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CLASSIFICAÇÃO E

EFEITOS DA POSSE
PROFESSOR DOUTOR RONNIE HERBERT BARROS SOARES
POSSE
DIRETA
/
POSSE POSSE POSSE
NATURAL INDIRETA JUSTA
/ /
POSSE POSSE
JURÍDICA INJUSTA

POSSE POSSE POSSE DE


NOVA BOA-FÉ
/ /
POSSE POSSE DE
VELHA MÁ-FÉ

POSSE AD POSSE PRO


INTERDICTA DIVISO
/ /
POSSE AD POSSE PRO
USUCAPIONEM
INDIVISO
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
• Posse direta ou imediata: é daquele que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de
contrato (a posse do locatário, p. ex., que a exerce por concessão do locador – CC, art. 1.197).
• Posse indireta ou mediata: é daquele que cede o uso do bem (a do locador p. ex.). Dá-se o
desdobramento da posse. Uma não anula a outra. Nessa classificação não se propõe o problema da
qualificação da posse, porque ambas são posses jurídicas (jus possidendi) e têm o mesmo valor.

• Posse justa: é a não violenta, clandestina ou precária (CC, art. 1.200). É a adquirida legitimamente, sem
vicio jurídico externo.
• Posse injusta: é a adquirida viciosamente (vi, clam aut precario). Ainda que viciada, não deixa de ser
posse, visto que a sua qualificação é feita em face de determinada pessoa. Será injusta em face do
legítimo possuidor; será, porém, justa e suscetível de proteção em relação às demais pessoas estranhas
ao fato.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

• Posse de boa-fé: configura-se quando o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição
da coisa (art. 1.201). É de suma importância a crença do possuidor de encontrar-se em uma situação
legítima. O CC estabelece presunção de boa-fé em favor de quem tem justo título (art. 1.201, parágrafo
único).
• Posse de má-fé: é aquela em que o possuidor tem conhecimento dos vícios na aquisição da posse e,
portanto, da ilegitimidade de seu direito. A posse de boa-fé se transforma em posse de má-fé desde o
momento em que as circunstâncias demonstrem que o possuidor não mais ignora que possui
indevidamente (CC, art. 1.202).
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
• Posse nova: é a de menos de ano e dia. Não se confunde com ação de força nova, que leva em conta
não a duração temporal da posse, mas o tempo decorrido desde a ocorrência da turbação ou do
esbulho.
• Posse velha: é a de ano e dia ou mais. Não se confunde com ação de força velha, intentada depois de
ano e dia de turbação ou esbulho.

• Posse natural: é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato sobre a coisa.
• Posse civil ou jurídica: é a que assim se considera por força da lei, sem necessidade de atos físicos ou
materiais. É a que se transmite ou se adquire pelo título (escritura pública, p. ex.).
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

• Posse ad interdicta: é a que pode ser defendida pelos interditos ou ações


possessórias, quando molestada, mas não conduz à usucapião (a do locatário,
p. ex.).
• Posse ad usucapionem: é a que se prolonga por determinado lapso de tempo
estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio.

• Posse pro diviso: é a exercida simultaneamente (composse), estabelecendo-se,


porém, uma divisão de fato entre os compossuidores.
• Posse pro indiviso: é aquela em que se exercem, ao mesmo tempo e sobre a
totalidade da coisa, os poderes de utilização ou exploração comum do bem.
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE

originária • Modos de aquisição: Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (CC, art.
1.196). A sua aquisição pode concretizar-se, portanto, por qualquer dos modos de aquisição
em geral, p.ex., a apreensão, o constituto possessório e qualquer outro ato ou negócio
jurídico, especialmente a tradição, que pode ser real, simbólica e ficta.
Aquisição • Aquisição originária: Configura-se nos casos em que não há relação de causalidade entre a
da posse
posse atual e a anterior. É o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente,
Art. 1196 cessa.
do CC
• Aquisição derivada: Diz-se que a posse é derivada quando há anuência do anterior
possuidor, como na tradição. De acordo com o art. 1.203 do CC, essa posse conservará o
mesmo caráter de antes. Quando o modo é originário, surge uma nova situação de fato,
que pode ter outros defeitos, mas não os vícios anteriores.
derivada
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE

2) O seu
representante
legal ou
convencional

Quem pode
adquirir a
posse?
3) Terceiro sem
1) A própria mandato
pessoa que a (gestor de
pretende, negócios),
desde que dependendo de
capaz ratificação (CC,
art. 1.205).
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE

• Perda da posse: Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao
qual se refere o art. 1.196 (CC, art. 1.223). Exemplificativamente, perde-se pelo abandono, pela tradição, pela
destruição da coisa, por sua colocação fora do comércio, pela posse de outrem, pelo constituto possessório, pela
traditio brevi manu, etc.
• Perda da posse para o ausente: Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo noticiado dele, abstém-se de retomar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido (CC, art.
1.224). Essa perda é provisória, pois nada o impede de recorrer às ações possessórias.
EFEITOS DA POSSE

• Tutela da posse

• Efeitos mais evidentes:


• A) a proteção possessória, abrangendo a autodefesa e a invocação dos interditos;
• B) a Percepção dos frutos;
• C) a responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa;
• D) a indenização pelas benfeitorias e o direito de retenção;
• E) a usucapião.

• PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
• A) legítima defesa e desforço imediato: os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além
do indispensável à manutenção ou restituição da posse (art. 1210).
• B) ações possessórias: manutenção de posse, reintegração de posse e interdito proibitório

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