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Redes de Alianças

Estratégicas
Material Teórico
Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Lino Caetano Ibanhe

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

• Introdução
• Os Humanos Nômades
• Grupos Humanos Estabelecidos
em Lugares Fixos
• Civilizações Hidráulicas
• Estratégias Sociais
• Diversidade
• As Grandes Viagens
• Rainha das Estratégias
• Estratégia De Guerra
• Variações das Estratégias Comerciais
e de Guerras
• Pensamento Sistêmico e Intenção Estratégica
• Panoramas de Mercados
de Atuação Industrial

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· A origem das alianças estratégicas;
· A organização dos diversos povos antigos em grupos sociais;
· A influência dos inventos humanos nas intenções e elaboração.
· Estratégias.

ORIENTAÇÕES
Esta nossa Unidade de estudo, tenho certeza, será muito esclarecedora em
vários aspectos históricos e práticos de nossas vidas. Assim, é de fundamental
importância que prestemos toda atenção aos materiais de leitura contidos na
Unidade, bem como tudo que for sugerido para pesquisa e leitura extras.

Hoje, o acesso a materiais de pesquisas, sejam eles dados históricos antigos


de qualquer natureza, sejam fatos atuais ocorridos com pessoas ou entidades,
é muito fácil.

Por isso peço, meus caros(as) alunos(as), que pesquisem, leiam e se informem.

Só o que você sabe é seu!


UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

Contextualização
Hoje, quando estamos no conforto dos nossos lares, dentro dos nossos escritórios
de trabalho ou de shoppings nos finais de semana nos divertindo, não imaginamos
ou não sabemos por quais processos evolutivos a Humanidade teve de passar para
chegarmos até aqui.

O que vemos? O que temos de informação sobre nossos ancestrais?

Fonte : iStock/Getty Images

Neste estágio de evolução que vemos, o que estão fazendo? O que fizeram e o
que irão fazer depois da cena que estamos vendo?

Todos esses questionamentos servirão de diretriz, de caminho, digamos assim,


para o estudo desta Unidade.

A formação de estratégias, bem como suas intenções ao serem criadas,


elaboradas e usadas por nós, humanos, devem-se ao fato de a Humanidade evoluir
em vários quesitos: complexidade, vontades, valores, tecnologia e estrutura social.

O que houve com a Humanidade entre a primeira e a segunda imagem?

Quais estratégias de sobrevivência, comercial ou social eram aplicadas ou usadas


num momento e em outro?

Assim, convidamos vocês para um mergulho, para tentarmos descobrir.

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Introdução
Hoje, quando assistimos a um programa que mostra a savana africana e seus
milhares de animais selvagens lutando pela sobrevivência, não imaginamos que
nós, humanos, já nos comportamos dessa mesma maneira, simplesmente para nos
mantermos vivos.

Quando nós nos vemos hoje em dia, vivendo como vivemos, cercados de
conforto, das inúmeras tecnologias disponíveis, incluídos ou não numa certa
hierarquia social, não pensamos ou até mesmo deletamos que, no fundo da mais
pura razão e lógica, Não Passamos Também De Animais. Hoje, civilizados e
domesticados, mas animais.

Nesta Unidade, estudaremos em parte a evolução sociocultural da Humanidade


e com isso entraremos de fato nos estudos das intenções de Estratégia, que nada
mais são do que entendimento dos métodos e procedimentos que a Humanidade
teve de desenvolver e aplicar no seu cotidiano, ou seja, no seu dia a dia, para
continuar sobrevivendo.

Os Humanos Nômades
Coletores e Caçadores
Vocês sabiam que se considerarmos o tempo de evolução do Planeta Terra num
período de 24 horas, os humanos apareceram somente no último segundo do
último minuto da última hora?

Ou seja, somos A Coisa mais nova que existe no Planeta. Usei a palavra coisa
somente no sentido literal, porque somos a única raça de animal com consciência
e inteligência que existe.

Assim, para não perdemos muito tempo estudando a origem da vida na Terra
ou a Teoria da Evolução, desenvolvida por Charles Darwin, vamos começar nossos
estudos a partir do ponto em que a Humanidade começou a se organizar em
grupos de coletores e caçadores.

Neste ponto da evolução humana, os homens que habitavam esse período viviam
realmente como animais, apesar de que, como dissemos em nossa Introdução,
quando assistimos a um programa documentário de animais selvagens na África,
como bandos de leões, por exemplo, não nos lembramos de que nós, humanos
fazíamos exatamente o que os leões ainda hoje fazem.

Mas do que estamos falando exatamente?

A Estratégia De Sobrevivência dos leões é seguir os animais que migram em


busca de alimento. Nos períodos de seca, em determinadas regiões da África,

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

milhares e milhares de animais como, por exemplo, gnus, gazelas e búfalos


começam uma jornada em busca de lugares com pastos verdes. Só para ilustrar,
isso também é uma Estratégia De Sobrevivência dos animais herbívoros.

Qual o procedimento estratégico que os leões adotam?

Começam a seguir estes animais, e por serem eles, os leões, animais carnívoros, en-
contram uma rica fonte de alimentos e, principalmente, uma fonte mais fácil de caça.

Pense neste ditado popular: Todas as manhãs a gazela tem de correr para não ser comida
Explor

pelo leão. Mas também, todas as manhãs, o leão tem de correr para caçar a gazela, porque
se não ele morrerá de fome.
Agora pense também para qual dos dois animais o alimento está mais fácil? Para a gazela,
que tem de fugir do leão, mortal para ela, mas cujo alimento, a grama, está ali parada? Ou
para o leão, que tem de correr muito para conseguir capturar uma gazela?
Podemos traçar um paralelo para nossas vidas também com este pensamento e pensarmos
qual Estratégia De Sobrevivência usaremos ou já usamos em nossas vidas.

Tivemos de explicar com esse exemplo para nos posicionarmos e melhorar o


entendimento sobre os humanos nômades coletores e caçadores.

Há mais ou menos 12.000-10.000 anos atrás, os humanos não organizados em


grupos sociais com hierarquias definidas eram como bandos de leões, nos quais o
mais forte era o líder.

E o termo nômade remete a quê?

Nômade quer dizer grupo itinerante, ou seja, ficavam andando de lugar em lugar
atrás de vegetais para coletar (coletores) e de animais para caçar (caçadores).

Há 12.000-10.000 anos atrás, a Humanidade ainda não praticava a Agricultura


e ainda não havia domesticado animais; por essa razão é que saíam vagando e
andando de região em região à procura de alimentos.

E quando chegavam a um lugar onde encontravam o que coletar e o que caçar,


ali se fixavam em moradias temporárias, que eram as cavernas (lembram-se da
imagem no início de nossa unidade?) e assim coletavam, caçavam e comiam tudo
que podiam no momento, não deixando ou armazenando nada para depois, pois
ainda também não tinham esse conhecimento.

Você Sabia? Importante!

Você sabia que a Natureza desenvolveu uma Estratégia De Sobrevivência para o corpo
chamada Metabolismo? O objetivo dessa estratégia é manter reservas em forma de
gordura para o corpo humano, para quando não tivermos o que comer
(ver em Wikipédia – Metabolismo).

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Grupos Humanos Estabelecidos
em Lugares Fixos
Entre 8.000-6.500 anos atrás, começamos a ter conhecimento de grupos
humanos que iniciaram a formação de povoados. Poucos grupos humanos
começaram a se fixar em determinadas regiões do Planeta, principalmente onde
havia água.

Dessa forma, os primeiros registros de grupos humanos organizados em socieda-


des, que chamamos de Civilização, foram encontrados no Oriente Médio Próximo.

Iniciou-se aí o domínio das técnicas de Agricultura e, assim, os grupos deixaram


de ser nômades e coletores e se fixaram em regiões nas quais era possível aplicar
essas novas técnicas.

A primeira região do mundo para onde esses grupos migraram foi a Mesopotâ-
mia, por um único e simples fator: a região era abundante em água. Sem água, não
há agricultura, não há criação de animais e, portanto, não há vida.

Mapa antigo da Mesopotâmia – delta entre os rios Tigre e Eufrates


Fonte: Wikimedia Commons

Para sermos mais exatos e precisos, estes povoados se iniciaram na região entre
os rios Tigre e Eufrates. E isso não foi à toa, pois, como dissemos, a vida precisa
de água. A Mesopotâmia é hoje onde se localiza o Iraque e a Síria.

E ainda na pré-História, diversos grupos que antes eram nômades migraram


para esta região; primeiro em busca de água e, com o passar do tempo, foram
se organizando socialmente e iniciaram o desenvolvimento de várias técnicas de
agricultura e criação de animais.

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

Com o desenvolvimento cada vez mais acelerado das técnicas de agricultura


e com isso a chegada de cada vez mais indivíduos para se fixarem na área, foi
necessário o início da adoção da estratégia de começarem o desenvolvimento de
técnicas de construção.

Deram início, então, à construção de obras de irrigação (muros de contenção,


canais, valas, diques) trazendo água dos dois rios da região, para incrementar
cada vez mais e aumentar a eficiência da produção de alimentos e da criação dos
animais, alguns já domesticados.

Campo de cultura de povos antigos


Fonte: iStock/Getty Images

Pastor de ovelhas povos antigos


Fonte: iStock/Getty Images

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Civilizações Hidráulicas
A Necessidade do Controle das Águas – Estratégia Tecnológica
Com o passar dos séculos, cada vez mais a Humanidade percebeu que o controle
e a exploração dos recursos naturais traria o fornecimento de quase tudo que fosse
necessário para sua sobrevivência e prosperidade.

Importante! Importante!

A expressão civilizações hidráulicas se refere às civilizações antigas da Mesopotâmia e


do Egito e está relacionada ao sistema concebido por Karl August Wittfogel da hipótese
causal hidráulica e do modo de produção asiático, que é baseado na teoria marxista.
Essa hipótese explicaria a organização social e econômica dessas civilizações com base
em sua dependência econômica dos rios que as margeavam, o Tigre e o Eufrates para a
Mesopotâmia, e o Nilo para o Egito.
Para Wittfogel, trabalhos de irrigação eram necessários para conter e administrar
as cheias sazonais desses rios, tornando as terras próprias para a agricultura, e sua
complexidade explicaria um estado de servidão da imensa maioria da população.
Para controlar e administrar esse trabalho do povo, bem como a distribuição dos
excedentes agrícolas, seria necessário, por sua vez, uma forte centralização de governo.
Essa centralização, o despotismo oriental, teria se dado a princípio em torno dos templos,
e depois dos palácios reais.

Zigurate de Ur (reconstruído), construção grandiosa que representaria o


“poder despótico oriental”.
Fonte: Wikimedia Commons

Válida a princípio para as civilizações mesopotâmica e egípcia, essa teoria também foi
usada para explicar outras sociedades que cresceram em torno de grandes rios, como a
China, com os rios Amarelo e Yang-Tsé, e a Índia, com os rios Indo e Ganges.
A teoria da hipótese causal hidráulica de Wittfogel apareceu em 1957, no livro Oriental
Despotism: A Comparative Study of Total Power, e até hoje aparece nos manuais didáticos
de história como o fator que explica o desenvolvimento das sociedades antigas do
Oriente Médio
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Civilizações_Hidráulicas

E assim, por meio do controle dos recursos naturais, principalmente a água,


esses povos se desenvolveram muito rápido, surgindo a necessidade de outras
organizações e também de novas Estratégias Sociais.

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

Estratégias Sociais
A Organização dos Grupos por Classes e Hierarquia Social
Para que os Estados – e será como passaremos a chamar os grupos a partir
de agora – conseguissem construir e manter a infraestrutura que já então se fazia
necessária para a manutenção das cidades, eles começaram a desenvolver e formar
políticas e regras, tornando-se Estados Centralizadores com exércitos (militares),
capazes de organizar e comandar os homens, forçando-os a trabalhos de construção
e manutenção dos sistemas de irrigação, e também a trabalhos nas lavouras.

Estas Estratégias Sociais foram responsáveis, e porque não dizer que ainda hoje
são, pela sobrevivência de todas as cidades recém-formadas e, por consequência,
de todos os integrantes/cidadãos, bem como pela manutenção de uma elite política
que era dona do poder e das terras.

Diversidade
Aparecimento das diferentes características entre os Povos
Como visto, os diversos grupos humanos, fixando-se em diversos lugares ao
redor da Terra, promoveram o aparecimento de diversos Estados e cada Estado, por
sua vez, criou e desenvolveu características, valores, técnicas e produtos próprios
e particulares a cada um.

E podemos dizer, ainda, que a somatória disso tudo criou as diversas culturas que
hoje vemos ao redor do mundo.

Essa diversidade, essas diferentes culturas entre os vários grupos humanos,


dos Estados foi o gatilho que disparou o início de uma grande mudança de
comportamento dos humanos ao redor do globo terrestre.

Antes das formações dos aglomerados humanos – as cidades – todos tinham


coisas muito parecidas. Eram nômades, colhiam e caçavam e tinham quase as
mesmas ferramentas.

Com o aparecimento das cidades, cada uma delas passou a apresentar


características particulares de construção, de produtos agrícolas, animais
domesticados e organização social.

Isso se deve, principalmente, porque cada cidade adquiria as características e


desenvolvia os produtos do meio onde estava. Por exemplo, uma cidade nascida
numa região desértica, não tinha como criar animais de altas altitudes.

Outro fator muito, mas muito importante nesse contexto de desenvolvimento


social e das estratégias, foi a domesticação de animais.

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Com isso, temos o primeiro grande salto da humanidade: o início dos grandes
deslocamentos, das grandes viagens e das transposições das grandes distâncias,
graças à domesticação dos cavalos.

Isso mesmo! Foi graças aos cavalos que a Humanidade começou sua grande
aventura de descobrimentos, de conhecer o novo e, principalmente, de interagir
com vários outros Estados.

As Grandes Viagens
Conhecimento do Novo, do Diferente – Estratégias Comerciais e/
ou Estratégias de Guerra

Você que está acompanhando esta aula, tente se colocar no lugar do cidadão de umas
Explor

das cidades antigas às quais nos referimos.


Até um determinado momento, você só comia o que era cultivado nas redondezas; somente
os tipos de carnes dos animais que eram criados na sua cidade, e se vestia só com os tipos de
tecidos e cores, se é que haviam cores, que a sua cidade conseguia produzir.
Um belo dia, você e alguns amigos têm, pela primeira vez, acesso a um maravilhoso
cavalo, que os leva para outras paragens. E nessas outras paragens, o que vocês veem?
Novas comidas, novos sabores, outros tipos de casas e de construções, outros sabores de
carnes e tecidos, nunca vistos antes e, ao primeiro toque, você não acredita que aquilo
poderia acariciar seu corpo inteiro.
E daí vem a pergunta que você e seus amigos fazem: como eles conseguem estas coisas?
Onde e como conseguiram criar estes animais de carne tão tenra e saborosa? E esta tal de
seda, que tecido é este? É conseguido por meio de um bicho, de uma larva de borboleta?
E esta fruta de sabor tão doce e delicado, onde está esta árvore?
Já pensou que mesmo hoje em dia, quando temos todas as facilidades de transportes e
de conseguir quase tudo do mundo inteiro, nós sentimos vontade de ter, de comer e de
consumir determinados itens que às vezes não estão ao nosso alcance?
Imagine naquela época!
Você e seus amigos viajaram dois meses a cavalo para chegar à nova cidade e lá se
deslumbraram com tudo aquilo de novo e de gostoso. Imagine voltarem para sua cidade
e nunca mais desfrutarem daquilo, porque na sua cidade natal não tem nada daquilo.
Assim, você tem uma brilhante ideia: oferece trocar um determinado alimento que vocês
mesmos trouxeram para se alimentar durante a viagem por alguns pedaços do maravilhoso
tecido que tanto os encantou. Sem saber, você acabou de criar a Estratégia Comercial.
Naquele tempo ainda não havia moeda ou dinheiro e o que você fez, a troca, chamamos
de Escambo, que é a prática de fazer trocas com o que você produz e tem sobrando,
trocando com outro que tem um exclusivo produto que ele produz e também tem sobra.
Esta prática de Estratégia Comercial durou muitos séculos durante a Antiguidade
e também criou uma necessidade ou uma vontade cada vez maior no ser humano de
empreender grandes viagens para adquirir novos bens e produtos.

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

É conhecida pelo nome de Escambo a prática ancestral de se realizar uma troca comercial
Explor

sem o envolvimento de moeda ou objeto que se passe por esta, e sem equivalência de valor.
É a forma original e mais básica que o ser humano tem de realizar trocas, geralmente
realizadas com o excedente de cada comunidade. Assim, o habitante de uma vila pesqueira,
quando obtivesse peixe em demasia, teria o desejo natural de trocar o seu excedente para
ter uma variação em sua dieta. Logo, o pescador procuraria alguém que, por exemplo,
fosse agricultor e tivesse plantado algum gênero alimentício em excesso. Havia, ainda,
a necessidade dos dois entrarem em acordo, ou seja, de haver a coincidência dos dois
personagens desejarem aquilo que o outro participante na troca tivesse para oferecer. Logo,
caso os interesses não convergissem, a troca ia por água abaixo.
Fonte: http://www.infoescola.com/economia/escambo/ – por Emerson Santiago

Rainha das Estratégias


Estratégia de Guerra
Pois é, meu caro(a) aluno(a). Você, na aldeia estrangeira, fez o escambo com o
que você tinha sobrando com algumas peças de seda. Chegando à sua aldeia, todos
ficaram maravilhados com a maciez do novo tecido e perguntaram onde você
tinha conseguido.

Após sua explicação de como adquiriu tal riqueza, um grupo decidiu que também
queria para suas famílias o produto tão delicado e raro. Mas não tinham nada para
dar em troca.

Então, decidiram partir para a tal cidade ou aldeia a fim de pegarem à força a
seda dos moradores. Para isso, pensaram que seria melhor antes terem algumas
informações, as quais perguntaram para você:
• Quantas pessoas têm na cidade?;
• Eles dominam as técnicas de fundição do ferro?;
• Como eles são fisicamente: são altos ou baixos, são fortes?;
• A população é constituída de um número maior de homens, de mulheres
ou crianças?

Com isso em mãos, este grupo da sua cidade criou uma Estratégia de Guerra
para invadirem a cidade estrangeira e tomarem à força o estoque de seda.

E o que fizeram com essas informações?

Bom, a cidade tem um número menor de habitantes do que a nossa. Vimos que
o biótipo da população masculina é estatura baixa e um tanto raquítico (fraco) e
não vimos nenhum ferreiro fabricando algum tipo de arma como lanças, machados
ou flechas.

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Tendo isso em mãos, os seus conterrâneos criaram uma Estratégia de Guerra
na qual foi considerado que não seria necessário levar mais que um determinado
número de homens para não gastar com comida e nem com cavalos e que também
não precisariam levar os seus mais fortes e pesados escudos para se defenderem,
já que não haveria resistência com armas pesadas e que com isso, ou seja, com
menos peso, poderiam chegar mais rápido ao destino e principalmente fugir mais
rápido com o produto do ataque, a seda.

Vamos pensar!!!

Podemos afirmar que o que descrevemos acima foi uma Estratégia de Guerra
para um Ataque?

Sim, houve um planejamento e uma intenção estratégica para que fosse feito
um ataque, uma pilhagem ou um saque.

O grupo tomou de outro o que não lhe pertencia.

Imagem de guerra antiga grega


Fonte: Wikimedia Commons

Estratégia De Guerra
Defesa
Vamos continuar pensando!!!

Bom, o grupo da minha cidade conseguiu, até com certa facilidade, a seda,
o produto que não produzíamos, mas queríamos ter. Mas a cidade estrangeira
também ficou sabendo que criamos nossos carneiros e eles não.

Lembre-se de que em sua viagem à cidade estrangeira foi com um pedaço de


carne de carneiro que você fez o escambo. O que impede que um grupo daquela
cidade venha até a sua e também roube seus carneiros?

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

Nada os impede.

Mas se em sua cidade foi pensada uma estratégia de guerra de ataque, agora sua
cidade pensará, também, em uma estratégia de guerra, só que de Defesa.

E o que uma cidade que tem de se defender tem de pensar:


• Proteger a cidade, cercando-a com um muro ou cerca;
• Desenvolver algumas ferramentas para serem usadas como armas;
• Treinar um grupo seleto de homens para práticas bélicas, formando um exército.

Bom, acho que com isso podemos dizer que formamos o conceito da origem da
Estratégia e da Intenção de Estratégia e vimos o nascer das Estratégias Comerciais
e das Estratégias de Guerra.

Variações das Estratégias Comerciais


e de Guerras
Com o passar dos anos e com o aparecimento de diversas outras tecnologias e
equipamentos, a Humanidade foi moldando suas estratégias de como conseguir o
que era necessário ou nem tanto necessário assim, mas pelo simples fato de ter ou
de tomar o que pertence ao outro.

Para nos aprofundarmos no Estudo do Ambiente Estratégico Empresarial, foi


de fundamental importância este breve estudo sobre a história das estratégias,
pois agora nossa compreensão dos mais variados ambientes de competição que
veremos daqui para frente será muito facilitada.

E por que temos tantas variantes, mesmo nos primórdios das estratégias?

Porque desde o início, já tivemos muitos fatores interferindo nelas.

Importante! Importante!
Fonte: Wikimedia Commons

Homem montado a cavalo sem cela Homem montado a cavalo com


indumentária completa

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Observem as duas imagens. Imaginem-se montados nas duas situações e que
estão indo para uma batalha. Em qual das duas vocês se sentiriam mais confiantes
ou mais protegidos.

Provavelmente na imagem da direita? Por quê?

Como podemos ver, o cavaleiro da direita tem mais equipamentos incorporados


à sua indumentária, sendo o mais importante deles o Estribo.

Esse acessório, que hoje achamos ser de tão pouca importância, era utilizado
somente por algumas tribos na Antiguidade, tribos estas estabelecidas em regiões
de clima quente da Índia, nas quais não era necessário aquecer os pés, e o estribo
somente apoiava os dedões dos pés.

Porém, como já vimos, os homens começaram a se deslocar em larga escala e


este acessório, o estribo, passou a ser conhecido em toda a Ásia primeiro, e quando
passou a ser utilizado em regiões mais frias, nas quais se aquecer é primordial, o
estribo foi alargado para que coubessem os pés inteiros, juntamente com o calçado.

E o que o estribo tem de tão espetacular?

Ele permite que o cavaleiro fique equilibrado em cima do cavalo e isso deixa o
cavaleiro livre e com toda a estabilidade para manusear todos os outros equipamentos
e, principalmente, as suas armas.

Citamos como exemplos de Estratégia bem sucedida a dos mongóis, habitantes


da Mongólia, país vizinho à China e de clima frio. Eles, os mongóis, foram
um dos primeiros povos a desenvolverem os estribos, que comportavam os pés
protegidos para o frio e 500 anos antes de Cristo já tinham dominado o que é
hoje o território chinês.

Pensamento Sistêmico e Intenção


Estratégica
Quais lições podemos tirar e aplicar no meio empresarial,
para que muitas empresas que atuam nos mais diversos
setores e mercados não venham a perder suas participações
de mercado ou até mesmo de morrer, fechar suas portas?

A China, após ficar alguns séculos dominada pelos


mongóis, retomou todo o seu território.

Como? Investiram em pesquisas e tecnologia e


inventaram, talvez, ou podemos dizer, certamente, os dois
maiores artefatos já feitos pelo homem, depois da roda e
do fogo: Besta antiga
Fonte: Wikimedia Commons

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UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica

A Besta veio primeiro e teve um menor impacto, mas nem por isso teve menos
importância. O tiro de uma besta era infinitamente mais certeiro do que qualquer
arqueiro poderia executar a sua época. E o mais impressionante e importante
foi que os chineses desenvolveram técnicas de manutenção nas quais havia uma
produção em série para peças de reposição e as bestas foram montadas com uma
simplicidade tal que os próprios guerreiros nos campos de batalha executavam a
manutenção e as trocas das peças danificadas.

Canhão
Fonte: Wikimedia Commons

Bom, logo depois disso veio a Pólvora. Este sim, o invento que é considerado o
grande divisor de águas que mudou para sempre as relações entre os povos, entre
os Estados e países.

Todas as estratégias da época, sejam elas de ataque, de defesa, sejam simplesmente


diplomáticas ou comerciais, foram revistas, frente ao poder e liderança que a
pólvora dava a quem detinha o seu conhecimento e seu uso.

Isso porque os projéteis disparados pela explosão da pólvora perfuravam


qualquer armadura que na época protegia os guerreiros contra as flechas, que eram
as únicas armas de longo alcance que usavam.

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Panoramas de Mercados
de Atuação Industrial
Definição da Estratégia
Então, o que podemos trazer para o mundo empresarial do que aprendemos
até agora?

Tudo, não é!

Para continuarmos nossos estudos, pedimos que analisem as empresas


operadoras de telefonia e comunicações, bem comuns no nosso cotidiano.

Vamos imaginar que uma delas instale uma ANTENA PÓLVORA, ou seja, uma
antena que, por exemplo, tenha uma área de cobertura quatro vezes maior que as
suas concorrentes.

Vamos considerar alguns benefícios que esta nova antena traz para a empresa
que a instalou:
1. Menor custo de manutenção de sua rede de transmissão de sinais;
2. Equipe menor, pois menos antenas, menos pessoal operacional;
3. Maior qualidade do sinal, do serviço oferecido;
4. Maior capitação de clientes;
5. Aumento da participação de mercado;
6. Consequência: maior receita e maior lucro;
7. Estabilidade momentânea.

Pois bem, a estratégia dessa empresa foi investir em tecnologia e sair na frente
de seus concorrentes e, com isso, por um período, terá a liderança de mercado.

Mas dissemos que terá uma estabilidade momentânea e por um período, porque
este movimento no jogo empresarial, digamos assim, forçará os concorrentes a
repensarem suas estratégias mercadológicas e de tecnologia e, certamente, em um
espaço de tempo não muito longo, lançarão um contra-ataque.

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Material Complementar
A seguir, listamos quatro fontes de materiais para consulta que irão auxiliar no
aprofundamento de conhecimento:

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Herbert Spencer cunhou a frase, “sobrevivência do mais apto”.
https://goo.gl/GS0k0n
O Aparecimento dos primeiros povoados da Humanidade.
https://goo.gl/Cxw7aA
O metabolismo do corpo humano
https://goo.gl/Q1aBQA
O surgimento do comércio/escambo.
http://goo.gl/6zNnk8

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Referências
GONÇALVES, Ana Teresa Marques. Os Conteúdos de História Antiga nos
Livros Didáticos Brasileiros. Rio de Janeiro: Hélade, 2001.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

PETRILLO, Marino. Decisões estratégicas de sobrevivência: FIA Fundação


Instituto de Administração: 2010

SANTOS, G. Origem da Sociedade. Curso de Direito UNIFEOB, Disponível em:


<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJcMAI/origem-sociedade>. Acesso
em: 12 jan. 2016

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