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Fu n d ament os da
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1
descola.org | Fundamentos da diversidade
Todo o conteúdo deste ebook foi desenvolvido pela Descola em parceria com os professores
do curso.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Olá!
Você já viu ou provavelmente está vendo o curso A partir dessas definições, ao longo do nosso
“Fundamentos da diversidade: Crie ambientes ebook, você vai compreender como seis grupos
mais inclusivos e equitativos”. dos principais marcadores sociais lidam com a di-
versidade, quais são os desafios que esses grupos
Esperamos que você tenha gostado do curso e que enfrentam e quais são as estratégias para lidar
tenha conseguido entender o quanto é importante com esses obstáculos.
falar sobre diversidade em um mundo tão diverso
quanto o que vivemos, bem como tenha se sentido Ao final do nosso ebook, esperamos que você
impactado e motivado a promover mudanças. consiga aplicar o que aprendeu em sua empresa
e em seus espaços pessoais, a fim de propagar
Ao longo deste ebook, vamos te explicar o que é a a diversidade, a equidade e a inclusão de grupos
diversidade, como ela é refletida em nosso coti- minorizados em nossa sociedade.
diano e como abordar a representatividade nas
empresas é um caminho interessante para tornar Abraços,
nossa sociedade mais igualitária. Equipe Descola
Para isso, você vai entender alguns conceitos que Aprendizados para toda a vida.
envolvem a diversidade, como o de marcadores Power Skills para o mundo de hoje.
sociais, grupos minorizados, igualdade, equidade,
ações afirmativas e modelo de mundo.
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08 Raça e etnia
pg 106
12 Filmes e Séries
pg 156
09 Religião
pg 123
13 Podcasts
pg 171
10 Cultura de Diversidade
pg 137
14 Referências
pg 175
11 Livros
pg 148
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01 capítulo
QUEM MINISTRA
O CURSO
CONHEÇA A PROFESSORA
Fabi Gutierrez é a nossa professora convidada
para este curso e logo você vai entender porquê.
Fabi é cofundadora de Carlotas, uma empresa
com um propósito social para lá de interessante.
A idealização de Carlotas surgiu no ano de 2011,
em conjunto com sua sócia Carla Douglass. A
ideia era ter uma empresa que olhasse e cuidasse
das relações, incitando diálogos sobre respeito,
empatia e diversidade.
JÁ DEU PARA
ENTENDER POR
QUE FABI ESTÁ
AQUI, NÃO É
MESMO? Ao longo do nosso
curso, é ela quem vai te ensinar sobre os
conceitos de diversidade, elucidar algumas
definições que causam confusão no dia a dia
e abordar cada um dos principais marcadores
sociais que existem na sociedade.
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02 capítulo
DIVERSIDADE
EM ALTA
Con c ei t os a ce rca d a d ive rsidade
@ D ESCO LAGR AM
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
COMO SERIA UM
de um dia inteiro, Daniel quer
uma chance de provar que ele
pode fazer Natasha se apai-
RELACIONAMENTO
xonar por ele. Apesar do clichê
romântico, os dois possuem
conversas inspiradoras e pro-
ENTRE AMBOS?
fundas, com temas como amor,
família, imigração e identidade.
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O QUE É DIVERSIDADE?
Te demos um exemplo de diversidade, porém
queremos ir mais fundo, buscar na história do
mundo o que, realmente, significa isso. Antes
de partirmos para as origens, entretanto, que-
remos te mostrar como grandes personalida-
des enxergam e definem a diversidade. Vamos
ver?
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Já pensou na diversidade
como uma tapeçaria, um ta- “A DIVERSIDADE PROMOVE A
pete? Pois é! Maya traz uma
definição de diversidade que TOLERÂNCIA. QUANDO VOCÊ NÃO
é muito importante, que é
sobre pessoas terem um ENCONTRA PESSOAS DIFERENTES, NÃO
mesmo valor, independente
PERCEBE COISAS, NÃO PERCEBE O
QUANTO TEM EM COMUM COM ELAS”
da cor da pele. Um fio bran-
co, por exemplo, não é mais
bonito do que um fio preto,
porque, no fim das contas,
Malala Yousatzai
os dois são fios.
Por último, queremos trazer mais uma definição #pracegover: Imagem de Ola Joseph, homem,
negro, cabelo raspado, óculos, de terno, meia idade,
de diversidade, a fim de complementar tudo o de terno azul marinho. Está sorrindo.
que já temos. Dessa vez, quem fala é Ola Jo-
seph, um palestrante nigeriano conhecido por
inspirar milhares de pessoas em temas como
comunicação, desenvolvimento pessoal ou
empoderamento. Para ele, a diversidade não é
apenas sobre diferenças:
“DIVERSIDADE NÃO
É SOBRE COMO NOS
DIFERENCIAMOS.
DIVERSIDADE É SOBRE
ABRAÇAR A UNIDADE UM
DO OUTRO”
Ola Joseph
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Com isso, conseguimos entender que a Temos diferenças que podem ser de raça,
diversidade refere-se a uma ampla variedade de etnia, de gênero, de orientação sexual,
de características, e que esse assunto não é de idade, de religião, de deficiência, de
sobre a diferença, mas sim sobre o valor único nacionalidade, de educação, de classe social,
de cada um dentro da sua própria diversidade. de status socioeconômico, entre tantas
E disso vem a tamanha importância de falar outras características que nos constituem. A
sobre o tema: questão é: dependendo das características,
A DIVERSIDADE
as oportunidades são diferentes para cada
um, o que nos traz problemas de preconceito,
segregação e injustiças sociais profundas.
NÃO HÁ COMO
sobre diversidade. Para isso, a fim de que a dis-
cussão se torne rica em detalhes e argumen-
tos, precisamos conhecer alguns conceitos
NEGAR QUE
que envolvem o objeto da diversidade.
Vamos lá?
SOMOS DIVERSOS.
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CONCEITOS ACERCA DA
DIVERSIDADE
Aprender sobre diversidade
implica no aprendizado sobre
tudo o que está em torno des-
se tema. É por isso que não
podemos avançar nos estu-
dos da diversidade sem an-
tes entender alguns concei-
tos fundamentais. São eles:
marcadores sociais, grupos
minorizados, igualdade, equi-
dade, ações afirmativas e
modelo de mundo. A seguir, va-
mos falar um pouco mais sobre
cada um deles.
Marcadores sociais
O primeiro conceito que queremos que conheça é o de marcadores sociais. Os marcadores so-
ciais são características ou atributos usados para categorizar pessoas em diferentes grupos so-
ciais ou diferenciar indivíduos dentro de um mesmo grupo social. Marcadores sociais, portanto,
podem ser baseados em características como:
Dentro da nossa sociedade, acabamos olhando seis grandes grupos dentre os marcadores sociais:
gênero, LGBTQIAP+, raça, gerações, pessoas com deficiência e religião. Dentro desses grupos,
essas características podem influenciar a maneira como as pessoas são tratadas e percebidas
pela sociedade. São essas características, também, que são utilizadas para criar estereótipos,
preconceitos e discriminação, que são a base para desigualdades sociais e injustiças.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Ações afirmativas
Mais um conceito extremamente importante como o de pessoas brancas que estudaram em
para entendermos é o das ações afirmativas, escolas privadas.
que são políticas que direcionam recursos em
benefício de pessoas pertencentes a grupos Algo interessante de entender com relação a
sub-representados ou grupos minorizados que isso é que as ações afirmativas são medidas
sofrem de alguma exclusão socioeconômica. pró-ativas que têm como objetivo combater
As cotas de universidades, por exemplo, discriminações étnicas, raciais, religiosas, de
representam ações afirmativas que têm gênero, de classe, entre outros tipos, visando
como finalidade permitir que grupos minori- aumentar o envolvimento, o acesso e a parti-
zados também possam acessar universida- cipação dos grupos minorizados na política, na
des em um nível de concorrência mais justo educação, na saúde, no mercado de trabalho,
para com grupos que não são minorizados, em redes de proteção social etc.
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Modelo de mundo
Por fim, um último conceito que precisamos que você
entenda antes de seguirmos com o curso é o de modelo
de mundo. Para isso, vamos fazer um teste. Quando você
escuta a palavra “cachorro”, o que é que vem em sua
mente? Algo assim?
#pracegover: Composição com três imagens de cachorros diferentes, tanto em raça quanto na posição deles,
seguida de outra composição com três imagens de vasos bem distintos: o primeiro é preto e bem largo; o
segundo é branco, fino e com três ondulações; e o terceiro é transparente, tamanho médio e textura lisa.
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
SABE O QUE É
Mas e se agora pedíssemos para você usar uma
única palavra para descrever o quadro a seguir,
qual seria?
LEGAL NESSE
TESTE?
Dificilmente, as respostas serão as
mesmas. Você não vai imaginar o
mesmo cachorro que outra pessoa, o
mesmo vaso e nem vai usar a mesma
palavra para descrever o quadro. Na
verdade, ainda que use a mesma pala-
vra, a sua motivação não é a mesma,
visto que cada um tem sua própria
percepção do mundo e o que gera um
gatilho, uma lembrança em você, pode
não gerar no outro.
#pracegover: Imagem do quadro 25
“O Grito”, do artista Edvard Munch.
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O que explica inúmeras imagens sobre uma Quando nos entendemos como pessoas diver-
mesma coisa é o que chamamos de modelo de sas, é ainda mais natural lidar com o modelo de
mundo. Nele, toda informação adquirida passa mundo. Entretanto, ainda assim, tudo é muito
por um filtro, o qual é movido por uma interpreta- desafiador. O que acontece é que temos a ten-
ção, um comportamento e um resultado. Nesse dência de buscar aquilo que é familiar, pareci-
filtro, temos crenças, valores e experiências de do, tornando o diferente ainda mais diferente,
vida, o que faz com que não seja possível ter a quando, na verdade, nós somos a diversidade
mesma percepção sobre um cachorro, um vaso do outro, algo que vamos explorar bastante ao
ou um quadro de Edvard Munch. longo do nosso ebook.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
A LINHA HISTÓRICA
DA DIVERSIDADE E
INCLUSÃO
Da mesma forma que precisamos entender
alguns conceitos para falar sobre diversidade,
precisamos compreender que a diversidade
caminha junto com a inclusão. E o caminho é
tão longo e árduo que é melhor sentar, porque
lá vem história.
Tudo, até então, era apenas um início de tentati- contra o racismo, a homofobia, a transfobia e
va. O movimento negro, por exemplo, só veio a outras formas de discriminação.
ganhar forças na década de 70, por conta dos Esse é um breve resumo de como as pessoas
mesmos movimentos que aconteciam nos Esta- têm lutado pela diversidade e inclusão, mas é im-
dos Unidos, com o Movimento dos Direitos Civis, portante olharmos para algumas leis e diretrizes
e África do Sul, com o Apartheid e Movimento de que surgiram em meio a esse tempo, as quais são
Consciência Negra. Na mesma época, os outros bastante recentes e revelam tanto a demora para
movimentos ficaram aquecidos e diversos gru- lidar com o tema quanto a urgência de resolver
pos e organizações foram criados para promo- o que ainda não foi resolvido. Dá só uma olhada
ver a diversidade e inclusão no país, lutando nessa linha do tempo:
É c r iad o n o B r as il o
D i r e i t o a o vot o pa r a A Co n ve n ç ão s o b r e S is te m a Ún ico d e A s -
t o da s a s pe s s oa s a E lim in aç ão d e s is tê n c ia S o c ial
m a i or e s de 1 8 a n os, Tod as as Fo r m as d e (S UA S ), co m o o b jet i vo
se m di s t i n çã o de Dis c r im in aç ão d e g ar an tir o ac e s s o às
g ê n e ro, cor ou r e - con tr a a M u lh e r é p o lític as p ú b lic as d e
li g i ã o. a d o tad a p e la ON U. as s is tê n c ia s o c ial.
Diante de tudo isso que vimos sobre a diversi- No próximo capítulo, vamos explorar isso, além
dade, chegou a hora de entender porque preci- de te explicar como esse tema tem sido trata-
samos falar sobre ela, porque precisamos dis- do dentro das empresas.
cutir esse assunto.
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3. Representativi-
03 capítulo
dade nas empresas
Por que é importante falar de re-
REPRESENTATIVIDADE
presentatividade nas empresas?
NAS EMPRESAS
Por q ue é i mporta nte fa la r de
repre se ntativ ida de na s empre s as ?
30 @DE SCOLAG R AM
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
E SE O MUNDO
Nessa vila, 16 pessoas falam chinês, 14 falam
inglês, oito falam hindi, sete falam espanhol,
três falam árabe, três falam bengalês e
FOSSE UMA
as outras 49 pessoas falam português,
indonésio, japonês, alemão, francês e outras
línguas. Indo um pouco além, 51 são homens e
VILA DE 100
49 são mulheres, sendo que, dentre esses, 15
são deficientes. Nessa vila, também temos 24
crianças acima de 15 anos e quatro pessoas
PESSOAS?
com 75 anos ou mais, o que faz com que a
idade média nessa vila seja de 31 anos.
ONDE
A questão é:
CHEGAR COM
nós somos muito diferentes e o maior desafio
disso é compreender que as coisas não devem
seguir um padrão pré-estabelecido como
TUDO ISSO?
referência do que é correto, como no Brasil,
por exemplo, onde o padrão é ser homem,
branco e heterossexual. A consequência de
se ter um padrão é o que vemos todos os
dias acontecendo pelo mundo: preconceito,
discriminação, pobreza e injustiça social.
A diversidade está em todo lugar. O que acon- Acontece que apenas falar sobre diversidade
tece, geralmente, é que estamos tão acostu- não é suficiente. Além de ser fundamental de-
mados com o nosso círculo social, com a nossa bater sobre o assunto, é importante agir. Uma
bolha, que não notamos o quanto o mundo em forma de aplicar isso é dentro das empresas a
que vivemos é tão diverso. partir da representatividade.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
EMPRESA DIVERSA
A conta é simples: quanto maior a desigual- Para entendermos, então, o que as empresas
dade, maiores são os desafios econômicos, podem fazer, precisamos compreender qual o
a escassez de mão de obra, pessoas menos impacto da falta de representatividade no am-
qualificadas no mercado de trabalho e falta de biente de trabalho. Atualmente, os principais
sustentabilidade. O ponto é que, se as empre- marcadores sociais que têm sido acompanha-
sas não repensarem seus modelos de negócio dos são:
e entenderem o impacto social que possuem
em suas comunidades, elas correm um grande
risco de serem condenadas ao fracasso e en-
cerramento de suas atividades.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
#pracegover: Imagem de plano de fundo com mapa
do mundo, câmera fotográfica, lápis e vários folhe-
tos informativos sobre turismo.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
4. capítulo
04 Gênero
É muito difícil ser mulher
GÊNERO
É m u ito d if íc i l s e r m u l h e r
@ D E SC OL AGRAM
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Infelizmente, ainda há pessoas que fazem Isso, no entanto, fica a nível completamente
essa distinção, como se meninos só superficial, porque, na verdade, cientificamen-
pudessem usar azul e meninas só pudessem te, não há uma diferença cerebral com relação
usar rosa. Imagina só, anos atrás, ter uma ao gênero. Quem consegue provar isso é a Aca-
menina e fazer o quarto dela na cor azul! A demia Nacional de Ciências dos EUA (PNAS), a
barraca estaria armada para o falatório. E é qual demonstra através de estudos que não há
obrigatório menino usar azul e menina rosa? diferenças estruturais no cérebro de meni-
O menino não pode gostar de rosa e a menina nos e meninas. O cérebro, por si só, é um mo-
não pode gostar de azul? É difícil debater isso, saico de estruturas que vão sendo modeladas
mas a verdade é que essa situação mostra o e remodeladas dependendo do estímulo que
quanto o gênero é uma construção social. recebem, portanto, meninos e meninas terão a
mesma massa cerebral, não importa o gênero.
CONTEXTO
Definir gênero é uma tarefa um tanto quanto Através da aprendizagem, repetição de gestos,
complicada. Estudos recentes de sociologia, posturas e expressões entendemos como de-
antropologia e neurociência afirmam que os pa- vemos nos vestir, falar, como sentar em algum
péis de gênero são formados a partir das cons- lugar, como nos comportar, tudo sempre dentro
truções sociais e culturais, o que é pautado em do que a sociedade entende como feminino e
aspectos de uma cultura específica e um pe- masculino. Uma mulher sentar de pernas aber-
ríodo histórico específico, como a questão do tas, por exemplo, não é aceitável, assim como
azul para meninos e rosa para meninas. O que um homem cruzar as pernas também não é de
acontece é que essas construções sociais e bom tom. Alguma explicação científica para
culturais são mutáveis e precisam acompanhar isso? Nenhuma!
o tempo. Hoje em dia, por exemplo, já é mais
comum as cores dos tão falados chás de re-
velação do sexo do bebê serem diferentes de
azul e rosa, porque, de fato, isso é algo que vem
perdendo efeito.
DESAFIOS
Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro,
alguém chama a ambulância, mas o pai não re-
siste e morre no local. O filho é socorrido, leva-
do ao hospital, mas, quando chega lá, a pessoa
mais competente do centro cirúrgico diz que
não pode operá-lo, pois o menino é seu filho.
Quem era essa pessoa?
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O primeiro impacto de uma sociedade que #pracegover: Mulher, branca, meia idade, cadeiran-
coloca o homem em posições de destaque é te, em sala de reunião. Pensativa.
a manutenção da baixa representatividade,
o que dificulta que mulheres consigam se ver
em determinados espaços, pelo simples fato
de acharem que não conseguem. Ainda que
a maior parte da população brasileira seja de
mulheres (51,1%, segundo dados do IBGE
2021), não vemos isso refletido na prática.
Outro impacto é a múltipla jornada de traba- Esse é, inclusive, o cenário que podemos en-
lho. Enquanto homens dedicam 11 horas se- contrar no filme Adoráveis Mulheres, uma
manais para o cuidado de pessoas ou afazeres adaptação do livro Mulherzinhas, da autora
domésticos, as mulheres dedicam 20,7 horas Louisa May Alcott. Aqui, conhecemos a histó-
semanais às mesmas atividades. Essa divisão ria de quatro irmãs que vivem no século 19, nos
é decorrente da sociedade patriarcal a qual já Estados Unidos, e precisam lidar com os de-
nos referimos e resgata aquele momento his- safios de entrar na vida adulta. Enquanto elas
tórico no qual era mal visto uma mulher traba- nutrem seus sonhos pessoais, a todo momen-
lhando fora de casa, fazendo faculdade ou se to elas são lembradas de que não podem ter a
dedicando a algo que não fosse seu marido e vida que querem se não se casarem com um
família. bom marido - rico, de preferência.
POR MULHERES.
#pracegover: Imagem do filme. Um homem e uma mulher, ambos
brancos e jovens, com vestimentas de época.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
ESTRATÉGIAS
Em meio à desigualdade de gênero,
cada um de nós, em conjunto com
empresas, corporações e gover-
nos, têm a responsabilidade e um
papel fundamental no combate da
disparidade de gênero, bem como
dos preconceitos decorrentes
disso. Nesse cenário, consegui-
mos atuar em três aspectos: na
nossa forma de pensar, na nossa
forma de expressar e na nossa
forma de agir. Vamos entender
melhor cada um deles.
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» Dê crédito às mulheres;
» Valorize seu trabalho; e
#pracegover: Homem, jovem, des-
» Reconheça seu esforço.
contraído, apontando para cima,
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onde ficam as frases típicas.
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Um filme que pode parecer bobo, mas que mos- Elle não só consegue o que quer como vira des-
tra muito isso é Legalmente Loira, um clássico taque em meio ao corpo estudantil ao resolver
que tem Reese Witherspoon como papel prin- um caso que parecia perdido.
cipal. No enredo, Reese é Elle Woods, uma pa-
tricinha que veste rosa dos pés à cabeça e tem
o típico cachorro de bolsa (um chihuahua muito
simpático). Mas ela não é só uma patricinha.
Antes de ser patricinha, ela é mulher e uma es-
tudante de Direito da Escola de Direito de Har-
vard. Se você já assistiu ao filme, sabe que Elle
simplesmente não tinha voz por três principais
motivos. Um: Elle é uma mulher. Dois: Elle é uma
mulher patricinha. Três: Elle é uma mulher que é
patricinha e é loira. Já entendeu, não é mesmo?
O estereótipo que Elle carrega a impede de ter
seu próprio crédito, valor considerado e esfor-
ço reconhecido.
#pracegover: Mulher, loira, de rosa pink, com ca-
chorro na mão, vestido de rosa com roxo.
Tudo muda, entretanto, quando ela usa sua in- Legenda: Reese Whiterspoon é Elle Woods em Legal-
teligência, seu charme e suas habilidades de mente Loira, uma comédia romântica que fala muito
comunicação para lidar com todo o preconceito sobre a comunicação com a mulher e os preconceitos
que ela sofre por conta de estereótipos
que sofre e mostrar do que é capaz.
Fonte: Divulgação
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
No que diz respeito ao apoio de organizações Ouvir como a mulher se sente em determinado
e iniciativas que promovam a igualdade de gê- local é fundamental para entender o que pre-
nero, isso pode ser feito a partir de doações cisa ser feito. Aqui, o diálogo é a chave para
financeiras, voluntariado ou participação em a virada, pois através dele é possível obter in-
campanhas e petições. Atuar de forma mais formações valiosas sobre questões de gênero
ativa nas organizações, adotando políticas e que podem estar afetando a experiência das
práticas mais inclusivas também é outra forma mulheres na organização.
de realizar esse apoio.
SEGUROS.
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Nada disso é válido, porém, se abusos, precon- Fox News de televisão e que, juntas, decidem
ceitos e violências continuarem existindo. E denunciar o assédio sexual que sofrem do CEO
talvez uma das ações mais importantes seja Roger Ailes. Infelizmente, acredite ou não, a
justamente esta: denunciar qualquer tipo de história é baseada em fatos reais e mostra
injustiça social que ocorra dentro da empresa. como mulheres são sujeitadas a ambientes
Isso pode partir de qualquer pessoa, inclusive tóxicos de trabalho, onde sua aparência física
de mulheres, que é exatamente o que aconte- e atração sexual viram armas para a objetifica-
ce no filme O Escândalo, o qual conta a história ção de seus corpos.
de um grupo de mulheres que trabalha no canal
5. Gerações
05 capítulo
Dos mais novos aos mais velhos:
os preconceitos embutidos
GERAÇÕES
Do s m a i s n ovo s ao s mais ve lh o s :
o s p recon ce it o s e mb u t id o s
@ DESCOLAGRAM
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Nós nascemos, vivemos e morremos. Essa é a A expectativa de vida também não é a mesma:
ordem natural da vida. O que ninguém conta é saiu de 74 anos em 2010 para 77 em 2022.
como é difícil viver enquanto envelhecemos e E o que tudo isso quer dizer? Que a população
vamos perdendo nosso valor para a sociedade. está envelhecendo e muitas questões estão
surgindo.
15% DA POPULAÇÃO
cial de geração e os obstáculos que os mais
velhos enfrentam para continuarem vivendo
BRASILEIRA TINHA 60
em sociedade. Da mesma forma como fizemos
no último capítulo, também veremos o contex-
to da diversidade dentro das gerações, quais
ANOS OU MAIS EM
os desafios impostos e quais as estratégias
para lidar com isso.
CONTEXTO
Pessoas de diferentes idades convivem juntas, Se você olhar dentro das empresas, um bom
dando corpo para a nossa sociedade. É isso que local para ver toda essa galera junta, vai encon-
nos coloca diante da diversidade de gerações, trar colaboradores das mais diversas idades.
algo que é importante de ser discutido, por nos Provavelmente, você vai encontrar pessoas
trazer diferentes perspectivas e experiências. das principais gerações, as quais são:
Baby Millennials ou
Boomers Geração Y
nas c i d o s e n tr e 1 9 4 6 e 1 9 6 4 n as cido s e n t re 1981 e 1996
Geração X Geração Z/
n as c i d o s e n tr e 1965 e
1 9 80 Centennials ou
Pós-millennials
n as cido s e n t re 1997 e 2 012
As gerações existem para dividir as pessoas Um baby boomer, por exemplo, não pensa da
em algumas faixas etárias de nascimento, mas mesma forma que um millennial da geração Y,
também servem para agrupar pessoas em vi- pois viveu em uma época diferente e se adap-
vências e momentos históricos diferentes. tou a um outro momento. Mas como cada ge-
ração, de fato, se comporta?
60
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Baby M
B oo m e r s
n as ci d os en tr e 194 6 e 1 9 64 nas
Baby Millennia
B o om e r s Geração X Geraçã
n as c i d os en tr e 1946 e 1964 na sc ido s ent re 19 65 e nascidos e ntre 1
1980
Os baby boomers, nascidos entre 1946 Quem nasceu na geração X, nasceu entre
e 1964, tendem a valorizar a lealdade e a os anos de 1965 e 1980, um período de
estabilidade no emprego. Eles cresceram Geração
muitas mudanças X sociais e econômicas,
em um período de prosperidade econômi- na sc ido s ento
incluindo re aumento
19 65 e do individualismo e
1980
ca (pós-Segunda Guerra Mundial) e mui- da competição do local de trabalho, o que
tas mudanças sociais, o que faz com que faz com que as pessoas dessa geração
se sintam mais seguros em um emprego tenham a tendência de buscar sua pró-
no qual possam confiar e se manterem pria liberdade. Foi essa, também, a primei-
estáveis. ra geração a ter contato com um mundo
que estava cada vez mais dominado pela
tecnologia.
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Millennials ou
Geração Y
n as c i do s en tr e 198 1 e 1996
Geração X Geração Z/
scidos e nt re 1 9 6 5 e
1 98 0 Millennials ou Centennials ou
Geração Y Pós-millennials
n as ci d os en tr e 1981 e 1996 na scidos entre 1997 e 2012
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Já o conhecimento tácito é aquele que é di- que é quem passa esse conhecimento para
fícil formalizar e codificar. É exatamente o tipo o outro a partir da vivência e prática. Mas se
de conhecimento que é adquirido através de o mais velho está perdendo seu valor, como
experiência, de prática, de observação e está, ficamos?
muitas vezes, implícito na tomada de decisão.
É um conhecimento muito difícil de ser comu-
nicado e compartilhado com outras pessoas,
pois é único de cada um.
QUEM, NORMALMENTE,
POSSUI O CONHECIMENTO
TÁCITO É O MAIS VELHO,
#pracegover: Senhor, cadeirante, lendo um livro no
ambiente de trabalho.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
DESAFIOS
Há um momento triste da vida em que os vie- » Percepção de menor produtividade;
ses tomam forma e as pessoas acima de 60 » Estereótipos negativos;
anos vão perdendo seu valor para a sociedade. » Dedução sobre as habilidades ou
Quem está na posição de julgamento acredita limitações com base em idade; e
que essas pessoas não podem mais exercer » Tratamento injusto ou falta de
suas funções e, por isso, devem se afastar de oportunidades.
suas responsabilidades, principalmente quan-
do falamos do trabalho dentro de uma organi-
zação. O nome disso é etarismo e é um pre- O que acontece, primeiramente, é que algumas
conceito exercido contra pessoas mais velhas, pessoas podem acreditar que os colaborado-
levando-as à marginalização e exclusão social res mais velhos são menos produtivos e me-
por conta da idade. nos capazes de aprender novas habilidades em
comparação aos mais jovens, fazendo com que
Em termos de diversidade, pessoas de dife- eles sejam distanciados de suas funções na
rentes gerações deveriam poder conviver jun- empresa. Além disso, a crença de que as pes-
tas em sociedade, mas não é o que acontece soas mais velhas são menos capazes, menos
quando nos deparamos com esse desafio do produtivas e menos valiosas faz com que se
etarismo, o qual pode se manifestar de diver- criem estereótipos negativos que não condi-
sas maneiras, incluindo: zem, necessariamente, com a realidade.
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E SABE QUAL
te, o mais velho que possui. É perder a chance
de aprender com as experiências do mais ve-
lho, com suas habilidades e suas capacidades
adquiridas ao longo de sua trajetória.
PROBLEMA DO
lha em seu cargo é mais caro, visto que seu
salário reflete o tempo de experiência e nível
de habilidade. A contratação de pessoas mais
ETARISMO?
velhas também não é algo que acontece com
tanta frequência, por conta de questões como
aposentadoria, curva de aprendizagem e mo-
mento da vida.
66
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Um filme que mostra bastante esse cenário é que vive uma vida bastante atarefada e precisa
O Senhor Estagiário, cuja história é centrada de ajuda. Apesar de Ben ter uma chance, como
em Ben, personagem interpretado por Robert muitos outros senhores e senhoras de mesma
DeNiro, um executivo aposentado que quer idade não têm, é interessante ver como, no fil-
voltar a trabalhar e, para isso, aceita o trabalho me, Ben lida com diversos desafios por conta
de ser um estagiário para uma empresa que da sua idade e sofre com a desconfiança que
vende roupas. Aqui, Ben é estagiário de Jules outras pessoas têm sobre o seu trabalho.
Ostin (Anne Hathaway), a criadora da empresa,
ESTRATÉGIAS
Promover a diversidade e inclusão entre as
gerações é algo que precisa ser feito a partir
de algumas estratégias, as quais, como você
está vendo, estão sendo aplicadas no ambien-
te de trabalho. A primeira delas é o reconhe-
cimento das diferenças para a criação de
um ambiente que valorize as contribuições
de cada geração. Isso pode ser feito com a
criação de programas de mentoria intergera-
cional, nos quais membros mais experientes
podem compartilhar seus conhecimentos
com os mais jovens e vice e versa. Outra pos-
sibilidade é a criação de políticas de trabalho
flexíveis que permitam que pessoas de di-
ferentes gerações equilibrem suas respon-
sabilidades pessoais e profissionais.
68
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Para esse reconhecimento de diferenças, portan- Equilibrar isso é a saída para promover a in-
to, é importante reconhecer que a inclusão pode clusão de pessoas de diversas gerações em
ser desafiadora, mas totalmente necessária. Da um mesmo espaço.
mesma forma que os mais velhos sofrem com o Pode parecer mais simples pensar nas estraté-
etarismo, os mais jovens também sofrem com gias para combater o preconceito com os mais
o desafio de não possuírem as experiências ne- jovens, como a oferta de mais oportunidades,
cessárias para um cargo. mas, com o etarismo, o problema é mais pro-
fundo, então temos medidas específicas de:
» Recrutamento e seleção;
» Treinamento e desenvolvimento;
» Comunicação e engajamento;
» Políticas de diversidade; e
» Avaliação de desempenho.
69
descola.org | Fundamentos da diversidade
06 capítulo
LGBTQIAP+
Um arc o - íris de r iquezas
71
@DESCOLAGRAM
descola.org | Fundamentos da diversidade
72
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
CONTEXTO
LGBTQIAP+ é a sigla que representa um grupo Diante disso, aqui, precisamos sair do olhar
de pessoas que defendem a diversidade, bus- binário de homem e mulher e entender como
cam representatividade e garantia de seus di- a identidade de cada um vai muito além disso.
reitos e questionam o padrão heteronormativo Antes, entretanto, de compreendermos o que
e binário que a sociedade se formou. diz este marcador social, queremos que conheça
como surgiu o movimento que deu origem a ele.
A h o m o sse x u a l i -
d a d e e r a co n s i d- B ras il s e to rno u
erada um crime e o prim eiro pa ís
a d i sc r i m i n a ç ã o Sur g i mento do da Am érica
co n t r a p e s so a s G r up o Gay da Latina a
LGBTQIAP+ era Bahi a , a pri- l ega l iza r o
tolerada e muitas me i r a organi- ca s am ento entre
ve z e s i n c e n t i va da z a ç ã o LGB T do pes s o as do
p e l o gove r n o . Br asi l. m es m o s ex o .
Movimento LGBTQIAP+
No Brasil, o movimento LGBTQIAP+ remon-
ta ao período da ditadura militar, nas décadas
de 1960 e 1970. Pelo contexto histórico, já
podemos imaginar que a luta pela diversidade
e representatividade não foi fácil, mas, mes-
mo assim, as pessoas lutavam por isso. O que
tornava tudo ainda mais complicado era que a
homossexualidade era considera um crime e
a discriminação contra pessoas dessa comu-
nidade era tolerada, muitas vezes incentivada
pelo próprio governo.
74
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
E O CRESCIMENTO
Em contrapartida, quanto mais reconhecimen-
to, maior a violência. Mesmo que esse seja um
DO MOVIMENTO
marcador social que já está sendo muito mais
tolerado, ainda há muito preconceito contra o
tema. No Brasil, crimes de ódio e violência fí-
76
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Os termos da comunidade
LGBTQIAP+
Depois de entender a origem do movimento A identidade de gênero é a percepção interna e
LGBTQIAP+, para não colocar você em uma pessoal de uma pessoa em relação ao seu gênero,
enrascada, precisamos te ajudar a diferenciar ou seja, a forma como cada um se identifica,
alguns termos bastante utilizados com essa seja como gênero masculino, feminino, não-
temática, que são: sexo biológico, identidade, binário ou qualquer outra identididade, que
orientação e expressão. não está, necessariamente, relacionada ao
sexo biológico ou às características sexuais
O sexo biológico é o sexo designado no primárias ou secundárias de uma pessoa.
nascimento, quando se avalia a genética da
pessoa, o órgão sexual (interno e externo), IMPORTANTE: no que diz respeito à identidade
hormônios e outros aspectos. É importante de gênero, é fundamental compreender a dife-
lembrar que há, dentro disso, há pessoas rença entre os termos cisgênero e transgêne-
intersexuais, ou seja, aquelas que podem ter ro. Quando uma pessoa reconhece o seu gêne-
variações dessas características, não sendo ro de nascimento, ela é considerada cisgênero.
definidas nem como sexo masculino nem como Já quando ela não reconhece, ela é considera-
sexo feminino. da transgênero.
77
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B i s s e x u al: Pesso a s qu e sen tem atração af e tiva e /ou se xual p or mais d e um gê nero.
T r a n s e x uais, tr a ve stis, tr a nsgê neros e pes s oas não binárias : Pe ssoas q ue não s e
i d e nt i f i c a m co m o g ên ero desi g nad o no nascime nto.
Q u e e r : Termo de origem norte-americana para designar pessoas que não se identificam com padrões
impostos pela sociedade, sem concordar com tais rótulos que limitam a dimensão e a vivência da sua
sexualidade; pode se referir também às pessoas que não saibam definir seu gênero/orientação sexual.
P P a n s e x ual: Pessoa que tem atração sexual ou romântica por todas as identidades de
gênero, inclusive as que não pertencem ao campo convencional do masculino ou f e minino.
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Lésbica Bissexual
Este é um termo que se refere a mulheres A bissexualidade também é categorizada
(cis ou trans) que são atraídas afetiva- como uma orientação sexual. Neste caso,
mente e/ou sexualmente por pessoas do fala sobre pessoas que se relacionam afe-
mesmo sexo/gênero (cis ou trans). Nesta tivamente e/ou sexualmente tanto com
orientação sexual, não é preciso ter tido, pessoas do mesmo gênero quanto de ou-
necessariamente, experiências sexuais tros gêneros.
com mulheres para ter a identificação
como lésbica.
Gay
Este é o termo que segue a mesma linha do anterior, porém se
referindo a homens. Com isso, é a orientação sexual que diz
respeito a homens (cis ou trans) que são atraídos afetivamente
e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero (cis ou
trans). Também não é necessário ter tido uma relação com um
homem para ter a identificação como gay.
80
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Transexual, Travesti,
Transgênero Queer
Diferente dos outros termos, o conceito Queer é um termo derivado da língua in-
de transexual se relaciona com a identida- glesa e se refere a pessoas que não se
de de gênero, não com orientação sexual. encaixam na heterocisnormatividade, ou
Diz respeito à pessoa que possui uma seja, que não se identificam com o padrão
identidade de gênero diferente do sexo binário de gênero. Embora o conceito
que foi designado no nascimento. Uma englobe todas as demais letras, também
mulher trans, portanto, tem o sexo biológi- representa aquelas pessoas que se iden-
co masculino, mas se identifica como mu- tificam com nenhuma das letras, pois não
lher. O homem trans tem o sexo biológico são adeptas a rótulos sociais.
feminino, mas se identifica como homem.
Importante: além de queer, a letra Q na si-
Importante: também podemos colocar gla também pode significar “questioning”,
neste grupo as pessoas não binárias, que fazendo menção a pessoas que, quando en-
são aquelas que não se percebem dentro tendem o sistema, começam a questionar
de um gênero exclusivo. sua posição dentro dele.
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Intersexual Pansexual
O termo intersexual define a pessoa que nas- A pansexualidade é também outra orientação
ceu com a genética diferente de XX ou XY e sexual e se refere a pessoas que desenvol-
tem a genitália ou sistema reprodutivo fora vem atração física, afetiva e desejo sexual por
do sistema binário homem/mulher. Em outras outras pessoas independente de sua identi-
palavras, a pessoa intersexual nasce com dade de gênero.
uma variação nas características sexuais que
identificam cada sexo, podendo ter diferen- Importante: existe uma discussão acerca da
ças nos genitais, cromossomos, gônadas ou bissexualidade e da pansexualidade, pois, teo-
hormônios, não coincindindo com o entendi- ricamente, os termos significam a mesma coi-
mento binário padrão dos corpos. sa. A título de informação, a diferença fica por
conta da identidade de gênero e como cada um
prefere se enxergar.
Assexual
Assexual é o indivíduo que sente pouca ou
+
nenhuma atração sexual por qualquer gênero. Além de todos esses termos que menciona-
Isso não indica que as pessoas com essa mos, há outras orientações e identidades de
orientação sexual não possam se relacionar gênero que podem se encaixar nesse marca-
ou desenvolver sentimentos amorosos e afe- dor social, o que é representado na sigla pelo
tivos por outras pessoas. símbolo de soma (+). A intenção é que todos
compreendam que a diversidade não termina
na última letra e que, ao longo do tempo, no-
vas orientações e identidade podem surgir.
82
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
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LGBTfobia
Quando falamos sobre o marcador social de uma batalha vencida em toda a luta do
LGBTQIAP+, não há como passar por ele sem movimento LGBTQIAP+. Com essa medida,
explorar o desafio da LGBTfobia, uma terminolo- qualquer ato de preconceito contra pessoas
gia usada para abarcar todas as formas de pre- homossexuais e transexuais se tornou crime,
conceito e violência realizadas contra pessoas sob pena de 1 a 3 anos e aplicação de multa.
desse grupo, nas quais a motivação principal é,
basicamente, a identidade de gênero, a orien- Ainda que esse tenha sido um grande passo,
tação sexual e, também, a expressão sexual. lutar na prevenção ajuda a acelerar a transfor-
mação da pauta. Mais do que punir, é preciso
EM 13 DE JUNHO DE 2019,
educar e quebrar os ciclos de violência para
que ela não aconteça.
O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL APROVOU
A CRIMINALIZAÇÃO
DA HOMOFOBIA E DA
84
TRANSFOBIA NO BRASIL, #pracegover: Imagem de uma pessoa de costas,
coberta com uma bandeira e com um boné preto,
escrito igualdade em inglês.
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
O que torna tudo mais difícil e complexo é que nem sempre a violência é exposta.
Às vezes, ela é tão enraizada que não é percebida. É possível ver violência com:
» Falta de representatividade;
» Olhares de menosprezo;
» Erro do pronome;
» Recusa do uso do nome social;
» Questionamento sobre a roupa que veste;
» Perguntas indiscretas sobre identidade e sexualidade;
» Restrição do uso do banheiro quando é separado por gênero;
» Ausência de leis específicas;
» Isolamento social;
» Não contratação por preconceito;
» Entre outros.
Com isso, a LGBTfobia se manifesta de diver- O que marca a fobia é a rejeição assumida, seja
sas formas, desde uma simples palavra opres- pela família, no trabalho, na política, na escola,
sora até um ato físico. na universidade, espaços de lazer, entre outros.
85
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E com toda essa questão da LGBTfobia, outros A taxa assusta, mas é fruto da cultura transfó-
desafios se tornam inevitáveis: a depressão, bica que vivemos. Uma mulher trans é expulsa
a ansiedade, ideações suicidas e outros de casa, em média, com 13 anos e abandona o
problemas de saúde mental. Diversos estudos, ensino médio entre os 14 e os 18 anos. O que
inclusive, conseguem confirmar que adultos sobra? A discriminação, a falta de apoio fami-
e jovens dessa comunidade têm maiores liar, a convivência com a violência.
chances de cometerem suicídio. O resultado é
refletido na expectativa de vida:
ENQUANTO A POPULAÇÃO
GERAL VIVE CERCA DE
74 ANOS, UMA PESSOA
TRANSEXUAL, POR
EXEMPLO, NÃO PASSA
DOS 35 ANOS, SEGUNDO
DADOS DO IBGE. 87
#pracegover: Punho estendido para cima com uma
pintura das cores da bandeira LGBTQIAP+.
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88
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
ESTRATÉGIAS
Incluir pessoas LGBTQIAP+ nas empresas é um dos passos que
precisamos tomar para melhorar a realidade das pessoas que
pertencem ao grupo desse marcador social. E tudo começa
com a criação de um ambiente seguro, respeitoso, no qual
todas as pessoas, não importa gênero, identidade ou orienta-
ção, sejam respeitadas.
89
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Primeiramente, quando falamos sobre a cria- Neste quesito, capacitar funcionários é uma
ção de políticas e programas inclusivos, maneira eficaz de educar os colaboradores so-
nos referimos à ação tomada pelas empresas bre a diversidade e a inclusão deste marcador
para garantir a igualdade de oportunidades social. As organizações podem, neste caso,
para todas as pessoas. Podem ser adotadas, oferecer treinamentos e programas de cons-
por exemplo, políticas de não discriminação, cientização para garantir que todos estejam
programas de treinamento para funcionários e cientes das questões enfrentadas pela comu-
políticas de benefícios para casais do mesmo nidade LGBTQIAP+. Não é porque nem todos
sexo. fazem parte desse grupo que isso não é pro-
blema de todo mundo.
Com relação ao estímulo de representativi-
dade e diversidade, as empresas devem criar Quanto ao ambiente seguro, ele precisa existir
oportunidades para que as pessoas LGBTQIAP+ para acolher os colaboradores pertencentes a
se envolvam em projetos, eventos e outras ati- este marcador. Frequentemente, há pessoas
vidades que elas normalmente não se envolve- que relatam sofrerem abusos dentro do espa-
riam por conta do preconceito que sofreriam. ço de trabalho, como mulheres, o que já cita-
Aqui, é importante ressaltar que isso deve ser mos aqui. Neste ponto, é importante promover
feito em todos os níveis de hierarquia dentro da não só segurança, mas a conversa, a empatia,
empresa. o acolhimento de quem passa por situações
como a de violência e preconceito.
90
#pracegover: Recorte de imagem onde aparecem várias pes-
soas usando meias com as cores do movimento lgbtqiap+
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
E por falar em violência e preconceito, é ex- Por fim, o cuidado deve ser redobrado com a co-
tremamente necessário que as organizações municação. Da mesma maneira que mulheres
se posicionem contra atitudes como essas. estão suscetíveis a ouvirem, o tempo todo, pia-
Para isso, é essencial manter um canal de de- das sobre o fato de serem mulheres, pessoas
núncias, para que elas possam ser feitas e as deste marcador social também passam pelo
devidas medidas possam ser tomadas. É caso, mesmo. Barrar palavras como “bixinha”, “viado”,
também, para o departamento de RH se posi- “traveco”, como outras, do vocabulário do coti-
cionar e resolver algumas problemáticas que diano, é uma boa maneira de mostrar que nem
acontecem no dia a dia. a empresa e nem os colaboradores querem
propagar ainda mais preconceito.
O que também funciona para incentivar a inclu-
são de pessoas LGBTQIAP+ é a parceria com Mais um marcador social finalizado. No próximo
outras empresas para patrocinar eventos capítulo, vamos tratar sobre o marcador social
e paradas do orgulho LGBTQIAP+, bem como de pessoas com deficiência.
apoiar organizações desse nicho em sua missão Nos vemos a seguir!
de promover a igualdade de direitos e inclusão.
91
#pracegover: Uma gota de água caindo e reverberando por toda a
água que está com as cores da bandeira LGBTQIAP+ refletindo nela.
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07 capítulo
PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
As ba rre iras arquit etô nic as da vida
@ DE SC OLA GRA M
92
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
A SUA EMPRESA
TEM RAMPA DE
ACESSIBILIDADE?
O seu restaurante favorito tem mesa para
cadeirante? Quantos serviços você utiliza que
sabe que são adaptados para pessoas com
deficiência?
Falar sobre o marcador social de pessoas com
deficiência é fundamental para explorar a di-
versidade como um todo. Esse é um grupo mi-
norizado que é muito deixado de lado na socie-
dade e é necessário educar a população para
que a representatividade dessas pessoas seja
apoiada.
Neste capítulo, vamos contar um pouco do
#pracegover: Dois homens, brancos, colegas de trabalho, sorrindo e
contexto deste grupo, bem como os desafios e olhando para a câmera. Um em pé e o outro é cadeirante.
as estratégias para lidar com o assunto.
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CONTEXTO
A história da diversidade de pessoas com defi-
ciência no Brasil está bastante marcada pelas
mudanças na maneira como a sociedade trata
esse grupo minorizado. Antes da década de
1960, por exemplo, as pessoas com deficiên-
cia eram constantemente negligenciadas, mui-
tas vezes sendo escondidas em instituições,
ficando sem acesso à educação ou emprego.
94
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
O que é interessante entender aqui é que, an- Com esse cenário contextualizado, é impor-
teriormente a essas leis, critérios estritamen- tante conhecer, também, quais são os tipos de
te médicos definiam o enquadramento de uma deficiência que encontramos em nossa socie-
pessoa com deficiência. dade.
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Os tipos de deficiência
Stephen Hawking e Frida Kahlo são exemplos
Os tipos de deficiência em questão, são: de pessoas que tinham uma deficiência física:
Stephen tinha uma esclerose amiotrófica la-
teral e Frida, além de ter tido pólio na infância,
» Deficiência física; o que a deixou com uma perna mais fina que a
» Deficiência auditiva; outra, precisou usar coletes ortopédicos por
» Deficiência visual; conta de um acidente.
» Deficiência intelectual;
» Deficiência múltipla; e
» Surdocegueira.
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Outro tipo de deficiência é a intelectual. A Por fim, a surdocegueira é uma condição em que a
deficiência intelectual é uma limitação pessoa apresenta perda total ou parcial da visão e
significativa no funcionamento da audição ao mesmo tempo. É importante ressaltar
intelectual e na adaptação social, algo que não são duas deficiências, mas sim uma única
que se manifesta antes dos 18 anos que requer um tratamento específico. As pessoas
de idade. Pessoas desse grupo podem com surdocegueira podem ter dificuldades de co-
apresentar dificuldade em compreender municação, locomoção e necessitam de recursos
informações, se comunicar, resolver específicos para interagirem. Mesmo com os desa-
problemas e realizar tarefas cotidianas. fios da condição, é possível participar ativamente da
sociedade, como é o caso da educadora e escritora
A deficiência múltipla é, por Helen Keller, que perdeu sua visão e audição após
consequência, a associação de uma doença quando ainda era criança.
duas ou mais deficiências. Neste
grupo, existe uma ampla variedade
de necessidades e limitações e as
pessoas com deficiência múltipla
podem requerer diferentes recursos de
acessibilidade para se comunicar, se
locomover e realizar tarefas do dia a dia.
Os paratletas, por exemplo, são casos
de pessoas que podem ter deficiência
múltipla. #pracegover: Homem, negro, sentado em banco de
praça, cego, lendo um livro.
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DESAFIOS
Ao falarmos sobre pessoas com deficiência, Aos poucos, com a naturalização de atitudes
esbarramos no conceito de capacitismo, que como essa, o capacitismo é capaz de levar à
é o nosso principal desafio para este marcador exclusão social, a limitações no acesso a opor-
social. O capacitismo é o preconceito contra tunidades e serviços e a violações de direitos
pessoas com deficiência, o qual se dá de di- humanos. Isso sem falar nos impactos emocio-
versas maneiras. Em outras palavras, o capa- nais e psicológicos na vida das pessoas com
citismo é a discriminação baseada na ideia de deficiência.
que pessoas com deficiência são inferiores ou
menos capazes do que pessoas sem deficiên- A partir do capacitismo, nos damos conta de
cia. que vários outros obstáculos surgem para as
pessoas com deficiência, como:
Sabe quando alguém fala “Não está vendo não?
É cego por um acaso?” ou um “Estou falando
com você, está surdo(a)?”, isso é capacitismo. » Falta de acessibilidade em ambientes
Dizer que alguém é cego por não estar, no mo- públicos e privados;
mento, conseguindo ver algo ou que alguém é » Falta de educação inclusiva;
surdo só porque não estava prestando atenção
» Desafios com a empregabilidade; e
é uma maneira de ofender e colocar em uma po-
sição inferior quem realmente tem deficiência » Ausência de políticas públicas eficazes.
visual e auditiva.
100
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
101
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No mercado de trabalho, também há muitos Por fim, mais um desafio é das políticas pú-
obstáculos para as pessoas com deficiência e blicas, que ainda deixam a desejar no quesito
o nível de empregabilidade para profissionais eficiência. Muitas políticas ainda são insufi-
com necessidades especiais é menor compa- cientes ou não foram implementadas de forma
rado a pessoas sem deficiência. É a mesma adequada, nos dando a impressão de que a lei
história do currículo de um homem branco e um existe, mas não tem quem fiscalize e quem a
homem preto: ambos têm as mesmas qualifi- faça cumprir.
cações, mas o homem branco tem certos pri-
vilégios.
ESTRATÉGIAS
Apesar de tamanhos desafios no cuidado com as pessoas
com deficiência, a fim de promover a diversidade, a equida-
de e a inclusão, há o que pode ser feito pela sociedade para
mudar a situação. Para isso, vamos precisar considerar dois
lados: o das empresas e da vida cotidiana; e o do governo.
Já pelo outro lado, as estratégias dependem que garante uma porcentagem de vagas para
de algo maior que nós: o governo. Muitas pessoas com deficiência em empresas com
leis já foram feitas para proteger os direitos 100 funcionários ou mais.
das pessoas com deficiência, porém, ainda
estamos muito distantes de uma sociedade Agora que você conhece um pouco mais sobre
ideal. Um feito importante, por exemplo, o marcador de pessoas com deficiência, já po-
decorrente de uma política pública foi a demos passar para o próximo, que é o de raça
PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA, UMA
AÇÃO AFIRMATIVA
DE 1991
#pracegover: Mulher, branca, cadeirante, ensinando
colegas de trabalho
105
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08 capítulo
RAÇA E ETNIA
Não basta não ser racista,
é precis o ser antirracista
JÁ QUE É ESTE
GRUPO QUE
REPRESENTA 54%
DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA 107
#pracegover: Homem e mulher, colegas de trabalho,
conversando. Ambos negros e vestidos socialmente.
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CONTEXTO
Você deve se lembrar pelos livros da escola O que acontecia, nesse período, era que o rico
como a maior parte da população no Brasil se era ainda mais rico e essencialmente branco e
tornou negra. Caso não se lembre, vamos voltar o pobre era ainda mais pobre e, em sua maioria,
aos primórdios. Tudo começou quando a escra- preto. A desigualdade social estava marcada
vidão passou a ser a mão de obra barata para e, até hoje, não conseguimos recuperar esse
senhores de engenho em suas fazendas de período histórico e reparar as injustiças so-
açúcar e café. ciais causadas com essa população.
Durante muito tempo, negros eram trazidos Mesmo com a abolição da escravidão, a desi-
em navios negreiros contrários a sua vontade, gualdade entre brancos e pretos não deixou de
simplesmente porque não tinham outra forma existir. A Lei Áurea, em 1888, que deu liberda-
para sobreviver, ainda que seja um paradoxo de aos escravos, foi mais uma resposta a uma
grande dizer que ser escravo é um modo de so- pressão internacional do que uma mudança
brevivência. No fim das contas, ou vinha ou de postura, tanto que escravos foram libertos,
morria. mas não havia um apoio para que eles pudes-
sem continuar vivos. Não havia suporte para
um emprego digno, para uma alimentação sau-
dável, para uma educação básica.
108
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
109
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Os tipos de racismo
Como você já deve imaginar, o racismo é um
dos desafios do marcador de raça e etnia que
vamos trazer neste capítulo. Para que você en-
tenda, portanto, o que há por vir, precisamos
falar sobre os tipos de racismo existentes em
nossa sociedade.
ANTES DE SEGUIRMOS,
VOCÊ SABE O QUE É O
RACISMO?
Segundo Silvio Almeida, advogado, filósofo e
professor universitário, o racismo é uma:
111
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“FORMA SISTÊMICA DE
DISCRIMINAÇÃO QUE TEM A
RAÇA COMO FUNDAMENTO
E SE MANIFESTA POR MEIO
DE PRÁTICAS CONSCIENTES
E INCONSCIENTES
QUE CULMINAM EM
DESVATAGENS OU
PRIVILÉGIOS PARA O
INDIVÍDUO, A DEPENDER DO
GRUPO RACIAL AO QUAL
112
PERTENÇAM.” #pracegover: Silvio Almeida, homem, negro, de
terno e óculos, forte, meia idade. Sem cabelo.
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
113
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114
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Um filme que trata desse racismo individual Com isso, podemos dizer que esses três ti-
é Corra!. A história é tão absurda que é difícil pos de racismo estão interligados e se refor-
acreditar que a situação realmente está acon- çam mutuamente. O racismo estrutural pode
tecendo, mesmo que dentro da ficção, mas desencadear um racismo institucional, que, por
tudo gira em torno de uma mulher branca que sua vez, pode incentivar um racismo individual.
tem um histórico de namorar homens pretos. O nosso problema com isso está nos desafios
Isso, entretanto, não é um gosto pessoal, mas que essa conjuntura apresenta, o que vamos
sim uma estratégia para fazer com que sua ví- ver a seguir.
tima da vez seja submetida por uma série de
violências, tanto por parte dela quanto de sua
família.
116
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
DESAFIOS
O racismo é o início de tudo. Ele é o nosso princi- E isso não mudou muito de lá para cá. É claro
pal desafio com este marcador social de raça e que temos exceções, mas, na maioria das ve-
etnia. Porém, há ramificações que partem dele zes, pessoas pretas e pardas, geralmente, re-
e são tão preocupantes quanto, sendo neces- cebem cargos de menor hierarquia e ocupam
sário entendê-los para combatê-los. São eles: os estratos mais baixos da sociedade. A desi-
gualdade existe e é um grande obstáculo na
luta pela diversidade.
» Desigualdade econômica;
» Políticas públicas inadequadas; As políticas públicas inadequadas, ligadas à
desigualdade econômica, também represen-
» Falta de representatividade; e
tam um desafio que precisamos resolver. São
» Naturalização das desigualdades. essas políticas que limitam a população negra
a serviços básicos de moradia, saúde, seguran-
ça e educação. Com isso, se não há uma políti-
ca pública adequada, não há como esperar que
Primeiramente, não há como separar classe de a vida das pessoas pretas seja melhor.
raça. Se você retomar o que falamos sobre os
tempos de escravidão, vai notar que enfatiza-
mos que os brancos eram cada vez mais ricos e
os pretos cada vez mais pobres.
117
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
ESTRATÉGIAS
É difícil pensar em maneiras de eliminar o racismo. Por
ser tão intrínseco, a solução exigirá um grande esforço
e, principalmente, um comprometimento das pessoas
brancas para o avanço dessa pauta. Em contrapartida,
podemos pensar em meios de minimizar os outros desafios
que vimos e criar estratégias para mudar a situação.
Dado esse passo, as estratégias são reais e possíveis. Com isso, temos que boas
atuações que podem ser feitas, como:
Você já deve ter entendido, a essa altura, que é investir em programas de capacitação e
incluir a diversidade dentro de empresas e agir desenvolvimento, a partir de treinamentos
com estratégia nas organizações é um cami- específicos de letramento racial para não só
nho para refletirmos isso na vida pessoal das combater o racismo, mas repensar hábitos en-
pessoas. Portanto, a primeira estratégia para raizados e reconhecer expressões que perpe-
lutar contra o racismo e suas consequências tuam o preconceito.
120
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Além disso, estabelecer metas claras de di- Uma outra estratégia que é importante para a
versidade é fundamental, a fim de envolver inclusão e diversidade de raça e etnia é o de-
colaboradores em atividades que aumentam a senvolvimento de carreira, com mentorias e
representatividade das pessoas negras na em- programas voltados para pessoas pretas e par-
presa, algo que, se não fosse por um objetivo das, no intuito de promover a igualdade salarial,
em comum da organização, muitos poderiam identificando e corrigindo possíveis disparida-
não participar. des entre funcionários brancos e pretos.
Outro ponto essencial é rever o processo se- Em meio a tudo isso, criar grupos de afinidade
letivo. Você já parou para pensar que, se há é uma oportunidade de incentivar que as pes-
mais brancos dentro das empresas, é porque soas se apoiem e troquem experiências, além
mais brancos foram contratados e esse é um de essa ser uma boa fonte de feedbacks e su-
problema que está no momento da seleção e gestões para a empresa. E por falar em afinida-
recrutamento? As empresas precisam mudar de, os stakeholders não podem ficar de fora.
sua forma de contratar novos colaboradores. Trabalhar com fornecedores e parceiros que
Ter pessoas diversas tanto no processo de se- são antirracistas e promovem a diversidade é
leção quanto para entrevistar os candidatos é essencial.
uma atitude que vai fazer com que o processo
seletivo seja mais justo e imparcial.
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09 capítulo
RELIGIÃO
A intolerânc ia que habi t a e m você
reflete n a fé que habit a e m mim
@ D E S C O L A GRA M
123
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124
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
CONTEXTO
Pare um pouco para pensar e nos diga: Quantas Melton, fundador do Instituto para o Estudo da
religiões você conhece? Possivelmente, você Religião Americana e editor da Enciclopédia
lembrou das mais conhecidas, como a católica, das Religiões Americanas. E onde estão
a evangélica e a espírita. essas 40 mil religiões? Esse levantamento
TALVEZ SEJA
vai ter que ficar para um outro curso, mas o
que é importante entender, neste ponto, é
que muitas religiões surgem e desaparecem
SURPREENDENTE,
ao longo dos anos. Com isso, pessoas de
religiões diferentes convivem em um mesmo
espaço e compartilham de suas experiências.
EXISTEM MAIS DE
seja cristã e seja adepta à religião católica, há
práticas religiosas distintas, sendo a diversi-
dade religiosa uma característica marcante
40 MIL RELIGIÕES
da história do Brasil, desde a época colonial.
Os indígenas, por exemplo, primeiro grupo a
ocupar o território brasileiro, possuíam crenças
NO MUNDO,
e rituais próprios, os quais foram influenciados
pelo contato com os europeus e africanos que
segundo Gordon chegaram posteriormente.
125
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Com a chegada dos portugueses, em 1500, o Com tantas religiões em um mesmo espaço,
catolicismo se tornou a religião oficial do país e, em 1889, quando o Brasil se tornou Repúbli-
durante o período colonial, a Igreja Católica teve ca, a Igreja Católica perdeu sua hegemonia e
um papel fundamental na organização da socie- a religião católica deixou de ser considerada
dade brasileira, sendo responsável por educar a a religião oficial do país. Atualmente, o Brasil
população, bem como dar suporte para a saúde é marcado pela presença de diferentes tradi-
e assistência social. ções, incluindo o catolicismo, o protestantis-
mo, as religiões afro-brasileiras, o espiritismo,
Em meio a esse período, chegaram as pessoas o judaísmo, o islamismo, entre outras.
escravizadas vindas da África, trazendo consi-
go suas práticas religiosas, surgindo, com isso, Diante de todo esse histórico, há algumas coi-
as primeiras religiões afro-brasileiras. A di- sas que julgamos serem interessantes você
versidade religiosa se tornou ainda maior pos- saber. A primeira delas é que, embora o número
teriormente, quando imigrantes começaram a de católicos tenha caído no Brasil nos últimos
entrar no país e praticar religiões como o espiri- anos, o catolicismo segue sendo a prática re-
tismo, o protestantismo e o judaísmo. ligiosa mais utilizada pela população. Segundo
dados do Datafolha no ano de 2020, 50% dos
brasileiros são católicos.
126
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Mas se temos tantas religiões assim, será que você consegue diferenciá-las? Dá uma olhada no
quadro que preparamos para você com as características das principais religiões no Brasil:
CRISTÃ
EVANGÉLICA CATOLICISMO ESPIRITISMO CANDOMBLÉ UMBANDA
Bíblia como única Tem um único Tem a reencarna- Deus é supremo e Tem a reencarna-
fonte da revelação Deus ção como um pilar rege o universo ção como um pilar
de Deus
Cura pela fé Acredita na vida Tem um viés na Acredita em vida Tem um viés na
após a morte mediunidade após a morte mediunidade
Não cultua santos Bem e mal são Acredita na imor- Tem adoração por Acredita em vida
conceitos deter- talidade da alma elementos da na- em outros mun-
minantes para a tureza dos
vida após a morte
Pratica a palavra Pratica a palavra Pratica a palavra Bem e mal são na- Pratica a palavra
com ações huma- com caridade com amor, carida- turais à existência com caridade
nitárias de e humildade
Com isso, o que você consegue concluir desse Se o catolicismo, por exemplo, pratica a palavra
quadro? Se você reparar, todas as religiões es- com caridade e o umbandismo também, porque
tão pautadas nas mesmas coisas e possuem uma é mais falada que a outra?
pilares semelhantes.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
DESAFIOS
Assim como existe o preconceito contra a mu- Uma das participantes envolvidas na situação
lher, contra as pessoas mais velhas, contra sugeriu que a espada de São Jorge com sal
homossexuais, contra pessoas com deficiên- grosso que havia sido colocada no jardim era
cia e contra pessoas pretas, também existe o para retirar as energias negativas do lugar, dei-
preconceito contra religiões diferentes, o que xando a entender que Fred Nicácio carregava o
chamamos de intolerância religiosa. Esse é o mal por conta de sua religião.
nosso principal desafio para o marcador social
da religião.
#pracegover: Fred Nicá-
Se você assistiu à edição de 2023 do reality cio sofreu intolerância e
show Big Brother Brasil, esse termo não é no- racismo religioso dentro
vidade para você. Trata-se de um preconceito da casa do Big Brother
baseado em ideias e estereótipos contra de- Brasil
Fonte: Reprodução/Glo-
terminada religião. O que aconteceu dentro do
boplay
programa foi que alguns participantes julgaram
estarem com medo de Fred Nicácio, médico e
apresentador do programa Queer Eye Brasil, por
conta de sua religião de matriz africana.
130
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
ESTRATÉGIAS
Com tantas religiões, promover um diá-
logo inter-religioso também chega a ser
um desafio. Entretanto, ele é o caminho
para a construção de uma sociedade
mais justa e harmoniosa. Com base nis-
so, temos algumas estratégias reco-
mendáveis para promover não somente
dentro do ambiente de trabalho, mas
qualquer um que aponte para uma possí-
vel intolerância religiosa.
134
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
São elas:
135
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10 capítulo
CULTURA DE
DIVERSIDADE
A diversidade c o m o paut a
nas organizaç õe s
QUE PUDESSEM
popularizado na década de 1990 e faz referên-
cia aos diferentes marcadores sociais que inte-
ragem entre si, influenciando a forma como ex-
perimentamos a vida em sociedade. É o caso,
EXISTIR TANTAS
por exemplo, da intolerância religiosa feita a um
homem preto, como vimos no exemplo do nos-
so ebook. Vemos presente nesta situação
PAUTAS SOBRE
uma interseccionalidade entre os marcado-
res de raça e etnia e de religião.
DIVERSIDADE?
E é diante da interseccionalidade que chega-
mos ao nosso ponto principal deste capítulo:
a cultura de diversidade como pauta estra-
tégica de negócio. Com tantos marcadores
sociais convivendo em uma intersecção, a di-
Pois é! E o que você viu foi só uma ponta do versidade tem sido uma pauta cada vez mais
iceberg, afinal, não daríamos conta de, em um discutida e considerada essencial para os ne-
único curso, esgotar os assuntos sobre esse gócios. Isso se deve ao fato de organizações
tema. O que é fundamental destacar, entretan- com equipes diversas apresentarem melhores
to, com tudo o que aprendemos, é o conceito resultados e, por isso, se tornarem mais com-
de interseccionalidade. Já ouviu falar? petitivas.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
140
#pracegover: Reunião no trabalho com pessoas de
raças diferentes e incluindo cadeirantes.
Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
DIANTE DISSO,
COMO PODEMOS,
ENTÃO, PROMOVER
UMA CULTURA DE
DIVERSIDADE DENTRO
DAS ORGANIZAÇÕES?
#pracegover: Visão superior dos pés e várias setas
pintadas no chão, dando a sensação de que exis-
É o que vamos ver na sequência.
143
tem muitas direções que podem ser seguidas.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Estabelecer uma política de DE&I é o primei- Outro passo essencial na criação de uma cul-
ro passo para ter uma cultura de diversidade. A tura de diversidade é o treinamento de cola-
empresa, responsável por essa ação, deve criar boradores. Ajudá-los a compreender melhor os
uma política clara e bem definida que valorize a desafios da pauta e como todos podem parti-
diversidade e a inclusão, bem como comunicá- cipar de forma efetiva para contribuir com um
-la de forma clara e ampla. ambiente de trabalho mais inclusivo é funda-
mental para que a cultura de DE&I funcione.
Além disso, a liderança na organização preci-
sa estar alinhada à pauta da diversidade, tanto E por falar em treinamento de colaboradores, a
nas ações quanto na representatividade. Não promoção de representatividade na contra-
adianta ter um líder dentro dos padrões da so- tação de novos colaboradores e promoções
ciedade apenas falando sobre a importância também é um passo importante em todo o pro-
da diversidade. É preciso que isso se reflita na cesso. Políticas de recrutamento e seleção,
prática. E não vamos deixar de ressaltar o por exemplo, precisam valorizar a individuali-
quanto é essencial que grupos minorizados dade de cada um. Ainda, a criação de metas de
tenham lugar nessa liderança. diversidade deve se estender para toda a or-
ganização, incluindo promoção de funcionários
diversos para posições de liderança.
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#pracegover: Grupo de muitas pessoas,
todas de raças diferentes.
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Diante de tudo, torna-se necessária a criação Por fim, não tem como querer criar uma cultura
de espaços inclusivos, a fim de que todos os de diversidade sem tornar o tema transversal.
colaboradores tenham oportunidades iguais de Tanto a empresa como os colaboradores de-
participar de tomadas de decisões, inovações, vem compreender a necessidade de garantir
análises e outras atividades importantes. que temas de diversidade, equidade e inclu-
Como consequência, torna-se imprescindí- são sejam tratados em todas as áreas da orga-
vel dar suporte para grupos minorizados, in- nização, fazendo com que, até mesmo, a comu-
centivando o desenvolvimento de grupos de nicação interna e externa tenha elementos de
diversidade, para que esses possam ende- diversidade e mostre representatividade.
reçar algumas questões específicas sobre a
pauta.
11 capítulo
LIVROS
Histórias diversas para ler e recontar
@ D E S C O L A G RA M
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Quantas histórias sobre diversidade você já ouviu por aí? Quantas histórias
sobre diversidade você sabe contar? Livros estão aí para documentar
ficções e não-ficções sobre o tema. Nesta lista, selecionamos livros reais,
baseados em histórias de personalidades existentes em nossa sociedade,
bem como histórias que aconteceram no mundo da ficção, mas podem
representar muitas histórias que ainda não foram colocadas em palavras.
Veja só:
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Natasha é uma garota jamaicana prestes a ser de- Maya Angelou, hoje, é uma mulher preta que esbanja
portada dos Estados Unidos junto com sua família. representatividade. Em seu livro, você vai conhecer
Daniel é um americano com descendência coreana, Maya como você nunca viu: uma garota negra, cria-
bom filho, bom aluno, apenas carrega grandes ex- da no sul por sua avó materna, que carregou consi-
pectativas em seus ombros. O que pode sair de um go um fardo pesado. Nesta obra, você vai entender
encontro como esse? Neste livro, você vai conhecer o que Maya sentia, ainda sente e vai ter acesso às
uma história de amor com um fundo de diversidade, suas lembranças dolorosas que revelam uma vida
conversas inspiradoras e temas que não escapam dura cheia de preconceitos.
quando o assunto é relacionamento interracial.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Mulherzinhas
Eu Sou Malala Louisa May Alcott
Malala Yousafzai
Outra mulher que exala representatividade é Ma- Mulherzinhas é o livro de ficção que deu origem ao
lala Yousafzai, ativista que não ficou calada quando filme Adoráveis Mulheres. A história traz à tona per-
o Talibã tomou controle do vale do Swat. O preço sonagens femininas que marcaram e ainda marcam
que pagou por isso foi alto: Malala foi atingida por gerações: mulheres que não aceitam imposições
uma bala na cabeça e poucos achavam que sobre- da vida e desejam mais do que lhes cabem. Na obra,
viveria. Como símbolo de luta, Malala teve uma re- você vai conhecer como as irmãs Meg, Beth, Amy
cuperação milagrosa e hoje conta sua história por e Jo, vivendo em meio à Guerra Civil Americana,
onde passa. Neste livro, você conhece a trajetória compartilham seus sonhos e como nem todas elas
de Malala, bem como tudo o que fez para espalhar a aceitam a ideia de passar o resto da vida cuidando
diversidade pelo mundo. de um marido e do lar.
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Se você procurar nas listas dos livros mais vendi- Simon Spier é um garoto de 16 anos que sabe que é
dos, este livro com certeza estará lá. Queridinho gay. Sua família, seus amigos e todos na escola, en-
da comunidade LGBTQIAP+, Vermelho, Branco tretanto, não sabem disso. Simon não tem proble-
e Sangue Azul é uma ficção que conta a história ma nenhum com sua orientação sexual, mas sabe
de dois jovens. Alex é famoso na mídia americana que a sociedade tem, por isso esconde esse se-
por ser filho da presidenta dos Estados Unidos; gredo. Ao longo da história, Simon começa a trocar
Henry é apenas o príncipe da Inglaterra. Ambos, no e-mails com um garoto da escola que se identifica
começo, não se suportam, mas uma amizade vai se como Blue e assume que é gay para todos do seu
transformando em algo a mais, enquanto os dois círculo. Será que isso é o suficiente para que Simon
vão descobrindo seus próprios sentimentos. tome coragem e faça o mesmo?
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Um dos primeiros livros a ter na estante quando o Este é um dos maiores clássicos da literatura mun-
assunto é diversidade é este: Pequeno Manual dial. E um dos maiores clássicos da literatura mun-
Antirracista. Esta é uma obra praticamente obri- dial fala, justamente, de preconceito racial. A histó-
gatória para quem quer não só entender as origens ria é ambientada nos Estados Unidos, na década de
do racismo, mas como combatê-lo. Djamila Ribeiro, 1930, em uma região com ferozes desigualdades,
a autora, vai ser a responsável por debater temas tudo muito bem contado pelos olhos de uma garota
como negritude, branquitude, violência racial, cul- questionadora cujo pai é advogado local e enfrenta
tura, entre outros assuntos importantes para essa uma batalha para defender um homem negro injus-
discussão. tamente acusado de cometer um terrível crime.
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Bateu uma curiosidade para saber como era o Brasil Mestre e Doutor em Linguística, Sidnei Nogueira é o
em tempos de escravidão? Apesar desta ser uma autor deste livro que vai te dar um panorama essen-
obra ficcional, seus elementos são extremamente cial sobre intolerância religiosa no Brasil. Você vai
reais e refletem justamente como a sociedade bra- poder relembrar momentos importantes da história
sileira era na época: o português dono do cortiço, da humanidade que foram marcados por dominação
a escrava amante, o português burguês, a esposa religiosa, como o Império Romano, a Idade Média e o
infiel, a mulata sedutora, a prostituta, entre muitos Naismo, e compreender melhor como os caminhos
outros personagens. Ainda que não seja uma leitura nos levaram a conviver em uma sociedade intole-
fácil, vale a pena valorizar essa literatura brasileira e rante à religião do outro.
conhecer um pouco de história.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Stephen Hawking é muito conhecido por teorias Carolina Maria de Jesus foi catadora de papel, tinha
que explicam os mistérios do universo, porém, nes- três filhos e era moradora da comunidade do Canin-
ta obra, vamos conhecer seu lado humano e como dé, em São Paulo. A vida de Carolina não foi fácil e
foi a sua trajetória de vida, desde a sua infância até isso é exatamente o que esse livro mostra. Apesar
os momentos em descobriu sua doença. É um livro de muito sofrimento, é uma história sobre resiliên-
para entender a vida de quem sofre com obstácu- cia, sobre preconceitos e sobre como uma mulher
los, de quem precisa de apoio e tem necessidades precisa lidar com os desafios da vida para sobrevi-
especiais, mas que, ainda assim, não deixou de ser ver.
um humano.
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12 capítulo
FILMES E SÉRIES
A diversidade p or o utras l e ntes
@ D E S C O L A G RA M
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FILMES
O Sol Também é Uma Estrela - 2019 Adoráveis Mulheres - 2019
Já introduzimos a história de Natasha e Daniel, mas Meg almeja um bom casamento. Beth quer ajudar
nada melhor do que ver o filme para se emocionar os pais a cuidar do lar. Amy, a mais jovem, sonha
ainda mais com essa relação. Apesar do livro ter em ser rica. Jo, por sua vez, sonha em ser escrito-
baseado o filme, no longa você sente ainda mais as ra. Sabemos que, em meio à Guerra Civil Americana,
conversas inspiradoras que ambos têm sobre suas apenas duas delas teriam seus desejos realizados
vidas, sobre seus desejos, sobre seus medos e so- e não é nem Amy e nem Jo. Este é um filme adorável
bre os obstáculos que ambos enfrentam por conta para conhecer mulheres que estão à frente de seu
de suas raças e etnias. tempo e simplesmente não aceitam viver em uma
sociedade que as prende dentro de casa e lhes re-
tira seus sonhos.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Você já deve ter assistido a este clássico do cinema, mas talvez seja o mo-
mento de revê-lo. No auge dos anos 2000, não era comum falarmos sobre
os temas que debatemos neste curso, portanto, certamente seu olhar para
este filme vai ser outro quando reassisti-lo. O longa conta a história de Elle
Woods, uma patricinha extremamente padrão que entra na faculdade de Di-
reito de Harvard para tentar salvar seu relacionamento com o ex-namorado.
Quando se depara com uma série de preconceitos, Elle usa sua habilidade
de comunicação e consegue virar o jogo quando resolve um caso judicial que
homens brancos padrões não foram capazes de resolver.
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É sempre importante ver como mulheres estão Jules Ostin é uma criadora de um site bem-sucedi-
lutando por seus direitos sem calar suas vozes e do que vende roupas. Com tamanho sucesso, Jules
seus sentimentos. Neste filme, você vai conhecer já não consegue mais dar conta de sua vida pessoal
a história de três mulheres que se uniram para e profissional. Quando sua empresa adota um proje-
denunciar os abusos que sofriam do presidente to de contratar idosos, Jules começa a dividir suas
da Fox News Roger Ailes. Baseado em fatos reais, funções com seu estagiário Ben Whittaker, um se-
o longa dá luz à luta contra o machismo e nos faz nhor de 70 anos que quer voltar a trabalhar para se
pensar que ainda há esperanças. reinventar. O choque de gerações vai mostrar como
gerações diferentes podem ser muito melhores
quando estão juntas.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Neste filme você conhece Otto, um senhor de 59 Um dos primeiros filmes a abordar o homossexua-
anos que é extremamente rabugento e não suporta lismo em uma época em que esse tema ainda era
sua vizinhança. À primeira vista, pode parecer que um tabu foi O Segredo de Brokeback Mountain,
Otto é um tremendo de um chato, mas sua realida- que conta a história de dois amigos que carregam o
de apresenta muitas coisas por trás desse compor- estereótipo de serem cowboys, ou seja, são fortes,
tamento. Colocado às margens da sociedade por másculos e o extremo do homem “macho”. Isso, en-
conta de sua idade, Otto, na verdade, apenas ten- tretanto, começa a cair por terra quando ambos se
ta dizer para o mundo que ainda é útil, o que sente, apaixonam um pelo o outro e decidem descobrir jun-
realmente, quando uma família amigável se muda tos o que estão sentindo. Este é um filme para ver
para o lado da casa de Otto e começa a estabelecer como é o preconceito contra o homem gay e como
uma relação emotiva com ele. essa orientação sexual é mantida em segredo por
conta da reação da sociedade.
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Simon é um garoto de 16 anos muito bem-resolvi- Harvey Milk é um nova-iorquino que decidiu mo-
do com sua orientação sexual. Isso, entretanto, ele rar com seu namorado Scott. Hoje, isso parece
mantém em segredo, porque, além de temer a rea- algo normal, mas o enredo em questão aconteceu
ção de seu círculo social, não entende qual a razão no cenário da década de 70, quando essa opção
de somente homossexuais precisarem se assumir. pouco existia. A violência e o preconceito contra
Por que a mulher cis e o homem cis não podem as- homossexuais era grande na época, mas Milk não
sumir que gostam mesmo do sexo oposto? Este é desistiu de ir atrás de seus direitos e busca por
um filme que trata sobre a homossexualidade de oportunidades sem discriminação sexual. Este é
forma leve, ainda que fale sobre as consequências um filme baseado na vida do político e ativista gay
fatais de um preconceito contra pessoas LGBT- Harvey Milk e conta muito sobre as lutas e batalhas
QIAP+, como o suicídio. desse grupo minorizado contra o preconceito e a
violência da sociedade.
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O ano é 1841 e Solomon Northup, um escravo liber- Esta não é uma história real e parece muito absurda
to, é sequestrado e levado a viver uma vida como para ser, mas não é difícil imaginar que coisas como
escravo mais uma vez. Revoltado com tamanhas essa podem acontecer no mundo em que vivemos.
humilhações, Solomon mostra a todo tempo sua Chris é um homem negro que namora Rose, uma mu-
indignação com a situação, mas sempre é castiga- lher branca. Ao conhecer sua família, ele começa a
do por sua ousadia em responder ao seu senhor e experienciar situações estranhas e perturbadoras,
tentar fugir. É mais uma história real que trata so- o que o faz pensar que ele precisa fazer uma úni-
bre escravidão, sobre preconceito, sobre violência ca coisa: correr! Um filme essencial para entender
e sobre lutas raciais. a branquitude e o privilégio que os brancos sentem
em oposição às pessoas pretas.
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Eli é um homem solitário que vive em um futuro pós- Stephen Hawking vivia uma vida normal até desco-
-apocalíptico. Sua missão é proteger um livro sagra- brir sua esclerose lateral amiotrófica, doença que o
do, o qual guarda por 30 anos, pois acredita conter deixou cada vez mais debilitado. Neste filme, você
a salvação para a humanidade. Este não é um filme vai ver como é ser um físico extremamente impor-
direto, que conta detalhe por detalhe o que está tante para o mundo, ao mesmo tempo em que se é
acontecendo. É preciso entender nas entrelinhas o uma pessoa com deficiência, que sofre com as bar-
quanto o filme aborda a religião e, mais do que isso, reiras arquitetônicas e sociais da sociedade.
a intolerância religiosa.
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Extraordinário (2017)
Este é um filme que mostra como muitas crianças podem ser afastadas do con-
vívio da escola e de outras esferas da sociedade por conta de uma deficiência ou
necessidade especial. Auggie Pullman, neste filme, é um garoto que nasceu com
deformação facial, o que fez com que ele passasse, desde o seu nascimento, por
uma série de cirurgias para fazer correções em seu rosto. Aos 10 anos, Auggie
encara, pela primeira vez, a escola e vai entender como é viver sendo diferente e
sofrendo bullying, preconceitos e outras violências.
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SÉRIES
Queer Eye
Queer Eye é um reality show que coloca um grupo de homens que represen-
tam a comunidade LGBTQIAP+ para mudar a vida de outras pessoas. O grupo
passa uma semana ao lado de alguém, entendendo a história de vida desse
indivíduo para, então, aplicarem as ações necessárias para transformar a vida
dessa pessoa. Você pode curtir esta série tanto na versão americana quanto
na versão brasileira.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Pose é uma série ambientada em 1987 que acom- Fazer uma faculdade americana carrega uma enor-
panha Blanca, uma participante de bailes LGBTQ me carga de estresse, com tensões sociais, pres-
que acolhe pessoas marginalizadas pela sociedade. são acadêmica e o medo da idade adulta. Pior que
Essa é uma excelente recomendação para enten- isso, só se você for um afro-americano, tendo que
der mais sobre gays e trans, sobre a crise da AIDS, lidar com alunos brancos e cheios de privilégios.
sobre preconceitos e outras violências contra pes- Esta série segue um grupo de jovens pretos que
soas do marcador de LGBTQIAP+. precisam lidar com os desafios do dia a dia em um
lugar majoritariamente de pessoas brancas.
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Coisa de Menino
Se você quer ver o preconceito estrutural na vida das pessoas, esta é uma boa série
para assistir. Produzida pelos brasileiros Tatiana Issa e Guto Barra, a série mostra
como acreditar que homens não choram, por exemplo, é prejudicial e causa traumas
na vida de homens. Com um viés em cima da educação de meninos, você vai poder
ver o que pais pensam sobre o assunto em contraposição a como os garotos se
sentem com isso.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Já pensou ser uma mulher com o único fim de procriação? Pois é! Não existe outro
valor a não ser popular a Terra. Esse, infelizmente, é o cenário da série The Hand-
maid’s Tale, a qual se passa em um futuro próximo no qual os Estados Unidos deu
lugar à República de Gileade, cujo governo é totalitário e tem uma teonomia cristã
protestante. Sem dúvidas, uma ótima recomendação para observar o machismo e,
principalmente, o preconceito contra a mulher.
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13 capítulo
PODCASTS
Conversas e d ebat es s o bre d ivers id a de
@ D E S C O L A GRA M
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
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O primeiro podcast que não pode ficar de fora Este é um podcast em oito episódios que mos-
dessa lista é o Bate-papo Carlotas, apresen- tra como a História explica o Brasil que vivemos
tado pela nossa professora Fabiana Gutierrez hoje. Em cada episódio, você vai voltar à histó-
e sua sócia Carla Douglass. Ao longo dos epi- ria do Brasil, desde a independência, e enten-
sódios, você vai encontrar todos os temas que der como o racismo, por exemplo, teve a sua
discutimos em nosso curso e vai conseguir se origem em terras brasileiras. Em um dos epi-
aprofundar ainda mais nos marcadores sociais. sódios, você vai ver como a liberdade dada aos
Vale a pena dar o play! escravos pelas mãos de Isabel não veio do céu.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
Mamilos é um podcast apresentado por Cris Afetos é um podcast que fala sobre afetos,
Bartis e Ju Wallauer com o propósito de pro- como o próprio nome diz. É uma conversa sobre
mover diálogos abertos sobre temas sociais. relações e sobre o que acontece nessas rela-
Um dos episódios, o que trazemos aqui como ções. Há episódios interessantes que falam
recomendação, é o que fala sobre a diversidade sobre branquitude, violência de gênero, iden-
nas empresas, o qual conta sobre os desafios tificação, mulheres, intolerância, entre outros
de formar e gerir equipes em empresas que temas.
primam pela diversidade entre seus colabora-
dores.
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Pretas na Rede
Este é um podcast feito por mulheres pretas que traz conversas so-
bre o universo feminino negro e suas vivências. É uma ótima fonte para
aprender como é ser mulher na sociedade, mas, acima de tudo, como é
ser uma mulher preta em meio a uma sociedade cheia de preconceitos.
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
14 capítulo
REFERÊNCIAS
@ DE S CO L AG R AM
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Diversidade em alta
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/04/cultura/1522818455_771877.html
https://www.youtube.com/watch?v=clEXfXkAAi0
Gênero
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18320-quantidade-de-homens-e-
-mulheres.html
https://revistacult.uol.com.br/home/adoraveis-mulheres-greta-gerwig/
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-foi-o-escandalo-bom-
bshell-oscar-2020.phtml
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Crie ambientes mais inclusivos e equitativos
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gos-ganham-menos-e-tem-menos-chances-de-recolocacao-durante-a-pandemia/
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