O mercado mudou, todo mundo já debate sobre isso, cada um de sua
perspectiva. Mas vamos então olhar a mudança do mercado a partir da perspectiva da economia.
1.ECONOMIA DOS COMMODITIES – quando as pessoas começaram a realizar as
trocas, compravam coisas estritamente necessárias. Exemplo do café: pessoas compravam grãos de café e elas mesmas moíam e faziam o seu café.
2. ERA DO PRODUTO (INDUSTRIAL) – Daí passamos por algumas revoluções: de
ferramentas, revolução agrícola, revolução industrial. E a partir daí você passa a comprar o seu café já em pó! Ou seja, você está me dando tempo e, geralmente, qualidade. É a era das replicações.
3. ERA DOS SERVIÇOS – Você vai e pede um cafezinho no restaurante. Se antes
você comprava somente o grão e fazia tudo sozinho, agora você só levanta a mão e pede um expresso e ele vem pronto para o seu consumo. Daí se passa a incrementar a experiência do cliente ao consumir esse produto, dentro desse tipo de serviço
4. ERA DA EXPERIÊNCIA – Maior exemplo: Starbucks. Ela passou a tentar
entender o que ela precisava fazer para deixar o cliente ainda mais satisfeito, fazer com ele consumisse mais o café dela, ficassem mais tempo ali e escolhessem a marca dela dentre todas as outras opções que elas têm. Então ela pensou em fazer lojas apertadas para sempre estarem cheias (isso gera prova social de que ali tem qualidade). Além disso, o local é visualmente agradável, cores neutras, possui wi-fi para você nem ver o tempo passar ali. Por algum tempo eles escreviam seu nome errado no copo propositalmente para ser um motivo para rir e resenhar com eles. Fora que gera uma pessoalidade maior para o cliente ser chamado pelo nome. Ali está o café feito especialmente para João ou para Júlia. Isso gera um engajamento nas redes sociais, você acaba postando essa experiência. Daí pergunto: dentro do que você faz, pegando o case da Starbucks para te inspirar, o que você pode fazer para trazer uma experiência diferenciada paro seu cliente? Por exemplo: muitos deliveries passaram a colocar um post it com um bilhetinho e o nome da pessoa, agradecendo a preferência ou falando o carinho com que aquele produto foi feito. Isso é a ponta do iceberg de uma experiência com inspiração na Starbucks, que começou e escrever o nome do cliente nos seus copos. Isso traz pessoalidade, carinho, traz amor numa era que as pessoas, invariavelmente, estão mais distantes umas das outras. Então eu não quero mais passar no McDonalds pegar um sanduiche qualquer. Eu quero um sanduiche que foi feito em casa, com ingredientes especiais, feito por alguém que é especialista naquilo. E com isso eu consigo ter algo com pessoalidade. E você pode até dizer que vende pra C+, ou B- e que ninguém no seu público está interessado nessa goumertização. Mas a pessoalidade não tem classe social nem target econômico. Ela é a capacidade de colocar quem você é nos seus produtos e estender a experiência que a pessoa terá, seja na casa dela (quando você entrega), quanto no ponto de vendas. E mesmo que você seja um consultor, você consegue trazer qualquer tipo de pessoalidade na relação com seu cliente. A gente já é “mais um” em muita coisa, façam com que o seu cliente não se sinta mais um, tenha um produto que faça a pessoa se sentir exclusiva. Perceba que isso tudo não é só a comunicação em si, mas todos os aspectos mercadológicos que vêm antes e que vai impactar diretamente o seu cliente.
REVOLUÇÃO TECNO CIENTÍFICA - A tecnologia facilitou. Ela não vem como um
fim, vem como um meio. Ela é capaz de modificar a forma como você fazia determinadas coisas e isso ganha um acesso global. Vamos para um exemplo prático: peguemos uma comparação entre Israel e o Brasil. Israel é muito menor que o Brasil, mas consegue ter um faturamento em empresas que empreendem no ramo da tecnologia 3x maior que o Brasil. E como isso acontece se o mercado consumidor em Israel é muito menor que o mercado potencial consumidor do Brasil? Isso ocorre, porque as empresas de Israel já nascem para serem globais. Nascem com o intuito de atingir o mundo, para que seja possível que pessoas de outros locais consumam aquele produto. Já aqui no Brasil não, aqui a gente vai barrar na legislação, nos impostos. Por que aquele brigadeiro que você vende tem que ficar no seu bairro? Por que você não pode patentear a receita dele e colocar ele lá fora? Por que você não grava um curso ensinando a como fazer esse brigadeiro e vende para qualquer lugar do mundo? Os negócios aqui nascem com um espectro de localidade, sendo que existem nações no mundo que ensinam que esse espectro pode fazer a gente nunca sair do lugar. Você não pode criar um negócio já com as limitações de um negócio físico. Isso é algo da revolução industrial, da era do produto. Isso já passou! Agora é a era da experiência, do intangível, do abstrato, da era da informação. Nessa era as empresas são exponenciais. Ela procura fazer mais com menos. Ela quebra o chamado pensamento linear. Ou seja, de causa e efeito, mais limitado. A Nike e a Apple por exemplo, não têm os seus próprios parques industriais. Elas não usam o pensamento linear. Elas acessam parques industriais somente quando precisam. A premissa de empresas exponenciais, como essas duas, é ser capaz de transformar o mercado. A premissa de empresas lineares é de otimizar o mercado. Se seu produto ou serviço faz apenas ajustes no mercado, você ainda segue a linha linear. Se você está disposto a fazer uma transformação no mercado, você vai mais na linha exponencial. E quem não é dos produtos digitais, pode achar esta realidade distante, mas não é! É justamente para sua pizzaria, seu buffet, seus produtos físicos que estou falando isso. Ao invés de você buscar ter tudo, você pode pensar em parcerias estratégicas que lhe possibilitem rentabilizar mais. Minha ideia aqui é plantar a sementinha do pensamento exponencial em sua cabeça.