 Incentivo ao consumo de fruta por parte dos escolares (Desenvolvimento
de bons hábitos alimentares);
 Saldo de gêneros alimentícios mais comuns existentes no estoque das
escolas na sugestão de preparações que iram compor o cardápio do dia,
evitando desperdícios;
 Aproveitamento integral dos alimentos disponíveis no estoque com estimulo
ao consumo e a criatividade das merendeiras na elaboração diária das
preparações mais elaboradas, se possível.

Os gêneros alimentícios selecionados serão inseridos na programação de aquisição


do pedido programado para consumo quinzenal das escolas da rede de educação
municipal.
5- PÚBLICO ALVO

O Projeto ¨ Meu Primeiro Lanchinho¨ destina-se ao atendimento dos escolares


matriculados na rede educacional de ensino do município de São Cristóvão através da
oferta de uma primeira refeição simples do dia no ambiente escolar, no horário de entrada,
em caráter de suplemento alimentar.

6- SUGESTÕES DE PREPARAÇÕES

Em caráter sugestivo as preparações que irão compor o cardápio diário do lanche


simples serão à base de bebidas (Leite morno, Achocolatado em pó, Bebida láctea UHT,
Bebida láctea (Sabor morango/ Ameixa, Salada de Frutas), acompanhadas de biscoitos
diversos (Cream Cracker, Maria e Maisena) ou Broa de milho e Fruta in natura (Maçã ou
saldo de frutas do cardápio principal); podendo a refeição ser incrementada com saldo de
itens no estoque.

Ressalta-se que a equipe de Merendeiras das Escolas assistidas pelo Projeto


Projeto ¨Meu Primeiro Lanchinho¨ serão orientadas a variar com criatividade as
preparações da 1ª refeição servida na escola, bem como incrementar essa refeição com
itens disponíveis no momento do estoque físico, evitando assim o desperdício e utilizando
integralmente os gêneros alimentícios, tais como: Arroz doce, Cuscuz com ovos ou com
Sardinha, Saldo de Bolo Bacia ou Pão Hot Dog, Vitamina de banana ou Suco cremoso
(Polpa de fruta + Leite em pó).

5- CONCLUSÃO

É consensual que a alimentação é fundamental para o desenvolvimento e


crescimento infantil, para criação de hábitos alimentares e de suma importância para a
promoção á saúde e prevenção de doenças. Nesse contexto o gestor educacional tem um
papel imprescindível no sentido de assegurar que as crianças recebam refeições que
atendam parcialmente suas necessidades nutricionais, garantindo a sua Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN).

A Unidade Escolar é um espaço privilegiado para a adoção de práticas alimentares


adequadas, onde os estudantes (crianças e adolescentes) inseridos na rede pública de
ensino, em sua grande maioria, têm a alimentação escolar como principal refeição
para sua subsistência, em virtude de sua classificação como membro de família de baixa
renda em estado de vulnerabilidade social. E, sem o acesso e a oferta regular de uma ou
mais refeições simples no ambiente escolar de ensino público caracteriza situação de
risco de insegurança alimentar e nutricional; sendo de responsabilidade dos entes
federativos de direito público a adoção de medidas imediatas de enfrentamento a essa
realidade local.
Portanto, cabe à equipe da gestão escolar vislumbrar no Programa de Alimentação
Escolar oportunidades e necessidades desse grupo alvo, promovendo ações planejadas e
cotidianas, inseridas no Projeto ¨ Meu Primeiro Lanchinho¨ , como implementação de
uma política pública de governo através da oferta regular de uma lanche simples em
caráter de suplemento alimentar aos escolares inseridos na rede educacional do município
de São Cristóvão, e que tal iniciativa se transforme num trabalho sistemático, continuo,
multidisciplinar e de natureza complementar na promoção à saúde dos estudantes no
ambiente que contemple a aprendizagem e a relação com a comunidade escolar,
validando o Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA).

“Quando provemos um alimento a alguém, além de todos os nutrientes necessários que


oferecemos, também alimentamos seu espírito, sua alma, sua imaginação e cuidamos para
que participe dos costumes de sua cultura e esteja com os outros.”
Rede em rede: a Formação Continuada na Educação Infantil- Fase 1- SME-DOT-2007
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELIK, W.; CHAIM, N. O programa nacional de alimentação escolar e a gestão municipal:


eficiência administrativa, controle social e desenvolvimento local. Revista de Nutrição,
Campinas, v. 22, n. 5, p. 595-607, 2009.

CHAVES, L.; MENDES, P.; BRITO, R.; BOTELHO, R. O programa nacional de


alimentação escolar como promotor de hábitos alimentares regionais. Revista de
Nutrição, Campinas, v. 22, n. 6, p. 857-866, 2009.

CHAVES, L.; SANTANA, T.; GABRIEL C.; VASCONCELOS, F. Reflexões sobre a atuação
do nutricionista no Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 18, n. 4, p. 917-926, 2013.

DANELON, M. A.; DANELON, M. S.; SILVA, M. V. Serviços de alimentação destinados ao


público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das
cantinas. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 13, n. 1, p. 85-94, 2006.

SILVA, M.; DANELON, M. Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs): análise dos


pareceres conclusivos sobre a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar

STURION, G. Programa de alimentação escolar: avaliação do desempenho em dez


municípios brasileiros. Tese (Doutorado) - Campinas, SP, 2002.

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