Agrupamento de Escolas de Mangualde

Correção da análise da cantiga _ Ai Flores de verde pino…

Compreensão • Interpretação

1. Divida o poema em partes e justifique a sua resposta.

O poema pode ser dividido em duas partes: a primeira é constituída pelas quatro primeiras
coblas, nas quais o sujeito poético se dirige à natureza, pedindo-lhe notícias do seu amigo, que
acusa de ter faltado ao prometido; na segunda, incluem-se as quatro últimas estrofes, em que as
“flores do verde pino”, que são personificadas, respondem às interpelações da donzela,
assegurando-lhe que o seu amigo está bem e que estará com ela antes de o prazo terminar.

2. Identifique o papel que é atribuído no texto às «flores do verde pino».

As “flores do verde pino” são personificadas e têm, no poema, a função de confidentes da

donzela, tal como sucede frequentemente com os elementos da natureza nas cantigas de amigo.

3. Enuncie os sentimentos manifestados pela donzela, justificando a sua resposta através de

transcrições textuais.

A donzela está angustiada por não ter notícias do seu amigo, como se verifica pela interjeição
“Ai” e pelo uso de frases do tipo exclamativo quando se dirige às flores: “ Ai flores, ai flores do
verde pino,/se sabedes novas do meu amigo!” Na terceira e quarta estrofes, a jovem exprime a
sua revolta por considerar que o amigo não cumprira o que havia prometido: “Se sabedes novas
do meu amigo,/aquel que mentiu do que pôs comigo!” As exclamações vêm ilustrar a agitação
interior da donzela. Este estado de inquietação também é visível ao longo do diálogo através do
refrão:” Ai Deus, e u é?”.

4. Explicite as «novas» (v. 2) que são dadas à donzela.

As “flores do verde pino” informam a donzela de que o seu amigo está bem e de que regressará
para junto dela antes do prazo terminado

4.1. Tendo em conta a resposta anterior, apresente uma hipótese que justifique o facto de a
interrogação avançada no refrão se manter até ao fim da cantiga.

A interrogação mantém-se até ao fim da cantiga, pois, apesar de os elementos da natureza

tranquilizarem a donzela, a sua ânsia mantém-se ao longo de todo o poema. Pode-se colocar a
hipótese de que este diálogo seria um monólogo interior encenado pela jovem para se
tranquilizar a si própria.

5. Mostre que esta composição é uma cantiga paralelística.

Pode-se verificar que esta composição é uma cantiga paralelística porque o último verso de cada
cobla é retomado no primeiro verso da estrofe correspondente no par de dísticos seguintes. Recurso
à sinonímia, pela substituição de “amigo” por “amado”.

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O refrão é uma das marcas desta técnica paralelística.

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