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Evangelho de João - Louis Berkhof

9042008
Louis Berkohof
LIVRO: Introdução ao Novo Testamento.

Conteúdo
1. O advento e encarnação no logos (Jo.1.1-13)
2. O logos encarnado - a única forma de vida no mundo (1.14-6.71)
3. O logos encarnado - a vida e a luz, em conflito com trevas espirituais (7.1-11.54).
4. O logos encarnado - salvando a vida do mundo através da morte sacrificial (11.55- 19.42)
5. O logos encarnado -a ressurreição dos mortos, Salvador e Senhor de todos os crentes (20.1-21.25)

Características

1. O Evangelho de João enfatiza mais do que os outros a Divindade de Cristo:

O ponto de partida do evangelho não é histórico, como nos sinóticos, mas é enforcado na eternidade. O início do livro já apresenta essa característica,
quando diz: “No princípio era o Verbo, e a imensa o Verbo estava com Deus, eu verbo era Deus”. No evangelho de João não encontramos descrição
da sua genealogia, do seu batismo ou da sua tentação. Entretanto, no evangelho de João, de João Batista testifica a sua divindade, diferente do que
acontece nos evangelhos sinóticos. O ministério de João Batista é enfocado no batismo para o arrependimento e na sua posição anterior ao Messias.
Jesus Cristo, como Filho de Deus, entra em cena proclamando desde o início sua divindade 3.13; 5.17; e 6. 32,40 ). os milagres de Jesus, narrados no
evangelho de João, em geral enfatizam a proeminência do seu poder divino e 4.46; 5.5; 9.1; 11.17 ).

2. No o evangelho de João os ensinos de Cristo são predominantes:

Embora os ensinos de Cristo tem um grande lugar nos evangelhos sinóticos, no evangelho de João eles têm um lugar de destaque na estrutura do
livro, mas de maneira um pouco distinta. Ao invés de encontrarmos ensinamentos paradoxais, parábolas ou grande destaque para o ensino sobre o
Reino de Deus, em João vemos que os discursos de Cristo são longos e confrontativos. Em contraste com os evangelhos sinóticos, o foco não está
sobre o Reino de Deus, mas sim sobre a pessoa do Messias. em conexão com os milagres de Jesus Cristo apresentou-se como fonte da vida,4.46,
nourishment of the soul, 6. 22- 65, como água da vida,4.7-16; 7.37-38; como verdadeiro libertador, 8.31-58; como a luz do mundo, 9.5,35 41 e o
princípio vivo da ressurreição, 11.25-26. Próximo o fim do livro, além de grandes informações práticas e do seu relacionamento pessoal com um dos
cristãos, encontramos claras referências sobre o advento do Parácleto.

3. O cenário de ação no Evangelho de João é um pouco diferente:

os evangelhos sinóticos encontramos grande participação do ministério de Cristo apresentado na galiléia, e seu ministério Jerusalém aparece apenas
perto dos últimos dias com os discípulos. já João coloca em evidência, tanto trabalho quanto ensino de Jesus na Judéia e e particularmente em
Jerusalém. João apresenta com alguns detalhes das festas judaicas: três festas de páscoa (possivelmente quatro ) 2:13; 5.1; 6.4; 13.1; festa do
tabernáculo 7.2; e festa da dedicação 10.22.

4. O evangelho de João é mais definindo que os sinóticos na sua pontuação do tempo e locação dos acontecimentos:

De um certo modo, o evangelho de João parece mais cronológico que os outros evangelhos, e distinção com que apresenta a localidade dos
acontecimentos do ministério de Jesus, dão a impressão que o autor do evangelho é muito preciso as suas considerações. através do relato de João,
podemos descobrir as localidades por onde Jesus passou: Bethânia 1.28; Caná 2.1; Cafarnaun 2:12; Jerusalém 2.13 e assim por diante. outro detalhe
interessante é que a designação de tempo é muito acurada, e eventualmente até as horas do dia são citadas. outro detalhe interessantíssimo é o valor
que o autor dá a cronologia dos fatos. veja os detalhes entre o primeiro e o segundo capítulo.

5. O estilo e no quarto evangelho é muito diferente dos outros evangelhos :

a exceção da introdução e de poucas partos no decorrer do texto encontramos grande influência da língua hebraica no texto de João. LB afirma que
João ” se aproximam do estilo dos estertores do antigo testamento mais do que qualquer autor do Novo Testamento tenha feito”. Podemos notar que o
termo utilizado por João é de excelente qualidade entretanto não encontramos grande sentenças ou sentenças complexas e também inclui algumas
palavras em aramaico: rabi, Messias, amen amen lego soi, rabbatha, khfas, rolyotha.
Autor
A voz da Antiguidade parece ser unânime ao atribuir o quarto evangelho a João. LB encontra apenas uma exceção em um de chamado Epiphanius.
Entretanto das evidências internas apontam para a autoria de João:

1. O autor era judeu:

Certamente, o autor tem íntimo conhecimento do antigo testamento a ponto de não conhecer apenas a tradução da LXX, mais o terço na sua
linguagem original, com evidente em algumas das suas citações do antigo testamento. O fato de o autor escreveu em grego, não compromete sua
identificação como judeu, pois suas construções literária usam muitos paralelismos, e todos têm influência hebraica. Luthardt afirma o seguinte:
“Existe e uma alma hebraica e viva na linguagem do evangelista”.

2. O autor era um judeu palestiniano:

O modo de escrever de João mostra claramente que ele está em casa quando estar em um mundo judaico. Ele é claramente habituado com os
costumes judeus e com cuidado religioso requerido pela lei, sem contar que parece compreender com facilidades o mundo e pensamento judaico e
com a compreensão judaica das especulações da lei.

3. O autor é testemunha ocular dos eventos que relata:

O autor afirma explicitamente em João 1.14, mesmo que de maneira plural, entendemos que o autor estava presente essa declaração, mas fica evidente
em 19.35 que o autor estava presente quando o testeficou estes fatos. Outro detalhe que corrobora com essas afirmações é a maneira que clara e vívida
com que o autor relata os eventos: pelas definições cronológica, pela nomenclatura e dos locais e pessoas que estiveram próximos a Jesus no seu
ministério e pela grande proeminência de detalhes nas narrativas maiores e nos discursos feitos por Jesus, podemos entender que o outrora era a
testemunha ocular desses fatos.

4. O autor foi o apóstolo João :

O autor do evangelho com freqüência menciona um discípulo que ele nunca nem só no nome, às vezes chamado de “Outro discípulo”, ou como “O
discípulo de Jesus amava” cf. 13.23; 18.15; 19.26; 20.2; e 21.7. no fim do evangelho o autor diz: “Esse é o discípulo que testifica essas coisas; e nós
sabemos que sou testemunha verdadeiro” (21.24).

Outra informação importante na busca da autoria do evangelho, é que o autor deste documento apresenta apenas sete dos doze discípulos. Os os
discípulos que não são mencionados são: João, Thiago, Mateus, Simão e Tiago filho de Alfeu. Consideradas essas afirmações, somando as evidências
de João 1.35 a 41 e 1.41 a 43 em comparação com Marcos 1.16 a 19 percebemos que apenas João e Tiago são pessoas possíveis a serem autores desse
documento. Entretanto, não podemos pensar que o autor deste evangelho tenha sido Thiago, uma vez que ele foi martirizado próximo do ano 44.
Dessa forma só podemos concluir que João o tenha escrito.

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Este artigo é resultado da reflexão do autor deste blog sobre parte do artigo do Louis Berkhof sobre o evangelho de João

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