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Mévio, domiciliado em São Paulo, adquire de Caio grande imóvel rural na cidade de
São Desidério/BA, para o plantio de algodão.
Art. 169. Todos os atos enumerados no art. 167 desta Lei são obrigatórios e serão
efetuados na serventia da situação do imóvel, observado o seguinte: (Redação dada pela Lei
nº 14.382, de 2022) I - as averbações serão efetuadas na matrícula ou à margem do registro a
que se referirem, ainda que o imóvel tenha passado a pertencer a outra circunscrição,
observado o disposto no inciso I do § 1º e no § 18 do art. 176 desta Lei;
Segundo o art. 1.196, considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
João, na condição de caseiro do imóvel, figura como mero detentor, uma vez que
conserva a posse em nome de Caio, com quem mantém relação de dependência e de quem
cumpre ordens ou instruções, na forma do art. 1.198.
Através de João, Caio exerce diversos poderes de domínio sobre o imóvel, como o
direito de usar e o direito de fruir.
O ordenamento jurídico confere tutela jurídica não somente à posse justa, mas
também à posse injusta, caracterizada como aquela que é violenta, clandestina ou precária.
Assim, ainda que Caio, através de João, mantenha a posse sobre o imóvel
injustamente (explicar por quê), Caio poderia se valer da ação de manutenção da posse (em
caso de turbação por parte de Mévio) ou de interdito proibitório, para fazer cessar as ameaças
de turbação ou esbulho (“Mévio disse a todos que “entrará a todo custo”. Aliás, a alegação de
Mévio de que seria o proprietário do imóvel não possuiria o condão de obstar a propositura
das referidas medidas judiciais, por força do art. 1.210, § 2º, do CC.
Por fim, vale lembrar que na relação de dependência, o detentor (João) pode defender
a posse contra ameaças ou agressões (art. 1.198), mas não é tutelado por ações
possessórias.
Desforço (autotutela contra esbulho) → podemos aplicar o art 1.210 por analogia, uma
vez que se trata de imissão?
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Caso Mévio já ainda não houvesse se imitido na posse antes do esbulho → ação de
imissão na posse (medida judicial cabível para fazer cessar o esbulho)
Fundamento:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no
de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Art. 538, CPC. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na
sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do
credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel
Luciano Penteado
Orlando Gomes
Caio Mário