Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
» AMPUTAÇÃO
- Nem sempre uma amputação pode ser protetizada (às vezes não é possível a utilização de
próteses).
» Tipos de Próteses
1. Imediata/Temporária:
- Tem que haver concordância entre: cirurgião, fisiatra e fisioterapeuta;
- Barata e de fácil execução;
- Encaixe: sofre alterações semanalmente (coto vai perdendo volume);
- Duração: cerca de 4 semanas;
- Ajuda na:
- Manutenção da morfologia do coto;
- Redução do edema;
- Verticalização do paciente;
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
2. Intermédia/Provisória
- Mesmos componentes da definitiva;
- Mais funcionais, mais caras e mais leves;
- Sem componente estética;
- Duração: 2 a 6 meses.
- Provisória devido aos encaixes: vão sendo alterados de acordo com o volume do
coto, com adaptação à locomoção e ao pé protético. Quando não é mais preciso
alteração: prótese definitiva.
3. Definitiva
- Todos os componentes da prótese intermédia (excepção: encaixe);
- Cuidado estético definitivo;
- Duração: pelo menos 2 anos.
» Níveis de Amputação
Em todos os casos: ser o mais conservador possível -> a amputação deve se o mais distal
possível. (Quanto mais proximal, menor são os resultados a nível funcional).
1. Níveis de amputação do pé
d. Desarticulação do joelho:
- Pouco utilizada e aconselhada;
- Nível inferior à articulação da perna sã;
- Técnico ortoprotésico: vai descolar o joelho protésico em relação ao joelho são -
prótese pouco estética e pouco funcional a subir e descer escadas e/ou rampas.
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
4. Desarticulação da anca
- 5 Cm abaixo do grande trocânter;
- Pouca mobilidade;
- Zona de apoio principal: isquio e massa da região pélvica.
5. Hemipelvectomia:
- Zona de apoio (única): massa da região pélvica;
- Descarga: na cavidade abdominal;
- Mais devido a causas neoplásicas (necessidade de retirar ossos da bacia) -> Extracção
de metade da anca.
De acordo com:
- Funcionalidade; Classificação pela MOBIS -> tem que se adaptar a prótese
- Peso. à pessoa (Ex: sedentário vs atleta)
- Encaixe;
- Estrutura tebular;
- Pé/joelho protético.
» Equipa Multidisciplinar:
- Cirurgião;
- Enfermeiro (pós-operatório);
- Fisioterapeuta (intervenção nas primeiras 48h pós-amputação);
- Psicólogo (em caso de depressão) ou neurologista;
- Serviço social (no caso da existência de barreiras arquitectónicas ou problemas
económicos);
- Terapeuta Ocupacional (++ no membro superior): trabalha na função;
- Técnico ortoprotésico: construção, encaixe, alinhamento (fundamental para
controlar o gasto de energia).
1. Pé Fixo
- Conjunto pé-tornozelo: fixo
- Movimentos da tíbio-társica: simulados pelo pé (constituído por materiais de
diferentes capacidades compressivas).
2. Pé articulado (pesado)
- Antigamente: apenas movimentos de flexão plantar/dorsal;
- Actualmente: movimentos multiplanares -> pelas diferentes compressibilidades
que constituem o pé.
- Mais manutenção superior: o doente caminha mais (a prótese adapta-se a
diferentes percursos).
b. Multiflex C-walk
- Movimento suave sobre o pé;
- Resposta dinâmica;
- Adapta-se a diferentes velocidades de marcha;
- Boa absorção do impacto;
- Adaptação a superfícies irregulares;
- Excelente capacidade de libertação de energia dinâmica.
» Interfaces
- Revestimentos colocados sobre a pele;
- A fricção passa a ocorrer entre a parede externa do coto e a parede interna do
interface (revestimento).
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
- Tipos:
- Borracha e couro;
- Pelyte (espuma leve de polietileno);
- Silicone;
- Termoplástico Alpha;
- Poliuretano Tec (o melhor);
- Meia de coto: nylon, lã e silicone.
Duração: 5 anos;
Garantia: 3 meses (logo, só com o coto estabilizado e amadurecido é que se devem
recomendar).
» Estruturas Tubulares
- Peso do indivíduo e material escolhido:
Até 80kg: alumínio, aço, titânio, carbono;
Entre 80 e 100 kg: aço, titânio e carbono;
Entre 100 e 120 kg: só carbono de 35 mm;
> 120 Kg: não há garantia que possa ser executada.
A prótese não pode diminuir o ângulo de flexão do joelho. Logo, o bordo tem
que ser posteriorizado.
Se causa vascular: outro tipo de suspensão -> sucção/semi-sucção provoca pressão negativa
- Tipos de Encaixes
Encaixe Custom TEC: Pressão entre o coto e o encaixe -> permite a entrada de ar (aumenta a
pressão), mas não em excesso; circulação do sangue.
Mangas de silicone: Diferentes tamanhos -> distribui-se muito bem pelo corpo de cada um.
- Na parte terminal do encaixe: suspensão por pino
- Parafuso vulcanizado com a manga: ligação correcta e segura (semelhante aos botões em
mola)
- Só pode ser utilizada nas interfaces em silicone e poliuretano.
» Amputações Transfemurais
- Joelhos Protésicos
Fase de Apoio: segurança do joelho é fundamental -> não pode flectir no momento do
contacto do calcanhar com o solo;
1. Eixo
- Simples: monocêntrico (flexão/extensão);
- Múltiplo: 4 barras -> policêntrico.
1. Quadrangular – [transversal]
- Achata os flexores e extensores;
- Liberta adutores e abdutores;
- Está a cair em desuso - mais raro;
- Não permite uma boa estabilização do encaixe na região pélvica.
2. CAT-CAM [longitudinal]
- É o mais atual;
- Melhor distribuição de pressões -> melhor forma anatómica.
- Respeita mais o formato da coxa (estática e dinamicamente)
Fémur: próximo da parede lateral -> quase até à crista ilíaca (abrange mais área do
que o anterior)
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
- Ísquion: apoia-se internamente num rebordo do encaixe -> menor oscilação (já não
há fricção nos tendões dos adutores).
3. Contenção Isquiática
- Há uma depressão onde o Ísquion de apoio totalmente (devido às queixas de
suspensão durante a marcha).
» IMPORTANTE [EXAME]:
1. Por sucção
- Mais utilizado;
- Possui uma válvula que evita a entrada de ar no encaixe;
2. Por semi-sucção:
- Comum nos diabéticos – porque o volume do coto pode variar ao longo do dia;
- Possui uma válvula que permite:
- Saída de ar durante a fase de apoio;
- Entrada de ar na fase pendular.
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
3. Através de um cinto
- Flexível: possui um ponto fixo ao nível do trocânter prendendo na frente do encaixe;
- Pélvico: articulação mecânica ao nível da anca.
» Desarticulação da anca
- Próteses:
- Fixadas ao cinto pélvico através de uma base de laminação (vão ligar-se ao
resto da prótese);
- Monocêntricas;
- Amputação unilateral: prótese assume-se como um membro que assiste o membro são e
que dá possibilidades de obter um bom desempenho;
1. Próteses Funcionais
d. Próteses Híbridas
- Dois sistemas:
- Eléctrico; - Mecânico.
2. Articulações intersegmentares:
- Ombro: movimentos em dois planos;
- Cotovelo: movimento de flexão/extensão.
3. Peças distais:
- Terminal passivo: mão adaptada para determinada função;
- Terminal ativo: mão articulada com uma pinça bi ou tridigital.
» Alinhamento
- Dinâmico: marcha, AVD’s
- Estático.
» O Coto de Amputação
- Novo membro: controlo da prótese durante a posição ortostática e deambulação.
Para isso:
1. Nível adequado: para ter condições de almofadamento e boa protetização
- Nem sempre é o mais longo.
» Coto funcional:
- Indolor; - Recoberto de pele sã, bem vascularizada;
- Bem formado (tronco cónico); - Cicatriz bem localizada (posterior).
- Sem saliências ósseas, aderências;
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
» Cotos Patológicos:
1. Defeituosos;
2. Dolorosos.
1. Cotos Defeituosos
- Defeitos mais frequentes:
a. Defeitos na Cicatriz
- Má posição;
- Desunião e contracção da cicatriz;
- Cicatriz viciosa.
b. Atitudes viciosas
- Flexum do joelho;
- Flexum-abductum da anca.
Nota: Flexum pela postura e pelo desequilíbrio a nível muscular.
» Terapeuta previne as atitudes viciosas: conselhos e programas de
reeducação.
c.Edema do Coto:
- Ligadura
2. Cotos Dolorosos
a. Danos nas Partes Moles
- Ulcerações:
- Hipersudação;
- Eczemas e alergias (tintura de Benjoin).
b. Nevroma de amputação;
c. Ressonância Algica do Membro Fantasma.
1. Tratamento Médico
- Tratamentos medicamentosos (antálgicos, anti-inflamatórios, tranquilizantes)
- Tratamentos da fisioterapia (ultrassons, electroterapia antálgica, procedimentos
para a normalização da sensibilidade) – para membros fantasmas.
2. Tratamento Cirúrgico
- Se falta de massa muscular: osteomioplastia correctiva;
- Resseccionar as exóstoses e recobrir correctamente o periósteo;
- Resseccionar o nevroma (ou alcoolização sobre o ponto doloroso);
- Cirurgia plástica das cicatrizes (se necessário);
- Intervenção sobre o sistema simpático.
3. Apoio Psicológico
» Reeducação de Amputados
- Nunca deve ser “standardizada”.
- Prevenção, correcção das atitudes viciosas;
- Recuperação de uma boa estabilidade estática e dinâmica;
- Aquisição rápida de autonomia e da independência;
- Melhoramento do rendimento energético da marcha e das atividades da vida diária.
1. Pós-Operatório Imediato
- Tratamento: o mais cedo possível, 2º dia pós-cirurgia;
- Termina: 3ª ou 4ª semana – depende das condições físicas e psicológicas do amputado.
Cinesioterapia respiratória;
Electroterapia antálgica;
Mobilidade na cama;
Mobilização articular e alongamentos;
2º ou 3º dia pós-cirurgia: levantes por longos períodos;
Se amputação transtibial: extensão passiva do joelho;
Se amputação transfemural: extensão e adução da anca.
Edema: preveni-lo ou diminui-lo (de acordo com o caso e fase):
2. Pós-Operatório Secundário
- Tratamento: inicia-se no fim da 3ª semana ou durante a 4ª pós-cirurgia;
- Coincide com a protetização provisória.
Mobilização activa do membro inferior são:
- No início: global;
- Depois: articulação por articulação;
Mobilização activa do coto;
Mobilização activa dos membros superiores;
Fisioterapia Respiratória;
Treino com prótese (logo que possível);
Marcha em terreno acidentado.
» Problemas da Equipa:
- Técnica de fabricação;
- Adaptação mecânica do material;
- Treino do amputado;
- Cuidados colocados pela evolução do coto.
Reeducação pós-protetização
1. Treino dentro das barras paralelas com o apoio de ambos os lados
- Ensinar a calçar/descalçar a prótese;
- Verificar: [com a ajuda do Técnico Ortoprotésico]
- Altura; - Alinhamentos;
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
2. Treino dentro das barras paralelas com o apoio do lado oposto à amputação
- Proceder como no ponto anterior;
- Treinar o equilíbrio com duas canadianas.
Causas Vasculares
Treino ao Esforço
- Precoce;
- Norteado por uma visão holística do indivíduo (atenção aos sistemas
e a sua inter-relação)
Desenho do programa:
1. Funcionais;
2. Cardiocirculatórias e hemodinâmicas loco-regionais;
3. Bio-energéticos.
1- Critérios Funcionais
o Distâncias de Marcha
- Ter em atenção:
- Estado geral do paciente;
- Estado vascular do membro contra-lateral;
- Dor relacionada com a protetização;
- Vontade/motivação do paciente
o Quantidade de Trabalho
- Dos Membros Superiores:
Q = P x T x 100/16,35
Q= Quantidade de Trabalho
P = Potência
T= Tempo de trabalho
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
o Tensão Arterial;
o Estudo das Condições Circulatórias Locais
- Índice da tensão sistólica;
- Medição transcutânea da pressão parcial de oxigénio (TcPO2) ao nível
do pé e ao nível da loca antero-externa do coto da perna.
3- Critérios Bio-energéticos
- Medição do VO2 em esforço – fornece dados sobre as reservas energéticas
disponíveis no caso de doentes e as suas possibilidades de adaptação ao esforço.
Sequência de Activação
1. Amputado de pé ou sentado;
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
4.Oscilação ântero-posterior
- Posição inicial: igual à anterior;
- Transferir o peso – equilibrar-se sobre o membro não
amputado;
- Oscilar a prótese para a frente e para trás;
- Voltar à posição inicial:
- Transferir o peso – equilibrar-se
sobre a prótese;
- Oscilar o membro não amputado ântero-
posteriormente.
- Repetir a sequência.
5.Abdução e Adução
Fisioterapia Cardiorrespiratória III
8.2. Passo: Mesmas operações, com excepção do amputado flectir a anca e o joelho
o suficiente para elevar a ponta dos pés do chão (cerca de 2,5cm).
9. Transferir o peso do corpo em posição de passada
- Posição:
- De pé;
- Tacão da prótese: 5 a 10cm à frente da ponta do sapato do lado não
amputado.
- Mover a pélvis para a frente – para transferir o peso do corpo sobre a prótese;
- Extensão da anca – manter o joelho em extensão;
- Deixar flectir o joelho não amputado;
- Transferir o peso do corpo posteriormente e voltar à posição inicial;
- Repetir o exercício – Mas, colocar o pé não amputado à frente.
- Deixar flectir o joelho protético conservando a ponta do sapato em
contacto com o chão.
- Posição:
- De pé;
- Tacão da prótese: 5 a 10cm à frente da ponta do sapato do lado não
amputado.
- Transferir o peso do corpo sobre a prótese;
- Oscilar o membro não amputado para a frente – dar com ele um passo;
- Transferir o peso do corpo sobre a prótese;
- Oscilar o membro não amputado para a frente - dar com ele um passo;
- Transferir o peso do corpo sobre o membro não amputado;
- Voltar à posição inicial;
- Repetir o exercício – Mas, colocar o membro não amputado à frente;
- Oscilar a prótese para a frente – dar um passo com ele;
- Usar a flexão da anca do lado amputado, o menos possível.
- Posição:
- De pé;
- Tacão da prótese: 5 a 10cm à frente da ponta do sapato do lado não
amputado.
- Transferir o peso do corpo para a frente sobre a prótese;
- Depois: transferir para trás sobre o membro não amputado;
- Transferir de novo o peso do corpo para a frente sobre a prótese;
- Oscilar à frente o membro não amputado – colocar o sapato à frente do da prótese.
- Transferir o peso do corpo para a frente sobre o membro não amputado;
- Depois: transferir para trás sobre a prótese;
- Transferir de novo o peso do corpo para a frente sobre o membro não amputado;
- Oscilar à frente a prótese – colocar o sapato à frente do membro não amputado.
- Repetir o exercício – transferir o peso para a frente até quase perder o equilíbrio na
direcção anterior;
- Nesse altura: recuperar o equilíbrio – dar rapidamente um passo à frente com o pé
não amputado.
PAGINA 35