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DIREITO CIVIL

 DIREITOS REAIS

Direitos Reais e Posse (Art. 1.225)

 CLASSIFICAÇÕES DA POSSE

 Direta X Indireta (Art. 1.197)


Direta: quem tem a coisa em seu poder – locatário
Indireta: quem cede o uso do bem – locador

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

 Justa X Injusta (Art. 1.200)


Justa: adquirida legitimamente, que não tenha vício
Injusta: aquirida viciosamente

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

Tem-se aqui os vícios da posse, que são de forma:

Violenta: ameaça, agressão (roubo)


Clandestina: iniciou-se de maneira escondida (furto)
Precária: inicia-se de maneira correta, mas passa do prazo (carro emprestado
até o dia X e a pessoa não devolve no dia definido)

 Má-Fé X Boa-Fé (Art. 1.201 a 1.203)


Má-Fé: possuidor tem o conhecimento dos vícios na aquisição da posse
Boa-Fé: possuidor ignora o vício que impede a aquisição da coisa

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.

Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi
adquirida.

 Nova X Velha

Posse nova: é a de menos de 1 ano e 1 dia


Posse velha: é a de mais de 1 ano e 1 dia

- As ações possessórias (mais céleres) só podem ser usufruídas nos casos de


posses novas;
- Posses velhas irão utilizar ações normais.
 PROPRIEDADE X POSSE X DETENÇÃO

 Propriedade (Art. 1.228)


Quem pode usar, gozar, dispor e reaver (o dono propriamente dito)
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-
la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

 Posse (Art. 1.196)


Quem tem autonomia e liberalidade de algum dos poderes inerentes à
propriedade (locatário)
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade.

 Detenção (Art. 1.198)


Quem depende para com o outro cumprindo ordens (caseiro)
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

 EFEITOS DA POSSE (ART. 1.210 A 1.222)

 Proteção Possessória
Direta: legítima defesa, defesa imediata
Indireta: ações possessórias

Tem-se aqui as ações possessórias, que são:

Interdito Proibitório (Ameaça): o Interdito Proibitório trata-se de


um mecanismo processual de defesa da posse, sendo uma ação de preceito
cominatório utilizada para impedir agressões iminentes que ameaçam a posse
de alguém.

Manutenção da Posse (Turbação): turbação é o ato praticado por outrem que


visa impossibilitar ou prejudicar a sua posse de forma plena, ou seja, existe
uma limitação sobre o poder de posse de alguém e o detentor do bem não
consegue exercer sua posse de maneira completa e tranquila (perda parcial da
coisa).

Reintegração da Posse (Esbulho): o esbulho ocorre quando o possuidor ou


proprietário perder a posse exercida sobre um bem, visa devolver a posse para
alguém, visto que essa pessoa perdeu, por algum motivo, a posse completa do
bem em questão.
 Percepção dos Frutos (Art. 1.212 a 1.220)

O possuidor de boa-fé tem o direito de colher os frutos. Já o possuidor de má-


fé não detém direito à percepção de frutos, de modo que, responde por todos
os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de
perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé.

 Responsabilidade pela Perda / Deterioração (Art. 1.217 a 1.222)

O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda


que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela
na posse do reivindicante. O possuidor de boa-fé só responde
pela perda ou deterioração da coisa a que der causa.

 Prescrição Aquisitiva

Bens imóveis (Art. 1.238)


Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um
imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao
juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de
Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de
caráter produtivo.

Bens móveis (Art. 1.260 e 1.261)


Má-Fé 5 anos
Boa-Fé 3 anos

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante
três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé.

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