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05/12/2023

EMENTA COMPETÊNCIAS

Constitucionalismo. Direito Constitucional.  Apresentar e analisar a importância desta Ciência do


Constituição. Teoria do Poder Constituinte. Eficácia Direito;
TEORIA E FUNDAMENTOS DA e aplicabilidade das normas constitucionais.  capacitar o aluno dentro da perspectiva da área do
direito;
CONSTITUIÇÃO Evolução histórica do Constitucionalismo brasileiro.
 levar ao aluno análise crítico sobre os temas
Princípios Constitucionais Fundamentais. Direitos e relacionados;
Garantias Fundamentais.
 Identificar os principais recursos de normatização da lei
aplicada;
Se te apetece esforçar, esforça-te; se te apetece  Contextualizar a sociedade, refletindo o papel desta
repousar, repousa; se te apetece fugir, fuja; se te ciência do direito;
apetece resistir, resista; mas saiba bem o que te  Desenvolver a capacidade de raciocínio e espírito crítico.
apetece, e não recue ante nenhum pretexto, porque
o universo se organizará para te dissuadir.
(Friedrich Nietzsche)

METODOLOGIA CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO O CONSTITUCIONALISMO: CONCEITO
O CONSTITUCIONALISMO: EVOLUÇÃO
Para atividades presenciais: Realizadas de A avaliação do processo de ensino e HISTÓRICA.
forma síncrona e mediada. A metodologia utilizada para a aprendizagem é feita por disciplina, incidindo sobre a
organização da mediação entre o sujeito (graduando) e o O DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA E
objeto de conhecimento (conteúdos da disciplina) se dará frequência e o aproveitamento. A frequência CONCEITO
por meio de diferentes ferramentas e estratégias para o O DIREITO CONSTITUCIONAL: OBJETO
mínima obrigatória corresponde a 75% da O DIREITO CONSTITUCIONAL: CONTEÚDO
desenvolvimento de atividades teóricas e/ou práticas. carga horária prevista. CIENTÍFICO
Para atividades online/EaD: Realizadas de UNIDADE 1 DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO
forma síncrona e/ou assíncrona e mediadas. Para Avaliações (0 a 10) AV1 e AV2 (2ªChamada) + AV.F A CONSTITUIÇÃO: CONCEITO
organização da mediação entre o sujeito (graduando) e o Média Parcial maior ou igual a APROVADO DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO
objeto de conhecimento (conteúdos da disciplina) será 7,0 DIREITO CONSTITUCIONAL GERAL.
empregada metodologia que adota diferentes ferramentas A CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÕES
e estratégias para o desenvolvimento de atividades Média Parcial menor a 7,0 (sete) AVALIAÇÃO FINAL
ou maior ou igual a 4,0 (quatro) A CONSTITUIÇÃO: OBJETO
teóricas e/ou práticas. Utilizar-se do AVA (Ambiente
A CONSTITUIÇÃO: ELEMENTOS
Virtual de Aprendizagem), teams, Instagram Média Parcial menor a 4,0 REPROVADO
institucional e demais plataformas de Média Final maior ou igual a 5,0 APROVADO
conhecimento.
Média Final menor a 5,0 REPROVADO

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:PODER OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
CONSTITUINTE E PODER CONSTITUÍDO FUNDAMENTAIS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:TITULARIDADE OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
E EXERCÍCIO DO PODER A EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS PRINCÍPIO REPUBLICANO
CONSTITUINTE NORMAS CONSTITUCIONAIS OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:PODER EFICÁCIA SOCIAL E EFICÁCIA JURÍDICA PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
CONSTITUINTE ORIGINÁRIO CLASSIFICAÇÃO DE JOSÉ AFONSO DA SILVA: OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:PODER PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E
CONSTITUINTE DE REFORMA OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:PODER
UNIDADE 2 LIMITADA. UNIDADE 2 PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES
CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE OUTRAS CLASSIFICAÇÕES OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
UNIDADE 1
A TEORIA DO PODER CONSTITUINTE:MUTAÇÕES A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PRINCÍPIO DO PLURALISMO POLÍTICO
CONSTITUCIONAIS CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO (1824 – OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
APLICABILIDADE DAS NORMAS 1988) PRINCÍPIO DA ISONOMIA
CONSTITUCIONAIS NO TEMPO. NOVA OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS:
CONSTITUIÇÃO E ORDEM JURÍDICA ANTERIOR. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
RECEPÇÃO E REVOGAÇÃO
RECEPÇÃO MATERIAL DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS
REPRISTINAÇÃO
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO

TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
BIBLIOGRAFIA O direito constitucional é o ramo do direito público interno que
estuda a Constituição, ou seja, a lei fundamental de organização do
DIREITOS E GARANTIAS Estado, bem como os seus limites:
FUNDAMENTAIS:TEORIA GERAL DOS DIREITOS a) forma de Estado (unitário ou federal);
HUMANOS  Moraes, Alexandre de Direito b) forma de governo (Monarquia ou República);
Direito c) Sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo);
DIREITOS E GARANTIAS constitucional/Alexandre de Moraes. - São Paulo: Constitucional d) modo de aquisição, exercício e perda do poder político;
FUNDAMENTAIS:DIREITOS E DEVERES Atlas, 2023. e) órgãos de atuação do Estado (Poderes Executivo, Legislativo e
INDIVIDUAIS E COLETIVOS Judiciário);
DIREITOS E GARANTIAS  Paulo, Vicente, 1968-Direito Constitucional f) Principais postulados da ordem econômica e social;
UNIDADE 2
FUNDAMENTAIS:DIREITOS SOCIAIS descomplicado I Vicente Paulo, Marcelo g) limites à atuação do Estado (direitos fundamentais da pessoa
DIREITOS E GARANTIAS Alexandrino. - rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: humana).
FUNDAMENTAIS:DIREITOS DE
NACIONALIDADE
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2023. O direito constitucional é o cerne do direito público interno.
 Direito público porque se refere a questões que dizem
DIREITOS E GARANTIAS  Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado respeito a interesses imediatos do Estado. Interno porque as
FUNDAMENTAIS:DIREITO DE CIDADANIA (OU /Pedro Lenza. – rev., atual. e ampl. – São Paulo : normas concernem apenas ao direito de um único Estado.
DIREITOS POLÍTICOS Natureza  O direito constitucional ocupa uma posição de
Saraiva, 2023. Jurídica superioridade em relação às demais ciências jurídicas, pois
os princípios fundamentais dos outros ramos jurídicos estão
todos inseridos na Constituição. As demais normas jurídicas
não podem contrariar, em hipótese alguma, dispositivos
constitucionais.

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TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO


Primeiros antecedentes: Movimento revolucionário de tendência universal,
alcançou os demais países, inclusive o Brasil. É indispensável
 Magna Carta, firmada, em 1215, entre o Rei João Sem frisar que ele, como movimento político, estava intimamente
Terra e os barões; relacionado com os valores do liberalismo político, de
 Petition of Rights, imposta em 1628, ao Rei Carlos I. limitação do poder governante e da valorização dos
Constitucionalismo direitos do indivíduo.
 Revoluções democrático-burguesas do final do século
 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
XVIII, a Revolução Americana de 1776, com a proclamada após a Revolução Francesa, em 1789, dispunha
independência das treze colônias britânicas situadas na que o país que não estabelecesse uma separação de poderes,
América do Norte, e a nem uma declaração de direitos individuais, não possuiria CONSTITUCIONALISMO E O
Origem do Direito  Revolução Francesa de 1789, que pôs fim ao Ancien uma Constituição.
Constitucional Régime O fundamento político-ideológico das grandes transformações
NEOCONSTITUCIONALISMO
sociais que marcaram o advento do Estado
Primeiras Constituições: Moderno pode ser encontrado nas ideias dos grandes
pensadores dos séculos XVII e XVIII, como Locke,
 Primeira Constituição escrita foi a do Estado da Montesquieu e Rousseau.
Virgínia, em 1776, elaborada meses antes da Fundamento  Locke, com a ideia da existência de direitos naturais e do
ideológico direito de resistência.
declaração da independência americana;
 Montesquieu, com a separação de poderes como uma
 Em seguida foram proclamadas a dos Estados Unidos forma de evitar a concentração de poderes e o consequente
da América, em 1787, e a francesa de 1791. abuso de poder.
 Rousseau, com a ideia do “contrato social”, isto é, o Estado
como resultante da vontade geral.

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TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO

DIFERENÇAS ENTRE CONSTITUCIONALISMO Lei fundamental de organização do Estado, ao estruturar e


delimitar os seus poderes políticos. Dispõe sobre os principais
TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
• Materiais ou substanciais: O conjunto de normas
E NEOCONSTITUCIONALISMO aspectos da sua estrutura. Trata das formas de Estado e de governo, que tratam da estrutura do Estado e da sociedade,
Constituição do sistema de governo, do modo de aquisição, exercício e perda do bem como dos limites da atuação estatal, estejam
poder político e dos principais postulados da ordem econômica e inseridas ou não no texto constitucional, tais como
social. Estabelece os limites da atuação do Estado, ao assegurar forma de Estado, forma e sistema de governo, modo
respeito aos direitos individuais. de aquisição, exercício e perda do poder político e
Para Ferdinand Lassalle, em sua clássica obra O que direitos individuais.
Quanto
é uma Constituição, esta é a soma dos fatores reais • Formais: O conjunto das normas jurídicas inseridas
ao
Sociológica de poder, não passando a escrita de uma “folha de no texto escrito e solene definidor das normas
conteúdo
papel” que poderia ser rasgada a qualquer momento, jurídicas hierarquicamente superiores. Normas
sempre que contrariasse os fatores reais de poder. Classificação formalmente constitucionais são as inseridas no
https://www.youtube.com/watch?v=0UCz2rTFns4 Para Carl Schmitt, a Constituição é a decisão
das texto constitucional. Em uma Constituição escrita
Constituições há regras material e formalmente constitucionais,
política fundamental, estabelecendo uma distinção
pois dizem respeito à estrutura fundamental e aos
entre ela e as leis constitucionais. A Constituição
Concepções de limites do poder do Estado (ex. Art. 1.º, CF/88); são
Política disporia somente sobre normas fundamentais
Constituição formais, p.ex., o art. 242, §2.º, CF/88.
(estrutura do Estado e direitos individuais), enquanto
as demais normas contidas em seu texto seriam leis • Escritas: é o conjunto de normas codificadas e
constitucionais. compiladas em um texto único ou documento único.
Quanto à • Não escritas: são normas não codificadas em um
Para Hans Kelsen, a Constituição, em seu sentido
forma texto único, mas resultam de leis esparsas, da
lógico-jurídico, é a norma hipotética fundamental.
jurisprudência e dos costumes (direito
Jurídica Dessa forma, é o vértice de todo o sistema normativo.
consuetudinário). P.ex.: Constituição da Inglaterra.
As normas constitucionais são hierarquicamente
superiores a todas as demais normas jurídicas.

TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO


• Dogmáticas: elaboradas por um órgão constituinte, • Rígida: Exigem um procedimento especial de • Constituições-balanço: A Constituição
que incorpora no texto constitucional valores alteração dos preceitos constitucionais mais registraria e descreveria a ordem política,
Quanto políticos e ideológicos predominantes. A rigoroso que o das demais normas econômica e social existente, refletindo a luta de
ao modo Constituição escrita é sempre dogmática. infraconstitucionais. Pela atual, uma emenda classes no Estado. A cada novo estágio no rumo
de • Históricas, costumeiras ou consuetudinárias: constitucional para ser aprovada precisa de da construção do comunismo, uma nova
elaboraçã resultam da lenta evolução histórica, baseando-se maioria de 3/5 (CF, art. 60, § 2º), enquanto uma Constituição seria promulgada.
o em costumes, convenções, precedentes lei ordinária é aprovada por maioria simples • Constituições-garantia: A Constituição
jurisprudenciais e textos esparsos. A Constituição Quanto ao
(art. 47). estrutura e delimita o poder do Estado,
não escrita é sempre histórica ou costumeira. modelo
• Flexíveis: Não exigem um procedimento estabelecendo a divisão de poderes e
• Populares, democráticas, promulgadas ou especial de modificação. As normas assegurando o respeito aos direitos individuais.
Classificação Exemplo: Constituição americana.
votadas: elaboradas por um órgão constituinte Quanto à constitucionais podem ser alteradas com o
das Classificação
composto de representantes legitimamente eleitos estabilidade mesmo procedimento das leis ordinárias. • Constituições-dirigentes: Constituição, além
Classificação Constituições das
pelo povo. Ex.: Constituições brasileiras de 1891, • Semirrígidas ou semiflexíveis: Contêm uma de estruturar e delimitar o poder do Estado,
das Constituições
1934, 1946 e 1988. parte flexível e outra rígida. Algumas normas inscreve um plano de evolução política,
Constituições
• Outorgadas: elaboradas sem a participação de constitucionais exigem um procedimento diretrizes a serem seguidas.
representantes legitimamente eleitos pelo povo, especial de alteração e outras não. • Sintéticas, concisas ou negativas: Dispõem
sendo impostas pelo governante. Ex: Constituições • Imutáveis ou utópicas: Não estabelecem somente sobre os aspectos fundamentais da
Quanto à nenhuma forma de revisão de suas normas, que
brasileiras de 1824, 1937, 1967 e 1969 outorgadas, organização do Estado, bem como sobre seus
origem são perpétuas.
respectivamente, pelo Imperador Dom Pedro I, pelo Quanto ao limites (direitos individuais), em poucos artigos.
ditador Getúlio Vargas, pelo regime militar de 1967 • Super rígida: só pode ser alterada por um tamanho ou • Analíticas, prolixas ou abrangentes:
e por uma Junta Militar em 1969. processo legislativo diferenciado, e, extensão Dispõem sobre diversos aspectos da organização
Carta Constitucional: Há autores que sustentam que excepcionalmente, em alguns pontos é imutável. do Estado, abrangendo questões que poderiam
a Constituição deve ser livremente discutida e ser objeto de leis ordinárias, em inúmeras
promulgada por uma Assembleia Nacional normas constitucionais.
Constituinte. O texto outorgado é mera carta
Constitucional.

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TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO


TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
• Ortodoxas ou simples: Influenciadas por uma CONSTITUCIONALISMO
só ideologia. Exemplo: Constituição soviética. A Constituição é a lei maior do país, o vértice do sistema jurídico. A
Quanto à • Ecléticas, complexas ou compromissárias: Supremacia supremacia da Constituição decorre de sua própria origem, pois Configura-se como direito público fundamental por referir-
dogmática ou Influenciadas por ideologias de tendências da provém de um poder constituinte originário, de natureza absoluta, Direito se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à
à ideologia diversas, resultando de uma fórmula de Constituição bem como do seu caráter de rigidez. Constitucional articulação dos elementos primários do mesmo e ao
compromisso entre as forças políticas existentes  Tratados internacionais? estabelecimento da estrutura política (José Afonso da Silva).
em determinado momento histórico. • Elementos orgânicos: normas que tratam da estrutura do DICOTOMIA DE JEAN DOMAT
• Normativas: As Constituições cujas normas Estado, dispondo sobre a sua organização e modo de
Direito Público (Leis públicas) Direito Privado (Leis civis)
efetivamente dominam o processo político, funcionamento.
limitando o poder do Estado. • Elementos limitativos: normas que tratam dos limites da Constitucional
Classificação atuação do Estado, restringindo o poder de atuação de seus
• Nominais: As Constituições que não conseguem Administrativo
das agentes para resguardar direitos considerados indispensáveis de
adaptar suas normas à dinâmica do processo Urbanístico
Constituições cada pessoa humana. Civil
político, embora não limitem o processo político, Ambiental
Quanto à • Elementos socioideológicos: normas que revelam o Comercial
possuem esta finalidade. Processual
concordância compromisso da ordem constitucional estabelecida com deter Trabalho
• Semânticas: As normas da Carta Financeiro
com a Elementos da minados princípios ideológicos. Internacional Privado
Constitucional são mera formalização da Econômico
realidade Constituição • Elementos de estabilização constitucional: normas Penal
situação do poder político existente. Como
observa Jorge Miranda, em seu Manual de destinadas a garantir a solução dos conflitos constitucionais, Internacional Público
direito constitucional, “servem apenas para instrumentos de defesa do próprio Estado e das instituições
Forte influência do liberalismo clássico
estabilizar e eternizar a intervenção dos democráticas (exemplos: Capítulo I — “Do Estado de Defesa e do A dicotomia de Jean Domat surge na Era
(direitos de primeira geração):
dominadores de fato na comunidade”. Exemplo: Estado de Sítio”). das Codificações e influencia, sobretudo, o
• Liberdade formal
as Constituições impostas por regimes militares. • Elementos formais de aplicabilidade: normas destinadas a Código de Napoleão de 1804, sob o dogma da
• Não intervenção do Estado nas
possibilitar a aplicação dos próprios dispositivos constitucionais completude.
relações privadas.
Formal, escrita, dogmática, democrática, rígida, dirigente, (exemplos: “Preâmbulo”, “Das Disposições Constitucionais
CF/88
analítica e eclética. Transitórias” e a norma que estabelece a aplicabilidade imediata
dos direitos individuais — art. 5º, § 1º).

CONSTITUCIONALISMO: DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. CONSTITUCIONALISMO: CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONALISMO


São direitos que impõem a não intervenção do Estado ou PRIVADO É um movimento político-social esteado numa teoria normativa da política, que
1ª Dimensão
absenteísmo estatal, mediante a previsão de direitos negativos Tem-se por superada a divisão rígida em direito público e direito privado (Jean Domat). busca a limitação do poder com fins garantísticos, mediante a prevalência dos
(Liberdade)
fundamentais (arts. 5º e 14 da CF/88). Pode-se falar, hoje, em um direito civil constitucionalizado ou direito civil- direitos fundamentais inseridos em uma Constituição escrita (Canotilho,
São direitos voltados a promoção do Estado Social de Direito (ou constitucional, sobretudo em razão do princípio matriz da dignidade da pessoa humana Kildare Gonçalves Carvalho e André Ramos Tavares).
Estado do bem-estar social), concretizados na cultura, no (art. 1.º, inc. III, CF/88). EVOLUÇÃO HISTÓRICA
trabalho, na economia e etc. • Descodificação do direito privado: surgem os • Constitucionalismo teocrático
Redesenha para um Estado protecionista, intervencionista e microssistemas jurídicos ou leis esparsas (Código de Defesa Idade Antiga
• Limitação ao Poder Político por meio da atuação dos
2º Dimensão (até o séc. V - 476 d.C.)
realizados da justiça distributiva. Marca a passagem do do Consumidor, p. ex.). Profetas como fiscais dos governantes.
(Igualdade)
Estado Liberal para o Estado Social de Direito. • Unidade do ordenamento jurídico: a constituição como o
Efeitos • Proteção aos direitos individuais de alguns grupos ou
• Constituição de Weimar (Alemanha), 1918; vértice hierárquico do ordenamento, e apenas ela, sob a égide Idade Média
• Constituição do México, 1917; do princípio da supremacia da constituição. (do séc. V ao séc. XV)
pessoas;
• Era Vargas, 1934. • Eficácia horizontal dos direitos fundamentais sobre as • Magna Carta, 1215.
3ª Dimensão relações privadas. • Petition of Rights, 1628;
Surge a partir de 1970 com a ideia de direitos transindividuais, • Habeas Corpus Act, 1679;
(Fraternidade ou
difusos e coletivos. Vertical Horizontal Transversal/diagonal • Bill of Rights, 1689;
solidariedade)
• Act of Sttlement, 1701;
*Justiça distributiva: foi formulada pelo filósofo Aristóteles, que a considerava como • Forais ou cartas de franquia, que, além da proteção aos
uma forma de estabelecimento da igualdade proporcionalmente, ou seja, baseando-se Estado Dir. Fund.
Particular Idade Moderna direitos individuais, permitem a participação dos súditos
no mérito do indivíduo, diferenciando-se da justiça corretiva, que prevê a igualdade (1453 a 1789)
no governo local.
absoluta. Dir. Fund.
Dir. Fund.
* Direitos transindividuais: são indivisíveis e pertencem a vários indivíduos. São Particular • Compact, 1620;
Particular
característicos de sociedade massificada em que vivemos e não equivalem nem a Particular Particular Constitucionalismo • Fundamental Orders of
interesses privados, nem a interesses públicos, permanecendo entre ambos na Norte-americano Connecticut, 1639;
modalidade de interesses sociais. EFICÁCIA IRRADIANTE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

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• Declaration of Rights do Estado da • Constitucionalismo globalizado;


Virgínia, 1776; • Evolução do dirigismo estatal para o dirigismo
Constitucionalismo • Constituições das ex-colônias comunitário (internacional); CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO OU DO “POR VIR”.
Norte-americano inglesas; • Totalitarismo constitucional e a ideia de Constituição
• Constituição da Confederação dos programática ou dirigente (Uadi L. Bulos e
Idade Contemporânea Objetivos:
Estados Americanos, 1781. Canotilho);
(1789 até os dias atuais)  Consolidar os direitos humanos de terceira geração ou dimensão;
• Máxima proteção aos direitos humanos e a sua
DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO
propagação às demais nações;  Incorporar ao constitucionalismo social os ideais de fraternidade e
• Constituição norte-americana, 1787;
• Constituições brasileiras de 1946, 1967, EC 01/69 e solidariedade.
• Constituição francesa, 1791;
1988; Valores da Constituição do “por vir”:
• Declaração Universal dos Direitos do
• DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO, baseados na  verdade: a Constituição não pode mais gerar falsas expectativas; o constituinte
Homem e do Cidadão, 1789;
fraternidade e solidariedade. só poderá “prometer” o que for viável cumprir;
• Influencia do iluminismo;
• Povo como titular legitimo do poder;  solidariedade: trata-se de nova perspectiva de igualdade, sedimentada na
• Constitucionalismo liberal: (a) solidariedade dos povos, na dignidade da pessoa humana e na justiça social;
liberalismo clássico; (b)  consenso: a Constituição do futuro deverá ser fruto de consenso democrático;
Idade Moderna Constitucionalismo individualismo; (c)
 continuidade: ao se reformar a Constituição, a ruptura não pode deixar de levar
(1453 a 1789) moderno- patrimonialismo; (d) absenteísmo
estatal; (e) valorização da
em conta os avanços já conquistados; intermediários da sociedade”,
contemporâneo CONSTITUCIONALISMO DA VERDADE E O consagrando-se a noção de democracia participativa e de Estado de Direito
propriedade privada; e (f) Democrático;
proteção ao individuo. CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO OU DO “POR VIR”
(JOSÉ ROBERTO DROMI E ANDRÉ RAMOS TAVARES).  integração: trata-se da previsão de órgãos supranacionais para a implementação
• Crise do liberalismo • Constituições brasileiras de 1824 e
1891;
de uma integração espiritual, moral, ética e institucional entre os povos;
clássico;  universalização: refere-se à consagração dos direitos fundamentais
• Exclusão social e DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO
Segundo o constitucionalismo da verdade, existem duas espécies de internacionais nas Constituições futuras, fazendo prevalecer o princípio da
concentração de renda; • Constituição do México, 1917; normas programáticas: (a) normas inalcançáveis ou utópicas (devem dignidade da pessoa humana de maneira universal e afastando, assim, qualquer
forma de desumanização.
• Surgimento do Estado • Constituição de Weimar, 1919; e ser retiradas da Constituição); e (b) normas não implementadas por
• Constituição brasileira, 1934. falta de motivação política (devem ser cobradas juntos ao Poder
Social de Direito.
Público).

NEOCONSTITUCIONALISMO NEOCONSTITUCIONALISMO
É um movimento político-social-jurídico que, a partir do século XXI, promove a CONSTITUCIONALISMO
ruptura valorativa do constitucionalismo moderno, buscando, por meio de um modelo NEOCONSTITUCIONALISMO
MODERNO
CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO axiológico, concretizar os valores, princípios e regras contidas no interior da
Constituição, sobretudo a dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais. • Hierarquia entre normas não
Também denominado constitucionalismo pós-moderno ou pós-positivismo. apenas formal ou de grau, mas
• Hierarquia de grau entre normas;
Essa ruptura valorativa traz a Constituição para o centro do sistema normativo, a fim também axiológica (valor);
de dar-lhe máxima eficácia, irradiando os valores constitucionais aos Poderes e aos • Limitação do poder.
• Concretização dos direitos
particulares. fundamentais.
CONCEPÇÕES CARACTERISITICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO
Impõe que “[...] ao constitucionalismo social seja incorporado o • Positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais;
Kildare Gonçalves
constitucionalismo fraternal e de solidariedade”, valores
Carvalho • Onipresença dos princípios e das regras;
destacadas por José Roberto Dromi.
• Inovações hermenêuticas, que busquem dar maior eficácia ao texto
“[...] o neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a constitucional (Konrad Hesse e a força normativa da constituição);
concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade, • Incremento da força normativa do Estado;
servindo como ferramenta para a implantação de um Estado • Desenvolvimento da justiça distributiva.
Democrático Social de Direito”.
“[...] o seu modelo normativo não é descritivo ou deontológico, mas • Centro do sistema;
Walber de Moura axiológico. No constitucionalismo moderno a diferença entre as • Norma jurídica dotada de imperatividade e
Agra normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de grau, superioridade;
no neoconstitucionalismo a diferença é também axiológica. A • Carga valorativa axiológica, voltada a concretização da
Constituição como valor em si. O caráter ideológico do CONSTITUIÇ dignidade da pessoa humana e dos direitos
constitucionalismo moderno era o de limitar o poder, o caráter ÃO fundamentais;
ideológico do neoconstitucionalismo é o de concretizar os direitos
• Eficácia irradiante em relação aos Poderes e aos
fundamentais”.
particulares;

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PONTOS MARCANTES DO NEOCONSTITUCIONALISMO


MARCOS FUNDAMENTAIS DO
PONTOS MARCANTES DO NEOCONSTITUCIONALISMO
Inevitavelmente haverão conflitos gerais (papel da
NEOCONSTITUCIONALISMO
Supera-se o Estado Legislativo de Direito, que, Constituição) e específicos (entre valores específicos) entre
redesenhado a luz da Constituição, torna-se Estado as opções normativas e filosóficas existentes no próprio
Constitucional de Direito cuja essência, centralidade e sistema constitucional.
Estado Para solucionar eventuais conflitos deve-se buscar
caráter axiológico sustentam-se na Constituição.
constitucional condições mínimas de dignidade e de efetivação de direitos
Constituição como norma jurídica central, imperativa
de direito constitucionalizados, sob as seguintes visões:
e superior, que se impõe aos Poderes Públicos.
Obs. Crítica as decisões normativas exaradas pelas • Substancialista: A Constituição deve impor um
Cortes e Tribunais. Concretização conjunto de decisões valorativas que consideram
dos valores essenciais e consensuais.
A Constituição incorpora de forma explicita valores e • Procedimentalista: a Constituição deve garantir o
opções políticas, sobretudo no que diz respeito à funcionamento adequado do sistema de participação
promoção da dignidade humana e dos direitos democrático, ficando a cargo da maioria, em cada
fundamentais. momento histórico, a definição de seus valores e de suas
Ana Paula de Barcellos identifica: próprias convicções materiais.
Conteúdo (a)Opções políticas gerais: tal como a redução de O neoconstitucionalismo trouxe a reaproximação entre o
axiológico da desigualdades sociais, prevista no art. 3º, inc. III, Direito e a Moral, o Direito e a Ética, o Direito e a Justiça,
Constituição CF/88; que alcança todo o sistema jurídico e político.
(b)Opções políticas específicas: como a prestação, por
parte do Estado, de serviços educacionais (art. 23, V, e
art. 205, da CF/88).
Esse valores precisam de mecanismo para efetiva
concretização.

MARCOS FUNDAMENTAIS NEOCONSTITUCIONALISMO


(BARROSO)
MARCOS FUNDAMENTAIS NEOCONSTITUCIONALISMO
• Constituição da Alemanha, 1949 (Lei Fundamental de  Leciona o Min. Luís R. Barroso: (BARROSO)
Bonn);
 O pós positivismo busca ir além da legalidade estrita, mas não • Força normativa da constituição (Konrad Hesse):
• Tribunal Constitucional Federal da Alemanha;
despreza o direito posto. Procura empreender uma leitura a norma constitucional é dotada de imperatividade,
• Constituição da Itália, 1947;
Histórico moral do Direito, mas sem recorrer a categorias metafísicas. permitindo o seu cumprimento forçado.
• Corte Constitucional da Itália, 1956;
A interpretação e aplicação do ordenamento jurídico hão de ser • Expansão da jurisdição constitucional: princípio da
• Constituição de Portugal, 1976;
inspiradas por uma teoria de justiça, mas não podem comportar supremacia da Constituição.
• Constituição da Espanha, 1978;
voluntarismos ou personalismos, sobretudo os judiciais. No • Nova dogmática de interpretação constitucional:
• Constituição brasileiro, 1988.
conjunto de ideias ricas e heterogêneas que procuram abrigo desenvolvem-se, na jurisprudência, novos princípios
• Jusnaturalismo moderno (séc. XVI): aproximação neste paradigma em construção incluem-se a atribuição de orientadores da interpretação constitucional, a
entre a Lei e a razão. Uma teoria metafisica e normatividade aos princípios e a definição de suas Teórico saber:
anticientífica do direito, adotada durante as revoluções relações com valores e regras; a reabilitação da razão  Supremacia da Constituição;
liberais. prática e da argumentação jurídica; a formação de uma  Presunção de constitucionalidade das normas e atos
• Positivismo jurídico (séc. XIX): equiparou o Direito a nova hermenêutica constitucional; e o desenvolvimento de do poder público;
Lei na busca pela objetividade cientifica. Afasta-se da uma teoria dos direitos fundamentais edificada sobre o  Interpretação conforme a Constituição;
filosofia e dos conceito metafísicos. Sua derrocada se dá fundamento da dignidade humana. Nesse ambiente,  Unidade;
Filosófico com a queda no nazismo e do fascismo. promove-se uma reaproximação entre o Direito e a filosofia”  Razoabilidade; e
• Pós-positivismo (séc. XX ao XXI): marco filosófico do  Efetividade.
neoconstitucionalismo. Supera-se, aqui, ideais
metafísicas. O constitucionalismo volta-se a máxima
normatividade das regras e dos princípios
constitucionais, afastando-se, ainda que timidamente,
da legalidade estrita, visando concretizar valores e

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CONSTITUCIONALISMO PLURALISTA (ANDINO OU INDÍGENA)

O denominado novo constitucionalismo latino-americano culmina com a


CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA
promulgação das Constituições do Equador (2008) e da Bolívia (2009) e POPULAR
sedimenta-se na ideia de Estado plurinacional, reconhecendo-se,
constitucionalmente, o direito à diversidade cultural e à identidade e, deste
modo, revendo conceitos de legitimidade e participação popular, especialmente
de parcela da população historicamente excluída dos processos de decisão, tal
como a população indígena.
Trata-se de um constitucionalismo intercultural, que garante a unidade pela
garantia da diversidade.
Admite-se o pluralismo jurídico, afastando-se, assim, do monismo jurídico.

a) Colonialismo: “inferioridade natural dos índios”.


b) Constitucionalismo liberal (séc. XIX): Estado-nação
e o monismo jurídico.
c) Constitucionalismo sócio integracionista (séc.
Ruptura de XX): reconhece-se os direitos sociais com a ampliação da
paradigmas cidadania aos povos, contudo, mantem-se os ideais de
Estado-nação e monismo jurídico.
d) Constitucionalismo pluralista (séc. XX e XXI):
Yrigoyen Fajardo aponta para 3 ciclos, a saber:

PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO OU DE 1º GRAU


É o poder (faculdade de impor) de elaborar uma nova Constituição, bem
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE É o poder de elaborar uma nova Constituição para o Estado,
como de reformar a Constituição vigente.
Conceito estabelecendo uma nova ordem jurídica fundamental (ou ordem
Portanto, o Poder Constituinte estabelece uma nova ordem jurídica
Conceito Poder Constituinte Originário, constitucional) em substituição à anterior.
fundamental para o Estado.
Poder Constituinte x Poderes Constituídos (Executivo, de 1º Grau ou Genuíno Trata-se de um poder de fato e de caráter absoluto, pois não está
Legislativo e Judiciário. condiciona a qualquer limitação de ordem jurídica, tampouco a ordem
jurídica anterior.
Foi Abade Sieyés quem identificou e definiu o Poder Constituinte como Poder Constituinte Obviamente irá manifestar-se de acordo com os fatores reais de poder
Origem Originário material
um Poder distintos dos demais; o poder de criar uma Constituição. Natureza e com as forças políticas dominantes em determinado momento
histórico.
Segundo Dalmo Dallari, o poder constituinte é sempre do povo por Obs. Não é possível alegar a violação de direito adquirido perante
previsão no próprio texto constitucional. Aponta Celso Bastos que o Poder Constituinte
Originário formal. dispositivo emanado do poder constituinte originário, em razão do seu
titular do poder constituinte também pode ser uma minoria, quando o caráter absoluto (art. 17 do ADTC).
Estado terá a forma de aristocracia ou oligarquia. Por essa razão, pode-
Titularidade se distinguir a titularidade do poder constituinte, que é do povo, do a) Material: consiste no poder de auto-organização do Estado,
exercício do poder constituinte, que pode ser atribuído a uma Poder Constituinte Derivado, de resultante das forças políticas dominantes em determinado
parcela do povo. 2º Grau, Secundário ou Limitado Espécies momento histórico.
Em regra, no Estado Democrático de Direito, o titular do Poder b) Formal: é o órgão que elabora o novo texto constitucional
Constituinte é sempre o POVO. (Assembleia Constituinte, p.ex.).
Poder Constituinte
Agentes do Derivado de Reforma a) Inicial, pois dá origem a uma nova ordem constitucional, não se
São os representantes do povo eleitos pelo titular do poder constituinte
poder fundando em qualquer outro;
para elaborar uma nova Constituição.
Constituinte Característica b) Ilimitado ou autônomo (absoluto), já que não está submetido a
Poder Constituinte
Veículos do • Revolução; Derivado Decorrente s nenhuma ordem jurídica, podendo dispor de qualquer assunto;
Poder • Processos consensuais de transição (Brasil – Regime Militar); c) Incondicionado, pois não tem fórmula preestabelecida para sua
Constituinte • Processos de descolonização. manifestação.

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PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU DE 2º GRAU


É o poder de modificação da Constituição (poder de reforma), bem
Conceito como o poder dos Estados membros de uma Federação de elaborar sua
própria Constituição (poder decorrente).
O poder constituinte é latente,
permanente, não se esgota após a Trata-se de um poder de direito, pois instituído pelo poder
Natureza
constituinte originário e por este limitado.
elaboração de uma Constituição.
a) Reformador: consiste no poder de reformar ou modificar o texto A revisão constitucional com ampla
constitucional. Existem, na CF/88, duas formas de reforma, quais
possibilidade de alteração do texto constitucional,
sejam a emenda constitucional (art. 60, §§, CF/88) e a revisão
constitucional (art. 3.º, ADCT).
por maioria absoluta dos membros do Congresso
Adeptos do jusnaturalismo e b) Decorrente: é o poder do Estado-Membro de uma Federação Nacional em sessão unicameral, ocorreu 5 anos
outros autores afirmam que o poder Espécies elaborar a sua própria Constituição. A atual CF atribui esse poder após promulgada a Constituição de 1988, por
constituinte é um poder de direito, aos Estados Federados em seu art. 25, estabelecendo limites e a expressa previsão em seu texto (Forma de
pois existe um direito anterior forma de manifestação no art. 11 do ADCT. Cada unidade da Governo e Sistema de Governo).
Federação possui a sua Constituição Estadual. Não se estende aos
(natural) ao próprio Estado.
Municípios, que se regem por Lei Orgânica aprovada pelas
Câmaras Municipais (art. 29, caput, CF/88).
a) Subordinado, pois se encontra abaixo do poder constituinte
originário, que lhe impõe limites (art. 60, §4.º, da CF e art. 11 do
Característica ADCT).
s b) Condicionado, uma vez que deve manifestar-se de acordo com o
preestabelecido pelo poder constituinte originário, tal como o
procedimento para edição de emendas a Constituição (art. 60, CF).

PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU DE 2º GRAU


PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU DE 2º GRAU
É o poder de modificação da Constituição (poder de reforma), bem Certas constituições não podem ser alteradas
em determinadas situações de instabilidade PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU DE 2º GRAU
Conceito como o poder dos Estados membros de uma Federação de elaborar sua
própria Constituição (poder decorrente). política. O intuito é que quaisquer alterações
Circunstanciais ocorram em plena normalidade democrática. A própria Constituição estabelece o rito a ser
Trata-se de um poder de direito, pois instituído pelo poder Procedimentais
Natureza
constituinte originário e por este limitado. Exemplo: A CF/88 não admite emendas à seguido para sua alteração.
Constituição na vigência de intervenção
a) Reformador: consiste no poder de reformar ou modificar o texto
federal, estado de defesa ou estado de sítio. Limites São os limites materiais implícitos, que
constitucional. Existem, na CF/88, duas formas de reforma, quais
sejam a emenda constitucional (art. 60, §§, CF/88) e a revisão consistem:
Determinadas matérias não pode ser objeto de
constitucional (art. 3.º, ADCT). Implícitos ou • Concernentes ao titular do poder
emendas à Constituição, sequer deliberadas.
b) Decorrente: é o poder do Estado-Membro de uma Federação tácitos constituinte;
São as denominadas clausulas pétreas (art.
Espécies elaborar a sua própria Constituição. A atual CF atribui esse poder Limites • Titularidade do poder reformador; e
60, §4º, CF).
aos Estados Federados em seu art. 25, estabelecendo limites e a • Processo de emenda à Constituição.
forma de manifestação no art. 11 do ADCT. Cada unidade da Materiais • Explicitas, previstas no art. 60, §4º, CF; e
Federação possui a sua Constituição Estadual. Não se estende aos • Implícitas, que decorrem do próprio PODER CONSTITUINTE DIFUSO
Municípios, que se regem por Lei Orgânica aprovada pelas sistema constitucional (procedimento para Sustentado em Georges Burdeau (1905 – 1988), a doutrina aponta para um
Câmaras Municipais (art. 29, caput, CF/88). alterar o texto constitucional, competências terceiro poder constituinte que se ocupa das mutações constitucionais
a) Subordinado, pois se encontra abaixo do poder constituinte do Entes e etc,). relativamente a modificação do entendimento da norma constitucional, sem
originário, que lhe impõe limites (art. 60, §4.º, da CF e art. 11 do alterar o seu texto escrito.
Característica ADCT).
b) Condicionado, uma vez que deve manifestar-se de acordo com o
Certas Constituições definem momentos, de
s Temporais ou
preestabelecido pelo poder constituinte originário, tal como o tempos em tempos, para sua alteração (p.ex.
formais
procedimento para edição de emendas a Constituição (art. 60, CF). Constituição brasileira do império).

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EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
São as desde logo aplicáveis, não
São as de aplicabilidade direta, São as que dependem de
dependem da complementação de
imediata e integral; produzem todos complementação do legislador
outras normas para que se tornem
os seus efeitos desde a entrada em infraconstitucional para que se
Normas exequíveis. Exemplos: férias Normas
vigor, não dependendo da edição de tornem exequíveis.
autoaplicáveis, acrescidas de 1/3 e licença-gestante constitucionais de
qualquer legislação posterior. Abrangem as normas declaratórias
autoexecutáveis, com prazo de cento e vinte dias (CF, eficácia plena
Produzem efeitos imediatamente, de princípios institutivos ou
bastantes em si ou art. 7º, XVII e XVIII).
dispensando a edição de normas organizativos e as declaratórias de
exequíveis A própria Constituição
regulamentadoras. princípios programáticos. As
(self-executing) estabeleceu em seu art. 5º, § 1º, a
Classificação primeiras são as que estabelecem o
aplicabilidade imediata das Classificação Normas
• Rui Barbosa Classificação São as de aplicabilidade direta, esquema geral de estruturação e
normas definidoras dos direitos • José Afonso constitucionais de
• Pontes de • José Afonso imediata, mas não integral, cujos atribuições de órgãos, entidades ou
e garantias fundamentais. da Silva eficácia limitada
Miranda. da Silva efeitos podem ser limitados pela institutos públicos, para que o
São as que dependem da legislação infraconstitucional. legislador ordinário as regulamente.
Normas não
complementação de outras normas Incidem imediatamente, produzem Normas programáticas são as
autoaplicáveis, não Normas
para que se tornem aplicáveis. todos os efeitos desde a entrada em que fixam programas e metas a
autoexecutáveis, constitucionais de
Exemplos: participação nos lucros e vigor, mas podem ter seu alcance serem alcançadas pelos órgãos do
não bastantes em si eficácia contida
na gestão da empresa, “conforme limitado pela legislação Estado. Exemplos: direito à saúde
ou
definido em lei”, e aviso prévio infraconstitucional. Na ausência (CF, art. 196), à educação (CF, art.
não exequíveis por
proporcional, no mínimo de trinta de uma lei restritiva, a norma 205), à cultura (CF, art. 215) e ao
si mesmas (not self-
dias, “nos termos da lei” (CF, art. 7º, será de aplicabilidade imediata esporte (CF, art. 217).
executing)
XI e XXI). e plena (p.ex. o art. 5º, XIII, CF).

ATENÇÃO EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
As normas constitucionais programáticas também possuem Sempre que promulgada uma nova Constituição, surge a
eficácia jurídica imediata, ainda que mínima, mesmo antes da questão de aproveitamento do ordenamento jurídico infra A desconstitucionalização seria a possibilidade
edição de qualquer legislação complementar, pois: constitucional vigente sob a anterior. A legislação infra de recepção pela nova ordem constitucional de
a) revogam a legislação ordinária que seja contrária aos constitucional que estiver em conformidade com a nova dispositivos da Constituição anterior como
princípios por elas instituídos; ordem constitucional é por ela recepcionada, admitida legislação infraconstitucional. A ordem
Recepção constitucional brasileira não admite esse
b) Impedem a edição de leis contendo dispositivos contrários ao como válida. A legislação infraconstitucional que estiver Desconstitucionalização
constitucional fenômeno. A edição de uma nova Constituição
mandamento constitucional; e em desacordo com a nova ordem constitucional é revogada,
c) estabelecem um dever legislativo para os poderes constituídos, ou seja, não é recepcionada pela nova Constituição. importa na revogação total da anterior, havendo
que podem incidir em inconstitucionalidade por omissão caso A legislação infraconstitucional, ao ser recepcionada pela a possibilidade somente de manutenção de
não elaborem a regulamentação infraconstitucional que Constituição, recebe a natureza que a nova ordem dispositivos infraconstitucionais que sejam
possibilite o cumprimento do preceito constitucional. constitucional reservou para a matéria. compatíveis com a nova ordem constitucional.
É o período de tempo entre a publicação de uma
Ocorre o fenômeno da repristinação quando uma lei volta a
DOUTIRNA nova Constituição e a sua entrada em vigor.
vigorar, pois revogada aquela que a revogara. A Lei de
Os professores Pinto Ferreira e Maria Helena Diniz Exemplo: a Constituição brasileira de 1967 foi
Introdução ao Código Civil, em seu art. 2º, § 3º, veda
estabelecem uma distinção entre normas constitucionais Vacatio constitutionis publicada no dia 24 de janeiro de 1967 para
expressamente a repristinação: “Salvo disposição em
de eficácia absoluta, que são de aplicação imediata e entrar em vigor no dia 15 de março do mesmo
Repristinação contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
não admitem alteração por emenda constitucional, as ano. Nesse período, teve validade a Constituição
revogadora perdido a vigência”.
denominadas cláusulas pétreas, e normas constitucionais anterior, de 1946.
Também não se admite o fenômeno da repristinação no
de eficácia plena, que, embora de aplicação imediata,
direito constitucional, salvo se houver expressa
podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado de
previsão no texto da nova Constituição.
reforma.

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PREÊMBULO (OU PARTES INTRODUTÓRIAS)


EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS PREÊMBULO (OU PARTES INTRODUTÓRIAS)
É o texto que precede os dispositivos constitucionais. O preâmbulo faz parte da
A desconstitucionalização seria a possibilidade Constituição. Consagram-se nesse texto introdutório da Carta Magna algumas Todas as Constituições brasileiras possuíram preâmbulo.
de recepção pela nova ordem constitucional de questões fundamentais: Uma particularidade a ser observada é que somente duas
dispositivos da Constituição anterior como a) quem fez a Constituição; não fizeram a invocação do nome e da proteção de Deus (o
Histórico
legislação infraconstitucional. A ordem b) com qual autoridade; e elemento teocrático):
constitucional brasileira não admite esse c) quais os princípios fundamentais que influenciaram na sua elaboração. a) Constituição de 1891; e
Desconstitucionalização b) Constituição de 1937.
fenômeno. A edição de uma nova Constituição  Pinto Ferreira: o preâmbulo possui efeito vinculante,
importa na revogação total da anterior, havendo normativo, pois seus princípios fazem parte do próprio texto Na atual Constituição, o preâmbulo esclarece que ela foi
a possibilidade somente de manutenção de constitucional. Dessa forma, se uma lei violar os princípios elaborada por representantes do povo brasileiro, eleitos para
dispositivos infraconstitucionais que sejam contidos nesse texto de introdução à Constituição, ainda que não compor uma Assembleia Nacional Constituinte, com a
compatíveis com a nova ordem constitucional. ofenda explicitamente nenhum dispositivo, será inconstitucional. finalidade de instituir um Estado Democrático de Direito,
É o período de tempo entre a publicação de uma  José Celso de Mello Filho: serve somente como elemento de destinado a tornar efetivos, como valores supremos (mais
nova Constituição e a sua entrada em vigor. interpretação do texto constitucional, não possuindo força importantes) de uma sociedade fraterna (de irmãos, com a
Exemplo: a Constituição brasileira de 1967 foi vinculante, pois desprovido de qualquer regra de direito positivo. CF/88 colaboração de todos na consecução de objetivos comuns),
Efeitos pluralista (com livre formação de correntes políticas e
Vacatio constitutionis publicada no dia 24 de janeiro de 1967 para Serviria apenas como elemento de interpretação das normas
entrar em vigor no dia 15 de março do mesmo constitucionais. ideológicas) e sem preconceitos (ideias discriminatórias,
ano. Nesse período, teve validade a Constituição  Jorge Miranda: preâmbulo é parte da Constituição, mas seu recebidas sem qualquer juízo crítico), os seguintes ideais:
anterior, de 1946. conteúdo não teria a mesma eficácia jurídica de uma “exercício de direitos sociais e individuais, a liberdade, a
norma constitucional. Na Constituição brasileira, considerando segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
o seu caráter analítico, essa questão teórica é desprovida de justiça”.
qualquer importância prática, pois todos os princípios contidos no
preâmbulo foram reproduzidos em seu texto.

DIREITOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I DA CF/88)


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I DA CF/88) São considerados indispensáveis à pessoa humana, necessários
São as normas jurídicas informadoras do ordenamento constitucional para assegurar a todos uma existência digna, livre e igual. Não
brasileiro. Sobre essas diretrizes básicas foi elaborada a Constituição Conceito basta ao Estado reconhecer direitos formalmente, deve buscar
brasileira. concretizá-los, incorporá-los no dia a dia dos cidadãos e de seus
Os princípios são dotados de normatividade, ou seja, possuem efeito Alerta Celso Antônio Bandeira de Mello a agentes.
vinculante, constituem normas jurídicas efetivas. respeito: “Violar um princípio é muito mais • Historicidade: os direitos fundamentais são produtos da
evolução histórica.
Segundo Paulo Bonavides: grave que transgredir uma norma qualquer. • Inalienabilidade: são direitos intrasferíveis e inegociáveis.
 Fundamentadora: estabelecem as diretrizes de todo o um A desatenção ao princípio implica ofensa não • Irrenunciabilidade: nenhum ser humano pode abrir mão de
sistema de normas constitucionais. Possuem eficácia apenas a um específico mandamento possuir direitos fundamentais. Pode até não usá-los
derrogatória e diretiva, de modo que as normas que se adequadamente, mas não pode renunciar a possibilidade de
apartam do âmbito normativo delineado pelos princípios obrigatório mas a todo o sistema de exercê-los.
• Universalidade: todos os seres humanos têm direitos
perderão sua validade (na hipótese de eficácia diretiva) comandos. É a mais grave forma de fundamentais que devem ser respeitados.
e/ou sua vigência (na hipótese de eficácia ilegalidade ou inconstitucionalidade... Características • Limitabilidade ou relatividade: os direitos fundamentais
Finalidades derrogatória). não são absolutos. Podem ser limitados, sempre que houver
 Interpretativa: permitem definir o alcance da verdadeira Representa insurgência contra todo o Segundo uma hipótese de colisão de direitos fundamentais. P.ex.
finalidade da lei no momento de sua aplicação, sopesando sistema, subversão de valores Norberto Bobbio, Direito a vida é relativizado em Estado de Guerra; o direito de
princípios e regras no caso em concreto. fundamentais...” são absolutos o liberdade é relativizado em caso de prisão cautelar.
 Supletiva: os princípios permitem a integração do direito de não • Imprescritibilidade: em regra, não prescrevem. Há
ordenamento jurídico, suprindo lacunas ou omissões da lei, ser escravizado e exceções, tal como na hipótese de usucapião (surrecio x
o direito de não supressio).
conforme previsto no art. 4.º da Lei de Introdução às
ser torturado. • Concorrência: não há hierarquia entre normas
Normas do Direito Brasileiro. constitucionais, elas concorrem entre si.

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DIREITOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I DA CF/88)


DIREITOS FUNDAMENTAIS (TÍTULO I DA CF/88)
• Direitos individuais (Capítulo I, art. 5º, incs. I ao LXXIX, CF);
Espécies de • Direitos coletivos (Capítulo I, art. 5º, incs. I ao LXXIX, CF); DIREITO À VIDA (ART. 5º, CAPUT, CF/88)
direitos • Direitos sociais (Capítulo II, art. 6º ao art. 11, CF);
• Direitos do homem (ou humanos) seriam os inerentes à própria condição
fundamentais • Direitos nacionais (Capítulo III, arts. 12 ao 13, CF); e humana, válidos para todos os povos, em todos os tempos. A Constituição O direito à vida, previsto de forma genérica no art. 5º, caput, abrange tanto
• Direitos políticos (Capítulos IV e V, arts. 14 ao 17, CF). não criaria esses direitos, apenas os reconheceria, pois são preexistentes à o direito de não ser morto, de não ser privado da vida, portanto, o direito de
• 1ª Geração ou dimensão (direito individuais e políticos): visa
própria organização do Estado. Esse conceito reflete uma concepção continuar vivo, como também o direito de ter uma vida digna.
garantir a LIBERDADE, mediante a imposição de normas de jusnaturalista do direito.
Proíbe-se a pena de morte, salvo em caso de guerra
conteúdo negativo ao Estado (de não fazer). Tem previsão nos arts. 5º • Direitos fundamentais são os considerados indispensáveis à pessoa
declarada, nos termos do art. 84, XIX, CF/88. Assim,
Evolução e 14 da CF/88. humana, reconhecidos e incorporados ao direito positivo. De acordo com a
mesmo por emenda a constituição é vedada a pena de
histórica • 2ª Geração ou dimensão (direitos sociais): consiste no Estado do sistemática adotada pela Constituição brasileira de 1988, a expressão Direito de não
(ideário da bem-estar social, mediante a garantia de direitos sociais, culturais e morte (art. 60, §4º, IV, CF/88).
direitos fundamentais é gênero de diversas modalidades de direitos: os ser morto
Revolução econômicos, a fim de efetivar a IGUALDADE. O poder constituinte originário não poderá ampliar as
denominados individuais, coletivos, difusos, sociais, nacionais e políticos.
Francesa, 1789) • 3ª Geração ou dimensão (direitos de fraternidade): surge a hipóteses de pena de morte, em respeito aos princípios da
• Direitos do cidadão, consagrada na Declaração dos Direitos do Homem e
partir de 1970 com a ideia de direitos transindividuais, coletivos, continuidade e do não retrocesso.
difusos e individuais homogêneos (artigo 81, incisos I e II, do
do Cidadão, promulgada após a Revolução Francesa de 1789, reflete a
dicotomia estabelecida entre os direitos que pertencem ao homem enquanto Tal desdobramento proíbe, ainda, quaisquer tratamento
CDC).
ser humano e os que pertencem a ele enquanto participante de certa indigno (tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos
sociedade. forçados e etc.
Titulares Bem tutelado Origem Direito de ter
• Direitos naturais seriam os inerentes à condição humana e civis, os Aqui reside grandes embates jurídicos (desacordo
uma vida
Direitos pertencentes ao ser humano enquanto participante de uma determinada moral razoável), que põe em relação o direito a
digna
individuais Determináveis Divisível Comum sociedade. vida e o princípio da dignidade, resultando que a
homogêneos • Direitos políticos são os exercidos pelos que possuem a denominada vida não se concebe sem dignidade. A ausência de
Direitos difusos Indeterminados Indivisível Diversa cidadania ativa, ou seja, pelos que podem participar da formação da vontade dignidade mitiga o direito a vida.
política do Estado, exercendo os direitos de votar e ser votado.
Direitos
Determinados Indivisível Comum
Coletivos

DIREITO À VIDA (ART. 5º, CAPUT, CF/88) INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ NOS CASOS DE
• Declaração Universal dos Direitos Humanos GESTAÇÃO DE FETO ANENCÉFALO (ADPF DISTANÁSIA, EUTANÁSIA, SUICÍDIO
(1948): “todo homem tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal” (art. III); 54) ASSISTIDO E ORTOTANÁSIA
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos (1966): “o direito à vida é inerente à pessoa
humana. Este direito deverá ser protegido pela lei.
Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua
Fundamentos
internacionais
vida” (parte III, art. 6.º);
• Segundo Protocolo Facultativo ao Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos com
vistas à Abolição da Pena de Morte (1989): “nenhum
indivíduo sujeito à jurisdição de um Estado-Parte no
presente Protocolo será executado. Os Estados-Partes
devem tomar as medidas adequadas para abolir a pena
de morte no âmbito da sua jurisdição” (art. 1.º, 1 e 2).
• Células-tronco embrionárias (ADI 3.510);
• Interrupção da gravidez nos casos de gestação de feto
Temas anencéfalo (ADPF 54);
importantes • Interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre
(HC 124.306);
• Distanásia, eutanásia, suicídio assistido e ortotanásia.

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LIBERDADE DA MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO (ART. 5º, IV e V, CF)

DIREITO À VIDA (ART. 5º, CAPUT, CF/88)

Como decidiu o STF?

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