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Das suas principais legislações que seriam o ponto de partida para a consagração
legal, nomeadamente a Lei nº 12/15, de 17 de Junho- Lei de Bases das Actividades
Financeiras e a Lei 22/15, de 31 de Agosto, que aprova o Código de Valores
Mobiliários, nada pudemos registar. Na verdade não surpreende, porquanto sistemas
jurídico-financeiros mais evoluídos debatem-se, neste momento, sobre a possibilidade
de sua regulamentação, por exemplo, EUA, Rússia, Alemanha, entre outros países.
Para o caso africano, importa salientar os acesos debates que já têm ocorrido na
sociedade e a nível parlamentar em alguns países como a África do Sul, Nigéria, Gana,
Camarões, Quénia, etc. Outro exemplo mais próximo de Angola, por afinidade, é de
Portugal e Brasil onde investidores nacionais, através de vários seguimentos sociais e
associações profissionais têm exercido “pressão”, com vista a influenciar a agenda
desses assuntos a nível do debate parlamentar e das suas autoridades de regulamentação
e supervisão para sua breve regulamentação.
Portanto, um aspecto comum a dar boa nota entre os países que tomaram a
coragem de abrirem-se ao debate, é não repelir de imediato o novo fenómeno, antes
analisa-lo, diga-se, na perspectiva swótica, ou seja, as forças, fraquezas, as ameaças e
oportunidades que podem dai advir e dinamizar e modernizar os seus sistemas
financeiros nacionais, por exemplo, alguns países pensam em adoptar a blockchain para
os seus bancos centrais, pelas vantagens (segurança, rapidez, baixo custo, etc.) que essa
solução tecnológica garante, nas suas mais diversas operações que permite realizar.
Hipóteses de análise
Entrevista feita ao jurista Jorge de Moura pelo portal de noticias Angola 24 horas
3 - Definir o mercado onde trasanciona-lo (mercado regulamentado ou não
regulamentado).
O ponto 3, resulta do facto dos criptoactivos serem criação de entes, muitos dos quais
sob anonimato e as suas operações realizarem-se nas plataformas digitais que, pela sua
essência, não se sujeitam a uma determinada legislação, o que implicará que as suas
operações decorram nos chamados mercados não regulamentados, oposto aos
regulametados, o que não significa, necessariamente, dizer que os não regulamentados
(mercados e os criptoactivos) sejam ilegais ou irregulares.
O que acontece é, tão somente, não estão previstos por uma lei em concreto. Responde,
a máxima de que o que não é proibido, é permitido, por um lado, por outro, respeita o
princípio da autonomia da vontade das partes contratantes, celebrarem contratos fora
dos padronizados por lei (atípicos ou inominados) e escolher a parte contratual,
conforme o art.405º C.C.
Para além dos investidores directos, existirão aqueles que farão suas aplicações por
meio dos agentes de intermediação financeira, conforme a Lei nº 12/2015 de 17 de
Junho (ainda em vigor e necessitando de incorporar na sua revisão outras realidade mais
evolutivas), no seu Artigo 2° (Definições), 25-«Sociedades correctoras de valores
mobiliários», instituições financeiras que têm como objecto principal as actividades de
recepção e transmissão de ordens por conta de outrem, a execução de ordens por conta
de outrem em mercados regulamentados ou fora deles, a gestão de carteiras
discricionárias e de organismos de investimento colectivo, a consultoria de
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investimentos, o registo, depósito e serviços de guarda, a colocação sem garantia em
ofertas públicas”.
Em suma, no caso angolano, ao não optar por criar uma criptmoeda própria
(centralizada), regularia de forma indirecta o criptoactivo descentralizado e no mercado
não regulamentado, isto é, as operações realizadas pelos intermediários financeiros-
Sociedades Corretoras de Valores Mobiliários ou os bancos comercias utilitários desses
activos financeiros.
De recordar que, esse cenário, só ocorrerá, definindo-se antes a sua natureza jurídica
(valor mobiliário ou não), à luz da Lei dos valores mobiliários, assunto, diga-se,
também discutível entre vários especialistas, para além da necessidade de se rever, o
quanto antes, os diplomas afins na clarificação do entendimento sobre as criptomoedas.
Entrevista feita ao jurista Jorge de Moura pelo portal de noticias Angola 24 horas
capitalização de mercado já aos triliões de dólares, por atrair também investidores
institucionais, quer pelos doze anos da sua consistência funcional ininterrupta, é
oportuno começar-se a estudar e reflectir-se com ciência e não especular sobre o
fenómeno. É um processo evolutivo dos meios de pagamentos, diria, no caso concreto
de Angola, é sair do mzimbu ao libongo, moeda metálica para o papel-moeda, moeda
eletrónica e agora dever-se encaminhar para a digital.
Portanto, é preciso preparar-se para o futuro e não proteger-se do futuro, cada vez mais
presente, ou ainda tentar proibir o que não está sob controlo e nem sequer se tem um
sustentáculo legal para o fazer.
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