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FACULDADE DE DIREITO
Neste sentido, a Constituição Federal expressamente elenca, em seu art. 2º, que: “São
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”. Por conseguinte, os poderes, independentes entre si, recebem suas respectivas
competências, denominadas funções típicas e são condicionados por um sistema de freios e
contrapesos. Apesar da indelegabilidade das atribuições a cada poder, infere-se que a
tripartição não é rígida, mas sim flexível, de modo que estes contam também com funções
atípicas, a fim de que exerçam um controle maior uns sobre os outros.
Sem prejuízo, foi fixado o entendimento jurisprudencial, pela Suprema Corte, que o
Poder Judiciário, no exercício de suas funções, pode excepcionalmente a impor a
"implementação de políticas públicas quando evidenciada proteção deficiente a direitos
fundamentais veiculados na Constituição Federal", conforme exposto na ementa do caso
apresentado.
Analisa-se que o Poder Judiciário não está operando a função típica do Poder
Executivo em implementar e operar políticas públicas, mas, simplesmente, determina a
conduta ativa da Administração Pública a fim de proteger a supremacia da Constituição
Federal, por meio do desempenho do controle de constitucionalidade.
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Tema 220, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, DJe de 1o/2/2016.
No entanto, a implementação de políticas públicas não é uma tarefa simples. Para que
as políticas públicas sejam efetivas, é necessário que haja não apenas uma articulação entre as
diferentes esferas do poder público, mas também entre estas e a sociedade civil. Além disso, é
preciso que o Estado tenha recursos financeiros e humanos suficientes para desenvolver e
implementar essas políticas.
No entanto, é preciso que haja uma gestão eficiente dos recursos públicos para que
seja possível atender às necessidades da população sem comprometer a saúde financeira do
Estado. Da mesma forma, é fundamental que haja um processo transparente de elaboração do
orçamento público, com ampla divulgação das informações e possibilidade de participação da
sociedade civil. Somente assim será possível garantir que as demandas da sociedade sejam
atendidas e que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente.