Entrevista de

desligamento:
passo a passo para uma
demissão humanizada
Sumário

03 - Introdução

05 - Offboarding: a importância de utilizar um modelo de desligamento

08 - O que é entrevista de desligamento?

12 - Hora da Entrevista

17 - Filtrando o que foi coletado na entrevista

21 - Conclusão
Introdução

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O livro “Inteligência emocional – a teoria revolucionária que
redefine o que é ser inteligente”, escrito por Daniel Goleman,
compara a demissão a um divórcio – com efeitos emocionais e
psicológicos bem parecidos. No entanto, com a ajuda de uma
entrevista de desligamento, os efeitos negativos podem ser
amenizados.

Mas por que a empresa deve se preocupar com essa prática?

É importante lembrar que profissionais internos são pessoas
com sentimentos e devem ser tratados com empatia.
Principalmente, quando a demissão é de um colaborador que
trabalha em home office.

Afinal, o distanciamento físico tende a tornar o processo de

demissão mais frio, impessoal e meramente burocrático.
Visando o bem-estar de profissionais que enfrentam uma
demissão, resolvemos produzir esse e-book.

Durante a leitura, ajudaremos as empresas a estruturarem

um offboarding humanizado e responsável. Para isso,
apresentaremos estratégias e técnicas eficientes.

Acompanhe os próximos tópicos!

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Offboarding:
a importância de utilizar
um modelo de desligamento

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Offboarding: a importância de utilizar um modelo de desligamento

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) – 10,08 milhões de
brasileiros e brasileiras estavam sem emprego no 2º
trimestre de 2022.

As startups nacionais e mundiais, por exemplo, atualmente

ajudam a aumentar essa estatística. Por decorrência de
crises de investimentos, elas chegam a demitir em massa
seus colaboradores de forma desestruturada e sem
humanização.

Se uma empresa não pode impedir que um colaborador

interno faça parte desse triste cenário, é possível, pelo
menos, ajudá-lo a enfrentar essa situação. Para isso, existe
o offboarding humanizado - um método de demissão
justo, empático, respeitoso e transparente. Dentre os
objetivos desse conceito, o principal é tornar o processo
demissional menos desgastante - tanto para o profissional
quanto para a empresa.

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Offboarding: a importância de utilizar um modelo de desligamento

Quando o offboarding é executado com maestria, seguindo

um modelo de desligamento, a pessoa demitida pode sair
com uma boa impressão sobre a empresa. Além de adquirir
uma maior confiança para buscar novas oportunidades sem
perder a autoestima.

Não é por acaso que, segundo um estudo apresentado em

um artigo do site da Effectory, 91% das empresas que
constam no célebre ranking da Fortune 500 utilizam a
entrevista de desligamento. Essa é uma das estratégias do
offboarding que falaremos mais nos tópicos seguintes.

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O que é entrevista
de desligamento?

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O que é entrevista de desligamento?

A entrevista de desligamento é um tipo de reunião realizada

com colaboradores que se desligam da empresa por vontade
própria ou não.

Durante a conversa, o objetivo de quem entrevista não deve

ser expor os defeitos e nem formular acusações contra o
colaborador. O ideal é que a entrevista seja como uma despedida
entre duas pessoas que se separam por um tempo, mas que
podem, e até gostariam, de se reencontrar no futuro.

Em outras palavras, o clima da entrevista de desligamento será o

mais amigável possível

assim, a empresa colhe feedbacks sinceros que podem ajudar

na melhoria da cultura interna e das práticas do offboarding.

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O que é entrevista de desligamento?
Passo a passo para a entrevista de desligamento
Para obter todos os efeitos positivos que uma entrevista de
desligamento pode oferecer, a empresa precisa:
1 - Motivo do desligamento
As perguntas visam entender por que o profissional
resolveu sair da empresa. Elas devem ser feitas quando
couber, já que é especificamente para os casos de
demissão voluntária do próprio colaborador. Dentre os
questionamentos, podemos destacar:
• Por que procurou um novo emprego?
• O que levou você a aceitar a nova proposta?
• O que poderíamos ter feito para você permanecer na
nossa equipe?
2 - Planejar a entrevista
A abordagem da pessoa que entrevistará precisa ser
direcionada por meio de um roteiro que abranja:
• O motivo da demissão;
• A imagem da empresa;
• O clima organizacional;
• A opinião do profissional sobre o ambiente de trabalho
trajetória da carreira, relacionamento com gestores e
colegas de equipe, bem como questões que devem ser
aprimoradas na empresa;
• Feedback sobre o desempenho do profissional.
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O que é entrevista de desligamento?
3 - Optar pelo entrevistador adequado
A empresa precisa pensar bem antes de indicar a pessoa
que conduzirá a entrevista de desligamento. Do contrário,
não serão bons os resultados da interação. Mas quem esco-
lher? Depende de algumas circunstâncias internas.
Por exemplo, se o profissional teve problemas com a sua li-
derança, então essa pessoa não seria a mais indicada para
a entrevista. Por outro lado, optar por alguém que não co-
nhece nada a respeito do colaborador pode impedir uma
conexão emocional durante a conversa ou causar desen-
tendimentos.
O ideal é que a pessoa que conduzirá a entrevista seja
alguém que conheça o perfil e o trabalho do profissional.
Talvez da mesma equipe. Se essa pessoa for respeitada e
apreciada pelo colaborador, melhor ainda.
4 - Escutar com empatia
O entrevistador talvez queira cumprir com rapidez todas
as orientações do roteiro. Porém, o melhor a fazer é evitar
um possível “sermão” e escutar com atenção tudo o que o
Nesse momento, a linguagem corporal e a expressão facial
do entrevistador devem demonstrar paciência e empatia.
Desse modo, o colaborador se sentirá mais à vontade para
expor seus sentimentos e observações sobre a empresa.
Quanto maior for a sinceridade do entrevistado, mais fácil
será para o entrevistador desfazer mal entendidos, dar o
apoio emocional adequado e reforçar o desejo da empresa
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Hora da
Entrevista

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12
Hora da entrevista

Chega o momento da entrevista de desligamento. Logo no início,

pode ser que os olhares e os gestos do colaborador, bem como
Esses
minutos iniciais são cruciais para o ritmo de toda a conversa.

Sem dúvidas, um entrevistador bem preparado e pautado nas

técnicas de humanização do offboarding, saberá desarmar esse
ambiente pesado. A seguir, damos algumas sugestões para o
sucesso de uma entrevista de desligamento.

Quais perguntas fazer?

Na entrevista de desligamento, não existe espaço para perguntas

mal formuladas,
na defensiva. Por isso, como dito, é preciso seguir um roteiro
pré-planejado. Os questionamentos podem ser divididos em três
grupos principais.

Vejamos cada um deles.

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Hora da entrevista
1 - Motivo do desligamento
As perguntas visam entender por que o profissional
resolveu sair da empresa. Elas devem ser feitas quando
couber, já que é especificamente para os casos de
demissão voluntária do próprio colaborador. Dentre os
questionamentos, podemos destacar:
• Por que procurou um novo emprego?
• O que levou você a aceitar a nova proposta?
• O que poderíamos ter feito para você permanecer na
nossa equipe?
2 - Ambiente de trabalho
Esse grupo de perguntas são focadas na visão que o
profissional teve ao trabalhar na empresa.
Por exemplo:
• A organização atendeu às expectativas que você tinha
antes da sua admissão?
• Acredita que cresceu profissionalmente na organização?
• Você teve o suporte de materiais, de conhecimento
técnico e de gestores nos momentos que precisou?
• O que achou do plano de carreira? Encontrou dificuldades
em receber promoções internas?
• Os programas de treinamentos oferecidos pela empresa
foram adequados e eficientes?
• As atividades que exercia estavam de acordo com a
descrição do cargo feita no processo seletivo?
• O fluxo dos processos que envolviam as suas atividades
era eficiente e organizado?
• O que você achou do pacote de benefícios? Tem alguma
sugestão de melhora?
• A equipe de Recursos Humanos te atendeu bem quando
precisou de algum suporte ou ajuda?
• Você se sentiu motivado em sua rotina de trabalho?
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Hora da entrevista
3 - Coleta de feedback
Agora, as perguntas são direcionadas para a coleta de
feedbacks importantes para a empresa. Entre esse tipo de
questionamento, temos:
• O que sua liderança poderia ter feito melhor?
• Quais estratégias a empresa poderia adotar para aprimorar
as práticas internas?
• Recebeu feedback para ajudar a melhorar seu
desempenho?
• Consideraria voltar a trabalhar aqui no futuro? Em que área
ou função?
• Você tem algum outro problema, sugestão ou comentário
que gostaria de abordar?
• Se você pudesse falar algo sobre a empresa para um
Como tornar esse momento mais humanizado
presencialmente ou a distância?
Entre tantos termos que poderíamos utilizar para definir
uma entrevista de desligamento humanizada, o melhor
seria: acolher. O profissional precisa sentir que a empresa
realmente sabe que esse é um momento desafiador e que
deseja muito ajudá-lo.
Para que isso aconteça, a empresa pode inserir no
programa de treinamento interno algumas aulas de
inteligência emocional para que as pessoas selecionadas
para esse tipo de entrevista tenham as técnicas e
conhecimentos necessários.
Por exemplo, profissionais que conduzem as entrevistas
podem ser ensinados a se perguntar:
• Como eu me sentiria se estivesse no lugar dessa pessoa?
• Qual é o contexto de vida dessa pessoa: casada, com
filhos pequenos, mora sozinha etc.?
• As pessoas que perdem o emprego estão enfrentando
quais desafios atualmente?
• Como posso ajudar esse colaborador a se sentir mais
confiante?
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Hora da entrevista

Além disso, a criação de uma cultura interna que estimule

o trabalho em equipe,
respeito pelo próximo, ajuda na disseminação da empatia em
todas as esferas do negócio.

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Filtrando o que
foi coletado na
entrevista

17
17
Filtrando o que foi coletado na entrevista

As respostas dos questionamentos são feedbacks valiosos

que devem ser catalogados, armazenados e analisados em
reuniões feitas pela liderança. Outro benefício desse material
é a possibilidade de inserir indicadores de desempenho (KPIs)
em processos que precisam ser melhorados.

A seguir, mostramos como estruturar essas informações e

aplicá-las em algumas práticas importantes para a empresa.

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Filtrando o que foi coletado na entrevista
Aplicando mudanças
Para que os dados vindos da entrevista de desligamento
sejam aplicados na empresa, é necessário ter uma política
estruturada de feedbacks. Essa prática envolve, entre
outras coisas, a criação de um comitê interno que analisa,
escolhe e envia as melhores propostas para os líderes da
empresa.
Esse comitê pode ser formado por alguns profissionais do
RH. Mas como escolher os feedbacks? Com a ajuda de uma
ferramenta virtual é possível reconhecer os feedbacks mais
recorrentes nas entrevistas. E por que dar atenção ao fator
recorrência?
Ora, se vários profissionais apontaram negativamente para
a mesma questão, é sinal de que algo precisa ser
modificado, concorda? Além disso, é possível também
utilizar uma pesquisa de clima organizacional.
Com esses feedbacks e os dados das pesquisas em mãos,
os líderes terão embasamento para as suas considerações,
propondo ações mais assertivas.
Melhorando o clima organizacional
Durante uma entrevista de demissão, quem entrevista deve
ficar especialmente atento aos aspectos negativos citados
que influenciam no clima organizacional. Por exemplo,
atitudes preconceituosas, assédio moral ou sexual, conflitos
ocasionados por sentimentos de inveja entre as equipes
etc.
Vale lembrar que um ambiente interno ruim gera uma
espécie de efeito dominó, pois impacta também na
produtividade, satisfação, felicidade e engajamento dos
colaboradores.
Procure também manter uma cultura organizacional aberta
e receptiva, para que o RH possa receber insumos de
melhorias, evitando coletar essa informação apenas no
processo demissional. Dessa forma, é possível, inclusive,
trabalhar a relação com um colaborador que gostaria de
permanecer e contribuir com a empresa.
Portanto, o melhor a fazer é usar feedbacks negativos para
construir um bom clima organizacional voltado para a
diversidade e a humanização.
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Filtrando o que foi coletado na entrevista

Investindo em qualificação Reduzindo o turnover

Talvez a empresa descubra que os profissionais que saíram
voluntariamente tinham queixas a respeito do programa
interno de treinamento e qualificação. Seja por causa do
baixo nível do conhecimento oferecido ou pela falta de
aulas mais interativas e interessantes.
Nesse caso, os entrevistadores podem pedir sugestões
para elevar o nível da aprendizagem interna. Em seguida,
a liderança deve considerar a implantação de modelos
diferentes de treinamento, como:
• Gamificação;
• Atividades experienciais;
• Dinâmicas em grupo etc.
As respostas da entrevista de demissão podem revelar
também o motivo do alto índice de rotatividade ou
turnover. Sendo assim, a empresa consegue construir uma
melhor employee experience (experiência do colaborador),
elevando a atração e a permanência dos talentos
profissionais.
Por que se preocupar com o turnover? Uma empresa que
perde constantemente profissionais têm prejuízos na
qualidade dos serviços e no custo dos processos seletivos.
Além disso, a saída frequente de colaboradores pesa na
marca empregadora da organização.

É importante ressaltar que o investimento em programas

de treinamento sempre gera um bom retorno para a
empresa. Isso acontece tanto na produtividade dos times,
quanto na qualidade das demandas e na lucratividade do
negócio.

20
Conclusão

21
21
Conclusão

Vivemos na era da transformação digital e da disrupção do

modelo tradicional de trabalho. Nesse ambiente repleto de
tecnologias e que promove o distanciamento das equipes,
humanização dos processos internos deve ser a regra nasa
empresas.

Neste e-book, vimos que uma das práticas mais nobres é

implantar uma entrevista de desligamento humanizada. Para
isso, os entrevistadores precisam usar mais do que técnicas e
tecnologias, e sim, sentimentos e o coração.

da carreira ou uma prova de que fracassou, mas como uma

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