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DOENÇA DE

DUPUYTREN
Alunos: Gustavo M. e Luiza Ribas
DEFINIÇÃO
A contratura de Dupuytren ou fibromatose palmar, é um enrijecimento progressivo das
bandas do tecido fibroso (denominadas fáscias) no interior das palmas das mãos,
provocando a contração dos dedos que pode acabar resultando em uma mão com
aspecto de garra.
EPIDEMIOLOGIA
É uma doença hereditária comum, que ocorre especialmente em homens, principalmente
depois dos 45 anos.
Ser portador do gene anormal não significa que a pessoa terá a doença.
A doença afeta ambas as mãos em 50% das pessoas. Nos casos em que apenas uma mão é afetada, a mão
direita é afetada duas vezes mais frequentemente do que a esquerda.

GRUPOS DE RISCO PREVALÊNCIA DA DOENÇA


Homens com mais de 45 anos
A incidência da doença de Dupuytren varia
Diabetes
entre 3 a 40%, acometendo normalmente
Alcoolismo
indivíduos > 50 anos, homens, com maior
Epilepsia
prevalência em indivíduos de etnia branca.
SOBRE A PATOLOGIA
A doença caracteriza-se por uma proliferação fibroblástica progressiva e irreversível afetando a
fáscia palmar, com o espessamento dessa estrutura, que pode ser progressivo, levando a
gradual contratura em flexão dos dedos das mãos. Manifesta-se inicialmente com a formação de
nódulos subcutâneos, seguida pelo aparecimento de cordas fibrosas, responsáveis pela
contratura.
SINTOMAS:

Geralmente, o primeiro sintoma da contratura de Dupuytren é o aparecimento de um


nódulo palmar sensível na palma da mão (com maior frequência no dedo anelar ou
mínimo). Inicialmente, o nódulo pode causar desconforto, mas gradativamente torna-se
indolor. Os dedos passam a curvar-se de forma progressiva. A curvatura acaba piorando e
a mão pode começar a arquear-se (adquire a forma de garra).

LIMITAÇÕES FUNCIONAIS

As deformidades nos dedos podem dificultar a realização de tarefas que requerem


força, destreza manual e habilidades específicas das mãos.
DIAGNÓSTICO:
Exame médico:

O diagnóstico é essencialmente clínico. O médico faz o


diagnóstico de contratura de Dupuytren ao examinar a
mão. Raramente requer recursos e exames
complementares diagnósticos.

Fernando Henrique Uchôa de Alencar; Jamila Alessandra Perini; Anderson Vieira Monteiro; Maria Eugenia Leite Duarte; Geraldo
da Rocha Motta; João Antônio Matheus Guimarães. Epidemiologia da doença de Dupuytren e de pacientes submetidos a
fasciectomia seletiva. Rev Bras Ortop 2021;56(4):478–484.
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
História Clinica: Obter informações detalhas sobre a história clinica do paciente
Exame Físico: Examinar a mão afetada, observando qualquer deformidade, inchaço ou
descoloração, força de preensão e sensação tatil
Amplitude de movimento: Medir a amplitude de movimento das articulações
afetadas.
Avaliação da Função: observar como a mão afetada funciona nas atividades diárias, como
pegar objetos, vestir-se e realizar tarefas específicas.
Testes Específicos: avaliar a função da mão em detalhes, testes de destreza, como
pegar objetos pequenos, torcer ou dobrar os dedos.

OBS: Observar e respeitar o limiar de dor do paciente, durante a avaliação!!!


INTERVERÇÃO FISIOTÊRAPEUTICA
OBGETIVOS DA FISIOTERAPIA: MELHORAR A FUNÇÃO DA MÃO, ALIVIAR A DOR
E, EM ALGUNS CASOS, RETARDAR A PROGRESSÃO DA DOENÇA
Melhorar ADM: Aumentar a flexibilidade das articulações afetadas, como os dedos, para
permitir um maior alcance de movimento.
Prevenir Contraturas: Evitar ou minimizar a formação de contraturas nas articulações
afetadas, que são encurtamentos anormais dos tendões e ligamentos
Reduzir a dor: Por meio de técnicas de massagem, terapia manual, calor, gelo e exercícios de
relaxamento.
Melhorar a qualidade de vida: O objetivo final da fisioterapia é melhorar a qualidade de
vida do paciente, permitindo que ele realize suas atividades diárias com maior facilidade e
conforto.
TRATAMENTO CONSERVADOR
Mobolização articular: mobilização passiva para ajudar a manter ou melhorar a amplitude
de movimento das articulações afetadas.
Exercícios Terapêuticos: Esses exercícios visam manter a função da mão e prevenir a
progressão da contratura
Órteses: Pode ser recomendado para evitar a formação de contraturas
Técnicas de Terapia Manual: O fisioterapeuta pode usar técnicas de terapia manual para
melhorar a mobilidade articular, aliviar a dor e reduzir a tensão muscular.

O tratamento conservador é
geralmente indicado quando a
condição está em estágios iniciais ou
quando os sintomas não são graves o
suficiente para justificar intervenções
mais invasivas, como cirurgia.
TRATAMENTO CIRURGICO:
Fasciectomia: É o procedimento cirúrgico mais utilizado
O objetivo é conseguir a correção das
deformidades ocasionadas pelas cordas, que
podem ser ressecadas parcial ou
completamente
indicado para os pacientes que apresentam
uma contratura de 30 graus ou mais na
articulação MF ou 20 graus ou mais na IFP, e
teste de mesa “+”

Figuras. A, Demarcação da incisão na pele. B, Exposição da


corda central. C, Corda central após ressecção. D, Aspecto
MOTTA, Geraldo; BARROS, Tarcísio. ORTOPEDIA E
da palma após ressecção da fáscia doente.
TRAUMATOLOGIA. [S. l.: s. n.], 2018.
TRATAMENTO CIRURGICO
Tipos de incisão. A e B, Incisões em zigue-zague
para um e dois dedos. C, Incisão longitudinal com
pequenos traços angulados para propiciar
alongamento da pele após a extensão do dedo
acometido. D, Incisões transversas, paralelas às
pregas de flexão.

MOTTA, Geraldo; BARROS, Tarcísio. ORTOPEDIA E


TRAUMATOLOGIA. [S. l.: s. n.], 2018.
TRATAMENTO CIRURGICO:
COMPLICAÇÕES:
falha na correção da contratura A recidiva da doença apresenta uma taxa
perda da flexão completa das muito variável na literatura, entre 2% e
articulações acometidas 60%, com média de 33%.
lesão de nervo digital Pode ocorrer no próprio local da
lesão arterial ressecção cirúrgica ou ser uma extensão
necrose do retalho de pele da doença em outro local.
lesão dos tendões flexores É mais comum quando a doença ocorre
hematoma e infecção em pacientes jovens ou acomete a
processos distróficos articulação IFP, após múltiplas cirurgias e
rigidez quando compromete o quinto dedo ou
edema mais de um dedo simultaneamente.
recidiva da doença.
TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO PÓS CIRURGIA:

Controle da dor e inchaço: No período imediatamente após a cirurgia, a fisioterapia pode


ajudar a controlar a dor e o inchaço. Isso pode envolver técnicas como aplicação de gelo,
elevação da mão.
Exercícios de ADM: Esses exercícios são essenciais para evitar a recorrência da contratura e
para recuperar a amplitude de movimento normal.
Exercicios de Fortalecimento: À medida que a mão se recupera, exercícios de fortalecimento
podem ser incorporados para ajudar a melhorar a força muscular, o que é crucial para a função
normal da mão.
Treinamento funcional: Ajuda o paciente a retomar suas atividades diárias
normais. Isso pode incluir treinar a pegada, o uso de ferramentas e utensílios de
cozinha, e outras tarefas específicas que o paciente realiza em sua vida cotidiana.
EXERCÍCIO DE FORTALECIMENTO:
ANTES E DEPOIS DA CIRURGIA:
A-B, Figuras demonstrando o aspecto clínico
pré-operatório.

C-D, Após 6 meses do tratamento

MOTTA, Geraldo; BARROS, Tarcísio. ORTOPEDIA E


TRAUMATOLOGIA. [S. l.: s. n.], 2018.
VIDEO DA PATOLOGIA:
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!

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