Você está na página 1de 3

Lei do Silêncio: o que é e como funciona?

Bem, vamos começar explicando que não existe, em âmbito nacional, uma Lei
do Silêncio. Podemos dizer que esse nome virou um “apelido” para toda e
qualquer norma que fala sobre perturbação do sossego. Porém, existem regras
a serem seguidas e, caso você seja a pessoa a infringi-las, pode perder muito
dinheiro.

No geral, a Lei do Silêncio se baseia muito no nosso bom senso e cidadania. O


que isso quer dizer? Simples: todo mundo sabe que, para viver bem com quem
mora ao lado, fazer festas até cinco horas da madrugada está fora de
cogitação, certo?

Então, para barrar possíveis atritos, as pessoas dependem das leis municipais,
das regras dos condomínios e, é claro, das normas de boa convivência.

Mas não é porque a Lei do Silêncio em si não existe no Código Civil Brasileiro
que você não encontra respaldo na nossa legislação contra a perturbação do
sossego.

A seguir, confira três leis que tratam a boa convivência e punem quem trabalha
para atrapalhar a paz alheia.

Artigo nº 1277 da Lei 10.406/02


Também conhecido como a Lei do Direito à Vizinhança, o Artigo 1.277 do
Código Civil diz que uma pessoa proprietária pode “fazer cessar” ações que
prejudicam o sossego, a saúde e a segurança e que sejam causadas por quem
mora perto de você.

Esse artigo pode englobar várias contravenções, como gritaria, emprego de


som alto fora do horário apropriado e até provocar o barulho de animais de
estimação.

Essa infração é considerada “leve”. Por isso, quem atrapalha o sossego pode
ser punido com uma simples multa, mas também pode ganhar voz de prisão de
até dois meses.

Inciso IV do Artigo 1.336


Por sua vez, o inciso IV do Artigo 1.336 fala dos direitos dos condôminos ao
silêncio e ao sossego. Portanto, é previsto em lei que se respeite “os bons
costumes”, prezando pela boa convivência e preservando a segurança dos
seus vizinhos.

Artigo 42 da Lei das Contravenções Penais


O artigo 42 da Lei das Contravenções Penais é reservado para a preservação
do sossego, garantindo multa ou prisão de até três meses para quem o
infringe.

Bônus: Norma Brasileira (NBR) 10.151/2000


Para quem está precisando dormir, qualquer som pode ser incômodo. A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) definiu a quantidade de
ruído (som) máximo permitido em áreas residenciais.

Anote: em resumo, o barulho não deve ultrapassar 55 decibéis (dB) no período


da manhã e 50 dB durante a noite.

Lei do Silêncio em condomínios


Como já falamos anteriormente, a Lei do Silêncio pode variar em cada cidade.
Alguns municípios podem adotar posições mais severas contra barulhos
noturnos, enquanto outros podem ter uma abordagem mais branda.

Entretanto, essas normas também podem variar de acordo com as leis de


propriedades fechadas, como os condomínios.

Geralmente, o horário da Lei do Silêncio é às 22 horas. Em condomínios, esse


cronograma é, na maioria das vezes, levado muito a sério. Por isso, festas e
reuniões barulhentas são recriminadas com avisos e, quando a situação se
prolonga, com multa.

Um jeito de evitar esses desconfortos é utilizar os salões de festas dos


condomínios ou as áreas gourmet, que podem possuir restrições menos
rígidas.

Para você entender como funciona a Lei do Silêncio no seu condomínio, confira
o regulamento. Essa é uma dica muito útil para quem está procurando um novo
imóvel, já que é o regulamento que define as normas que você deve seguir
para evitar notificações e para garantir o seu direito como morador.

A Lei do Silêncio nas cidades


Agora, chegou a hora de falar sobre como a Lei do Silêncio funciona em três
cidades importantes do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Confira:

Lei do Silêncio Rio de Janeiro


De maneira nada detalhada, a Lei do Silêncio na Cidade Maravilhosa pode ser
encontrada na Lei Municipal 3.268/01.
Nela, os vereadores decidiram que a cidade seguirá as regras previstas na
Norma Brasileira (NBR) 10.151/2000, definindo a liberação de 55 dB no
período da manhã e 50 decibéis no turno da noite.

No caso de áreas comerciais, esse valor passa a ser de 65 dB diurnos e 60


decibéis durante o período noturno.

Quem desrespeitar essa lei pode pagar entre R$ 200 e R$ 2.000 de multa. O
valor é definido de acordo com o nível excedente de som.

Lei do Silêncio Rio de Janeiro: horário

A lei é dividida entre o dia e a noite. De acordo com o Inciso I e II, o período
diurno da cidade equivale das 07h às 22h. Em domingos e feriados, o horário
começa uma hora mais tarde, às oito da manhã.

Assim, as noites da capital fluminense começam às 22h e se estendem até às


sete da manhã do dia seguinte.

Qual é o horário de silêncio e


quantos decibéis são permitidos
por lei?
A Norma Brasileira (NBR) 10.151/2000, desenvolvida pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), também é usada
para regulamentar a Lei do Silêncio, controlando o ruído em
áreas residenciais da seguinte forma:

 até 55 decibéis para o período das 7h às 20h (diurno);


 até 50 decibéis para o período das 20h às 7h (noturno);
 Caso o dia seguinte seja domingo ou feriado, a faixa de horário
noturno é estendida até as 9h.

Você também pode gostar