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Apresentação oral de Português

Hoje vou apresentar a cantiga de amigo “A meu amigo, que eu sempr'amei” de João Garcia,
juntamente com a canção “Someone like you”, em português “Alguém como tu”, da Adele.

Vou proceder à leitura da cantiga *ler o poema*

Relativamente à estrutura externa da cantiga, concluímos que esta é constituída por 3


coblas, cada com quatro versos e dois versos de refrão. O esquema rimático é ABBARR / CDDCRR /
EFFERR, com rima interpolada no 1º e 4º versos, e emparelhada no 2º e 3º versos . Por fim, o
número de sílabas métricas varia ao longo do poema. Por exemplo, na primeira cobla, os 3
primeiros versos são eneassílabos e o 4º verso é decassílabo.

Relativamente à estrutura interna, o poema pode ser dividido em 2 partes de acordo com o
desenvolvimento do assunto, sendo que a primeira parte corresponde às primeiras 2 estrofes e a
segunda parte à última estrofe.

Na 1ª parte, o sujeito poético introduz o seu amigo, o único que sempre amou, muito mais do que a
ela própria ou qualquer outra pessoa (A meu amigo, que eu sempr'amei, des que o vi, mui mais ca
mim nem al,) e refere que este foi encontrar-se com outra mulher, deixando o sujeito poético em
grande sofrimento, tristeza e angústia.

Na 2ª parte conclui e menciona Deus, ao dizer que só Deus sabe que o coração do “eu” lírico
apenas tem lugar para o “amigo” (Sab'ora Deus que no meu coraçom nunca rem tiv[i] ẽno seu
logar). O que o sujeito poético fez e que repete no final de todas as estrofes, ou seja, no refrão, foi
chorar até mais não poder, visto que não sabia de que outra forma se podia vingar.

Ainda relativamente à estrutura interna, há que destacar que esta é uma cantiga paralelística
imperfeita visto que não respeita as regras do paralelismo perfeito e não segue as normas do leixa-
pren, embora haja a repetição de certos versos do poema.

Relativamente aos recursos expressivos presentes na cantiga, há a destacar a hipérbole nos


2 primeiros versos de cada estrofe pois está presente o uso de termos exagerados de modo a
destacar o grande amor que nutre pelo amigo. Também está presente a interrogação retórica no 4º
verso das 2 últimas coblas, de modo a dar ênfase, perguntando-se a si própria o que irá fazer
perante tal sofrimento amoroso.
Vou agora colocar a música *pôr a música*.

Pode-se estabelecer, então, um paralelo entre a cantiga apresentada e a música escolhida,


visto que em ambas está presente o tema da saudade amorosa e a exposição do quadro do “velho
amigo traidor”, que abandonou a amada para se dedicar a outra, à amante, como mostram os 3
primeiros versos da 1ª cobla e, na música, “Ouvi dizer que assentaste/ Que encontraste uma
rapariga e és casado agora/ (…) Parece que ela te deu coisas que eu não te dei/ Velho amigo”.
Também, em ambos os poemas está presente uma grande tristeza e sofrimento perante a ausência
do amigo, como mostra o refrão e na canção, “Às vezes o amor dura, mas outras vezes, em vez
disso, magoa” e o amor profundo que nutre por ele (representado pela hipérbole nos 2 primeiros
versos de cada estrofe) e, na música, “Nada se compara, nem exige tanta preocupação ou atenção;
Ainda ontem foi a melhor altura das nossas vidas; Não te esqueças de mim, eu suplico”).

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