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ESTUDO DE CASO

Caio é proprietário de um grande imóvel (casa) na


cidade de Porto Alegre. Por ser muito rico, Caio mora
na Europa, onde vive de rendas. Mévio, também rico,
mas não tanto como Caio, aluga o referido imóvel
desde 2010 e utiliza-o para sua moradia. O contrato de
locação vigerá até agosto de 2019, momento em que o
imóvel será alugado por Tício. Ocorre que, por se tratar
de imóvel grande e por ter muitos cômodos
desocupados, em março de 2019 (menos de 6 meses
para finalizar o contrato de locação com Mévio e iniciar
o com Tício) um grupo de “sem-teto” ameaça invadi-lo
e lá fixar residência.
a) Na situação acima descrita, qual a medida judicial
cabível para evitar a invasão e quem é(são) o(s)
legitimado(s) para propô-la?
b) No mesmo caso descrito, se o imóvel vier a ser
invadido, qual a medida judicial cabível para retirar os
invasores e quem é(são) o(s) legitimado(s) para propô-
la?
Da posse
1. Natureza jurídica
- A doutrina majoritária sustenta que a posse tem
natureza de direito. Surge a questão posse é direito
pessoal, real ou especial?
2. Teorias da posse
- Teoria subjetiva de Savigny (corpus + animus)
- Teoria objetiva de Ihering (apenas corpus).
3. Conceito de posse
- Trata-se de uma situação de fato protegida pelo
ordenamento jurídico.
4. Detenção (art. 1.198, CC)
- atos possessórios exercidos em nome ou proveito
alheio.
Classificação da posse

1. Posse direta e posse indireta:


- Direta (art. 1.197, CC), exercida por
quem detém materialmente a coisa;
- Indireta (art. 1.197, CC), exercida por
meio de outra pessoa.
2. Composse (art. 1.199, CC)
- duas ou mais pessoas possuindo a
mesma coisa, com vontade comum, ao
mesmo tempo.
3. Posse justa e injusta. Posse violenta,
clandestina e precária (art. 1.200, CC)
- O conceito de posse justa é definido de
forma negativa na lei;
- A exigência legal de que a posse não
apresente vícios na sua origem.
4. Posse de boa-fé e de má-fé (art. 1.201, CC)
- Interessa a conceituação de boa ou má-fé
dois fenômenos: a aquisição por usucapião e
a questão dos frutos e benfeitorias da coisa
possuída.
5. Justo título e boa-fé (art. 1.201, par. único, CC)
- Justo título tem presunção de boa-fé. Trata-se de
presunção juris tantum e serve para gerar efeitos
possessórios.
6. Princípio de continuidade do caráter da posse (art.
1.203, CC)
- A posse mantém o caráter com o qual foi adquirida.
7. Posse ad interdicta e posse ad usucapionem
- ad interdicta: possibilita a utilização dos interditos
possessórios;
- ad usucapionem: posse hábil para alcançar a
propriedade com o decurso do tempo.
8. Posse nova e posse velha
- possibilidade de concessão de liminar (art. 558, CPC) -
caráter possessório com (+) ou (-) de ano e dia.
Aquisição da posse
1. Originária e derivada
- originária, sem qualquer vinculação com o possuidor ou
proprietário anterior;
- Derivada que decorre da transmissão de um sujeito a
outro;
2. Tradição – modalidades:
- como modo derivado: o transmitente está presente e
indica a coisa e extensão da posse;
- poder simbólica: é traduzida por algo ou forma que
represente a intenção;
- constituto possessório: alteração do animus do
possuidor, que passa a possuir em nome de outrem.
- 3. Aquisição causa mortis e negócio inter
vivos
- Trata-se dos modos de aquisição em geral
por atos e negócios jurídicos a título oneroso
ou gratuito.
- 4. Pessoas habilitadas para adquirir a
posse (representação e assistência).
- 5. Perda da posse:
- pelo abandono; pela tradição da coisa; pela
destruição ou ser posta fora do comércio;
pela posse de outrem; pelo constituto
possessório.
Efeitos da posse

 1. Proteção possessória:

- frutos da coisa possuída;


- direito de retenção de benfeitorias;
- usucapião;
- as ações possessórias.
2. Legítima defesa da posse (art. 1.210, § 1º,
CC)
- a autotutela, sob certas circunstâncias,
permitida em lei;
- Analisa-se o que se entende por imediatidade
no caso concreto para descaracterização de
exercício arbitrário das próprias razões.
3. Faculdade de invocar interditos. Ações
possessórias no CPC.
- Reintegração de posse;
- Manutenção de posse;
- Interdito proibitório
4. Fungibilidade das ações possessórias:
- mutabilidade do estado de fato que torna imprecisa
a ofensa sofrida à posse;
5. Natureza real:
- necessidade da presença dos cônjuges caso versar
sobre imóveis;
6. Cumulação de pedidos:
- é permitida, bem como a cominação de multa
diária;
7. Natureza dúplice e reconvenção.
8. Ações de força nova e força velha:
- prazo de ano e dia permite a expedição de mandado
liminar.
 9. OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

- Embargos de terceiros: proteção a turbação ou


esbulho de bens por atos constritivos judiciais
(art. 674, CPC).

- Nunciação de obra nova: obra não concluída

- Ação de dano infecto (iminente): justo receio de


dano no imóvel por ruínas ou obras vizinhas
ESTUDO DE CASO
Caio é proprietário de um grande imóvel (casa) na
cidade de Porto Alegre. Por ser muito rico, Caio mora
na Europa, onde vive de rendas. Mévio, também rico,
mas não tanto como Caio, aluga o referido imóvel
desde 2010 e utiliza-o para sua moradia. O contrato de
locação vigerá até agosto de 2019, momento em que o
imóvel será alugado por Tício. Ocorre que, por se tratar
de imóvel grande e por ter muitos cômodos
desocupados, em março de 2019 (menos de 6 meses
para finalizar o contrato de locação com Mévio e iniciar
o com Tício) um grupo de “sem-teto” ameaça invadi-lo
e lá fixar residência.
a) Na situação acima descrita, qual a medida judicial
cabível para evitar a invasão e quem é(são) o(s)
legitimado(s) para propô-la?
b) No mesmo caso descrito, se o imóvel vier a ser
invadido, qual a medida judicial cabível para retirar os
invasores e quem é(são) o(s) legitimado(s) para propô-
la?

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